Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em alta, com o IBOV e o ISE subindo +0,42% e +0,63%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a Petrobras anunciou na noite de ontem seu novo plano estratégico para os investimentos a serem feitos entre 2024 e 2028, após aprovação do conselho da companhia de um orçamento de US$102bi para o período - do montante, US$11,5bi serão destinados para a área considerada de baixo carbono pela companhia, mais que o dobro dos US$4,4bi aprovados no ano passado e 11% do investimento total, com a maior parte indo para fontes limpas de energia; e (ii) de olho em governança, o Bradesco anunciou a mudança de seu comando, nomeando Marcelo Noronha, vice-presidente de varejo, para a presidência do banco no lugar de Octavio de Lazari Jr - com a mudança, Lazari passará a integrar o conselho de administração do banco.
• Na política, de acordo com o principal diplomata climático do Brasil, André Correa do Lago, o país vai propor um grande fundo para a conservação das florestas tropicais na cúpula das Nações Unidas COP28, que começa no final deste mês em Dubai - este mecanismo de financiamento seria o mais recente em uma série de fundos ambientais multilaterais, que canalizam dinheiro dos países ricos para ajudar as nações em desenvolvimento a conservar as florestas tropicais.
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Brasil
Empresas
Bradesco muda comando após ano difícil
"O Bradesco anunciou nesta quinta-feira uma mudança de comando após um ano de resultados ruins. Marcelo Noronha, vice-presidente de varejo, vai assumir a presidência do banco no lugar de Octavio de Lazari Jr. A substituição ocorre após um 2023 difícil para a instituição financeira. Os resultados do Bradesco neste ano foram influenciados pela alta da inadimplência, que afetou fortemente sua base de clientes. O banco também foi o mais atingido pela crise da Americanas, pois era o credor com maior exposição à varejista. Segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira, a indicação de Noronha “decorreu da sua vasta experiência profissional, adquirida ao longo de mais de 38 anos no mercado financeiro, 20 dos quais dedicados à Organização Bradesco”. Com a mudança, Lazari passará a integrar o conselho de administração do Bradesco — a indicação será submetida ao Banco Central, como é praxe. Por enquanto, o executivo continuará integrando os comitês de assessoramento do colegiado. Noronha, de 58 anos, é formado em administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com especialização em finanças pelo IBMEC e em programa de gestão do Instituto de Estudios Empresariales (Iese) da Universidade de Navarra, em Barcelona. O executivo trabalhou BBVA até 2003. Foi presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) entre 2013 e 2017. No Bradesco, passou por todos os cargos de diretoria. No início deste ano, passou à vice-presidência de varejo, depois de ter ocupado a vice-presidência de atacado.”
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Petrobras destina US$ 11,5 bi para baixo carbono em novo plano
"A Petrobras anunciou na noite desta quinta-feira seu novo plano estratégico para os investimentos a serem feitos entre 2024 e 2028. O conselho da companhia aprovou um orçamento de US$ 102 bilhões para o período, um valor 31% maior em comparação com o plano anterior e dentro da expectativa do mercado. Do montante, US$ 11,5 bi serão destinados para a área considerada de baixo carbono pela companhia – mais que o dobro dos US$ 4,4 bi aprovados no ano passado. Em termos percentuais, isso equivale a 11% do investimento total. A previsão é que essa participação chegue a 16% em 2028. A maior parte vai para fontes limpas de energia: US$ 5,2 bi para energia eólica e solar; US$ 300 milhões para hidrogênio, captura de carbono e para investimentos de venture capital; e US$ 1,5 bilhão para biorrefino. Outros US$ 3,9 bi serão destinados à descarbonização das suas próprias operações, com foco na redução das emissões diretas (escopo 1) e associadas à eletricidade usada no processo (escopo 2), e no fundo de descarbonização. Pesquisa e desenvolvimento na área de baixo carbono levou US$ 700 milhões. Mas a maior parte das emissões da Petrobras se concentra no chamado escopo 3, que corresponde ao uso do óleo e gás por seus clientes. Esse é o primeiro plano aprovado na atual gestão. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À frente da recém-criada diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim já havia informado que a estratégia da estatal para entrar em renováveis deve se basear em parcerias no Brasil e no exterior.”
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Política
Brasil proporá mega fundo para conservação de florestas na cúpula do clima COP28
"O Brasil planeja propor um "enorme" fundo para pagar pela conservação das florestas tropicais na cúpula das Nações Unidas Nações Unidas COP28, que começa no final deste mês em Dubai mês em Dubai, disse o principal negociador climático do país na quinta-feira. Esse possível mecanismo de financiamento, não relatado anteriormente, seria o mais recente em uma proliferação de fundos ambientais multilaterais. No ano passado, os países concordaram em estabelecer um fundo gigante dedicado à biodiversidade e outro para pagar pela destruição causada pela mudança climática. Os fundos canalizam dinheiro dos países ricos para as nações pobres em desenvolvimento pobres em desenvolvimento que lutam para pagar por seus esforços ambientais. O Brasil é a maior nação de floresta tropical do mundo e contém cerca de 60% da floresta amazônica. Ela é considerada vital para conter as mudanças climáticas e proteger espécies vegetais e animais únicas. O Brasil apresentou a ideia de um fundo de conservação de florestas tropicais na quinta-feira em uma reunião com ministros de sete outros países da floresta amazônica países da floresta amazônica, de acordo com o principal diplomata climático do Brasil André Correa do Lago. "Trata-se de uma proposta conceitual com o objetivo de criar um fundo para ajudar a para ajudar a conservar as florestas tropicais em todo o mundo... em 80 países", disse disse Correa do Lago. Ele disse que a proposta não está finalizada e que o Brasil está buscando apoio e sugestões de outras nações com florestas tropicais.”
Fonte: Reuters, 23/11/2023
Governo oficializa volta de tributação sobre elétricos importados a partir de janeiro
"O governo federal oficializou nesta quinta-feira, por meio do Diário Oficial da União (DOU), a volta a partir de janeiro de 2024 da tributação sobre eletrificados importados. A decisão foi tomada há duas semanas pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex). “A volta da tributação dos eletrificados – que eram isentos desde 2015 – visa desenvolver a cadeia automotiva nacional neste setor, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neoindustrialização do país, cujas bases são a inovação, a sustentabilidade e o fortalecimento do mercado interno, com geração de emprego e renda”, disse o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) em comunicado publicado nesta quinta-feira. Os percentuais de tributação e as cotas para importação seguem os mesmos da resolução publicada pelo Gecex há duas semanas."
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Marina diz que governo prepara mecanismo que pagará por hectare preservado
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira que o governo federal está trabalhando em um instrumento "para manter a floresta em pé". O mecanismo envolveria uma espécie de pagamento por hectare preservado e foi desenvolvido pelos ministérios do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Fazenda. Além disso, terá o envolvimento de uma instituição financeira multilateral. A ideia é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncie o mecanismo em breve. “Estamos nos ajustes finais para que ele possa anunciar”, disse Marina no evento Agenda Ambiental - 2º Seminário de Avaliação e Melhoria do Gasto Público, promovido pelo governo federal. Marina afirmou ainda que a pasta, junto com outros nove ministérios, está elaborando um plano de prevenção e enfrentamento de eventos climáticos extremos. Segundo a ministra, em um primeiro eixo, emergencial, a ideia é declarar emergência climática em áreas de 1.038 municípios. Nessas regiões, vivem 10 milhões de pessoas. "Nós estamos avaliando com todos os cuidados, transparência, compliance, decretar emergência climática nos 1.038 municípios. Essa emergência é para que a gente possa contar com o orçamento constante", disse. De acordo com ela, o decreto envolveria outros órgãos, como o Ministério Público (MP). O objetivo é “que a gente possa, com poucos recursos financeiros, dar conta de algo dessa magnitude”. Já em um segundo eixo, estruturante, seriam realizados treinamentos, instalados sistemas de alerta e realizadas intervenções para que não haja “perdas fatais”.”
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Randolfe: PL dos defensivos agrícolas teve ajustes e é possível avançar no tema
"O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), afirmou, nesta quinta-feira (23), que o projeto de lei (PL) dos defensivos agrícolas teve ajustes e admitiu a possibilidade de o tema avançar. "Vamos escutar todas as áreas do governo, especialmennte o Ministério do Meio Ambiente. Eu tenho muita confiança na construção que tem sido feita na Comissão de Meio Ambiente. Evoluindo em relação a um acordo, nós vamos procurar avançar inclusive mudando o nome dele. É possível avançar no tema", declarou Randolfe, reconhecendo que o PL deve ser votado na próxima quarta-feira. Já com relação ao marco temporal de terras indígenas, também caro à bancada ruralista, Randolfe disse que o governo trabalhará para manutenção do veto. "O governo tem posição sobre o marco temporal e vai sustentar essa posição pela manutenção do veto", afirmou. O líder reconheceu que essa não é a posição do Congresso. "Na Câmara foi aprovado por mais de 300 votos e, no Senado, também teve uma maioria significativa. Essa é a posição do Congresso. É assim que funciona a democracia", disse o líder."
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Brasil criará instâncias de combate à fome e às mudanças climáticas no G20, diz Mauro Vieira
"O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, detalhou nesta quinta-feira o cronograma de reuniões e eventos que serão realizados ao longo de 2024 visando a realização da cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. O evento está marcado para novembro de 2024 no Rio de Janeiro. Segundo o chanceler, a presidência brasileira do G20, que começa oficialmente na próxima semana, vai lançar duas instâncias no colegiado, uma dedicada ao combate à fome e a segunda, às mudanças climáticas. “Acabar com a fome no mundo até o final desta década e combater a mudança do clima, tendo sempre em mente os interesses dos países em desenvolvimento. Em ambos os casos, entendemos que o G20 está bem posicionado para dar uma contribuição efetiva”, disse Vieira ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No dia 11 de dezembro, de acordo com o ministro, começam a ser negociadas as declarações e atos a serem adotados na cúpula do Rio, marcada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024. Os 15 grupos de trabalho definidos terão encontros durante todo o ano que vem. Entre janeiro e fevereiro, técnicos vão conversar por videoconferência para iniciar o alinhamento das declarações. Entre março e junho, as reuniões técnicas serão presenciais e ocorrerão em várias regiões do Brasil. Os encontros ministeriais começam em agosto e também serão espalhados pelo país.”
Fonte: Valor Econômico, 23/11/2023
Emissões de carbono do Brasil caem 8% em 2022
"Com a redução do desmatamento e a menor necessidade de acionar usinas termelétricas movidas a gás por causa das chuvas abundantes, as emissões brutas de gases de efeito estufa brasileiras caíram 8% no ano passado em relação a 2021. O controle da devastação é de longe a medida mais importante que o país tem a tomar na frente climática. Segundo os autores do levantamento, caso seja cumprida a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de zerar o desmatamento até o fim desta década, o Brasil poderia praticamente dobrar seu compromisso nacional de corte de emissões até 2030. As informações fazem parte da 11ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgado na manhã desta quinta-feira. Em números absolutos, foram emitidas 2,3 bilhões de toneladas de carbono equivalente (GtCO2e), ante 2,1 bilhões no ano anterior. Levando em consideração as emissões líquidas, que descontam a absorção de carbono por florestas secundárias e unidades de conservação, a redução foi de 11%: de 1,9 GtCO2e para 1,7 GtCO2e. Esta é a métrica que o país adota em suas NDCs, como são chamados os compromissos nacionais perante a Convenção do Clima da ONU. No início deste mês o governo formalizou a correção da “pedalada climática” da gestão Bolsonaro. A meta atual do país, hoje, é limitar as emissões líquidas a 1,3 GtCO2e por ano em 2025 e a 1,2 GtCO2e em 2030.”
Fonte: Capital Reset, 23/11/2023
Internacional
Empresas
Fidelity International levanta US$ 700 milhões em seu primeiro fundo mútuo de títulos da China
"A Fidelity International obteve 5 bilhões de yuans (US$ 700 milhões) de investidores para seu primeiro fundo mútuo de renda fixa na China, aprofundando o envolvimento da gestora de ativos no mercado de fundos mútuos de US$ 3,8 trilhões. A diretora administrativa da Fidelity na China, Helen Huang, disse à Reuters em uma entrevista que a empresa está fazendo lobby junto aos órgãos reguladores chineses para que flexibilizem as rigorosas regras de segurança de dados e permitam o compartilhamento de pesquisas entre fronteiras, de modo que a Fidelity possa utilizar melhor suas crescentes capacidades no país. O fundo de títulos - o segundo produto de fundo mútuo da Fidelity na China - levantou a quantia principalmente de investidores institucionais em um período de subscrição reduzido de três semanas, informou a gestora de dinheiro. O setor de fundos mútuos da China está repleto de mais de 150 participantes, inclusive estrangeiros, como BlackRock (BLK.N), Schroders (SDR.L) e JPMorgan Asset Management. "O tamanho da captação de recursos é bastante encorajador", devido à concorrência acirrada no mercado local e ao histórico limitado da Fidelity na China, disse Huang, que dirige a unidade de fundos mútuos da Fidelity International na China, que tem dois anos de existência. Mais de 200 produtos de títulos foram lançados na China este ano, que levantaram 2,28 bilhões de yuans em média. O rival Neuberger Berman levantou 4 bilhões de yuans em seu primeiro produto de títulos na China, em março. O novo fundo investe principalmente em títulos públicos, e a Fidelity International pretende ampliar gradualmente sua oferta de renda fixa na China para incluir investimentos em títulos corporativos, títulos verdes e até mesmo conversíveis, disse Alvin Cheng, gerente de portfólio da FIL Fund Management (China) Co Ltd, a unidade da China.”
Fonte: Reuters, 23/11/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)
Unipar (UNIP3) e Braskem (BRKM5): Entendendo os desafios (e oportunidades) do setor petroquímico no Brasil(link)
Smart Fit (SMFT3): O segredo para progredir é dar o primeiro passo(link)
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Cosan (CSAN3): Principais destaques ESG do Investor Day(link)
Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)
ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)
1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)
Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)
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