Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O Ibovespa e o ISE terminaram a semana passada em território positivo, avançando 1,27% e 0,61%, respectivamente. Já o pregão de sexta-feira terminou em território misto, com o IBOV recuando 0,21%, enquanto o ISE registrou leve alta de 0,30%.
• No Brasil, (i) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) programa para outubro o anúncio do detalhamento das ações, recursos e metas que vão alicerçar a “missão 5” do plano Nova Indústria Brasil (NIB), lançado em janeiro – a missão 5 engloba as atividades relacionadas a bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética; e (ii) a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) assinaram um memorando de entendimentos para troca de informações e elaboração de estudos que tratam da certificação da origem do biogás e do biometano no país - a expectativa é que adotem como referência o mercado europeu e que todas as ações previstas no memorando de entendimentos sejam concluídas em um ano.
• No internacional, o Reino Unido se tornará o primeiro país do G7 a encerrar a produção de energia a carvão – o feito é parte de um compromisso assumido em 2015 de fechar usinas de carvão até 2025 como parte de um amplo pacote de medidas para atingir suas metas climáticas.
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Brasil
Empresas
Cidades precisam de cinco vezes mais recursos para lidar com o clima
"Daqui a nove dias, cidadãs e cidadãos dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros irão às urnas escolher prefeitos e vereadores responsáveis por formular e aprovar políticas que buscam tornar suas cidades lugares mais agradáveis de viver e conviver – pelo menos na teoria. E embora as discussões sobre mitigação e adaptação à mudança do clima estejam ocupando espaço na agenda nacional, nas cidades – onde as pessoas vivem e sentem os impactos de enchentes, ondas de calor e baixa qualidade do ar – essas questões precisam ganhar mais atenção. Lançado esta semana durante a Climate Week de Nova York, o relatório State of Cities Climate Finance 2024 (SCCFR) aponta que o financiamento climático precisa aumentar cinco vezes até 2030 para colocar as cidades em uma trajetória que contribua para limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C – já estamos em 1,2°C, vale lembrar. De um lado, instituições públicas, privadas e multilaterais precisam passar por uma reforma para acelerar a mobilização de recursos, principalmente destinados a países emergentes e vulneráveis. De outro, cabe às cidades desenvolverem projetos que possam receber esse capital climático – papel das políticas que são aprovadas nas câmaras municipais. Segundo o estudo, no mundo inteiro, as cidades precisam de cerca de US$ 4,3 trilhões anualmente de agora até 2030, somente para mitigação climática, e mais de US$ 6 trilhões por ano de 2031 a 2050. Transporte, energia e edifícios dominam as necessidades de investimento para reduzir emissões de carbono. Até 2030, as cidades precisarão de um investimento anual de US$ 1,7 trilhão para soluções de transporte (por exemplo, veículos elétricos e sistemas ferroviários urbanos) e US$ 1,2 trilhão para energia (particularmente para geração de energia renovável)."
Fonte: Eixos; 27/09/2024
CCEE e Abren assinam memorando de entendimento sobre certificação de biogás e biometano
"A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) assinaram esta semana um memorando de entendimentos (MoU, na sigla em inglês) para troca de informações e elaboração de estudos que tratam da certificação da origem do biogás e do biometano no Brasil. CCEE e Abren vão adotar como referência o mercado europeu e verificar diretrizes para a certificação de gases de baixo carbono com base no programa Combustível do Futuro, aprovado recentemente no Congresso Nacional, e outras regulamentações relacionadas ao tema. A previsão é que todas as ações previstas no MoU sejam concluídas em um ano. A assinatura do acordo ocorreu durante encerramento de projeto de cooperação estratégica entre Brasil e União Europeia para redução de emissões de gás metano, um dos mais agressivos à atmosfera, na formação do chamado efeito estufa. O metano é encontrado no gás natural fóssil, mas também pode ser obtido a partir da purificação do biogás gerado pelo lixo orgânico nos aterros sanitários – daí a expressão biometano."
Fonte: Valor Econômico; 28/09/2024
La Niña deve ter intensidade fraca este ano, diz climatologista
"O fenômeno La Niña, se as tendências dos modelos de previsão estiverem corretas, provavelmente será fraco e talvez não se sinta os efeitos costumeiros, segundo a climatologista Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco, em entrevista ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia. O La Niña é marcado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico. De acordo com Francis, o La Niña provoca chuva no Nordeste do Brasil, e gera seca na Região Sul, em boa parte do Centro-Oeste e no Sudeste. A climatologista explica que o fenômeno iniciou há dois meses o processo de resfriamento, porém em velocidade mais lenta que o habitual. “O que a gente tem observado e os modelos de previsão do mundo inteiro indicam é que o La Niña este ano está atrasado, já era para estar um pouco mais avançado no tempo e a previsão é que seja uma La Niña fraca”, disse. De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a probabilidade do La Niña nos meses de outubro-novembro-dezembro aumenta para 60%. Para o mês de outubro, a previsão do Inmet é quantidade de chuvas acima da média em grande parte da Região Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e deve haver volta gradual das chuvas para a parte central do país na segunda quinzena. A climatologista destacou a questão das mudanças climáticas, que foi abordada na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na última semana, principalmente no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu o multilateralismo como caminho para superação da urgência climática."
Fonte: InfoMoney; 29/09/2024
Petroleiras estudam opções aos combustíveis fósseis
"Diante das mudanças climáticas, que apontam para a necessidade de acelerar a redução da produção e do consumo de combustíveis fósseis, as empresas de petróleo e gás vêm apostando em diversas alternativas para a transição energética. Com a realização de aportes bilionários em fontes renováveis e em pesquisa e desenvolvimento (P&D), elas investem em projetos de energia solar e eólica, biocombustíveis e tecnologias como CCS - sigla em inglês para captura e armazenamento de carbono -, entre outras. A Petrobras, por exemplo, pretende investir US$ 11,5 bilhões em iniciativas do gênero, segundo seu Plano Estratégico 2024-2028+. Desse montante, US$ 5,5 bilhões irão para energias renováveis, principalmente eólica e solar. Outros US$ 3,9 bilhões serão destinados à redução das emissões de suas operações - incluindo um Fundo de Descarbonização com US$ 1 bilhão para apoiar projetos na área. E ainda há US$ 1,5 bilhão para bioprodutos e US$ 700 milhões para P&D. Um dos objetivos da companhia é chegar à neutralidade nas emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEEs) até 2050 e, antes disso, até 2030, reduzir a quase zero a emissão de metano. As principais oportunidades, diz a estatal, encontram-se no biorrefino e nos bioprodutos, em projetos novos de CCUS (sigla em inglês para captura, armazenamento e uso de carbono), em P&D para hidrogênio de baixo carbono e em fusões e aquisições de geração solar e eólica. Com recursos do Fundo de Descarbonização, a estatal aprovou, este ano, investimentos em três usinas fotovoltaicas nas refinarias de Gabriel Passos (Regap, MG), Abreu e Lima (Rnest, PE) e Paulínia (Replan, SP)."
Fonte: Valor Econômico; 30/09/2024
Reservas de minerais críticos são estratégicas
"A transição energética passa pela expansão da mineração e o solo brasileiro possui reservas de todos os chamados minerais críticos, essenciais para produção de baterias para carros elétricos (níquel, lítio e grafite), turbinas eólicas (níquel, alumínio, cobre e terras-raras) e painéis solares (alumínio, cobre, polissilício, prata e aço). Os Estados Unidos querem liderar a transição e estão em busca de fornecedores confiáveis. A ideia dos americanos é reduzir a dependência em relação à China e países que não são considerados estáveis. Fatores políticos, econômicos e estratégicos colocam o Brasil em um espaço confortável na mesa de negociações da cadeia mundial de suprimentos de de minerais críticos. Além dos EUA, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) já foi procurado por pares da China, Alemanha, Reino Unido, Austrália e Canadá, entre outros. “Temos condições de oferecer todos os minerais críticos que o mundo precisa, sem exceção. Temos pelo menos um depósito de cada um desses minerais”, conta Valdir Silveira, diretor de geologia e recursos minerais do SGB. O fato de ter geração de energia elétrica majoritariamente de fontes renováveis reforça a pretensão do Brasil de ser mais que um fornecedor de matéria-prima. O país quer processar esses minerais ou até ser um fabricante de bens para a transição energética. Mas, para isso, são necessários investimentos em diversas áreas, desde infraestrutura até pesquisa. “Essa temática de minerais críticos ganhou uma outra proporção com a discussão da transição energética no pós-pandemia”, afirma Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil)."
Fonte: Valor Econômico; 30/09/2024
Eventos climáticos podem tirar mais de 12% do PIB da AL até 2050
"Inundações, furacões, calor extremo, secas e grandes incêndios - eventos que se tornaram mais recorrentes com as mudanças climáticas - afetaram ao mesmo tempo vários países da América Latina neste ano, que deve superar o recorde de 67 dessas ocorrências registradas na região em 2023. De janeiro a julho deste ano, só o Brasil já tinha passado por 12 eventos climáticos graves. Analistas alertam que o aumento da recorrência de eventos climáticos catastróficos terão crescente impacto sobre as economias da região nas próximas décadas. “Há vários anos que alertamos que esses fenômenos climáticos devem causar perdas pesadas, afetando as comunidades, a atividade de vários setores e a economia em termos progressivos”, disse Carlos De Miguel, chefe da Unidade de Economia da Mudança Climática da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). “Estudos da Cepal estimavam no ano passado que eventos causados pelo calor extremo gerariam perdas de vários pontos no Produto Interno Bruto (PIB) dos países da região”, disse De Miguel. “Inicialmente, essas perdas seriam de 3,3% do PIB [em relação a 2023] até 2030 e 12,5% até 2050. Mas o que vemos agora é que essas ocorrências estão se intensificando e aumentando a recorrência.” Diante desse cenário, alguns analistas indicam que a perda estimada pela Cepal até 2050 pode, na verdade, ser alcançada pelo menos cinco anos antes. Só no Brasil, as inundações do Rio Grande do Sul, em maio, que deixaram 182 mortos, devem ter um impacto de US$ 97 bilhões na economia do país e causar perda de 1% do PIB, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio (CNC)."
Fonte: Valor Econômico; 30/09/2024
Política
Mdic detalha ações do plano pró-indústria
"O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) programa para outubro o anúncio do detalhamento das ações, recursos e metas objetivas que vão alicerçar a “missão 5” do plano Nova Indústria Brasil (NIB), lançado em janeiro. A missão 5 engloba as atividades relacionadas a bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética. A informação é de Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Mdic. “O documento com o aprimoramento do plano de ação envolvendo todo o ecossistema produtivo da bioeconomia já está pronto e está em fase final de validação”, diz Moreira. A missão 5 será a terceira entre as seis missões do NIB que terá o detalhamento de seu plano de ação anunciado. Em agosto ocorreu o detalhamento da missão 2, voltada para a área de saúde, e em setembro vieram a público as ações da missão 4 (transformação digital na indústria). O NIB é uma política pública com o objetivo de impulsionar a indústria brasileira. Inicialmente o programa contava com recursos de R$ 300 bilhões, sendo R$ 271 bilhões via agentes financeiros públicos. Em agosto foram anunciados mais R$ 42,7 bilhões em linhas de crédito de agentes públicos, levando o NIB a somar recursos de R$ 342,7 bilhões. O principal agente financeiro é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 250 bilhões, que serão disponibilizados por meio do Plano Mais Produção (P+P). No anúncio do NIB em janeiro foram divulgadas metas aspiracionais, também conhecidas como “tiros na Lua”, até 2033. “São objetivos ousados, que servem para estimular as ações públicas e privadas em determinada direção”, afirma Moreira."
Fonte: Valor Econômico; 30/09/2024
Internacional
Política
Colômbia lança portfólio de investimentos de US$ 40 bilhões para transição energética e climática
"A Colômbia lançou um novo portfólio de investimentos para ajudar na transição para longe dos combustíveis fósseis e na adaptação às mudanças climáticas, que espera atrair cerca de US$ 40 bilhões, confirmou um porta-voz do Ministério do Meio Ambiente na sexta-feira. O portfólio ajudará a financiar o ecoturismo, uma transição energética justa e a conservação e restauração de ecossistemas, disse o ministério em um comunicado na quinta-feira, onde inicialmente anunciou um valor potencial incorreto de US$ 40 milhões, antes de corrigir o valor na sexta-feira. “A Colômbia está liderando a discussão sobre como realizar uma transição climática e energética verdadeiramente justa. Estamos no caminho para consolidar um grupo de doadores que nos permitirá alcançar um importante pacote financeiro para o país”, disse a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, em Nova York, na quinta-feira. A Colômbia sediará a conferência de biodiversidade da COP16 das Nações Unidas em Cali, no final de outubro."
Fonte: Reuters; 27/09/2024
"A Grã-Bretanha se tornará o primeiro país do G7 a encerrar a produção de energia a carvão na segunda-feira, com o fechamento de sua última usina, a Uniper's Ratcliffe-on-Soar, em Midlands, na Inglaterra. Isso encerrará mais de 140 anos de energia a carvão na Grã-Bretanha. Em 2015, a Grã-Bretanha anunciou planos para fechar usinas de carvão na próxima década como parte de medidas mais amplas para atingir suas metas climáticas. Naquela época, quase 30% da eletricidade do país era proveniente do carvão, mas esse número caiu para pouco mais de 1% no ano passado. “O Reino Unido provou que é possível eliminar gradualmente a energia a carvão em uma velocidade sem precedentes”, disse Julia Skorupska, chefe do secretariado da Powering Past Coal Alliance, um grupo de cerca de 60 governos nacionais que buscam acabar com a energia a carvão. A queda na energia a carvão ajudou a reduzir as emissões de gases de efeito estufa da Grã-Bretanha, que caíram mais da metade desde 1990. A Grã-Bretanha, que tem como meta atingir emissões líquidas zero até 2050, também planeja descarbonizar o setor de eletricidade até 2030, uma medida que exigirá um rápido aumento da energia renovável, como a eólica e a solar. “A era do carvão pode estar terminando, mas uma nova era de bons empregos no setor de energia para o nosso país está apenas começando”, disse o ministro da energia, Michael Shanks, em um comunicado enviado por e-mail. As emissões de energia representam cerca de três quartos do total de emissões de gases de efeito estufa, e os cientistas afirmam que o uso de combustíveis fósseis deve ser restringido para atingir as metas estabelecidas no acordo climático de Paris."
Fonte: Reuters; 29/09/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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