Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,3% e 0,6%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a Eletrobras firmou um memorando de entendimentos com a Ocean Winds, parceria da EDP e Engie, para estudar o desenvolvimento de projetos de energia eólica marinha no país - a Ocean Wind possui cinco projetos cadastrados para licenciamento no Ibama, que totalizam 15 gigawatts (GW); e (ii) o Serra Verde Group, que desenvolve um projeto de exploração de terras raras em Goiás, foi adicionado à lista de projetos da Minerals Security Partnership (MSP) considerados de importância crítica para a transição energética global – a MSP é uma colaboração internacional composta por 14 países, incluindo Estados Unidos e a União Europeia, focada em assegurar cadeias de suprimento de minerais críticos, reduzindo a dependência da China.
• Na política, a Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda abriu, nesta semana, uma consulta para receber contribuições para regulamentação de subsídios previstos no marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono - a pasta irá receber contribuições até o dia 22 de novembro.
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Brasil
Empresas
Acordo de Mariana pode encerrar ações no Brasil e desidratar processos, dizem fontes
"O acordo de 170 bilhões de reais entre as mineradoras Vale, BHP e Samarco com autoridades federais e estaduais para reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana (MG) pode encerrar mais de uma centena de ações na Justiça brasileira e têm potencial para desidratar processos no exterior, disseram três fontes próximas às discussões. O acordo, que inclui pagamentos já realizados pelas empresas, recursos novos e definição de obrigações ainda a cargo das mineradoras, foi praticamente fechado na semana passada e, segundo fontes, pode ser assinado ainda nesta semana, pouco antes do rompimento completar nove anos, em 5 de novembro. “O acordo encerra uma guerra de laudos de especialistas sobre pontos como a qualidade da água do rio Doce e coloca um ponto final em uma série de debates sobre valores (devidos)”, disse uma das fontes, na condição de anonimato. Conforme o acerto, as mineradoras vão pagar 100 bilhões de reais, em 20 anos, para autoridades executarem uma série de projetos e medidas que reparam e compensam pelo colapso da barragem, que deixou 19 mortos e provocou um enorme desastre ambiental. Dentre as definições, está prevista a criação de um programa de transferência de renda, que prevê auxílio mensal a pescadores e agricultores atingidos, por até quatro anos, no valor inicial de 1,5 salário mínimo e 1 salário nos últimos 12 meses, segundo uma apresentação da Advogacia Geral da União (AGU), vista pela Reuters. Também está prevista a criação de fundos que irão gerir a aplicação de recursos ligados à saúde, meio ambiente e enfrentamento às consequencias das enchentes de lama."
Fonte: InfoMoney; 22/10/2024
Biomassa e eletrificação podem reduzir consumo fóssil na indústria a 1% até 2050
"Com 35% do seu consumo energético dependente de derivados de petróleo e carvão mineral, a indústria brasileira pode reduzir esse percentual fóssil a cerca de 1% até 2050, ampliando a participação de biomassa e a eletrificação dos processos, aponta um estudo divulgado nesta terça (22/10) pelo Observatório do Clima (OC). A biomassa, especialmente do setor sucroenergético, que hoje já representa 43% da matriz energética da indústria, precisaria saltar para 63% de participação. Já a eletrificação dos processos sairia dos atuais 22% para 30%. O hidrogênio renovável também aparece no cenário, conquistando 6% da demanda e ajudando a compor um mix 99% verde. Com isso, o relatório estima que indústrias de cimento e química, por exemplo, poderiam alcançar uma redução de 80% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com o cenário de políticas atuais. Já a produção de ferro-gusa, aço e outras metalúrgicas poderia chegar a 90% de redução de carbono. Isso depende, claro, de decisão política. O estudo traz uma série de recomendações ao governo brasileiro, que está construindo sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris. E marca a posição das organizações ambientais: o país não precisa explorar novas reservas de petróleo (especialmente na Foz do Amazonas), nem prorrogar contratos de térmicas a carvão. “A reversão da proposta governamental de expansão da exploração de petróleo em novas fronteiras, notadamente a Foz do Amazonas e outras bacias da Margem Equatorial brasileira” e a “a transformação da Petrobras numa empresa de energia”, são duas das recomendações."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
Combustível do Futuro deve acelerar fusões e aquisições no mercado de biometano, diz consultoria
"A lei do Combustível do Futuro tende a acelerar a consolidação e a verticalização no mercado de biometano, na avaliação de João Caetano Magalhães, diretor da Redirection International, assessoria especializada em fusões e aquisições (M&A). De acordo com levantamento da companhia, as operações de M&A no setor de biogás e biometano vêm crescendo no Brasil: nos últimos 12 meses, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, foram mapeadas ao menos 13 transações no país. Para efeitos de comparação, nos dois anos anteriores foram ao menos oito negócios fechados em todo o período. O levantamento da Redirection leva em consideração apenas as operações anunciadas ao mercado, como por exemplo a aquisição de 51% da Oeste Ambiental pelo grupo Orizon VR e a compra da empresa de biogás Agric pela Energisa. Magalhães pontua que o biometano tem se mostrado um vetor significativo no aumento das atividades de M&A no Brasil e que o Combustível do Futuro pode gerar um aumento no interesse de investidores. Empresas do setor de energia, destaca Magalhães, buscam diversificar seus portfólios para atender às metas de carbono zero e acessar incentivos regulatórios. “Assim, o biometano ganha relevância estratégica, o que pode acelerar processos de consolidação e integração vertical no setor”. Na avaliação de Magalhães, a entrada de grandes empresas da indústria de energia no negócio de biometano é uma “tendência clara”. Nos Estados Unidos e na Europa, grandes petroleiras internacionais têm fincado os pés no setor – caso, por exemplo, da bp, Chevron, Repsol, Shell e TotalEnergies."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
"O Serra Verde Group, que desenvolve um projeto de exploração de terras raras em Goiás, foi adicionado, nesta segunda (21/10), à lista de projetos da Minerals Security Partnership (MSP) considerados “de importância crítica” para a transição energética global. A MSP é uma colaboração internacional composta por 14 países parceiros, incluindo Estados Unidos e a União Europeia, focada em assegurar cadeias de suprimento de minerais críticos, reduzindo a dependência da China. O Serra Verde é o único produtor em escala, fora da Ásia, dos quatro elementos de terras raras fundamentais para a produção de ímãs permanentes. Estes ímãs são essenciais para turbinas eólicas, motores de veículos elétricos, condicionadores de ar e outras tecnologias para a energia renovável. A inclusão do projeto na lista também marcou o aporte de US$ 150 milhões das empresas Denham Capital e Energy and Minerals Group, dos Estados Unidos, além da britânica Vision Blue Resources, que irão viabilizar a expansão da capacidade de produção do projeto no município goiano de Minaçu, com planos de dobrar suas operações até 2030. “Os Estados Unidos dão as boas-vindas ao novo investimento no projeto de elementos de terras raras da Serra Verde, no Brasil (…) Este investimento marcante apoia o desenvolvimento sustentável de cadeias de fornecimento de minerais essenciais mais relevantes para tecnologias de energia limpa”, afirmou o Departamento de Estado dos EUA, em comunicado oficial. Para Thras Moraitis, CEO da Serra Verde, o anúncio endossa o papel que o empreendimento pode desempenhar no estabelecimento de cadeias de suprimento de terras raras “sustentáveis, seguras e diversificadas para permitir a transição energética global”."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
Brasil precisa mostrar que está pronto para liderar a economia verde global
"Para um país com os recursos naturais do Brasil, mirar alto é possível – e agir logo é imperativo. Ao nos posicionarmos como uma usina verde para o mundo, aumentando a eficiência energética na indústria e avançando com a descarbonização do dos setores com mais emissões, podemos capturar crescimento adicional do PIB que ultrapassa os US$100 bilhões até 2040. Nessa jornada, temos a possibilidade de zerar nossas emissões e ajudar a descarbonizar o mundo na busca por um crescimento inclusivo para um futuro sustentável. O B20, fórum que conecta a comunidade empresarial aos países com as maiores economias do mundo, acaba de entregar ao G20 as recomendações da força-tarefa de Transição Energética & Clima, da qual a McKinsey é Knowledge Partner. As discussões destacaram o papel crucial do setor privado nos esforços globais para combater as mudanças climáticas. Como anfitrião do B20 este ano e da COP30 em 2025, o Brasil deve aproveitar os holofotes para mostrar a sua capacidade de pautar conversas sobre os assuntos mais importantes do nosso tempo. Com a urgência de as economias globais confluírem para um caminho de baixas emissões, veremos crescer a demanda por energia renovável e produtos com baixa pegada de carbono. Nossa matriz elétrica, uma das mais limpas e integradas do mundo, deve ficar cada vez mais sustentável e barata à medida que as energias eólica e solar se tornem suas fontes primárias. O potencial é que, juntas, elas cheguem a quase metade da capacidade instalada, ante 15% hoje. Em cifras, trata-se de um mercado adicional de US$ 11 bilhões nas próximas décadas."
Fonte: Brazil Journal; 22/10/2024
Cresce consumo de biodiesel nos transportes e energia térmica renovável na indústria
"Globalmente 95% da energia consumida pelo setor de transporte é de origem fóssil. No Brasil este porcentual cai para 33%. No caso da indústria também há diferença significativa, 69% na média mundial e 31% no País. Ainda assim o segmento transportador é o maior emissor de CO2 tendo lançado na atmosfera, no ano passado, 217 milhões de toneladas de carbono equivalente a pouco mais da metade do total de emissões associadas à matriz energética brasileira, de 428 milhões de toneladas de carbono equivalente. A indústria aparece na sequência, com 73,9 milhões de toneladas de carbono equivalente, de acordo com dados do BEN, Balanço Energético Nacional, apresentados pelo diretor comercial da ComBio Energia, Gustavo Marchezin, durante o Seminário Brasil Elétrico 2024, realizado por AutoData. Outro dado que integra o documento é que o consumo de energia para o ramo de transportes em 2023 aumentou em 4,4%, na média, frente ao ano anterior. A boa notícia é que o biodiesel, embora represente 5,2% do total, foi o que mais cresceu, 19,2%. E o etanol, que responde por 17,3%, avançou 6,3%. “Significa que, somados, biodiesel e etanol representam 22,5% de fontes renováveis”, afirmou Marchezin. O diesel, para efeito de comparação, ainda responde por 43,4% do total da matriz energética demanda pelo setor. Na indústria, segmento em que 65% da energia utilizada é renovável, o consumo geral elevou-se em 2,9% neste mesmo período, 2022-2023."
Fonte: Auto Data; 22/10/2024
Eletrobras e Ocean Winds firmam acordo para estudar eólica no mar
"A Eletrobras firmou um memorando de entendimentos com a Ocean Winds, parceria da EDP e Engie, para estudar o desenvolvimento de projetos de energia eólica marinha no país. Segundo as empresas, o acordo prevê compartilhamento de conhecimento e trabalho conjunto. O acordo foi assinado nesta terça-feira, durante o evento Brazil Windpower, do setor eólico. A Ocean Wind possui cinco projetos cadastrados para licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que totalizam 15 gigawatts (GW). A Eletrobras é a maior geradora de energia do Brasil, com mais de 43 GW de capacidade instalada."
Fonte: Valor Econômico; 22/10/2024
União quer antecipar indenização de Mariana
"O governo federal quer antecipar pelo menos três parcelas do acordo celebrado com as mineradoras Vale, BHP e Samarco envolvidas na tragédia de Mariana (MG), ocorrida em 2015 e que provocou a morte de 19 pessoas. O objetivo, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é acelerar a implementação das ações de reparação aos atingidos pelo rompimento de uma barragem da Samarco, há nove anos. Após uma longa negociação com a empresa e seus acionistas (Vale e BHP), o acordo foi selado pelo valor total de R$ 170 bilhões. Deste montante, explicou o ministro, R$ 100 bilhões de dinheiro novo deverão ser pagos ao longo de duas décadas, com aportes anuais da ordem de R$ 5 bilhões. “Estamos negociando um desembolso maior na arrancada. Queríamos umas parcelas mais de curto prazo, semestrais ao invés de anuais, pelo menos umas três parcelas”, afirmou Silveira, ao ressaltar que “a mesa de negociação ainda está aberta”. Conforme informou a Vale em fato relevante publicado na última sexta-feira (18), do valor total previsto no acordo, R$ 38 bilhões já foram pagos; R$ 100 bilhões serão pagos em 20 anos aos governos federais e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além dos municípios; e os R$ 32 restantes bilhões serão gastos em obrigações de execução sob responsabilidade da Samarco, como indenizações individuais e recuperação ambiental. As parcelas anuais serão administradas por um fundo controlado pela União com participação dos governos mineiro e capixaba. Prefeituras e sociedade civil também poderão aderir e participar da destinação do dinheiro."
Fonte: Valor Econômico; 23/10/2024
Por que as empresas brasileiras estão em peso na COP da Biodiversidade?
"A COP da Biodiversidade, em Cali, promete ser a maior de todas as edições, com recorde de participação ao longo das duas semanas. Ao todo, são esperadas entre 15 mil e 20 mil pessoas de todas as partes do mundo na conferência, que começou na segunda-feira, 21. Para além de governos e organizações da sociedade civil, o setor privado tem surpreendido pelo alto interesse nas negociações sobre natureza e biodiversidade. Os números são pequenos quando comparados aos das mais recentes edições da COP Clima, em que as estimativas de presença giram em torno de 70 mil pessoas. Mas a forte presença do mundo corporativo e financeiro na COP16 é um sinal de que essa agenda, com seus riscos e oportunidades, está chamando a atenção. Na delegação do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que reúne mais de 100 associadas, estão 42 empresas de 17 setores, representadas por 73 executivos e especialistas. “Na COP15, fomos com 11 empresas e com muito menos setores. Varejo, água, químicos e telefonia, por exemplo, não tinham participado”, diz Vanessa Pereira, coordenadora de biodiversidade do CEBDS. “Isso também reflete a mudança da percepção das empresas em incluir o olhar para a biodiversidade em sua estratégias de negócios.” Re.green, Ambipar, Eletrobras, Engie, Rumo, Suzano, CCR, Natura e Boticário, por exemplo, estarão presentes. Entre os bancos, Santander, Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste e Banco Amazônia estarão representados na COP16. Os brasileiros são acompanhados por gigantes estrangeiros, como JPMorgan Chase e Standard Chartered, que farão sua primeira participação na Conferência da Biodiversidade, além do Citi, Bank of America (BofA), HSBC e Deutsche Bank."
Fonte: Capital Reset; 23/10/2024
Política
Relatório do Paten inclui grandes hidrelétricas no Fundo Verde
"A geração de energia hidroelétrica sem limite de potência e a modernização de parques energéticos de matriz sustentável foram contempladas no terceiro relatório do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), apresentado nesta terça (22/10) pelo relator do projeto no Senado, Laércio Oliveira (PP/SE). O novo texto também considerou as obras de modernização como projetos de desenvolvimento sustentável, com mais oportunidades de financiamento. O texto que veio da Câmara dos Deputados incluía hidrelétricas, mas limitada à geração de 50 MW. A expansão e modernização sem limite contempla o aumento da potência existente, com a instalação de turbinas nos poços vazios, e a repotenciação, que atende ao conceito de modernização. A inclusão das emendas ao relatório representa uma vitória para o setor, que está de olho no leilão de potência. A presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Marisete Pereira (acima), classificou a inclusão das hidrelétricas no Paten como “mais um passo para valorizar os requisitos que as hidroelétricas disponibilizam para o sistema”. Ela vinha defendendo, no Senado, que as usinas têm longa vida útil, podendo passar de 100 anos atendendo ao sistema. Também reforçou que hidrelétricas são fontes firmes, flexíveis e não intermitentes. “As hidrelétricas são fundamentais para garantir uma transição energética sustentável, assegurando geração de energia renovável e de baixo carbono no Brasil. Com sua capacidade de armazenamento, flexibilidade operativa e custos módicos, as hidrelétricas proporcionam condições vantajosas para a expansão renovável da matriz, fortalecendo a segurança e a eficiência do sistema elétrico”, comentou Pereira."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
Fazenda abre consulta para regulamentação de subsídios ao hidrogênio; veja o que está em discussão
"A Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda (SRE/MF) abriu, nesta segunda (21/10), uma consulta para receber contribuições para regulamentação de subsídios previstos no marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, bem como na lei de incentivos para o hidrogênio, que juntos devem disponibilizar mais de R$ 20 bilhões entre 2028 e 2032. A pasta irá receber contribuições até o dia 22 de novembro. O objetivo é definir os critérios de habilitação para empresas interessadas em acessar os incentivos do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro) – lei 14.948/2024 – e do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) – lei 14.990/2024. No caso do Rehidro, a consulta pública pretende discutir aspectos cruciais da regulamentação, como o procedimento de habilitação e coabilitação de projetos, em que empresas que atuam em diversas atividades da cadeia do hidrogênio, como geração de energia renovável e comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono (H2BEC), devem se coabilitar no Rehidro. Um dos pontos em debate é como tratar projetos híbridos, que compartilham infraestrutura com outras atividades: se apenas projetos 100% dedicados à cadeia do hidrogênio devem ser considerados, ou se há margem para projetos que envolvam múltiplos usos. “Qual percentual mínimo de destinação da energia produzida para a produção de H2BEC deve ser exigido para fins de coabilitação do projeto?”, é uma das questões."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
Brasil lidera esforço de mapear fontes financeiras para proteger florestas
"O governo brasileiro iniciou um esforço inédito de mapeamento dos diversos instrumentos financeiros que existem no mundo e apoiam florestas. A iniciativa, apresentada ontem na Conferência da ONU sobre Biodiversidade, a COP 16, na Colômbia, procura organizar o emaranhado de mecanismos e indicar aos países detentores de florestas tropicais, o cardápio de opções existentes. É um passo a mais para dar protagonismo a países ricos em natureza nas negociações multilaterais de clima e biodiversidade. Existem pelo menos 30 instrumentos financeiros no mundo que apoiam florestas. Há incentivos para a conservação, o restauro florestal e o combate ao desmatamento - que são ações diferentes para cenários diversos. A dívida externa de 12 países florestais alcançou US$ 913 bilhões em 2022 - e as florestas poderiam ajudá-los a ficar menos devedores. Os mercados regulados de carbono mobilizaram US$ 75 bilhões em 2023 com pouca participação de créditos florestais. Por sua vez, os mercados voluntários de carbono, dominados por créditos florestais, mobilizaram US$ 1,1 bilhão em 2022 e apenas US$ 351 milhões em 2023. O preço da tonelada de carbono nos mercados, que chegou a quase US$ 100 em 2023, caiu para US$ 60 em 2024, indicando volatilidade. Esse mapeamento inédito é um esforço do governo brasileiro de entender o papel das florestas como solução climática global, com uma fotografia econômica dos diversos instrumentos existentes no mundo para apoiar a preservação. “A ideia é chegarmos à COP 30, em Belém, com as florestas como solução à crise climática”, disse ao Valor o embaixador André Correa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores."
Fonte: Valor Econômico; 23/10/2024
Internacional
Empresas
Mudança para veículos elétricos terá impacto de longo alcance, diz FMI
"A transição global para veículos elétricos terá impactos “de longo alcance” no investimento, na produção, no comércio internacional e no emprego, afirmou o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (22), como parte de sua atualização das previsões de crescimento econômico global. A análise foi incluída no último relatório Perspectiva Econômica Global do FMI, divulgado enquanto as autoridades se reúnem nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial esta semana para discutir esforços para impulsionar o crescimento global, lidar com o endividamento excessivo e financiar a transição para a energia verde. “A crescente adoção de veículos elétricos representa uma transformação fundamental da indústria automotiva global. Ela terá consequências de longo alcance”, disse o FMI. A mudança para veículos elétricos acelerou nos últimos anos e é vista como uma forma fundamental de ajudar os países a atingirem suas metas climáticas. Em 2022, o transporte foi responsável por 36% das emissões de gases de efeito estufa nos EUA, 21% na União Europeia e 8% na China, disse o FMI. A crescente adoção de veículos elétricos foi apoiada pela meta da UE de reduzir as emissões de carros em 50% no período de 2030-2035 em relação aos níveis de 2021, enquanto o governo dos EUA forneceu subsídios para veículos elétricos e estações de recarga. O FMI observou que a indústria automotiva global se destaca por ter salários altos, lucros elevados, grandes mercados de exportação e usar um alto grau de tecnologia. A aceleração em direção aos veículos elétricos remodelaria esse cenário, particularmente se a China mantiver sua vantagem atual em produção e exportações contra rivais dos EUA e da Europa."
Fonte: InfoMoney; 22/10/2024
Verra defende próprias políticas após ex-diretor ser acusado de fraude
"A nova executiva-chefe da maior certificadora de créditos de carbono do mundo, a Verra, defendeu suas políticas sobre conflitos de interesse, depois que um ex-membro da diretoria e cliente foi acusado nos EUA de fraude envolvendo créditos certificados pela empresa. Promotores federais dos EUA em Nova York acusaram o ex-diretor da Goldman Sachs e da Verra, Kenneth Newcombe, no início deste mês, de falsificar dados para obter parte dos US$ 100 milhões investidos na C-Quest Capital, uma desenvolvedora de créditos de carbono apoiada pela Macquarie e pela Shell. A Verra emitiu 148 milhões de créditos de carbono em 2023, mais do que o dobro da segunda maior certificadora, a Gold Standard, sediado na Suíça, o que a torna o maior órgão de verificação em um mercado não regulamentado que vale cerca de US$ 1 bilhão por ano. Mandy Rambharos, que se tornou diretora executiva da organização sem fins lucrativos sediada em Washington, DC, em agosto, disse ao Financial Times que permitir que Newcombe participasse da diretoria da certificadora enquanto sua empresa também desenvolvia projetos de carbono que pagava à Verra para credenciar não era “inapropriado”. Anteriormente, Rambharos passou 14 anos na empresa estatal sul-africana Eskom, onde representou a África do Sul em negociações internacionais sobre o mercado de carbono e ajudou a intermediar um pacote de financiamento público-privado de US$ 8 bilhões para ajudar o país a abandonar a energia a carvão. Ela assumiu o cargo na Verra mais de um ano após a renúncia do executivo-chefe anterior."
Fonte: Financial Times; 22/10/2024
Política
Alemanha aprova maior rede de hidrogênio da Europa com investimento de 19 bilhões de euros
"O Ministério Alemão de Assuntos Económicos e Ação Climática (BMWK) anunciou a aprovação, nesta terça (22/10), da construção da maior rede de hidrogênio da Europa. O projeto, apresentado em julho, deve investir 18,9 bilhões de euros até 2032, em 9.040 quilômetros de dutos capazes de transportar até 278 TWh de hidrogênio. Segundo o ministro Robert Habeck, a construção será realizada de forma escalonada até 2032 com as primeiras linhas de hidrogênio entrando em operação já no ano que vem. O foco será a descarbonização de setores industriais cruciais como siderurgia e química. “A rede central de hidrogênio envia um sinal decisivo para a futura viabilidade da Alemanha como local de negócios. Porque é um requisito básico para o sucesso do arranque do hidrogênio e, portanto, para a descarbonização e competitividade da indústria na Alemanha”, disse Habeck. A rede utilizará cerca de 60% de gasodutos existentes, que serão convertidos para transportar hidrogênio. Os 40% restantes consistirão em novas construções, conectando importantes centros industriais, portos e locais de produção de energia em todo o país. A estrutura também facilitará a cooperação com outros países europeus, reforçando o sistema energético do continente, como os projetos H2Med – que conecta Espanha à Alemanha – e o SoutH2 Corridor, que pretende conectar o Norte da África à Europa, com uma rede ligando a Argélia à Itália. “A aprovação é uma notícia muito boa porque dá segurança aos potenciais produtores, compradores e comerciantes de planejamento de hidrogênio”, disse Barbara Fischer, diretora geral da FNB Gas eV – a associação das empresas alemãs de transporte de gás."
Fonte: Eixos; 22/10/2024
EUA concedem US$ 428 milhões para projetos de energia limpa em comunidades que dependiam do carvão
"Na terça-feira, os EUA anunciaram US$ 428 milhões em subsídios para construir ou expandir fábricas de fabricação e reciclagem de baterias e outras fábricas de energia limpa em comunidades que foram duramente atingidas pelos recentes fechamentos de minas de carvão e usinas de energia. A administração do presidente Joe Biden e da vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata na eleição de 5 de novembro, prometeu apoiar as comunidades que estão enfrentando dificuldades à medida que o país reduz a queima de carvão para gerar energia em uma tentativa de conter as mudanças climáticas. Muitos dos projetos estão em estados que se inclinaram para o Partido Republicano em eleições recentes ou que são estados de batalha. “Essas são comunidades que alimentaram os Estados Unidos por literalmente décadas, e este governo, o governo Biden-Harris, acredita que elas são exatamente as pessoas certas nas comunidades certas para liderar a transição para a energia limpa nas próximas décadas”, disse o vice-secretário de Energia dos EUA, David Turk, a repórteres em uma ligação. Os 14 projetos abrangem 12 estados, incluindo Kentucky, Utah, Virgínia Ocidental, Texas e Pensilvânia. Turk disse que as concessões, financiadas pela lei de infraestrutura bipartidária de 2021, trarão cerca de outros US$ 500 milhões do setor privado e criarão mais de 1.900 empregos com altos salários. Um projeto em Coraopolis, Pensilvânia, receberá mais de US$ 87 milhões para a Mainspring Energy para a produção de 1.000 geradores lineares por ano. A tecnologia, projetada para dar suporte a serviços públicos, data centers e microrredes, pode gerar energia a partir da queima de gás natural, hidrogênio e biogás, ou gás gerado a partir de esterco de gado."
Fonte: Reuters; 22/10/2024
EUA estendem incentivos fiscais para semicondutores a algumas fábricas de energia solar
"O governo Biden disse na terça-feira que estenderia uma isenção fiscal para a fabricação de semicondutores aos produtores de wafers solares, finas fatias de silício usadas para fabricar painéis solares que são produzidos principalmente na China. A medida é o mais recente esforço do governo para construir uma cadeia de suprimentos de energia solar doméstica como parte de sua agenda de mudanças climáticas e empregos. Os fabricantes anunciaram dezenas de instalações de painéis solares desde 2022, graças aos novos subsídios para a fabricação de energia limpa, mas o setor pediu mais apoio para instalações de produção de wafer com processos de fabricação mais complexos que exigem investimentos maiores. As novas regras do Departamento do Tesouro para o crédito de investimento em manufatura avançada 48D, criado pela Lei de Chips e Ciência de 2022, permitirão que os fabricantes de lingotes solares e wafer reivindiquem uma redução fiscal de 25% para novas instalações. Essas fábricas também são elegíveis para um crédito fiscal de fabricação separado criado pela Lei de Redução da Inflação de 2022 com base no número de componentes produzidos. “Os esforços do governo Biden-Harris impulsionarão um investimento significativo na capacidade de fabricação doméstica de lingotes e bolachas solares, atualmente dominada pela China, ajudarão a cumprir nossas metas econômicas e de segurança nacional e apoiarão milhares de empregos bem remunerados em todo o país”, disse Mike Carr, diretor executivo da Solar Energy Manufacturers for America Coalition, em um comunicado."
Fonte: Reuters; 22/10/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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