Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou a semana passada em território positivo, com o Ibovespa e o ISE subindo 3,21% e 2,37%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira fechou em alta, com o IBOV avançando 0,23% e o ISE 0,16%.
• Do lado das empresas, (i) a Natura anunciou na última sexta-feira (4) a revisão e ampliação de suas metas ambientais, sociais e econômicas com o objetivo de se tornar uma empresa 100% regenerativa até 2050 – as metas envolvem compromissos mais ambiciosos em temas como carbono, diversidade e cadeia de fornecedores; e (ii) segundo a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), o Brasil pode movimentar até R$ 180 bilhões em investimentos privados com projetos de recuperação energética, capazes de tratar 49% dos resíduos sólidos urbanos do país – para o presidente da Abren, Yuri Schmitke, o aproveitamento da fração não reciclável do lixo é uma alternativa ao modelo baseado em aterros.
• Na política, os países do Brics citaram, no comunicado final da 17ª Cúpula de Líderes de Estado, a criação de uma linha de garantia do bloco para financiamento de projetos ligados à transformação ecológica – segundo o comunicado, a medida visa oferecer instrumentos de garantia personalizados para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade do Sul Global.
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Brasil
Empresas
Brasil tem potencial de R$ 180 bi em energia do lixo, diz presidente da Abren
“O Brasil pode movimentar até R$ 180 bilhões em investimentos privados com projetos de recuperação energética, capazes de tratar 49% dos resíduos sólidos urbanos (RSU) do país. A estimativa foi apresentada pelo presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke, que defende o aproveitamento da fração não reciclável do lixo como alternativa ao modelo baseado em aterros. “Esse é o grande foco da nossa associação, não é pegar pequenas áreas, é pegar realmente as regiões metropolitanas que podem fazer a recuperação energética”, defendeu em entrevista ao estúdio eixos, na quinta-feira (3/7), durante a EVEx Brasil 2025, em Natal (RN). Segundo Schmitke, o Rio Grande do Norte pode atrair até R$ 2,5 bilhões em investimentos com usinas térmicas e biodigestores a partir do lixo urbano, em uma rota semelhante à já adotada por estados como São Paulo e Distrito Federal. “É um potencial que dá para desenvolver o estado [RN], que é protagonista em energia renovável. Por que também não transformar em energia renovável os seus resíduos não recicláveis?” “Eu conversei recentemente com a governadora [Fátima Bezerra], então a gente espera ter uma reunião com a secretaria, para incentivar eles aqui também seguir esse rumo”, afirmou. No modelo defendido pela Abren, apenas a fração não reciclável dos resíduos é destinada às usinas, com separação prévia por reciclagem e coleta seletiva.”
Fonte: Eixos; 04/07/2025
“Ações de reflorestamento, e de desenvolvimento sustentável, podem ser delineadas em conjunto, por meio de estratégias “em bloco” no âmbito do grupo dos Brics. A análise partiu da diretora de Soluções Baseadas na Natureza da Vale, Patrícia Daros. Ela fez a observação no Fórum Empresarial dos Brics, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), neste sábado (5). Sobre a chamada “pauta florestal”, a executiva ponderou que essa pode ser abordada, dentro dos debates do grupo, em diferentes frentes. Uma delas é por meio de colaboração em iniciativas de conservação. Os países, explicou ela, podem compartilhar experiências e práticas de conservação, como a gestão de unidades de conservação e o uso sustentável de recursos florestais. Isso inclui o desenvolvimento econômico para comunidades locais, garantindo que as populações que dependem das florestas possam prosperar ao mesmo tempo em que preservam os ecossistemas, detalhou a diretora. “Quando eu olho os países do Brics e o potencial desses países com relação a soluções baseadas na natureza, eu acho que faz total sentido [ações em conjunto sobre o tema]”, disse. Além disso, os países também podem promover conversas que gerem troca de conhecimento sobre mudanças climáticas, pontuou. A cooperação, continuou ela, pode incluir a troca de conhecimentos sobre “sequestro de carbono”, disse. Esse é o processo de remoção do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e seu armazenamento em locais como solos, florestas, oceanos e formações geológicas.”
Fonte: Valor Econômico; 05/07/2025
Natura amplia metas e reforça ambição de se tornar empresa 100% regenerativa até 2050
“A Natura anunciou nesta sexta-feira (04) uma nova etapa em sua trajetória de sustentabilidade: a revisão e ampliação de suas metas ambientais, sociais e econômicas com o objetivo de se tornar uma empresa 100% regenerativa até 2050. A estratégia foi detalhada pelo CEO João Paulo Ferreira e por executivas da área de Sustentabilidade da empresa em encontro com jornalistas e formadores de opinião em São Paulo. As metas envolvem compromissos mais ambiciosos em temas como carbono, diversidade, renda digna e cadeia de fornecedores. “Nós estamos assumindo mais um compromisso público: de nos tornarmos, até 2050, uma empresa 100% regenerativa. E também ter uma certa coragem em assumir essa terminologia, regenerativa”, afirmou Ferreira, durante apresentação da nova “Visão 2050” da empresa. O conceito vai além da sustentabilidade tradicional: não se trata apenas de mitigar impactos negativos, mas de gerar impacto líquido positivo sobre o meio ambiente, as pessoas e a sociedade. “Sustentar o mundo como ele é hoje não parece ser uma boa ideia”, pontuou o CEO. “É necessário curar, restaurar, regenerar.” A Natura contou com apoio da Universidade de Oxford para desenvolver o conceito e as métricas do que considera um modelo regenerativo. A inspiração vem também de empresas reconhecidas por seu impacto positivo, como a companhia de vestuário esportivo Patagônia e a Tony’s Chocolonely, esta última fabricante de chocolates atuante na erradicação do trabalho escravo na cadeia do cacau.”
Fonte: Valor Econômico; 05/07/2025
Nova Raposo ameaça cinturão verde de São Paulo
“Após desembolsar R$ 2,2 bilhões para levar a concessão da Nova Raposo e ver suas ações se valorizarem com as perspectivas abertas pelo novo negócio, a EcoRodovias está diante de um obstáculo. Grupos ambientalistas estão se articulando para tentar impedir uma das obras previstas pelo empreendimento. O projeto é considerado essencial pelo governo do Estado de São Paulo para aliviar o estrangulamento do sistema viário que conecta os municípios da região metropolitana da capital, mas a nova estrada pode colocar em risco o cinturão verde que regula o clima da metrópole e garante seu abastecimento de água. Com quase 18 quilômetros de extensão e quatro pistas, além do canteiro central, em traçado proposto pelo governo paulista, a nova via cruzaria dois municípios, Cotia e Embu das Artes, duplicando uma rodovia estadual e sete estradas municipais, algumas sem pavimentação hoje. De acordo com o projeto preliminar, o empreendimento atravessaria uma área de proteção ambiental municipal, a APA Embu Verde, e se aproximaria das bordas da Reserva Florestal de Morro Grande, propriedade da Sabesp, a companhia estadual de água e saneamento básico. Ninguém questiona a necessidade de fazer algo para desafogar o trânsito no entorno da cidade de São Paulo, mas as dúvidas em torno do impacto do projeto são uma amostra dos desafios que governos e empresas precisam enfrentar para modernizar a infraestrutura do país sem causar mais degradação ambiental.”
Fonte: Capital Reset; 07/07/2025
Política
“O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que os custos para uma transição sustentável não são tão altos quanto se imagina e que há soluções já postas para tornar o mundo e os negócios mais verdes. Em evento empresarial do Brics, neste sábado (5), o diplomata disse que há exemplos positivos sendo feitos nos países do grupo. “Muitos atores estavam exagerando o preço da transição. E vemos aqui que a transição é possível, até para os países em desenvolvimento que muitas vezes tem dificuldades de financiamento ou de tecnologia. E nós achamos soluções para isso”, afirmou Corrêa do Lago no Fórum Empresarial do Brics, que acontece no Rio de Janeiro. “A verdadeira agenda [da COP] vai ser a demonstração de que já estamos em outro estágio [de transição]. Nós estamos muito mais avançados do que as pessoas pensam”, completou o diplomata. Corrêa do Lago afirmou que vê a conferência do clima de Belém, marcada para novembro, como a “COP de soluções”. Ele, então, defendeu uma cooperação maior entre o evento climático e o bloco do Sul Global. “Essa é uma COP de soluções. E vamos ficar muito orgulhosos de ter muitas soluções vindo do Brics”, disse o presidente da COP30. Corrêa do Lago completou: “As soluções devem vir dos nossos países, da nossa capacidade.””
Fonte: Valor Econômico; 05/07/2025
Internacional
Empresas
“A busca por 11 meninas desaparecidas em um acampamento de verão no Texas continuou pelo terceiro dia, enquanto o número de mortos pela enchente repentina subiu para mais de 80 pessoas, incluindo 28 crianças. O rio Guadalupe, que atravessa a região de Hill Country, no centro-sul do Texas, subiu 8 metros em 45 minutos na madrugada de sexta-feira, segundo autoridades, transbordando e destruindo estradas e propriedades, incluindo o acampamento Camp Mystic, onde as 11 meninas desaparecidas e uma conselheira estavam hospedadas. “Continuamos trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para procurar qualquer pessoa que tenha sido afetada por essa tempestade mortal”, disse o governador do Texas, Greg Abbott, na tarde de domingo. Mais de 400 socorristas de pelo menos 20 agências estavam atuando no condado de Kerr em esforços de busca e resgate, com o apoio de mais de 100 veículos aéreos, aquáticos e terrestres vasculhando a área. As chuvas torrenciais que atingiram a região de Texas Hill Country durante o feriado de 4 de julho causaram a morte de 68 pessoas no condado de Kerr, com mais 12 mortes confirmadas em outros cinco dos 20 condados afetados. Os corpos foram recuperados ao longo dos 48 km da margem do rio. “A má notícia é que você verá o número de mortos aumentar hoje e amanhã”, afirmou o diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, coronel Freeman Martin, no domingo.”
Fonte: Financial Times; 05/07/2025
Política
China sinaliza investimento em fundo florestal global liderado pelo Brasil, segundo fontes
“A China sinalizou ao governo brasileiro sua intenção de investir no Tropical Forests Forever Facility (TFFF), um mecanismo multilateral que financia a conservação de florestas ameaçadas em todo o mundo, segundo duas fontes familiarizadas com as negociações, que falaram à Reuters. Um investimento chinês nesse fundo, proposto inicialmente pelo Brasil em 2023, representaria uma mudança significativa no financiamento climático, que até agora tem sido majoritariamente sustentado por recursos de países ricos, os principais responsáveis pelo aquecimento global. O compromisso da China com o TFFF poderia abrir caminho para que economias emergentes também contribuam financeiramente para a mitigação das mudanças climáticas, indo além das obrigações impostas às nações desenvolvidas pelo Acordo de Paris de 2015. Essa nova abordagem surge em um momento em que países ricos, como os Estados Unidos, têm recuado em compromissos ambiciosos de financiamento para projetos climáticos, apesar da crescente pressão de nações mais pobres que enfrentam os impactos do aquecimento global. Na cúpula climática da ONU do ano passado, líderes de países em desenvolvimento criticaram duramente as nações ricas pela meta financeira global anual de US$ 300 bilhões, que cobre apenas uma fração dos US$ 1,3 trilhão que economistas estimam ser necessários. O ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, expressou a intenção de contribuir para o fundo florestal durante reunião com seu homólogo brasileiro, Fernando Haddad, na quinta-feira, segundo fontes.”
Fonte: Reuters; 04/07/2025
Reeves, do Reino Unido, anuncia investimento do Fundo Nacional de Riqueza em captura de carbono
“A ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, anunciará na segunda-feira um investimento de 28,6 milhões de libras (39 milhões de dólares) do Fundo Nacional de Riqueza em um projeto de captura de carbono que poderá gerar empregos nas regiões central e norte da Inglaterra. No ano passado, o Reino Unido anunciou um financiamento de até 21,7 bilhões de libras ao longo de 25 anos para desenvolver projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS), com o objetivo de reduzir as emissões industriais e criar novas oportunidades de emprego. O país estabeleceu a meta climática de alcançar emissões líquidas zero até 2050 e reconhece que a CCS será fundamental para diminuir as emissões dos setores industriais de alta intensidade energética. Na segunda-feira, Reeves destacará o financiamento como o primeiro passo para o desenvolvimento de um gasoduto de captura de carbono que conectará empresas de cimento e cal no Peak District, armazenando as emissões sob o Mar da Irlanda, conforme comunicado do seu ministério. “O Fundo Nacional de Riqueza é um motor de crescimento, investindo 3 bilhões de libras na economia britânica e garantindo 12.500 empregos”, afirmou Reeves em nota. “Estamos modernizando a indústria de cimento e cal, fornecendo infraestrutura vital para captura de carbono e criando empregos em Derbyshire, Staffordshire e no Noroeste, colocando mais dinheiro no bolso dos trabalhadores.””
Fonte: Reuters; 06/07/2025
Brics confirma criação de linha de garantia do bloco para financiamento de projetos verdes
“Os países do Brics citaram, no comunicado final da 17ª Cúpula de Líderes de Estado, a criação de uma linha de garantia do bloco (GMB) para financiamento de projetos ligados à transformação ecológica. A informação sobre a criação da linha foi antecipada pelo Valor na sexta-feira (6). Segundo o comunicado, a medida “visa oferecer instrumentos de garantia personalizados para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade do Sul Global”. Os países aprovaram as diretrizes dessa linha, e as discussões sobre a sua instrumentalização continuarão no segundo semestre, ainda sob a presidência brasileira. Não há data ainda para lançamento. A linha será instrumentalizada pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco dos Brics. “Com base nas lições aprendidas nas experiências internacionais, concordamos com as diretrizes para incubar a GMB dentro do NDB como uma iniciativa piloto, começando com seus membros, sem aportes de capital adicionais.” “Esperamos desenvolver essa iniciativa-piloto ao longo de 2025, com vistas a relatar o progresso na Cúpula do Brics de 2026″, finalizam os países no comunicado final da Cúpula. Os mesmos parágrafos já haviam sido incluídos no comunicado dos ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais, divulgado ontem (5).”
Fonte: Valor Econômico; 06/07/2025
UE recorre aos “créditos da natureza” para preencher lacuna no financiamento verde
“A União Europeia irá desenvolver regras para os “créditos naturais” que remuneram agricultores e silvicultores pelo cuidado com os ecossistemas, numa tentativa de tornar esse trabalho mais vantajoso economicamente, anunciou a Comissão Europeia na segunda-feira. A UE busca formas de aumentar o financiamento para a proteção ambiental sem sobrecarregar ainda mais os orçamentos públicos, já bastante pressionados por outras prioridades, como a defesa. Atualmente, a UE, que concede grandes subsídios aos agricultores por meio da Política Agrícola Comum, estima um déficit anual de 37 bilhões de euros (43 bilhões de dólares) no financiamento necessário para proteger a biodiversidade. Neste ano, a Comissão formará um grupo de especialistas — incluindo representantes de governos, agricultores, comunidades locais e cientistas — para desenvolver metodologias para os “créditos naturais” e financiar um projeto-piloto até 2027, afirmou. Esse mecanismo permitiria que empresas ou países comprassem créditos emitidos por agricultores, silvicultores e outros gestores de terras que protegem a natureza, por exemplo, plantando árvores, restaurando áreas alagadas ou adotando práticas de agricultura regenerativa. O grupo de especialistas avaliará como certificar os créditos naturais e regulamentar o mercado correspondente, antes de decidir se essas regras serão incorporadas à legislação da UE.”
Fonte: Reuters; 07/07/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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