IBOVESPA -1,33% | 98.697 Pontos
CÂMBIO -1,49% | 5,41/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Após passar a maior parte do pregão de ontem em alta, o Ibovespa fechou em queda de -1,33%, aos 98.697 pontos, enquanto o dólar comercial subiu +1,21%, aos R$5,3872. A curva de juros futuro terminou o dia praticamente estável na ponta curta, porém com alta nos vencimentos mais longos. DI jan/21 fechou em 2,07%; DI jan/23 subiu para 4,14% ante 4,08% da sexta-feira; e DI jan/25 encerrou o dia em 5,65% contra 5,56%.
Nesta manhã, mercados na Europa operam em queda generalizada de -1,0% a -1,5%, enquanto mercados na Ásia operam sem direção definida e futuros do S&P 500 tem leve alta de +0,3%. O sentimento do mercado está sendo negativamente impactado por notícias de que locais que estão realizando reaberturas de suas economias, como os estados americanos da Califórnia e Flórida, estão vendo uma nova alta expressiva de casos de coronavírus. Conforme se inicia a temporada de resultados do 2T20, há preocupações sobre o impacto da pandemia da COVID-19 sobre os resultados de empresas americanas e como eles se reconciliam com a alta dos preços de ações próximos a patamares anteriores à pandemia. Hoje, se inicia a temporada de resultados dos bancos americanos, com a divulgação da performance trimestral de JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs, BNY Mellon e Citigroup.
No lado das tensões entre os Estados Unidos e a China, o governo Trump assumiu firme posicionamento contra as tentativas de Beijing de obter recursos na região do Mar da China Meridional e aprovarem venda de mísseis para Taiwan por US$ 620 milhões. Em resposta a China anunciou sanções contra a empresa americana Lockheed Martin. Por outro lado, assessores do presidente americano Donald Trump descartaram a possibilidade de mirar a indexação do dólar de Hong Kong ao dos EUA.
Sobre economia brasileira, de acordo com a Boa Vista SCPC, o número de pedidos de recuperação judicial apresentou expansão de 44,6% na comparação interanual de junho, enquanto o número de falências decretadas apresentou expansão de 71,3% na mesma base de comparação. O movimento de aceleração reflete a falta de caixa e incapacidade financeira das empresas para honrarem com todas as suas dívidas nesse período de pandemia, especialmente as companhias de pequeno porte, que respondem por mais de 90% dos negócios afetados. Segundo especialistas, esse movimento está apenas no começo e deve se acelerar ao longo desse semestre.
Na agenda de indicadores e eventos do dia, o destaque doméstico será a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de maio. No exterior, serão divulgados os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos e o relatório mensal da Opep.
Em política, o noticiário dá espaço ao atrito entre o Supremo Tribunal Federal e as Forças Armadas por conta de fala do Ministro do STF Gilmar Mendes, o qual afirmou que o Exército está se associando a um genocídio ao ter um representante no comando da Saúde. Ontem, o Ministério da Defesa fez uma representação contra o Ministro Gilmar ao Ministério Público. A crise até aqui ganhou proporções menores que as observadas nos meses anteriores.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram queda na semana (-US$2,0/t), para US$443,9/t. Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje. No longo prazo, acreditamos que os níveis de preço atuais não sejam sustentáveis, na medida em que se encontram há muito tempo abaixo do custo marginal (~US$500/t, em nossa opinião). Adicionalmente, esperamos que uma recuperação da demanda na China seja gatilho para um movimento de recomposição de estoques.
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Coronavírus
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Internacional
- Aumento em número de casos de Covid-19 nos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Sanepar (SAPR11): Regulador prorroga prazo de suspensão da concessão de reajustes tarifários
- B3 (B3SA3): Dados operacionais de junho
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Internacional
Aumento em número de casos de Covid-19 nos EUA
- O aumento em número de casos de Covid-19 nos EUA é destaque do noticiário internacional nesta manhã. A Flórida é um dos estados mais afetados no país e voltou a registrar número recorde de casos e a Califórnia deve voltar a fechar bares e restaurants. Nesse contexto, em ligação com governadores, o vice-presidente americano Mike Pence afirmou que os estados teriam o apoio do governo Trump para adotar as medidas necessárias para conter a pandemia;
- No lado das tensões entre os Estados Unidos e a China, o governo Trump assumiu firme posicionamento contra as tentativas de Beijing de obter recursos na região do Mar da China Meridional e aprovarem venda de mísseis para Taiwan por USD 620 milhões. Em resposta a China anunciou sanções contra a empresa americana Lockheed Martin;
- Entretanto, assessores do presidente americano descartaram a possibilidade de mirar a indexação do dólar de Hong Kong ao dos EUA;
- Também, o chefe de política externa da União Europeia afirmou que o bloco e seus países membros devem tomar medidas em resposta a atuação da Chinaem Hong Kong. As medidas poderão incluir a proibição de exportação de tecnologias sensíveis, o aumento das possibilidades de visto para cidadãos da cidade e a reconsideração de acordos de extradição.
Empresas
Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Os preços da celulose de fibra curta tiveram queda na semana (-US$2,0/t), para US$443,9/t. No longo prazo, acreditamos que os níveis de preço atuais não sejam sustentáveis, na medida em que se encontram há muito tempo abaixo do custo marginal (~US$500/t, em nossa opinião). Adicionalmente, esperamos que uma recuperação da demanda na China seja gatilho para um movimento de recomposição de estoques;
- Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje. Temos recomendação de Compra para ambos os nomes, com preço-alvo de R$47 e R$22/ação para Suzano e Klabin, respectivamente.
Sanepar (SAPR11): Regulador prorroga prazo de suspensão da concessão de reajustes tarifários
- Ontem a Sanepar informou, via comunicado ao mercado, que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (AGEPAR) resolveu prorrogar por mais 60 dias o prazo de suspensão da concessão de reajustes tarifários de todos os serviços públicos delegados pelos concessionários e/ou permissionários. A prorrogação começou a ser contabilizada em 17 de junho de 2020;
- O anúncio da continuidade à postergação inicial, realizada no dia 17 de abril, do reajuste tarifário anual da Sanepar por 60 dias. A Sanepar tem um histórico atribulado com respeito a revisões e reajustes tarifários, conforme testemunhado na revisão tarifária de 2017 (em que parte do reajuste que a companhia tinha direito foi diferido por 8 anos) e no reajuste anual de 2019, quando o Tribunal de Contas do Estado questionou parcela do cálculo;
- Vemos a notícia como negativa para a Sanepar. Apesar de outras agências reguladoras também terem postergado a aplicação de reajustes de serviços de saneamento (como a ARSESP) no caso da Sabesp, o fato da magnitude do reajuste das tarifas da Sanepar não ser conhecido até o momento causa incertezas desnecessárias. Apesar de reconhecermos que tal fator pode causar pressão nas ações da Sanepar, ainda vemos um risco-retorno atrativo para as ações no médio e longo prazo por serem muito descontadas frente às pares e outras empresas de setores regulados, como o setor elétrico.
B3 (B3SA3): Dados operacionais de junho
- A B3 soltou ontem de noite os dados operacionais referentes a junho, com bons sinais de melhora;
- Volumes vieram acima do esperado, com o volume financeiro médio diário de junho crescendo 131% anualmente e 25% mensalmente para R$ 32 bilhões. O número de investidores ativos também segue crescendo, com o número saltando 7% mensalmente e 131% anualmente para 2,7 milhões de investidores;
- Como investidores esperavam que volumes caíssem no curto prazo pós-COVID, o dado é positivo. Importante também lembrar que IPOs e follow-ons voltaram e, embora não sejam representativos na receita, ajudam o volume de médio e longo prazo.
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