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Super quinta para inflação no Brasil

Três importantes publicações sobre a inflação no Brasil vieram ao conhecimento do público nesta quinta-feira: relatório Trimestral de Inflação (Banco Central), IPCA-15 de junho (IBGE) e Meta de Inflação para 2023 (CMN); confira nossas análises

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Nesta quinta-feira, dia 25 de junho, três importantes publicações sobre a inflação no Brasil vieram ao conhecimento do público:

  1. Relatório Trimestral de Inflação – Banco Central
  2. IPCA-15 de junho – IBGE
  3. Meta de Inflação para 2023 - CMN

RTI 2º trimestre de 2020

O Banco Central divulgou na manhã de hoje, o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) que contém as principais projeções de inflação no modelo da autoridade monetária e que ajudam a balizar a tomada de decisão do COPOM bem como o do próprio mercado. O documento não trouxe elementos que alterasse a expectativa sobre a trajetória da SELIC para os próximos trimestres e, portanto, o impacto deste foi neutro na leitura de mercado. Com um grau de incerteza ainda elevado e com os canais de transmissão da política monetária ainda bastante obstruídos (crédito bancário e confiança entre eles), a XP Inc. mantém o entendimento de que a SELIC sofrerá mais um corte de 0,25% na reunião de agosto, alcançando o patamar de 2,00% a.a. e permanecendo neste nível até o segundo semestre de 2021, quando deverá ocorrer a normalização do ciclo de juros. Esperamos a taxa SELIC se eleve para 3,00% a.a. ao final de 2021.

O BC apresentou quatro cenários de perspectiva de inflação que foram consideradas na última reunião do COPOM, se utilizando de dados com corte até o dia 12 de junho. Estes cenários de inflação são condicionados para hipóteses de trajetórias do câmbio e da SELIC (constantes ou projeção FOCUS) até o final de 2022.

Fonte: RTI/BCB

Em todos os quatro cenários, o modelo estrutural do BC aponta para um IPCA abaixo do piso da meta de 2020 e abaixo do centro da meta de 2021, horizonte de tempo que hoje é considerado relevante para a política monetária.

A pandemia do novo coronavírus impôs no curto prazo características desinflacionarias sobre a economia e isso ficou refletido nas surpresas do IPCA dos últimos três meses.

Fonte: RTI/BCB

Para os próximos três meses, o BC tem expectativa de uma inflação acumulada de 0,87% enquanto a projeção da XP Inc. é de 0,55% neste ínterim. A nossa expectativa para o IPCA permanece em 0,8% em 2020 e 3,2% em 2021.

Fonte: RTI/BCB

O relatório trouxe boxes detalhando alguns aspectos de inflação. O BC apresentou em um destes boxes um novo conjunto de núcleos de inflação, excluindo o EX-1e o EX-2 e incluindo uma nova medida de núcleo; o P55 (percentil, 55) que apresenta uma volatilidade e dependência da variação de subitens menores. Este novo conjunto de médias de inflação procura aprimorar aspectos quantitativos e qualitativos (ilustração) para compreensão da inflação e assim embasar a tomada de decisão do COPOM.

Fonte: RTI/BCB

Outro boxe infere sobre os riscos associados a projeção de inflação, principalmente no segundo semestre, do ponto de vista de um choque de oferta e outro de demanda.

O primeiro exercício se vale do indicador de incerteza (IIE-BR/FGV) projetar os efeitos da demanda agregada na curva IS, ou seja, quanto maior a incerteza na economia, maior a retenção de empresas a investirem/empregarem ou das famílias consumirem bens e serviços. O nível de incerteza em patamar elevado por um tempo mais prolongado pode afetar a ociosidade da economia e consequentemente trazer a inflação esperada para baixo.

O segundo exercício pressupõe um choque de oferta dos preços do petróleo Brent. Com uma demanda global por petróleo reprimida, os preços estão em patamares historicamente baixos e o cenário base do BC aponta a manutenção deste até o final de 2022. Entretanto a hipótese alternativa projeta um US$/barril voltando aos preços do final de 2019 no final de 2021. Essa possível elevação dos preços internacionais impactaria os preços dos combustíveis no Brasil e transmitiria via inercia no IPCA total com maior peso ao final de 2021.

Fonte: RTI/BCB

O RTI do segundo trimestre apresentou também suas revisões de PIB. O BC projeta uma queda de -6,4% em 2020 ante 0,0% no relatório de março. Destaque para os setores que mais sofreram os impactos impostos pelo distanciamento social tais como: serviços de transportes, comércio e indústria de transformação.

Fonte: RTI/BCB

Outra novidade trazida no relatório sob forma de boxe foi o de acompanhamento durante a pandemia de indicadores de alta frequência. Por conta do elevado grau de incerteza que predomina nas principais variáveis macroeconômicas, o RTI apresentou informações semanais de atividade econômica como o consumo de energia elétrica da CCEE e de vendas no varejo da CIELO.

Fonte: RTI/BCB

A XP Inc. já monitora estes indicadores em conjunto com dados prévios de confiança e permanece com a projeção de PIB de -6,0% em 2020 e de +2,5% em 2021.

IPCA-15 de junho

O IBGE divulgou às 9:00 da manhã de hoje o IPCA-15 de junho. O resultado de +0,02% foi acima das expectativas da XP Inc. (-0,12%) e do mercado (-0,06%).

O destaque na diferença entre as projeções ficou para a gasolina que teve variação de -0,17% ante -1,80% projetado seguido por bens industriais que repassando em grande medida a depreciação do câmbio observado desde o início da pandemia. Alimentação no domicílio também surpreendeu principalmente nos preços das carnes e do leite.

No geral, o resultado da primeira quinzena de junho mostra os principais preços ainda bem-comportados e isso é refletido na média dos núcleos. Com um nível de ociosidade da economia bastante elevado, consideramos compatível que a inflação permaneça em patamar baixo até o final de 2021. A projeção de IPCA da XP Inc. para o mês de junho é de 0,22%. Para o ano permanecemos em 0,8% em 2020 e 3,2% em 2021.

Fonte: RTI/BCB

Meta de inflação de 2023

No início dessa noite, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação para 2023 em 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O anúncio foi feito agora pouco pelo Ministério da Economia.

O sistema de metas de inflação no Brasil foi criado em 1999 e com a decisão de hoje o CMN emplaca o quinto ano consecutivo de reduções.

Havia certa incerteza sobre esta decisão para o ano de 2023 dado a deterioração fiscal que o país passa por conta do combate aos efeitos da pandemia sobre a economia. Mas a se julgar pelas reformas estruturais que foram implementadas nos últimos anos como a TLP, teto dos gastos, e a reforma da previdência uma manutenção da taxa em 3,50% da meta de 2022 poderia gerar um ruído contraproducente sobre a eficácia do Banco Central perseguir a meta de inflação no horizonte relevante.

A comunicação da autoridade monetária que consistentemente alerta sobre “perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia” é condizente com a trajetória de uma inflação estruturalmente mais baixa e sustentável no longo prazo.

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