IBOVESPA 0,89% | 93.828 Pontos
CÂMBIO -1,04% | 5,13/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta de 0,89%, a 93.828 pontos, subindo pela quinta vez consecutiva. Após forte fechamento da curva DI nos últimos dias, o mercado realizou lucros em um dia fraco no noticiário local, com leve piora no câmbio (dólar registrou alta de 0,89%, a R$ 5,13) e leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional.
No curto prazo, a realização de lucros não teve força, dada a expectativa de corte de 0,75 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom e de 0,25 ponto adicional em agosto. DI jan/21 fechou para 2,17% de 2,18% no dia anterior; DI jan/23 subiu para 4,5% de 4,03% e DI jan/25 atingiu 5,71% de 5,66%.
Nesta manhã, mercados internacionais voltam a subir, mesmo enquanto aguardam divulgação hoje do que provavelmente será o pior relatório de emprego desde 1930 nos EUA (+0,6%), enquanto Trump considera mais US$ 1trilhão de estímulos e pacote de infraestrutura. Europa opera em forte alta (+2,3%) com líderes demonstrando união em programa de até US$ 1,5 trilhão do Banco Central Europeu, após fechamento levemente positivo na Ásia.
Os preços de petróleo operam em forte alta nesta manhã, com o Brent subindo +2,90%, aos US$41,15/barril e o WTI em alta de 2,30%, aos US$38,27/barril. A alta é motivada por notícias relacionadas a um encontro entre a OPEP e países aliados como a Rússia (que compõem o grupo denominado OPEP+) neste sábado (05) para discutir uma possível extensão do atual acordo de cortes de produção e também medidas para fazer países-membros que não realizaram cortes conforme o acordado – como Iraque e Nigéria – cumpram suas cotas de produção.
A reunião é de grande importância para os mercados globais de petróleo, pois uma eventual extensão de cortes e medidas para fortalecer o cumprimento de metas de cortes de produção poderiam contribuir para o reequilíbrio da oferta e demanda de commodity e, portanto, para a recuperação de seus preços.
No Brasil, destaque para as negociações do governo em torno de dois temas com impacto fiscal. O primeiro deles é a extensão do auxílio emergencial: o presidente Jair Bolsonaro disse ontem ter acertado com Paulo Guedes o pagamento de mais duas parcelas, mas em valor menor que os atuais R$ 600 — o mais provável são duas parcelas de R$ 300.
Na Câmara, no entanto, deputados falam em mais duas parcelas no valor atual, para aí sim passar para uma transição. Também há destaque para a discussão em torno de um refinanciamento de dívidas contraídas na pandemia com perdão de parte das multas. O tema é defendido na Câmara, mas enfrenta resistência na área econômica. Para o fim de semana, o mercado deve monitorar a amplitude das manifestações contrárias ao governo que estão marcadas para o domingo.
A agenda de indicadores e eventos desta sexta-feira traz a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, em painel da XP Investimentos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informa ainda os números de produção e comercialização do mês de maio.
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Internacional
- Política internacional: Representante comercial americano diz estar positivo com progresso da implementação do acordo comercial
- Petróleo: OPEP+ se reunirá para discutir cortes adicionais de produção
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Empresas
- brMalls (BRML3) 1T20: Apesar de um trimestre desafiador, acima das expectativas
- Banrisul (BRSR6): Anúncio de dividendos
- Bancos: poupança continua acelerando
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Representante comercial americano diz estar positivo com progresso da implementação do acordo comercial
- Em meio aos protestos nos EUA, aumentam as críticas ao presidente americano Donald Trump no noticiário internacional, colocando as eleições sob os holofotes. Após ser contrariado pelo secretário de Defesa na quarta-feira e críticas dentro de seu próprio partido), o presidente se reuniu com assessores de campanha. Vale destacar que o democrata Joe Biden lidera as pesquisas e mercado de apostas;
- Apesar da escalada de tensões entre os EUA e a China, o representante comercial americano, Robert Lighthizer, disse que estava positivo sobre o progresso da primeira fase do acordo comercial, afirmando que a China “tem feito um bom trabalho” nas “mudanças estruturais”. Também, o time econômico de Trump estuda novo pacote de estímulo de USD 1 trilhão.
Petróleo: OPEP+ se reunirá para discutir cortes adicionais de produção
- Os preços de petróleo operam em forte alta nesta manhã, com o Brent subindo +2,90%, aos US$41,15/barril e o WTI em alta de 2,30%, aos US$38,27/barril. A alta é motivada por notícias relacionadas a um encontro entre a OPEP e países aliados como a Rússia (que compõem o grupo denominado OPEP+) neste sábado (05) para discutir uma possível extensão do atual acordo de cortes de produção e também medidas para fazer países-membros que não realizaram cortes conforme o acordado – como Iraque e Nigéria – cumpram suas cotas de produção;
- Lembramos que em abril, os países membros da OPEP+ chegaram a um acordo para realizar cortes de produção de 9,7 milhões de barris ao dia (mbpd) em maio e junho (ou 10% da produção mundial da commodity), com o patamar de cortes passando a ser de -7,7 mbpd de julho a dezembro. Segundo a Reuters, a Arábia Saudita e a Rússia conseguiram atingir um consenso para estender os cortes de -9,7mbpd por mais um mês em julho, embora a Arábia Saudita continue a advogar por uma extensão até agosto;
- Há um grau de incertezas quanto ao papel do Iraque. Segundo a Bloomberg, Arábia Saudita e Rússia vêm pressionando o país para cumprir sua parcela de cortes de produção e compensar os efeitos de produção adicional. De acordo com a Bloomberg, o Iraque realizou menos da metade dos cortes acordados no último mês, o que significa que uma compensação de tal excesso de produção significaria uma queda de produção de -24% para 3,28 milhões de barris ao dia. Tal exigência pode ser impraticável para um país que está se recuperando de décadas de guerras, sanções e insurgências islamistas. Além disso, três outros países da OPEP+ (Angola, Cazaquistão e Nigéria) também produziram em patamares acima das suas cotas em maio;
- As decisões a serem anunciadas na reunião da OPEP+ são de muita importância para os preços de petróleo. Em um ano marcado por preocupações com o excesso de oferta da commodity e o aumento acelerado de estoques no mundo, uma eventual extensão de cortes e medidas para fortalecer o cumprimento de metas de cortes de produção poderiam contribuir para o reequilíbrio da oferta e demanda de petróleo e, portanto, para a recuperação de preços. Também é essência monitorar a retomada de atividades após a pandemia do COVID-19, que sinalizará em que patamar se normalizará a demanda por derivados de petróleo.
Empresas
brMalls (BRML3) 1T20: Apesar de um trimestre desafiador, acima das expectativas
- Os resultados da brMalls referentes ao 1T20 ficaram acima das nossas estimativas e do consenso de forma geral, com um lucro líquido ajustado reportado em ~R$ 130 milhões e um EBITDA ajustado de ~R$ 207 (mais de 20% acima de nós e do consenso). A diferença reflete principalmente (i) a linearização dos aluguéis (~R$ 27 mi), (ii) receitas acima do esperado (as receitas de estacionamento e serviços vieram respectivamente 15% e 20% acima da nossa estimativa) e (iii) despesas gerais e administrativas abaixo da estimativa;
- Apesar de os resultados terem vindo acima do esperado, já refletiram parcialmente os impactos das políticas de distanciamento social nas atividades. Acreditamos que o foco estará no monitoramento da retomada dos shoppings pós-reabertura. Atualmente, temos recomendação de Compra para as ações da brMalls, com um preço-alvo de R$ 14,5/ação. Para acessar o comentário completo, basta acessar esse link.
Banrisul (BRSR6): Anúncio de dividendos
- O Banrisul anunciou, na noite de ontem, dividendos no valor de R$ 73 milhões de reais;
- O banco ainda anunciou que, de acordo com as restrições impostas via Resolução 4.797 do CMN, vai parar de pagar o JCP trimestral para o ano de 2020;
- O valor dos dividendos, se anualizados, implicam em um dividend yield de 5%, ainda positivo se compararmos com o atual patamar da SELIC de 3% (e possivelmente baixando).
Bancos: poupança continua acelerando
- O Banco Central soltou ontem os dados de captação da poupança de maio, com o saldo crescendo 4% mensalmente para R$ 921 bilhões;
- O resultado vem após um também bom mês de março (4%+), impulsionado pela busca por liquidez após o início da pandemia do COVID-19;
- O crescimento é positivo para bancos, uma vez que poupança é uma fonte barata de captação para os mesmos.
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