Moody’s eleva ratings da BRF para ‘Ba3’; Perspectiva é ‘Estável’

No dia 24 de setembro de 2024, a agência de classificação de risco Moody’s elevou os ratings em escala global da BRF S.A. (“BRF” ou “Companhia”) de ‘Ba2’ para ‘Ba3’. Ao mesmo tempo, alterou a perspectiva de ‘Positiva’ para ‘Estável’, indicando que os ratings deverão permanecer inalterados nos próximos 12 a 18 meses.

Visão da Agência

A nota da BRF reflete a visão da Moody’s de forte melhora nas métricas de crédito, apoiada pelo sólido balanço patrimonial e desempenho operacional. A Companhia apresentou redução dos níveis de endividamento, que a agência espera que continue ao longo do 2S24, além de melhoria no desempenho operacional decorrente do foco em eficiências internas (estratégia que capturou mais de R$ 3 bilhões em ganhos em 2023 e no 1S24).

A recuperação do desempenho operacional ainda é apoiada por uma combinação de fatores externos à empresa, como preços mais baixos de grãos e preços mais altos no Brasil e nos mercados de exportação. Isto levou a margem EBITDA consolidada ao nível mais alto desde 2019.

Além disso, as estratégias contínuas de gerenciamento de passivos reduzem o risco de liquidez e aumentam a flexibilidade da empresa para continuar a se concentrar em eficiências operacionais e aproveitar os fundamentos mais favoráveis de oferta e demanda para os mercados de aves e suínos. A BRF conta com forte posição de liquidez, na visão da Moody’s, com saldo de caixa de R$ 11,5 bilhões no final de junho de 2024, e R$ 1,5 bilhão disponível em linhas de crédito comprometidas, que cobrem as amortizações da dívida até 2030, reduzindo o risco de refinanciamento.

Análise XP: 2º trimestre de 2024 

A BRF registrou trimestre sólido, com aumento de 22% na receita líquida no 2T24 (A/A), e margem EBITDA ajustada de 17,6%. Esse desempenho foi impulsionado pelo maior poder de arbitragem em todas as regiões, devido à qualificação de 32 novas plantas no trimestre (totalizando 57 no 1S24), além de taxa de câmbio favorável e maiores volumes de produtos processados, especialmente no mercado Halal.

As melhorias dos indicadores financeiros no 2T24 em relação ao 2T23 refletem a queda nos preços dos grãos, que impactou positivamente o desempenho, levando o EBITDA ajustado a R$ 2,6 bilhões, (+160,5% A/A). A BRF reverteu o prejuízo de R$ 1,3 bilhão no 2T23 para lucro de R$ 1,0 bilhão no 2T24.

É importante destacar que a maior parte do crescimento de volume veio de produtos processados. Isso traz uma visão mista sobre as margens entre produtos in-natura e processados, sugerindo que a margem estrutural da Companhia no Brasil poderia estar abaixo da faixa de 14-15% quando o ciclo se estabilizar. O segmento internacional continuou a se destacar, impulsionado pelo maior poder de arbitragem, resultado das novas habilitações e uma perspectiva favorável de oferta e demanda.

A liquidez corrente melhorou, subindo de 1,10x no 2T23 para 1,45x no 2T24. Além disso, a dívida bruta caiu 7% no 2T24 (A/A). Por fim, é relevante notar que a Companhia não possuía covenants financeiros relacionadas aos seus contratos de empréstimos e financiamentos, o que permite maior flexibilidade financeira.

Fonte

Moody’s

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