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Economia em Destaque: BCB mantém discurso duro

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, o PIB do 2º trimestre foi revisado para cima, o que diminuiu expectativas para cortes de juros mais agressivos. Além disso, Donald Trump anunciou novas tarifas, focando em medicamentos, caminhões e móveis. Por outro lado, afirmou que se reunirá com o Presidente Lula para debater a questão tarifária, diminuindo a tensão entre os dois países.

Na China, o banco central manteve a taxa de juros, refletindo cautela por parte da autoridade monetária. Entretanto, para atingir a meta de crescimento econômico, mais estímulos devem ser anunciados.

No Brasil, por meio da ata da última reunião do Copom e do Relatório de Política Monetária, o Banco Central reforçou o compromisso de atingir a meta inflacionária, descartando cortes de juros no curto prazo. O IPCA-15 reforçou melhora recente da inflação, embora fundamentos sigam desafiadores. Por fim, o governo anunciou mais um bloqueio no orçamento em meio a uma desaceleração na arrecadação.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Banco Central mantém postura firme, descartando discussão sobre corte de juros”

Cenário Internacional

Economia dos EUA segue com crescimento robusto, sustentado por consumo

Nos EUA, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, acima da segunda estimativa de 3,3%, impulsionado principalmente por uma revisão para cima do consumo das famílias. Esse resultado diminuiu as expectativas de cortes de juros pelo Fed (banco central) nos próximos trimestres. O Fed cortou sua taxa básica de juros em setembro, e condicionou novos cortes ao ritmo da desaceleração da economia.

Ainda assim, esperamos pelo menos mais um corte da taxa básica este ano, e um ou dois cortes adicionais no ano que vem.

Trump anuncia novas tarifas para o mundo…

O presidente dos EUA Donald Trump anunciou um pacote de tarifas de importação que entrará em vigor em 1º de outubro, com o objetivo, segundo ele, de proteger a indústria americana e reforçar a segurança nacional. As medidas incluem tarifas de 100% sobre medicamentos patenteados, 50% para armários de cozinha e gabinetes, 30% para móveis e 25% para caminhões pesados. A decisão deve atingir fortemente exportadores da Europa, Ásia e México, além de gerar impactos significativos nas cadeias globais de suprimentos. Empresas que estiverem construindo fábricas nos EUA terão isenção parcial, sinalizando uma estratégia para atrair investimentos produtivos para o país. Economistas alertam para um aumento da inflação nos EUA e uma desaceleração do comércio internacional.

… mas acena positivamente ao Brasil

Trump teve um encontro informal com o presidente Lula durante a Assembleia Geral da ONU, no qual sinalizaram uma reaproximação após meses de tensão comercial. Ambos concordaram em realizar uma reunião formal nos próximos dias, possivelmente por videoconferência, para discutir temas sensíveis como a reversão parcial das tarifas impostas pelos EUA, acesso a minerais estratégicos, comércio de etanol e investimentos em tecnologia. Lula afirmou estar otimista e pretende esclarecer pontos que, segundo ele, foram mal interpretados por Trump, enquanto o governo americano indicou abertura para renegociar tarifas como parte de um acordo mais amplo.

Banco Central da China mantém taxa de juros, em meio à estabilização do crescimento

O Banco Popular da China manteve as taxas básicas de empréstimo de um e cinco anos em 3,0% e 3,5%, respectivamente, pelo quarto mês consecutivo, em linha com as expectativas. A decisão reflete a postura cautelosa da autoridade monetária em adotar estímulos, uma vez que o crescimento econômico dá sinais de estabilização depois de perder força nos últimos trimestres.  Ainda assim, para sustentar a meta de crescimento em torno de 5%, o mercado projeta estímulos adicionais à economia no 4º trimestre, incluindo cortes marginais de juros e do compulsório.

Economia da Europa dá sinais de recuperação, mas segue frágil

O PMI composto – sondagens com empresários sobre as condições econômicas– da zona do euro subiu para 51,2 pontos em setembro de 2025, indicando a maior expansão da atividade em 16 meses (leituras acima de 50 indicam crescimento). Na abertura, o setor de serviços (51,4) compensou a contração na indústria (49,5). A confiança empresarial recuou para o menor nível em quatro meses, sinalizando cautela para os próximos meses.

Enquanto isso, no Brasil…

Banco Central mantém postura firme, descartando discussão sobre corte de juros

A ata da reunião do Copom de setembro manteve tom firme, reforçando o compromisso da autoridade monetária em trazer a inflação para a meta de 3,0%. O documento indicou que o Copom deve manter a taxa de juros em 15,00% por um longo período, mas seguirá avaliando se este patamar é suficiente para a convergência da inflação, que permanece acima do seu objetivo.

A mensagem foi reforçada pelo Relatório trimestral de Política Monetária do BCB, divulgado na última quinta-feira. O documento indica que, no cenário base do Copom (trajetória de juros conforme a expectativa mediana de mercado), a inflação chega perto da meta (3,1%) apenas no primeiro trimestre de 2028.

Desta forma, mesmo diante dos sinais de desaceleração da economia e da apreciação recente da taxa de câmbio, acreditamos que uma flexibilização monetária este ano é improvável. Esperamos um ciclo gradual de cortes da taxa Selic apenas a partir do primeiro trimestre do ano que vem. Nossa projeção para a taxa básica no final de 2026 segue em 12,00%.

IPCA-15 reforça que inflação melhorou um pouco, mas segue bem acima da meta

O IPCA-15 de setembro, divulgado pelo IBGE, avançou 0,48% no mês, ligeiramente abaixo das projeções, com a inflação anual subindo de 4,95% para 5,32%. A leitura foi impactada pelo fim do efeito do bônus de Itaipu nas tarifas de energia, que subiram 12,2% no mês.

As medidas núcleo da inflação, que excluem itens mais voláteis para auferir a tendência central da inflação, indicam estabilidade em torno de 4,5%, após alguma queda no primeiro semestre por conta da valorização da taxa de câmbio. Mantemos nossa projeção de IPCA em 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026.

Governo amplia bloqueio no Orçamento e revisa meta fiscal em meio à queda da arrecadação e alerta do TCU

O governo divulgou o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, anunciando o aumento do bloqueio de despesas do Orçamento de 2025 para R$ 12,1 bilhões, medida necessária para cumprir as regras do arcabouço fiscal diante do crescimento das despesas obrigatórias, especialmente com Previdência e BPC. O documento também revisou a projeção para o resultado primário: agora, a expectativa é de déficit de R$ 30,2 bilhões em 2025, valor dentro da margem de tolerância (até R$ 31 bilhões), mas sem atingir a meta de zerar o déficit. Para reforçar a arrecadação, o governo prevê medidas como aumento do IOF e mudanças na tributação de ativos financeiros.

Em paralelo, a arrecadação federal somou R$ 208,8 bilhões em agosto, abaixo das expectativas e com queda real de 1,5% ante o ano anterior, refletindo a desaceleração econômica e a moderação dos preços, apesar do crescimento do IOF e dos tributos sobre a folha. A tendência é de desaceleração ao longo do ano, com crescimento real projetado de 3,5%, totalizando cerca de R$ 2,88 trilhões. Além disso, o TCU determinou que o governo deve perseguir o centro da meta fiscal, e não o piso da banda de tolerância, para fins de bloqueios e contingenciamentos nos relatórios bimestrais. A equipe econômica avalia que a decisão não tem efeito imediato, pois ainda cabe recurso dentro do prazo regimental de 15 dias.

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Destaques da próxima semana   

Na agenda internacional, destaque para o combo de dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos. Serão divulgados o relatório JOLTS de abertura de postos de trabalho, a geração líquida de empregos no setor privado (ADP) e o Payroll, principal relatório de emprego, na 6ª-feira. Além disso, os índices PMIs das principais economias do mundo serão divulgados – os PMIs são sondagens que procuram medir o pulso da atividade econômica nas empresas. Por fim, na Zona do Euro, o destaque será a inflação ao consumidor (CPI) preliminar de setembro.

No Brasil, destaque para a divulgação de indicadores de mercado de trabalho e atividade econômica. O CAGED deve mostrar desaceleração adicional da geração de empregos formais em agosto, enquanto a PNAD Contínua tende a reforçar o cenário de taxa de desemprego na mínima histórica. Além disso, acreditamos que a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) registrará aumento moderado da produção manufatureira no mês passado, interrompendo uma sequência de quatro quedas consecutivas. Veja as nossas projeções abaixo.

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