CBA (CBAV3): Feedback do evento sobre descarbonização

https://youtu.be/J-h8x9X4HWU?t=1130

O metal escolhido para a transição energética? Explorando o potencial do alumínio verde

Ontem, participamos do evento da CBA focado no papel do alumínio na transição para a energia limpa, que contou com a presença do Sr. Luciano Alves (CEO) e demais lideranças da empresa. As principais mensagens foram: (i) conquistando a liderança de baixo carbono através da produção de alumínio; (ii) perspectiva de demanda positiva impulsionada pela descarbonização; e (iii) combatendo a pegada de carbono nas cadeias de valor. De modo geral, o evento mostrou a estratégia da CBA para liderar a indústria de alumínio rumo a um futuro mais verde, conforme descrito na nossa última nota sobre a empresa (link). Temos uma recomendação de Compra para a CBAV3, com preço-alvo de R$ 9,0/ação.

Conquistando a liderança de baixo carbono através da produção de alumínio. Com o objetivo de aumentar a capacidade de produção com produtos mais 'verdes', o Sr. Alves destacou a liderança da CBA em:

(i) Alumínio de baixo carbono: Com 100% da produção sendo de baixo carbono, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da CBA são aproximadamente 4x menores do que a média global e cerca de 5x menores do que as dos produtores que usam usinas de energia movidas a carvão (principalmente na China, com o país responsável por 60% da oferta global). Com a meta de reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2030, a CBA mantém atualmente uma pegada de carbono menor do que 4,0 tCO2e/t, o que a coloca no primeiro quartil a nível global. Além disso, o Sr. Alves também apresentou o novo selo de alumínio sustentável da CBA, o Alennium, que identifica (e comunica) os produtos feitos com alumínio de baixa pegada de carbono.

(ii) Reciclagem de sucata de alumínio: A CBA é uma das principais recicladoras de sucata de alumínio do Brasil, o que contribui para sua baixa pegada de baixo carbono - como referência, as emissões provenientes do alumínio reciclado são menores que 1 tCO2/t (vs. média global de 12 tCO2/t para alumínio¹ primário). Para expandir a capacidade de reciclagem de sucata pós consumo, o Sr. Alves destacou a aquisição da Alux do Brasil em 2022, bem como sua tecnologia proprietária, ReAI, para reciclagem de embalagens usando processos químicos.

(iii) Geração de energia renovável: A CBA opera 21 usinas hidrelétricas e 2 parques eólicos, com capacidade instalada suficiente para atender a 100% do consumo de energia para sua produção de alumínio. De acordo com executivos da empresa, a refinaria da CBA utiliza biomassa como substituto do gás natural e do óleo combustível, apresentando, assim, a menor taxa de emissão do mundo por tonelada métrica de alumina (0,22 tCO2e/t).

Perspectiva de demanda positiva impulsionada pela descarbonização. Uma combinação de políticas de descarbonização, aumento da produção de veículos elétricos (EV) e uma ampliação de capacidade instalada de energia renovável foram mencionados como os principais impulsionadores da demanda global por alumínio². Além das aplicações tradicionais, a maior procura por produtos mais sustentáveis está abrindo espaço para novas aplicações, incluindo: (i) uso em estrutura de painéis solares; (ii) substituição do cobre em redes de energia; e (iii) substituição de componentes tradicionalmente feitos de aço em veículos, com sua natureza leve (3x mais leve que o aço) como característica chave para ajudar a reduzir o peso do veículo e, consequentemente, as emissões do setor de transporte.

Combatendo a pegada de carbono nas cadeias de valor. O Sr. Alves enfatizou o papel da CBA na promoção de uma cadeia de valor sustentável, destacando seu programa de suprimentos guiado por uma política ESG e o desenvolvimento de pequenos fornecedores como exemplos principais. Por fim, a empresa também implementou um 'passaporte digital', que permite os consumidores finais acompanharem a pegada de carbono completa do alumínio, incentivando a implementação de novas iniciativas em toda a cadeia de valor.

¹ de acordo com dados de inteligência de emissões da empresa de consultoria global CRU;

³ de acordo com a CRU, a demanda global de alumínio aumentará 40%, passando de 86Mt em 2020 para 120Mt em 2030E;