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Eleições nos EUA: quais os impactos nos mercados? Com Clifford Young

Cenário de 2024 é marcado por várias reviravoltas no processo eleitoral

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Na edição de 2024 da Expert XP, especialistas em mercados financeiros discutiram os possíveis impactos das eleições nos Estados Unidos sobre a economia global. Clifford Young, presidente de polling da Ipsos nos EUA, Sol Azcune, analista política da XP, e Victor Scalet, estrategista macro da XP, analisaram as tendências políticas e os cenários econômicos que podem surgir a partir dos resultados eleitorais, oferecendo insights valiosos sobre como os investidores devem se preparar para as incertezas que rondam o tema. 

Clifford Young na Expert XP 2024
Clifford Young na Expert XP 2024
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Cenário para 2024

Segundo Cliff Young, as eleições são marcadas por reviravoltas. Era uma eleição monótona e desgastada com dois presidenciáveis conhecidos, Joe Biden e Donald Trump, dois nomes tradicionais. No entanto, a desistência de Biden e o ingresso de sua vice, Kamala Harris, trouxe novos ares para a campanha, tornando o cenário mais imprevisível. Se por um lado, Harris traz novidade e energia de mobilização para os democratas, Donald Trump domina mais os fundamentos da política e ataca tópicos sensíveis para a população americana, especialmente a inflação. A despeito de Harris esteja à frente nas pesquisas, acredita que ainda há certo favoritismo de Trump na disputa. É necessário aguardar algumas semanas até o efeito de novidade.

Além disso, como as eleições presidenciais são indiretas nos Estados Unidos, é fundamental acompanhar as disputas nos estados, disse Young. Para os democratas, as atenções se voltarão para Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, por exemplo. Sobre o Congresso, enxerga vantagem clara dos Republicanos no Senado e maior incerteza sobre a Câmara, cuja maioria será decidida pelo desempenho dos presidenciáveis. Olhando adiante, é essencial acompanhar o desempenho dos dois candidatos no debate de setembro e ver como Harris lidará com um candidato experiente a hábil como Trump.

Impacto nos mercados

Em relação aos impactos sobre mercados, Bruno Waga não acredita qualquer vencedor traga impactos negativos em termos de ativos. O gestor tem uma visão construtiva de longo prazo sobre Estados Unidos. Segundo ele, trata-se de um país com instituições fortes e economia diversificada, pouco alavancada e que cresce consistentemente. Além disso, em termos conjunturais, o mercado já conhece as duas candidaturas e sabe como se antecipar.

Para ele, há dois pontos de atenção. O primeiro é o desejo de Harris de aumentar novamente o imposto corporativo de 21% para 28%. Mesmo sendo relevante para as empresas, não é tão detrator de lucros no longo prazo. No caso de Trump, preocupa o aumento de impostos sobre importação.

Por fim, sobre os setores da bolsa americana, Waga diz que empresas ligadas ao setor de energia renovável seriam beneficiadas sob gestão democrata. O setor de Defesa não é tão claro, visto que a retórica do Trump é contra o financiamento de guerras. No entanto, dada a ‘guerra fria’ atual com a China, vê possibilidade de manutenção de fortes investimentos militares sob os Republicanos. Sobre os setores de tecnologia e bancário, o gestor acredita que sejam beneficiados sob Trump, devido a menor interferência regulatória. Por fim, sobre o setor de varejo, há debate: no caso da Harris, aumentar taxas corporativas geraria impacto forte, enquanto a alta de impostos de importação penalizaria as companhias. 

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