Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em queda, com o IBOV e o ISE recuando 0,81% e 1,47%, respectivamente.
• Na política, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião ordinária realizada ontem uma resolução que permite investimentos em participação societária dentro das linhas de financiamento do Programa Eco Invest Brasil, coordenado pelo Ministério da Fazenda em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – a nova norma também regulamenta as sublinhas de liquidez e hedge cambial.
• Do lado das companhias, (i) a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), holding que controla as estatais Eletronuclear e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), está em fase final para fechar a contratação do BNDES para a elaboração em estudo estratégico sobre a cadeia nuclear do país, dizem fontes; e (ii) a fabricante de veículos elétricos Tesla pediu ao governo Trump que não revogue os padrões de emissões de veículos nem o reconhecimento de longa data dos EUA de que os gases de efeito estufa representam riscos à saúde humana, afirmando que tal recuo “daria carta branca aos fabricantes de motores e veículos para ignorar medições, controle e relatórios de emissões”.
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Brasil
Empresas
ENBPar planeja contratar BNDES para elaborar plano nuclear, dizem fontes
“A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) — holding que controla as estatais Eletronuclear e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) — está em fase final para fechar a contratação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a elaboração em estudo estratégico sobre a cadeia nuclear do país, dizem fontes. O documento a ser produzido pelo banco de fomento, se as negociações andarem, terá como objetivo mapear os desafios e potenciais de cada empresa vinculada ao setor nuclear controlada pela ENBPar, além de definir a governança e um planejamento estratégico integrado para as estatais do segmento. A iniciativa deve também apontar políticas para novos negócios no setor, em uma parceria que, segundo disse fonte sob condição de anonimato, visa a entregar ao país um rumo para o desenvolvimento da energia nuclear brasileira. Embora a Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep), responsável pela fabricação de componentes para as usinas de Angra e pelo circuito primário do submarino nuclear, não seja controlada pela ENBPar, a ideia é que o estudo a contemple, dada sua relevância estratégica, mesmo com seu orçamento proveniente diretamente da União. Segundo a fonte, o estudo deve ser realizado por meio de um programa de apoio à implantação de investimentos e projetos de inovação, sinalizando um esforço para modernizar e dinamizar o setor nuclear brasileiro.”
Fonte: Valor Econômico; 25/09/2025
Diamante Energia prepara transição do carvão para gás natural e energia nuclear
“A Diamante Energia, empresa dona do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina, anunciou planos para abandonar a geração a carvão mineral e investir em alternativas como gás natural e pequenos reatores nucleares (SMRs). A mudança faz parte da estratégia da companhia de “evolução energética” e da busca por soluções com menor pegada de carbono, mantendo o complexo em operação. Jorge Lacerda tem contrato de geração de energia com carvão mineral até 2040, após a sanção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei 712/19 que prorrogou por 15 anos, a partir 2025, a contratação da termelétrica. O plano da Diamante é manter o complexo em operação, fazendo a geração com gás natural e energia nuclear. “Tendo tecnologias para reduzir a emissão de carbono, por que matar o petróleo, o gás e o carvão? Não tem porque abrir mão da riqueza de um país. Somos uma empresa que está buscando a evolução energética”, afirmou Jorge Nemr, presidente do conselho de administração da Diamante, em entrevista ao Valor durante o World Atomic Week, evento organizado pela estatal russa Rosatom. A companhia assinou recentemente um acordo com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver e testar tecnologias críticas aplicáveis a microrreatores nucleares.”
Fonte: Valor Econômico; 25/09/2025
Política
CMN aprova regulamentação de investimentos em equity do programa Eco Invest Brasil
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião ordinária realizada nesta quinta-feira (25) uma resolução que permite investimentos em participação societária (equity) dentro das linhas de financiamento do Programa Eco Invest Brasil, coordenado pelo Ministério da Fazenda em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A nova norma também regulamenta as sublinhas de liquidez e hedge cambial. O programa existe desde o ano passado, prevendo quatro linhas de financiamento: parcial, liquidez, proteção cambial e estruturação de projetos sustentáveis. O objetivo é angariar recursos para viabilizar projetos relacionados à transição ecológica e à mitigação de gases causadores de efeito estufa. A norma aprovada nesta quinta-feira conclui a regulamentação financeira de todas as sublinhas existentes no âmbito do programa e amplia o escopo de instrumentos financeiros elegíveis, permitindo operações de equity. De acordo com o Ministério da Fazenda, a regulamentação das sublinhas de liquidez e de hedge cambial foi feita de maneira alinhada “às regras gerais já estabelecidas para as sublinhas de blended finance e de estruturação de projetos”. As sublinhas de blended finance e de estruturação de projetos já estão em vigor. Além disso, foi dada “autorização para o uso de fundos de investimento como instrumentos de participação societária (equity) com aprimoramento dos mecanismos de responsabilização para os casos de descumprimento dos compromissos assumidos pelas instituições financeiras”.”
Fonte: Valor Econômico; 25/09/2025
Investimento escasso atrapalha bioeconomia
“Central para a mitigação das mudanças climáticas, a bioeconomia ganha momento no país às vésperas da COP30. A atividade é uma das 30 metas principais da conferência ao lado da biotecnologia. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que prepara o Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio), anunciou que irá lançá-lo antes da reunião global e após mais uma consulta pública, realizada em agosto. Trata-se da primeira política pública nacional para o setor. Organizada em missões, a estratégia está sendo desenhada para apoiar a economia dos povos tradicionais e recompensá-los pelos serviços ambientais prestados, conforme a pasta. As ações relacionadas com o conhecimento tradicional e cultural, a chamada sociobiodiversidade, irão começar na Amazônia para, em 2026, expandirem-se para o Nordeste. Outra prioridade, de acordo com a Secretaria Nacional de Bioeconomia, inclui o apoio à agricultura baseada em sistemas de cultivo diversificados, que consorciam plantios tradicionais e conservação de espécies nativas. “Trabalhamos para que o Brasil possa viver um novo ciclo de desenvolvimento e a bioeconomia se torne atividade ‘mainstream’ do PIB. A política olha para vários bioprodutos relevantes, como fibras e têxteis, onde temos muitas oportunidades baseadas em inovação, eixo importante do plano”, informa Carina Pimenta, secretária do órgão do MMA.”
Fonte: Valor Econômico; 26/09/2025
Lula apela para países apresentarem metas climáticas: “Não é uma opção”
“A menos de dois meses da COP30, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, cobraram que os países apresentem suas metas atualizadas de redução de emissões de gases de efeito estufa, as NDCs. “A apresentação de Contribuições Nacionalmente Determinadas não é uma opção, como deixou claro a Corte Internacional de Justiça: é uma obrigação”, afirmou Lula nesta quarta-feira (24), em conferência sobre ação climática na ONU, em Nova York. Ele se referiu à decisão histórica do tribunal da ONU deste ano de reconhecer que os Estados têm a obrigação legal de proteger o clima e cumprir seus compromissos assumidos, entre eles os de descarbonização. Até o momento, 50 países apresentaram suas metas – o prazo inicial era fevereiro, mas foi adiado para 30 de setembro. Esses compromissos, porém, alcançam apenas 24% das emissões globais, segundo a World Resources Institute (WRI). Apenas neste mês, 16 países apresentaram suas propostas, entre eles Austrália, Angola e Chile. Durante a conferência, a China anunciou que pretende reduzir entre 7% e 10% suas emissões até 2035, em relação ao pico, em uma meta considerada conservadora por observadores internacionais.”
Fonte: Capital Reset; 25/09/2025
Internacional
Empresas
JX Advanced Metals do Japão aumentará capacidade de processamento de materiais reciclados
“A JX Advanced Metals anunciou nesta sexta-feira que investirá 7 bilhões de ienes (cerca de US$ 47 milhões) para ampliar sua capacidade de pré-tratamento, com o objetivo de aumentar o processamento de matérias-primas recicladas em seus negócios de metais e reciclagem. Diante da queda na lucratividade da fundição de concentrado de cobre, a empresa está considerando opções de redução de escala e promovendo a chamada “fundição híbrida verde”, que diminui a dependência de concentrados de cobre ao mesmo tempo em que aumenta o uso de materiais reciclados. Com o aumento dos preços dos metais e a intensificação da concorrência global por matérias-primas recicladas, garantir um fornecimento estável tornou-se um desafio. Para enfrentar essa situação, a JX – uma das principais fundidoras de cobre do Japão, com capacidade anual de produção de 450 mil toneladas – aumentará em 50% sua capacidade de pré-tratamento até o ano fiscal de 2027, incluindo a instalação de um forno, para lidar com materiais que exigem pré-tratamento, como lixo eletrônico de baixa qualidade. Esse investimento deve melhorar a lucratividade dos negócios de metais e reciclagem, além de apoiar a circulação de recursos de cobre, essencial para energia renovável e eletrificação. A empresa destacou a forte demanda por metais preciosos e raros recuperados principalmente de materiais reciclados, usados em seus negócios de materiais avançados, como semicondutores e comunicação. A recuperação em maior volume fortalecerá essas cadeias de suprimento.”
Fonte: Reuters; 26/09/2025
Política
“A fabricante de veículos elétricos Tesla pediu ao governo Trump que não revogue os padrões de emissões de veículos nem o reconhecimento de longa data dos EUA de que as emissões de gases de efeito estufa representam riscos à saúde humana. Em comentários publicados na quinta-feira, a Tesla afirmou que a proposta da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para revogar os padrões “daria carta branca aos fabricantes de motores e veículos para ignorar medições, controle e relatórios de emissões de GEE (gases de efeito estufa)”. No início da semana, um grupo representando montadoras como General Motors, Toyota, Volkswagen e outras pediu à EPA que revertesse os limites agressivos de emissões, que exigem que a indústria produza cada vez mais veículos elétricos. A Tesla pode perder bilhões de dólares em créditos regulatórios nos próximos anos se as regras ambientais forem desmanteladas. Em 2024, a empresa obteve US$ 2,8 bilhões em receita global com créditos por vender veículos elétricos e por comercializar esses créditos para outras montadoras que precisam cumprir metas de emissões. O senador republicano Bernie Moreno, de Ohio, afirmou em uma audiência em julho que os custos pagos pelas montadoras à Tesla para estar em conformidade eram “absurdos”. A Tesla argumenta que a ação proposta pela EPA “prejudica a estabilidade do programa, diminui o valor dos incentivos baseados em desempenho que os fabricantes de veículos elétricos acumulam sob os padrões e cria um campo de jogo desigual – reduzindo o estímulo ao investimento em inovação veicular”.”
Fonte: Reuters; 25/09/2025
Adição x substituição energética: em que fase estamos?
“Faz algum tempo, o termo “adição energética” começou a ficar cada vez mais frequente nos discursos de empresários e governos quando o assunto é transição energética e a capacidade de diferentes nações de abandonar gradualmente sua dependência de combustíveis fósseis. As perspectivas de aumento acelerado da demanda trouxeram à tona o desafio de mudar as fontes que abastecem a economia global, quando mais e mais energia e combustíveis são consumidos. Enquanto alguns já superaram essa fase de adição, outros só vão alcançá-la nas próximas décadas. Publicado nesta quinta (25/9), o Energy Outlook 2025 da petroleira bp mostra que União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos já saíram da “adição” e iniciaram o movimento de “substituição energética”. Significa que, nesses países, a expansão renovável está acompanhando o crescimento da demanda total de energia. Vale dizer que os EUA, sob a administração Trump, estão trabalhando para retornar aos fósseis, apelando justamente para as projeções de consumo impulsionado por data centers. Na média global, o momento ainda é de adição — com destaque para as necessidades de nações emergentes. China e Brasil, por exemplo, só devem passar de fase nas décadas de 2030 e 2040, respectivamente.”
Fonte: Eixos; 25/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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