Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE registrando queda de -1,0% e -0,38%, respectivamente.
• No Brasil, (i) segundo relatório da Climate Bonds Initiative (CBI), o mercado de dívida sustentável brasileiro no primeiro semestre de 2022 teve quase 20% dos recursos captados nas emissões utilizados para financiar as atividades de agricultura, pecuária e silvicultura, que estão incluídas no segmento de Uso da Terra, refletindo a crescente importância das práticas agrícolas sustentáveis no país; e (ii) de acordo com estudo realizado pela consultoria Bain & Company, a amônia verde, feita a partir do hidrogênio verde, tende a substituir parte ou até mesmo todo o insumo importado pelo Brasil em algum momento entre 2035 e 2050, possuindo tanto vantagens econômicas quanto ambientais.
• Na COP28, o BID Invest e a IFC, integrante do Grupo Banco Mundial, assinaram um acordo para trabalhar em conjunto com o Banco da Amazônia, visando facilitar a colaboração de investimento entre as três instituições para promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica no Brasil, por meio do programa Amazônia Sempre.
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Brasil
Empresas
Emissões de dívida 'verde' do Brasil caíram no primeiro semestre
"O mercado de dívida sustentável brasileiro alcançou, de maio de 2015 até o fim do primeiro semestre deste ano, um volume acumulado de US$ 33,3 bilhões. O montante tornou o Brasil o terceiro maior emissor desse tipo de operação na região da América Latina e do Caribe, atrás de Chile e México, cujas carteiras estão em US$ 47,7 bilhões e US$ 42 bilhões, respectivamente, segundo relatório da Climate Bonds Initiative (CBI), que será divulgado hoje. Mesmo assim, os dados mostram que o mercado está em queda. O melhor desempenho foi em 2021, com US$ 13,5 bilhões em emissões sustentáveis. Os volumes diminuíram em 2022, para US$ 7,2 bilhões, e ficaram em US$ 2,5 bilhões de janeiro a junho de 2023. Quase 20% dos recursos captados nas emissões brasileiras foram utilizados para financiar as atividades de agricultura, pecuária e silvicultura, que estão incluídas no segmento de Uso da Terra. “Isso reflete a crescente importância das práticas agrícolas sustentáveis no país”, diz relatório da CBI. A produção de Energia Renovável, que engloba parcela da bioenergia, também ligada ao agro, representou 57% do mercado. Esses são os dois principais segmentos que acessam esse tipo de finanças.”
Fonte: Globo Rural, 06/12/2023
Petróleo ainda vai ser usado pelas próximas quatro décadas, afirma Prates
"Em entrevista exclusiva ao Valor, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tenta desfazer o mal-estar criado pela informação de que ele estudava abrir uma subsidiária da empresa no Oriente Médio, dada por ele durante a COP 28, a cúpula do clima em Dubai. Chamado de “cabeça fértil” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo, em Dubai, Prates detalha como pretende fazer com os árabes uma parceira na área de fertilizantes. E diz que não mencionou o nome Petrobras Arábia ao petista, mas falou com ele em “investimentos cruzados” durante a escala da comitiva presidencial pela Arábia Saudita, antes de desembarcar nos Emirados Árabes. Prates estima que o mundo continuará utilizando o petróleo ao menos pelas próximas quatro décadas - argumento com o qual defende os investimentos em novos poços. E diz que a transição energética na Petrobras também deve levar algum tempo. Segundo ele, a empresa atingirá o pico de sua produção petrolífera em 2030, antes de declinar. E calcula que, em 20 ou 25 anos, o portfólio de energia limpa da empresa deverá equivaler ao de petróleo.Prates rebate críticas sobre contradições entre a agenda ambiental e a realização da COP 28 nos Emirados Árabes, uma rica nação petroleira. Ele rechaça a alegação de que o sultão Al Jaber, presidente da COP e CEO da estatal Adnoc, uma das maiores petrolíferas do mundo, esteja fazendo “greenwashing” - maquiagem para dar um ar “sustentável” ao setor cujo produto é o maior responsável pelo aquecimento do planeta.”
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2023
PF reforça investigação sobre afundamento em Maceió, com executivos da Braskem entre os alvos
"A Polícia Federal (PF) reforçou as investigações sobre o afundamento do solo causado pela exploração de sal-gema pela Braskem em Maceió. O inquérito foi aberto ainda em 2019, mas a equipe que atua no caso foi ampliada diante da iminência do colapso da mina 18, no bairro de Mutange. Segundo o Valor apurou, executivos e ex-executivos da petroquímica estão entre os alvos do inquérito. O caso corre sob sigilo e é considerado prioridade pela atual gestão da PF, que atua para dar um desfecho célere às investigações. Em nota, a Polícia Federal afirmou que criou um grupo de trabalho para atuar em Alagoas composto por policiais federais das mais diversas áreas, como geólogos, engenheiros, biólogos, entre outros. O reforço na equipe aconteceu em março e coincide com a chegada da nova superintendente regional, delegada Luciana Barbosa, que assumiu o caso. Os crimes apurados são de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos. A PF aponta ainda que a completa elucidação dos fatos depende de mais diligências, especialmente a conclusão de perícias que estão em andamento. Também em nota, o Ministério Público Federal (MPF) de Alagoas afirmou que acompanha o caso, mas que, a responsabilização criminal segue requisitos diferentes da responsabilização civil, e por isso é necessário esperar que a PF conclua as investigações para se manifestar.”
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2023
Mercado autorregulado e sustentável
"O que acontece quando o mercado decide estabelecer regras para si próprio, supervisionar a si mesmo e impor penalidades àqueles que não cumprirem as normas? A história mostra que o resultado é um ambiente negocial mais saudável, que oferece segurança e previsibilidade a todo o ecossistema. Por consequência, são criadas condições propícias ao crescimento sustentado, com um círculo virtuoso em que ganham todos os agentes, incluindo o investidor. No caso específico do mercado de capitais brasileiro, a prática atende pelo nome de autorregulação e existe há 25 anos, quando foi lançado o primeiro código de boas práticas da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Desde então, esse mecanismo ganhou legitimidade e reconhecimentos nacional e internacional. Hoje, são seis códigos em vigor, seguidos voluntariamente por cerca de 1.300 instituições que representam quase que a totalidade do mercado. São vários os diferenciais da autorregulação, a começar pelo caráter voluntário, tanto de quem trabalha na elaboração das regras como das instituições que se dispõem a segui-las. Também são voluntários os membros que compõem os conselhos, órgãos responsáveis por julgar os casos de inconformidade. A transparência dos processos de fiscalização, criados para supervisionar o cumprimento das regras, também contribui para o êxito do modelo.”
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2023
Dependência externa de insumo para adubo pode cair com amônia verde
"A amônia verde, feita a partir do hidrogênio verde, tende a substituir parte ou até mesmo todo o insumo importado pelo país em algum momento entre 2035 e 2050, com vantagens econômicas e ambientais, nas projeções da consultoria Bain & Company. “As curvas de custos mostram uma tendência muito forte de aumento da competitividade da amônia verde em relação à amônia cinza e essas curvas tendem a se cruzar rapidamente”, diz António Farinha, sócio e líder da prática de utilities & renewable da Bain na América do Sul. O Brasil é grande dependente da amônia, insumo que integra a fórmula de fertilizantes agrícolas. O custo potencial de produção de amônia verde no Brasil pode ficar abaixo de US$ 600 por tonelada nos próximos anos, reforça Wagner Costa, especialista em energia, recursos naturais, petróleo, gás e química da consultoria. Para comparação, os preços futuros de amônia cinza, produzida a partir de gás natural, carvão e outras fontes não renováveis, têm flutuado entre US$ 600 e US$ 1.000. Até 2030, o potencial de oferta de amônia verde para a produção de fertilizantes nitrogenados no país tende a se aproximar de 6 milhões de toneladas anuais, demandando US$ 25 bilhões em investimentos, nos cálculos da consultoria. até 2050 serão 20 milhões de toneladas e US$ 90 bilhões, respectivamente. No mesmo período, a Bain vê potencial para investimentos de mais US$ 30 bilhões para produção de 7 milhões de toneladas destinadas ao mercado externo, numa reviravolta em relação à dependência observada hoje.”
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2023
Letrus capta R$ 36 milhões para expandir letramento via inteligência artificial
"Para levar mais longe seu sistema de letramento de crianças e adolescentes com uso de inteligência artificial, a startup de educação Letrus acaba de fechar uma rodada de captação de R$ 36 milhões. A operação foi liderada por duas gestoras de venture capital, a brasileira Crescera Capital e a americana Owl Ventures, referência em tecnologia na educação. O aporte também reuniu a Altitude Ventures, da Península, o family office de Abilio Diniz; as fundações Lemann e VélezReyez+, ambas focadas em ; o BID Labs, braço de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e investidores-anjo. Os valores individuais dos cheques não foram divulgados, mas variam de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões entre os investidores principais. Um terço dos R$ 36 milhões deve ser investido em marketing produção de conhecimento e para buscar uma aproximação maior com as escolas, diz o CEO da startup, Thiago Rached. “Trabalhamos com uma causa, o letramento, que tem pouco conteúdo relevante produzido”, afirma ele. “Além disso, é importante levar conhecimento para o público que queremos alcançar, como secretarias de educação, redes privadas e escolas, por meio de eventos para falar de letramento, de tecnologia.”.”
Fonte: Capital Reset, 07/12/2023
BNP Paribas amplia setores financiados com restrição de emissões de CO2
"O banco francês BNP Paribas está ampliando a gama de setores para os quais os empréstimos e financiamentos terão metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. A ideia é limitar a poluição indireta do banco, ou seja, a emissão de empresas que o banco financia. A instituição já tem, por exemplo, meta de reduzir 30% as emissões da carteira de empresas de geração de energia, 10% de óleo e gás, 25% de automóveis, 10% de alumínio, 25% de aço e 24% de cimento, em nível global. Em breve, o banco, em nível global, vai anunciar metas também para aviação, agricultura, mercado imobiliário (real estate) e navegação. A informação foi dada em almoço de executivos do banco com jornalistas nesta terça-feira (05). A redução é medida em toneladas de gás carbônico (CO2) equivalente emitida. O cálculo considera as emissões de cada setor e a exposição de sua carteira de crédito a eles, compara com a média da indústria e o grau de dificuldade ou facilidade que aquele setor tem. Marcello Chiaro, diretor de planejamento estratégico do BNP Paribas Brasil explica que essas metas foram submetidas ao escrutínio do Science Based Target (Sbt), que as avalia sob a ótica de efetividade para ajudar no combate ao aquecimento global. Também é parte da estratégia da instituição na Net-Zero Banking Alliance, grupo de bancos que assumiu o compromisso de ter um portfólio de crédito neutro em carbono até 2050.”
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2023
Política
Banco da Amazônia faz acordo internacional para financiar desenvolvimento sustentável
"O BID Invest, membro do Grupo BID, e a IFC, integrante do Grupo Banco Mundial, assinaram um acordo para trabalhar em conjunto com o Banco da Amazônia. A decisão deve facilitar a colaboração de coinvestimento entre as três instituições para promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica no Brasil, por meio do programa Amazônia Sempre, do BID (0 Banco Interamericano de Desenvolvimento). O documento foi assinado em Dubai, durante a COP28. As instituições vão colaborar no trabalho de identificação de potenciais projetos. Com isso, a ideia é garantir o alinhamento com as estratégias, políticas e objetivos de desenvolvimento regional de cada parceiro. O acordo pretende encontrar sinergias que impulsionem o crescimento econômico inclusivo e sustentável na Amazônia no Brasil, segundo nota à imprensa. De acordo com o Memorando de Entendimento, as três instituições farão a parceria para gerar escala em empreendimentos que sejam social, ambiental e economicamente sustentáveis, dando tração a atividades produtivas inclusivas que promovam a conservação e a restauração do bioma Amazônico e redução das desigualdades sociais e regionais. Os esforços vão se concentrar no benefício das comunidades locais, na utilização dos recursos naturais, na construção de resiliência no Caribe por meio de infraestruturas sustentáveis, em estratégias robustas de financiamento do risco de catástrofes, e na transformação digital.”
Fonte: Exame, 06/12/2023
Internacional
Empresas
Reino Unido proíbe anúncios de três companhias aéreas sobre meio ambiente
"O órgão de fiscalização do setor de propaganda do Reino Unido proibiu os anúncios de três companhias aéreas como parte de uma medida restritiva às empresas que exageram suas credenciais ambientais. A Advertising Standards Authority (ASA) disse nesta quarta-feira que os anúncios veiculados recentemente pela Air France, Lufthansa e Etihad no Google violam o código de propaganda do Reino Unido ao “transmitir uma impressão enganosa sobre o impacto ambiental do anunciante”. O anúncio da Air France dizia que a companhia “está empenhada em proteger o meio ambiente: viaje melhor e de forma sustentável”, mas a ASA disse que não encontrou “nenhuma evidência que demonstre que a Air France está protegendo o meio ambiente e tornando a aviação sustentável”. No caso da Lufthansa, a autoridade reguladora disse que a companhia não explicou adequadamente uma afirmação em seu anúncio, de que os clientes poderiam “voar de forma mais sustentável”. A companhia aérea disse que isso foi uma referência à sua opção “tarifas verdes”, que oferece aos passageiros a chance de eles reduzirem seu impacto ambiental por meio de uma mistura de combustíveis mais limpos e compensações de carbono.”
Fonte: Valor Econômico, 06/12/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)
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