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Política monetária nos EUA: O Fed manteve a taxa de juros em 5,5% em março

O Fed manteve a taxa de juros de referência no intervalo de 5,25%-5,5%. Vemos o Fed cortando as taxas pela primeira vez em julho, porém o nível de incerteza segue elevado.

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Comunicado

Conforme amplamente esperado, o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos (FOMC, sigla em inglês) manteve a taxa de juros de referência no intervalo de 5,25%-5,5% pela quinta reunião consecutiva. Os juros estão neste nível desde julho de 2023. O comunicado permaneceu praticamente inalterado, conforme esperado.

O Fed continua realizando o quantitative tightening – uma ferramenta de intervenção na economia com o objetivo de retração monetária, ou seja, visando a retirada de reservas financeiras em circulação no mercado. No entanto, o Comitê discutiu que em breve seria apropriado diminuir a velocidade em que esse processo está ocorrendo.

Projeções dos membros

Em relação ao resumo das projeções econômicas (SEP, na sigla em inglês), as revisões dos membros do FOMC passaram uma mensagem ligeiramente mais cautelosa em relação ao processo de desinflação e flexibilização monetária. A projeção mediana da taxa de fundos federais para 2024 permaneceu em 4,6%, sugerindo redução de 0,75 p.p. ao longo deste ano. No entanto, se mais um dirigente aumentasse sua projeção, seria o suficiente para subir a mediana em 0,25 p.p.. Para 2025, a mediana aumentou de 3,6% para 3,9%, enquanto a projeção para 2026 – que reflete a visão do FOMC sobre o nível neutro de curto prazo – aumentou de 2,9% para 3,1%. De alta relevância, a projeção para a taxa de juros de longo prazo aumentou marginalmente de 2,5% para 2,6%, o que significa que mais membros acreditam que o nível neutro para a taxa de juros no longo prazo aumentou.

As projeções para o crescimento do PIB do ano corrente aumentaram consideravelmente de 1,4% para 2,1%, e para 2025, aumentaram de 1,8% para 2,0%. Enquanto isso, a projeção da taxa de desemprego permaneceu praticamente estável em 4,0% para 2024 e 4,1% em 2025. Apesar do aumento na taxa de desemprego nos dados de fevereiro, parece que o Fed continua acreditando que o mercado de trabalho permanecerá apertado até o final do ano. Por fim, a projeção de inflação medida pelo deflator das despesas de consumo pessoal (core PCE, em inglês) aumentou de 2,4% para 2,6% para 2024, refletindo as últimas surpresas altistas nos indicadores de preços. Mesmo assim, as projeções para 2025 e 2026 permaneceram inalteradas em 2,2% e 2,0%, respectivamente, sugerindo que as leituras de inflação no início do ano não mudaram a confiança do FOMC sobre a convergência da inflação para a meta.

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Nossa visão

Na coletiva de imprensa, no entanto, sentimos que o presidente do Fed, Jerome Powell, transmitiu uma mensagem um tanto otimista sobre a normalização da economia, ao mesmo tempo em que transmitiu um alto nível de incerteza. Foi mencionado que o Fed espera começar a flexibilizar a política monetária em algum momento deste ano, à medida que o conselho vê progresso contínuo no processo de desinflação. O momento do primeiro corte não foi sinalizado em nenhum sentido. Parece que os dados de inflação de janeiro e fevereiro, de fato, não mudaram a confiança da autoridade monetária quanto ao processo de desinflação, e seu foco está em trazer a inflação de volta à meta “ao longo do tempo”. Isto significa que ainda há um alto nível de incerteza sobre quanto tempo levará para a inflação convergir sustentavelmente para a meta. Enquanto isso, Powell mencionou que dados fortes do mercado de trabalho por si só não deveriam adicionar pressão sobre preços, porém dados de empregos mais fracos possam ser um dos gatilhos cortes.

No geral, achamos que o SEP passou uma mensagem relativamente pessimista, enquanto a coletiva de imprensa do Powell foi relativamente otimista. Em relação à reação do mercado, os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 2 anos caíram cerca de 5 pontos base (ou seja, uma reação otimista).

Quanto à nossa projeção, vemos o Fed cortando as taxas pela primeira vez em julho, enquanto a precificação do mercado sobre o primeiro corte está dividida entre junho e julho. Acreditamos que o Fed provavelmente reduzirá as taxas em 0,25pp por reunião até atingir 4,5% no final do ano, embora dados desfavoráveis possam facilmente convencê-los a cortar a cada duas reuniões no início do ciclo de flexibilização. O banco central deve continuar cortando até atingir entre 3,0%-3,5% em 2025, nível que consideramos o novo nível neutro. Dito isso, as incertezas seguem elevadas, e as expectativas sobre o ciclo de flexibilização provavelmente permanecerão muito sensíveis aos dados.

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