Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território misto, com o IBOV recuando 0,33% e ISE praticamente estável (0,01%).
• No Brasil, a Energisa aposta no uso do gás natural como fonte de geração de energia para data centers como uma das principais avenidas de crescimento do setor de distribuição de gás canalizado – para isso, contudo, será preciso reconhecer o gás como uma fonte confiável e complementar às renováveis nas políticas de incentivo ao novo negócio.
• No internacional, (i) ontem, as Nações Unidas instaram os países a definirem planos climáticos mais ambiciosos durante este mês, buscando pressionar as principais economias, incluindo a UE e a China, antes da cúpula do clima da ONU – a organização solicitou que os países apresentassem seus planos, chamados Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), até setembro, para que seus esforços possam ser avaliados antes da cúpula da COP30, em novembro; e (ii) o governo do Trump planeja revogar a aprovação federal do projeto New England Wind, desenvolvido pela Avangrid, na costa de Massachusetts, segundo um documento judicial divulgado ontem – a manobra legal é a mais recente iniciativa das autoridades americanas para impedir o desenvolvimento da energia eólica offshore.
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Brasil
Empresas
Renováveis, sem a estabilidade do gás, não atrairão data centers, diz Energisa
“A Energisa aposta no uso do gás natural como fonte de geração de energia para data centers como uma das principais avenidas de crescimento do setor de distribuição de gás canalizado. Para isso, contudo, será preciso reconhecer o gás como uma fonte confiável e complementar às renováveis nas políticas de incentivo ao novo negócio. Esse foi um dos pontos do sexto episódio do videocast gas week, com a CEO da Energisa Distribuição de Gás, Débora Oliver. Ela cita que o potencial da oferta de energias renováveis, sozinho, não será suficiente para atrair os projetos de data centers para o Brasil. “A gente entende que, hoje, se a gente continuar com a bandeira apenas do renovável, provavelmente o investidor que conhece, que tecnicamente sabe o risco que ele tem, não vai investir. E quem perde com isso é o país”, comentou. O mercado ainda aguarda novidades sobre a Política Nacional para Data Centers (Redata). Prometida pelo ministro da Fazenda, Fernand Haddad (PT), a política deveria ter sido lançada no primeiro semestre, mas foi adiada por causa da crise fiscal. No Planalto, chegou-se a discutir uma versão sem benefícios fiscais, limitada a ajustes regulatórios para prestação de serviços digitais nas Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs).”
Fonte: Eixos; 03/09/2025
Política
Scheinkman se une a notáveis por soluções para crise climática
“O brasileiro José Alexandre Scheinkman, economista de prestígio internacional que foi professor da Universidade de Chicago, Princeton e agora está em Columbia, tem dedicado a maior parte do tempo a estudar ideias econômicas para enfrentar a crise climática. “Temos que chegar ao net zero, as emissões líquidas zero, em uns 20 anos, ou a briga estará perdida.” Há alguns meses, a pedido de Andre Corrêa do Lago, presidente da COP30, juntou um grupo de economistas do mais alto nível em um conselho para sugerir ideias ao diplomata. Corrêa do Lago e o presidente da COP 29, Mukhtar Babayev, têm que apresentar um relatório sobre o caminho para que o mundo encontre recursos da ordem de US$ 1,3 trilhão , ao ano, para os países enfrentarem a crise. Se essas ideias irão voar ou não, é impossível prever. Este grupo de economistas irá submetê-las até 10 de setembro à UNFCCC, a Convenção do Clima da ONU. Ali se juntarão a submissões de países, entidades e organizações da sociedade civil global e podem, ou não, ser incorporadas ao relatório dos presidentes da COP29 e da COP30. Na semana passada, durante visita ao Insper, em São Paulo, convidado a participar da Comissão Externa de Avaliação (especialistas que se reúnem anualmente para analisar e orientar os rumos da escola), Scheinkman falou ao Valor sobre o grupo estelar de economistas que juntou (alguns citados abaixo) e suas ideias inovadoras para que a economia possa responder aos desafios da emergência. Listou seis projetos – quatro ligados à ideia de se reduzir as emissões de gases-estufa no mundo e chegar, o mais rápido possível ao net-zero, e dois, à justiça climática.”
Fonte: Valor Econômico; 04/09/2025
Carro elétrico: nova pauta para reunião de condomínio
“O uso cada vez mais frequente de veículos elétricos no Brasil traz repercussões diretas na gestão condominial, especialmente quanto ao uso das áreas comuns e à partilha de despesas. O tema, aparentemente técnico, envolve princípios constitucionais, normas do Código Civil e jurisprudência recente, revelando-se pauta obrigatória para as assembleias de condomínios residenciais e comerciais. A frota de veículos elétricos cresce em ritmo acelerado. Mais de 40 milhões de carros elétricos estão em circulação no mundo, sinalizando uma transformação irreversível na mobilidade urbana. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil superou a marca de 250 mil veículos elétricos em 2024. Essa realidade se reflete nos condomínios, onde cada vez mais moradores buscam pontos de recarga. O proprietário de unidade autônoma possui amplo domínio sobre seu bem (artigo 1.228 do Código Civil), mas esse direito não é absoluto. A Constituição Federal, no artigo 5º, XXIII, condiciona o uso da propriedade à sua função social, e o Código Civil, em seus artigos 1.331 a 1.358, estabelece que a utilização das áreas comuns deve observar a destinação do edifício e as deliberações da coletividade condominial.”
Fonte: Valor Econômico; 04/09/2025
Internacional
Empresas
BlackRock perde contrato bilionário diante de suposta discordância em risco climático
“A BlackRock perdeu um contrato de gestão no valor de 14,5 bilhões de euros (US$ 17 bilhões) com um dos maiores fundos de pensão da Holanda, em meio a preocupações de que a maior gestora de fundos do mundo supostamente não esteja agindo no melhor interesse dos clientes quando se trata de risco climático. A PFZW, que supervisiona cerca de 250 bilhões de euros (US$ 290 bilhões), contará com Robeco, Man Numeric, Acadian, Lazard, Schroders, M&G, UBS e PGGM para supervisionar uma carteira de ações no valor de cerca de 50 bilhões de euros, disse um porta-voz da administradora de pensões à Bloomberg News na quarta-feira (3). Um representante da BlackRock não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O meio de comunicação holandês NRC Handelsblad informou anteriormente que a PFZW estava fazendo mudanças em sua abordagem de gestão de ativos, o que incluía a desistência do contrato com a BlackRock. O PFZW é o mais recente proprietário de ativos a manifestar seu descontentamento com os gestores dos EUA que se afastaram das alianças climáticas em meio a um ataque total às políticas de net zero da Casa Branca. A PME, outra gestora de pensões holandesa, disse à Bloomberg no início deste ano que está revendo seu mandato com a BlackRock, avaliado em cerca de 5 bilhões de euros. “O PFZW tem desenvolvido uma nova estratégia de investimento em que o desempenho financeiro, o risco e a sustentabilidade são ponderados igualmente dentro da estrutura de uma abordagem de portfólio total”, disse o fundo em um comentário enviado por e-mail.”
Fonte: Bloomberg Línea; 03/09/2025
Shell abandona projeto de usina de biocombustíveis na Holanda
“A Shell não retomará a construção de uma usina de biocombustíveis em Roterdã com o mercado global para o combustível enfrentando uma queda que dura anos. A petrolífera britânica disse nesta quarta-feira (3) que realizou uma avaliação comercial e técnica e considerou o projeto não mais competitivo. “Ficou claro que o projeto seria insuficientemente competitivo para atender à necessidade de nossos clientes por produtos acessíveis e de baixo carbono”, disse Machteld de Haan, presidente da divisão de refino, renováveis e energia da Shell. A Shell registrou uma baixa contábil de US$ 780 milhões quando pausou temporariamente os trabalhos de construção no local do parque de energia e produtos químicos, que se esperava ser um dos maiores da Europa, em julho de 2024. A empresa iniciou o projeto em 2022 e deu sinal verde um ano antes. Antes da interrupção da construção, a expectativa era de que a instalação de biocombustíveis de Roterdã produzisse 820 mil toneladas de combustível de aviação sustentável e diesel renovável a partir de resíduos. A decisão ocorre depois que a rival da Shell, a BP, interrompeu dois projetos de biocombustíveis e reduziu os planos para outros no ano passado, em meio à crescente concorrência de novas importações, particularmente da China.”
Fonte: Valor Econômico; 03/09/2025
Política
EUA planejam revogar aprovação de novo parque eólico offshore em Massachusetts
“O governo do presidente Donald Trump planeja revogar a aprovação federal do projeto New England Wind, desenvolvido pela Avangrid, na costa de Massachusetts, segundo um documento judicial divulgado na quarta-feira. A manobra legal é a mais recente iniciativa das autoridades americanas para impedir o desenvolvimento da energia eólica offshore, que Trump classificou como feia, cara e pouco confiável. Na semana passada, o governo também afirmou que estava reconsiderando a aprovação do SouthCoast Wind, outro projeto planejado para Massachusetts. Nas últimas semanas, Trump empregou uma série de táticas para interromper a expansão da energia eólica offshore, que foi um pilar dos esforços do ex-presidente Joe Biden para combater as mudanças climáticas, mas tem enfrentado custos crescentes e dificuldades na cadeia de suprimentos. Mais notavelmente, o Departamento do Interior de Trump emitiu, no final do mês passado, uma ordem de paralisação das obras do projeto Revolution Wind, na costa de Rhode Island, que está 80% concluído. No documento judicial divulgado na quarta-feira, os advogados do Departamento de Justiça afirmaram que entrariam com uma ação até 10 de outubro para anular a aprovação do plano de construção e operação da New England Wind pelo Departamento de Gestão de Energia Oceânica dos EUA.”
Fonte: Reuters; 03/09/2025
ONU pressiona países a estabelecerem novas metas climáticas ainda neste mês
“Na quarta-feira, as Nações Unidas instaram os países a definirem planos climáticos mais ambiciosos durante este mês, buscando pressionar as principais economias, incluindo a UE e a China, antes da cúpula do clima da ONU deste ano. A ONU solicitou que os países apresentassem seus planos, chamados Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), até setembro, para que seus esforços possam ser avaliados antes da cúpula da COP30, em novembro, no Brasil. A maioria dos países ainda não apresentou seus planos, apesar de terem concordado em fazê-lo este ano, conforme o Acordo de Paris de 2015. As NDCs atualizadas devem descrever como cada país planeja reduzir as emissões até 2035. Em uma carta enviada a quase 200 países, o chefe do clima da ONU, Simon Stiell, descreveu as NDCs como “a pedra angular da luta da humanidade contra a crise climática global”. “Esses planos climáticos nacionais… estão entre os motores mais poderosos de crescimento econômico e elevação dos padrões de vida deste século”, afirma a carta, publicada pela ONU. A China, atualmente a maior poluidora do mundo, afirmou que atualizará sua meta apenas no outono. A União Europeia enfrenta dificuldades para chegar a um acordo sobre seu plano e, neste mês, países como França e Polônia solicitaram o adiamento da aprovação da meta proposta pelo bloco para 2040, que influenciaria a meta de 2035. A avaliação da ONU ajudará a indicar se os países estão no caminho certo para manter o aquecimento global em níveis seguros ou se precisam intensificar seus planos.”
Fonte: Reuters; 03/09/2025
Legisladores da Califórnia votam para permitir a venda de combustível com alto teor de etanol
“Os legisladores da Califórnia votaram na quarta-feira para permitir a venda de uma mistura de gasolina com alto teor de etanol, o que pode ajudar a reduzir os preços dos combustíveis no maior mercado automobilístico dos EUA. A venda do E15, uma mistura contendo 15% de etanol, será permitida imediatamente após a sanção do projeto de lei pelo governador Gavin Newsom. A Califórnia era o único estado americano que não permitia a venda desse combustível. A medida provavelmente beneficiará produtores de biocombustíveis e de milho, pois ampliará o mercado para seus produtos no estado mais populoso dos EUA. O Senado estadual da Califórnia aprovou o projeto de lei AB 30 por unanimidade, com 39 votos a 0. A medida já havia sido aprovada pela Assembleia estadual em junho. No ano passado, o governador Gavin Newsom havia instruído os órgãos reguladores da Califórnia a estudarem a possibilidade de aumentar a mistura de etanol na gasolina, mas esse trabalho ainda não foi concluído. A Califórnia vem lutando para controlar a disparada dos preços nas bombas, mantendo, ao mesmo tempo, suas ambiciosas metas ambientais. “Os consumidores da Califórnia não podem esperar mais”, disse a senadora Laura Richardson no plenário do Senado ao apresentar o projeto de lei. Ela citou um estudo da Universidade da Califórnia que estimou que a disponibilidade do combustível poderia reduzir os preços da gasolina no estado em 20 centavos de dólar por galão.”
Fonte: Reuters; 03/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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