Trump e a nova ordem econômica global

No painel “Trump e a nova ordem econômica global” da Expert XP 2025, Marina Valentini, do JP Morgan, Gabriel Hartung, da SPX Capital, Daniel Popovich, da Franklin Templeton, e Alberto Bernal, da XP, discutiram sobre tarifas, os efeitos da guerra comercial, a sucessão da presidência do Federal Reserve (Fed), o câmbio e o impacto de todas essas questões sobre os mercados globais.

Tarifas e guerra comercial

Valentini pontuou que as tarifas se tornaram a ferramenta favorita do presidente norte-americano Donald Trump para todo tipo de questão – não só externas, como também internas, usando receita de tarifas como fonte de compensação para projeto fiscal, e políticas (relação com o Brasil).

Apesar da elevação substancial de tarifas, o impacto delas sobre dados de inflação e atividade ainda é limitado, e os mercados apresentam bom desempenho, à medida que agentes têm ignorado o ruído da política econômica errática em prol de dados de empresas.

Para Valentini, a trajetória fiscal é uma preocupação relevante, assim como uma possível retomada da inflação, o que gera menor necessidade do Fed de cortar juros, e pode ser positivo para outras histórias interessantes no mundo.

EUA estão se comportando como emergente?

Para Hartung, é difícil saber quem substituirá Jerome Powell como novo presidente do Fed, mas Trump parece buscar um nome próximo a si e com postura mais dovish, ou seja, branda em relação à política monetária.

Hartung também levantou preocupações com o fiscal, não apenas nos EUA, como em todo os países desenvolvidos. Segundo ele, essas economias tendem a ficar cada vez mais sensíveis ao tema.

Dólar forte ou fraco?

Sobre o dólar, Popovich vê continuidade na tendência de desvalorização, observada ao longo do primeiro semestre de 2025. Apesar disso, ele prefere se manter neutro em relação ao câmbio em seus portfólios, considerando a magnitude do movimento recente provocada por questões políticas.

Para Popovich, o nível de valuation nos EUA preocupa, mas ele ainda tem perspectiva positiva para a Bolsa americana, especialmente no que diz respeito à inteligência artificial.