Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,76% e 0,89%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Vale e o BNDES anunciaram ontem o lançamento de um consórcio que irá administrar o fundo de investimento focado em minerais críticos – o vencedor da concorrência é um consórcio formado a partir de uma parceria entre a JPG e a BB Asset, que criam uma gestora dedicada a investimentos sustentáveis, junto da Ore Investments, gestora brasileira de fundos focada 100% em mineração; (ii) a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, antecipou ontem que as novas contribuições nacionalmente determinadas (NDCs, na sigla em inglês) do Brasil devem abordar metas por setores e contabilizar os impactos do desmatamento - o prazo para encaminharem as metas atualizadas vai até fevereiro, mas o presidente Lula já anunciou que pretende apresentar as NDCs do Brasil na COP29, em novembro.
• No internacional, após uma série de pressões contra a implementação da lei antidesmatamento da UE no dia 30 de dezembro desse ano, a Comissão Europeia propôs ontem ao Parlamento adiar por um ano a entrada em vigor da legislação – além das críticas em relação ao conteúdo protecionista, especialistas também comentavam sobre a impossibilidade de cumprir com todas as certificações necessárias para garantir produtos agropecuários livres de desmatamento até o fim deste ano.
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Brasil
Empresas
Vale (VALE3) e BNDES anunciam consórcio para administrar fundo de minerais
"O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Vale (VALE3) anunciaram nesta quarta-feira (2) o consórcio que irá administrar o fundo de investimento focado em minerais críticos. O vencedor da concorrência é um consórcio formado a partir de uma parceria entre a JPG e a BB Asset, que criam uma gestora dedicada a investimentos sustentáveis, junto da Ore Investments, gestora brasileira de fundos focada 100% em mineração. Diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES, Alexandre Correa Abreu classificou a disputa como um “sucesso absoluto”, com doze propostas “muito boas” que chegaram na fase de seleção. Em segundo lugar ficou uma proposta da Ace Capital e, em terceiro, da Tivio Capital e Resource Capital Funds. Segundo Abreu, a expectativa é de que em março já possa ser possível iniciar investimentos em projetos a partir da captação que será feita pelo fundo. Um dos focos iniciais do instrumento será a viabilização de projetos de pesquisa em minerais críticos. “Precisamos entender a qualidade dos minerais, por isso um dos focos é a pesquisa mineral, para saber qualidade e depois explorá-los e depois agregar valor à cadeia”, disse o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, José Luis Gordon. O anúncio, feito em teleconferência do BNDES e da Vale com jornalistas, contou com a presença do presidente do banco, Aloizio Mercadante, e do novo presidente da mineradora, Gustavo Pimenta. “O investimento em minerais críticos é uma janela de oportunidade muito forte. E queremos que Brasil vá além da exportação de commodity, tendo foco em adensar produção industrial. É uma estratégia importante na inovação industrial agregar valor e diversificar produção mineral”, disse Mercadante."
Fonte: Estadão; 02/10/2024
Consumidores se preocupam com sustentabilidade, mas poucos priorizam produtos ecológicos, aponta BCG
"Uma nova pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) traz à tona um paradoxo sobre as atitudes dos consumidores em relação à sustentabilidade. Embora 69% das pessoas ouvidas se preocupem com a sustentabilidade, apenas 7% priorizam produtos ecológicos em suas compras. Esse cenário indica um descompasso entre a preocupação expressa e a ação prática, especialmente no setor de varejo alimentar. A pesquisa, intitulada "Customers Say They Want Green Products. Can Deep Tech Innovation Close the Deal?", revela que, apesar de muitos consumidores se declararem preocupados com o meio ambiente, apenas 23% levam essa questão em consideração durante suas aquisições, e só 7% relataram ter adquirido produtos sustentáveis em sua última compra. Esses dados sugerem que a sustentabilidade ainda não é um critério decisivo na hora da compra. “O fator green premium é o principal impeditivo para essa priorização, visto que os consumidores precisam parar mais para ter produtos com credenciais verdes superiores”, comenta Cecilia Aureliano, diretora executiva e sócia do BCG. Outro estudo do BCG, “Sentimento do Consumidor Brasileiro 2023”, havia apontado que, entre os brasileiros, 33% “frequentemente” ou “quase sempre” consideram sustentabilidade em suas compras diárias de bebidas, jantar e vestuário (a média global do mesmo tipo de estudo é de 25%). O relatório também mostra que 42% dos brasileiros reconhecem impacto de decisões de compras na luta contra crise climática (ante 41% da média global), adotando como principais comportamentos sustentáveis reciclar recipientes vazios (44%), evitar uso de canudo plástico (40%), cozinhar suas refeições (60%), reduzir desperdícios (40%), doar roupas usadas (51%) e comprar menos roupas (47%)."
Fonte: Valor Econômico; 02/10/2024
Política
G20 tem dificuldade para chegar a consenso sobre descarbonização dos transportes, diz Silveira
"A descarbonização do setor de transportes é um dos temas mais difíceis de construir consensos na agenda de transição energética do G20, disse nesta quarta (2/10) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Silveira chegou a Foz do Iguaçu para as reuniões ministeriais do GT de Transições Energéticas do G20. A conclusão dos trabalhos deve ocorrer na sexta (4) com uma Declaração de Ministros que será encaminhada à Cúpula de Líderes em novembro, marcando o fim da presidência rotativa do Brasil. Como presidente do fórum este ano, o país elegeu a agenda dos biocombustíveis entre suas prioridades. A intenção é romper barreiras para exportação de produtos de origem agrícola, mas a agenda não está avançando. Segundo o ministro, há um vetor econômico por trás. “Não podemos ser inocentes e achar que a transição energética tem apenas um vetor da sustentabilidade. Ela tem um vetor econômico. E nos biocombustíveis é a mesma coisa. É uma disputa de matriz energética global, de economia, para onde o mundo vai”, disse à agência eixos. O ministro voltou a defender que é preciso considerar todas as possibilidades de combustíveis de baixo carbono, e que os biocombustíveis são uma política mundial, lembrando da formação da Aliança Global pelos Biocombustíveis (GBA, em inglês), no final do ano passado, no encerramento do G20 da Índia. Posição que será mantida nos diálogos desta semana. “Acredito que o nosso diálogo ministerial, mais a habilidade do Itamaraty, que conduz a discussão técnica que precede a reunião ministerial, vai buscar consenso na pluralidade das matrizes para descarbonização”, afirmou Silveira. E disse que está certo de que será possível vencer a resistência europeia aos biocombustíveis de origem agrícola."
Fonte: Eixos; 02/10/2024
Estado brasileiro que sediará a cúpula climática da COP30 defende regras de mineração de ouro
"O estado brasileiro do Pará, que sediará as negociações climáticas globais da COP30 no próximo ano na Amazônia, está defendendo regulamentações locais que incentivam a mineração ilegal de ouro, de acordo com documentos do caso perante o Supremo Tribunal Federal vistos pela Reuters. O Partido Verde do Brasil questionou as normas que permitem às autoridades municipais licenciar garimpos de ouro de até 500 hectares. O Partido Verde argumenta que as regras incentivam a mineração selvagem no estado onde a maior parte do ouro ilegal é produzida. O governo federal, por meio do órgão de proteção ambiental, Ibama, seu procurador-geral e o principal promotor público do país estão apoiando a ação judicial que pede a abolição das regras de mineração do Pará. Um relatório forense da Polícia Federal anexado ao processo diz que os garimpeiros usam produtos químicos que estão envenenando rios que são vitais para as comunidades indígenas. Por exemplo, o mercúrio é usado para separar o ouro do minério e o cianeto é usado na lixiviação do ouro. O governo estadual disse que as normas estão em vigor há uma década e são anteriores à administração do governador Helder Barbalho, que disse à Reuters em maio que estava estudando uma revisão das regras. O governo do Pará atualmente se opõe ao processo no Supremo Tribunal Federal. Um pedido de comentário da Reuters não foi respondido. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para sediar a COP30 na capital do estado do Pará, Belém, na foz do rio Amazonas, para mostrar seus esforços para acabar com o desmatamento da floresta tropical, que atua como um dos maiores sumidouros de carbono do mundo para desacelerar o aquecimento global."
Fonte: Reuters; 02/10/2024
Marina: Se o G20 fizer seu dever de casa, muda em 80% a realidade atual das emissões
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, ressaltou o potencial de mudanças nas emissões de carbono no mundo a partir de ações dos países do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana. Ela afirmou que a realidade pode mudar 80% se o G20 fizer sua parte. “O G20 representa 80% das emissões e 80% do dinheiro. Se o G20 resolver fazer o dever de casa, muda em 80% realidade atual”, disse a ministra, ao participar do seminário “Enfrentando mudanças climáticas e acelerando a transição energética”, realização dos jornais O Globo e Valor e rádio CBN. A ministra reforçou que os países que hoje conservam seus ecossistemas e contribuem para o mundo não são remunerados por esse serviço, o que precisa ocorrer. “Os países que são provedores de recursos ecossistêmicos não têm retorno do serviço que prestam. E precisam ser remunerados”, notou. Ao lembrar a necessidade de recursos públicos e privados para agir contra as mudanças climáticas, elogiou a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de taxar os super-ricos e repetiu a afirmação de que “é preciso transformar dinheiro em natureza”. “Precisamos de recursos públicos, de recursos privados [para fazer frente aos desafios]. Na ideia de taxação de super-ricos, acho bem interessante. Passamos os últimos 400 anos, desde o mercantilismo, transformando natureza em dinheiro e agora precisamos transformar dinheiro em natureza”, disse."
Fonte: Valor Econômico; 02/10/2024
Meta de redução de carbono será ambiciosa e por setor, diz Marina
"Diante da urgência de adaptação à mudança climática e mitigação de danos, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, antecipou nesta quarta-feira (2) que as novas contribuições nacionalmente determinadas (NDCs, na sigla em inglês) do Brasil, ainda em construção pelo ministério junto com diferentes atores da sociedade, devem “ser ambiciosas”, abordar metas por setores e contabilizar os impactos do desmatamento. “Agora é obrigatório que todos tenham metas setoriais, e nós temos que ter metas de redução do CO2 para energia, transporte, agricultura, indústria e um setor que não é setor, que é o desmatamento”, disse Marina, no seminário “Enfrentando mudanças climáticas e acelerando a transição energética”, realizado pelos jornais “O Globo”, Valor e rádio CBN. As chamadas NDCs são objetivos de longo prazo estabelecidos pelos países para redução das emissões e adaptação aos impactos da mudança climática, no âmbito do Acordo de Paris. A cada cinco anos, os países precisam apresentar uma versão atualizada. O prazo para encaminharem as metas vai até fevereiro, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que pretende apresentar as NDCs do Brasil na Conferência do Clima do Azerbaijão (COP29), em novembro. A ministra evitou dar detalhes sobre a parcela de contribuição do desmatamento. “Nós estamos no processo e a metodologia exige que, quando o governo fale, o faça em cima de um resultado que foi construído com todo o rigor científico, com base em dado e evidência”, completou. Marina disse ainda que, se o G20 (grupo que reúne grandes economias globais) resolver fazer o dever de casa, muda em 80% realidade atual."
Fonte: Valor Econômico; 03/10/2024
Internacional
Política
Europa não resiste à pressão e vai adiar lei antidesmatamento
"A União Europeia não resistiu às pressões contra a implementação da chamada lei antidesmatamento, um instrumento visto por diversos agentes como uma medida protecionista com argumento ambiental. O bloco caminha para adiar a entrada em vigor da legislação, que estava prevista para 30 de dezembro. Em uma decisão anunciada nesta quarta-feira, a Comissão Europeia propôs ao Parlamento adiar por um ano a entrada em vigor da lei, que poderia restringir as exportações de commodities como café, soja, carne, óleo de palma e borracha. Países exportadores como Estados Unidos, Brasil e Índia estavam engajados em adiar a entrada em vigor da lei. Além das críticas em relação ao conteúdo protecionista, muitos apontavam que as certificações necessárias para garantir que os produtos agropecuários estão livres de desmatamento eram praticamente impossível de cumprir. Ao longo do último mês, o ambiente na própria União Europeia já vinha ficando mais propício ao adiantamento. Na semana passada, 27 associações europeias que representam de produtores rurais a indústrias solicitaram o adiamento. Até mesmo a Alemanha, um dos países mais fortes do bloco, fez pedido semelhante. No Brasil, alguns frigoríficos já vinham trabalhando com a possibilidade do adiamento e vinham tomando decisões comerciais nesse sentido. Na semana passada, conversou com um dos executivos mais importantes da indústria de carne. Ele já havia orientado o time a continuar produzindo carne para a União Europeia, confiante de que a decisão seria adiada. Pelo tempo entre o abate e a exportação, os frigoríficos precisam de uma decisão imediata, como recentemente três dos mais importantes compradores de gado do país."
Fonte: The AgriBiz; 02/10/2024
UE deve continuar negociação com a China sobre veículos elétricos mesmo se aprovar novas tarifas
"Países da União Europeia (UE) devem continuar as negociações com Pequim sobre a aplicação de novas tarifas em veículos elétricos produzidos na China, mesmo que o bloco europeu vote na sexta-feira para impor as tarifas. A UE e a China têm até o final de outubro para negociar uma decisão definitiva que será implementada por cinco anos a partir de novembro. Os 27 países votarão sobre as recomendações da Comissão Europeia, que indicaram uma ligeira redução nas tarifas e também a inclusão de uma cláusula para continuar as negociações. A Alemanha, o maior país da UE, está ansiosa para evitar tarifas punitivas, dado que sua indústria está profundamente entrelaçada com a da China. Ambos os lados poderiam eventualmente concordar com um mecanismo de preço mínimo para que os fabricantes de automóveis chineses não consigam subestimar os preços dos modelos europeus. Outra opção sendo discutida é a imposição de uma cota de importação além da exigência de preço mínimo. No entanto, um analista questionou se isso estaria em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que também poderia ser complicado de aplicar. "A UE sempre deixou muito claro que, para aceitar uma solução negociada, ela gostaria de algo que fosse compatível com a OMC, o que traz questões sobre as cotas", disse Juliana Bouchaud, analista de pesquisa do Rhodium Group. Na última recomendação da comissão, as tarifas de importação sobre veículos elétricos da montadora chinesa BYD permanecerão em 17%, mas há pequenos ajustes para baixo para todos os outros veículos elétricos chineses."
Fonte: Valor Econômico; 02/10/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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