Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou a semana passada em território neutro, com o IBOV andando de lado (+0,1%) e o ISE registrando leve queda de -0,4%. Já o pregão de sexta-feira fechou com o IBOV e ISE recuando -1,28% e -2,5%, respectivamente.
• No Brasil, o desenvolvimento da agenda ESG na indústria de fundos de investimentos ganhou um reforço relevante com a publicação da Resolução CVM 175, o novo marco regulatório do setor com artigos específicos sobre o tema - focadas nos fundos sustentáveis, as regras visam dar transparência para o investidor e evitar o “greenwashing”.
• No internacional, (i) de acordo com um estudo realizado pela consultoria Infosys, a cada 10% de aumento nos investimentos para a agenda ESG, corporações podem perceber um crescimento de 1% em seus lucros - o levantamento ouviu mais de 2,5 mil executivos e gerentes de empresas do mundo todo com faturamento acima de US$500 milhões por ano; e (ii) a presidência da COP28, juntamente com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e a Aliança Global de Renováveis, fizeram um apelo para que os governos tripliquem a capacidade de energia renovável até 2030, como parte dos esforços para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius – países como China, Estados Unidos e Índia esperam chegar a um acordo sobre o aumento da capacidade durante a conferência.
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Brasil
Empresas
CVM reforça critérios para evitar ‘greenwashing’
"O desenvolvimento da agenda ESG na indústria de fundos de investimentos ganhou um reforço relevante com a publicação da Resolução CVM 175, o novo marco regulatório do setor, que tem artigos específicos sobre o tema. As regras para os fundos sustentáveis vêm na esteira de outras iniciativas que fomentam esse ecossistema e incluem a autorregulamentação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de 2021, que acaba de ser ampliada para novos fundos, e também outra iniciativa da associação, um manual de boas práticas nas emissões de títulos verdes. O movimento visa dar transparência para o investidor e evitar o “greenwashing”, isto é, o uso indevido de termos como fundo ‘verde’ ou ‘sustentável’, sem que de fato ele cumpra critérios mínimos. Na visão geral, as medidas ajudam a endereçar o tema, mas a maior oferta de fundos sustentáveis depende da demanda que virá com o tempo. Na visão do vice-presidente da Anbima, Carlos Takahashi, os artigos da CVM 175 que tratam do tema, particularmente o 49, sobre regulamento, e o 60, sobre o material de divulgação, complementam a autorregulação proposta pela entidade. “A regra mira as necessidades do investidor em receber as informações necessárias para avaliar o produto, o que reforça a autorregulação praticada pelo código da Anbima. E também acrescenta critérios para um fundo ser sustentável, focando nas práticas do gestor”, explica Takahashi.”
Fonte: Valor Econômico, 30/10/2023
Natura &Co e prefeitura de Cajamar lançam programa de logística reversa em parceria público-privada
"Em parceria público-privada, a fabricante de cosméticos Natura &Co América Latina e a prefeitura de Cajamar, cidade do interior de São Paulo onde está a maior operação fabril da companhia, se unem numa iniciativa de logística reversa de materiais recicláveis. O programa, chamado Elo Verde, visa promover a reciclagem de embalagens por meio da conexão com escolas da rede pública, estruturação da coleta seletiva e apoio aos catadores, e incentivo para que os fornecedores do grupo Natura&Co utilizem os resíduos como insumos para a produção de novas embalagens. "Sempre buscamos melhorar o entorno da operação. A iniciativa em Cajamar envolve vários setores da prefeitura e parceiros para o fortalecimento da logística reversa na região de modo a inspirar ações também em outras localidades do grupo. Sabemos que não fazemos nada sozinhos. Então, quando começamos essa conversa há três meses, o objetivo era gerar um ciclo virtuoso", diz Ana Costa vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa da Natura &Co América Latina em entrevista exclusiva à EXAME.”
Fonte: Exame, 27/10/2023
“Brasil tem o maior ativo ecológico do mundo”
"“Gigante pela própria natureza”. Foi este o título escolhido para estampar a capa do primeiro livro do português Miguel Setas. No Brasil há 13 anos, ele tem mais de 25 anos em empresas do setor de energia e infraestrutura. Foram sete anos na presidência da companhia de energia EDP, onde também presidiu o Instituto EDP e foi membro e presidente do conselho de administração. Neste período, acompanhou de perto a evolução da implementação de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) na companhia. A EDP Brasil foi, por dois anos consecutivos (2022 e 2023), a líder em pontuação do Índice de Sustentabilidade (ISE) da B3. Desde abril à frente da CCR, grupo de mobilidade e concessão de rodovias, Setas, que se considera brasileiro, apesar de ainda não ter tirado a cidadania, quer aplicar seus aprendizados na empresa, que teve participação acionária comprada no ano passado por Itaúsa e Grupo Votorantim. Também foi anunciado porta-voz do Pacto Global da ONU no Brasil, para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, de Cidades e Comunidades Sustentáveis. Suas experiências foram compartilhadas nas 287 páginas do livro, que tem prefácio de Luiza Trajano e foi lançado ontem. Em um misto de histórias pessoais, pesquisas e estudos de consultorias, universidades e institutos, ele defende que o Brasil tem condições para liderar a agenda global de sustentabilidade posicionando-se como hub climático e ecológico.”
Fonte: Valor Econômico, 27/10/2023
Jorge Gerdau: ‘Brasil não pode perder oportunidade da economia verde’
"Do alto dos seus 86 anos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter já viu o Brasil experimentar ciclos de expansão econômica e também mergulhar em muitas crises. Também viu muitos cavalos selados passarem. Agora, acredita que a economia verde é uma nova chance de alavancar o desenvolvimento econômico. “O Brasil já teve várias oportunidades e as perdeu. É preciso usarmos a nossa inteligência, capacidade de mobilização e condução política para realmente não perdermos essa oportunidade de conquistar uma posição de patamar internacional”, disse nesta sexta-feira, em São Paulo, na abertura do evento “O papel do Brasil na economia verde mundial”, realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), fundado por ele. A descarbonização da economia global favorece a vocação do país, dadas as nossas condições naturais, disse, mas a liderança na oferta de soluções verdes para o mundo não virá por mágica. É preciso conquistar essa posição. “O que é grande e importante, se não tiver participação do Congresso, do Executivo e do empresariado, a gente não vence.” ”
Fonte: Capital Reset, 27/10/2023
Investir em ESG aumenta o lucro das empresas, afirma estudo
"Investir em ESG pode trazer sucesso financeiro para empresas: a cada 10% de aumento nos aportes em ESG, corporações podem perceber um crescimento de 1% em seus lucros. Na prática, isso significa que uma organização que atualmente gasta 5% de seu orçamento com políticas ambientais, sociais e de governança poderia esperar um aumento de lucro de pelo menos 1 ponto percentual se ampliasse a parcela de investimentos em ESG para 15%. Essa é a conclusão do levantamento ESG Radar 2023, conduzido pela Infosys, líder global em consultoria e serviços digitais, que ouviu mais de 2,5 mil executivos e gerentes de empresas do mundo todo com faturamento acima de US$500 milhões por ano. Para 90% dos executivos entrevistados, adotar práticas sociais, ambientais e de governança dentro das organizações traz retorno financeiro positivo. Desses, 29% diz que observa crescimento significativo nos lucros da companhia e 61% revela que houve uma evolução moderada. Apenas 10% não nota diferenças e 0% vê resultados negativos. Segundo o estudo, são os aspectos sociais e de governança que mais trazem retorno – ainda que muitas empresas priorizem investimentos em políticas ambientais. Dentre as razões para o resultado financeiro, governança corporativa bem executada e diversidade em cargos de liderança destacam-se como os responsáveis pelos melhores rendimentos.”
Fonte: Exame, 27/10/2023
O Ceará nem começou a produzir hidrogênio verde, e já vendeu tudo
"Parece uma cena de filme. No auditório lotado, o presidente da grande corporação anuncia, para a incredulidade de todos, uma mudança radical de posicionamento, que vem acompanhada de uma grande injeção de capital na comunidade. O final feliz se dá graças a uma inovação há pouco tempo considerada inviável, uma utopia. Só não é ficção: aconteceu no Ceará. A grande corporação, no caso, é a Arcelor Mittal, uma das maiores siderúrgicas do mundo. A inovação é o hidrogênio verde (H2V). Nesta quarta-feira, 25, durante o FIEC Summit, evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Erick Torres, CEO da Arcelor Pecém, anunciou que a empresa "não vai abrir mão de utilizar o H2V produzido no pólo de Pecém". A afirmação foi compreendida como uma espécie de compromisso de compra, uma vez que a demanda da siderúrgica compreende praticamente toda a capacidade futura do complexo. Ainda que falte assinar o contrato e cumprir as etapas dos estudos de viabilidade técnica, como ressaltou a siderúrgica em e-mail enviado à EXAME, é um compromisso que muda o jogo. “Isso significa que o consumo será interno”, afirma Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC. Mas, e o porto de Rotterdam, na Holanda, sócio do Complexo de Pecém e que espera receber parte desse hidrogênio para abastecer a Europa, questiona a EXAME. “Vamos ter de produzir mais”, conclui Cavalcante, com um sorriso no rosto.”
Fonte: Exame, 27/10/2023
Política
Entenda como a reforma tributária pode impactar o meio ambiente
"O texto da Proposta de Emenda à Constituição Federal (PEC) nº 45/2019 aprovado na Câmara dos Deputados deu tons verdes à reforma tributária. Após a apresentação do parecer pelo relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), na quarta-feira, a redação final ainda está em discussão. Mas, por enquanto, diversos dispositivos usam o sistema tributário como indutor de melhores práticas ambientais. O texto, que sofreu alterações significativas, aguarda agora aprovação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Como as discussões no Senado não terminaram, para o advogado Breno Consoli, sócio nacional do Martinelli Advogados, experiências internacionais ainda poderiam ser debatidas, como a “carbon tax” europeia. A seguir, o especialista esclarece os sete principais pontos da questão ambiental na reforma tributária:”
Fonte: Valor Econômico, 27/10/2023
Internacional
Empresas
Por que a Microsoft se tornou ‘rival’ de companhias aéreas com sua estratégia ESG
"Alguns dos maiores clientes corporativos de viagens aéreas do mundo estão investindo em combustível de aviação mais limpo, conhecido como SAF, usando um novo sistema de créditos com o objetivo de garantir que possam reivindicar os benefícios ambientais. A Microsoft (MSFT) fez um dos maiores compromissos. A gigante da tecnologia há muito se comprometeu a se tornar uma empresa com “emissões negativas” de carbono até o final desta década, o que significa que planeja remover mais poluição climática da atmosfera do que emite. Para lidar com as emissões de aquecimento provocadas por suas viagens, a Microsoft fez dois acordos recentes: em agosto, concordou em trabalhar com o grupo proprietário da British Airways, a IAG SA, e a Phillips 66 para financiar a compra de quase 5 milhões de galões de combustível de aviação sustentável, feito a partir de fontes como óleo de cozinha usado e resíduos alimentares. A big tech também acertou um acordo com uma produtora de combustíveis limpos, a World Energy, para comprar créditos correspondentes a quase 44 milhões de galões de combustível de aviação sustentável ao longo da próxima década. Globalmente, o combustível de aviação sustentável representa cerca de 0,1% de todo o combustível de aviação. A expectativa de 4,4 milhões de galões por ano do acordo com a World Energy poderia posicionar a Microsoft à frente da maioria das principais companhias aéreas dos EUA. Isso equivale ao uso combinado de SAF no ano passado por American Airlines Group, Delta Air Lines e Alaska Air Group.”
Fonte: Bloomberg Línea, 27/10/2023
Política
Chefe da COP28 e grupos pedem triplicação da capacidade renovável até 2030
"A presidência da cúpula climática COP28 do próximo mês e duas organizações de energia renovável na segunda-feira pediram aos governos que triplicassem a capacidade de energia renovável até 2030, como parte dos esforços para impedir o aquecimento global superior a 1,5 graus Celsius. Os países esperam chegar a um acordo sobre o aumento da capacidade na última rodada de negociações climáticas globais, que deve começar em Dubai no final de novembro, que se concentrará nas lacunas na implementação do Acordo de Paris de 2015 que estabeleceu o teto de 1,5 °C. A capacidade de energia renovável precisa "atingir mais de 11.000 GW" até 2030, disseram a presidência da COP28 dos Emirados Árabes Unidos, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e a Aliança Global de Renováveis em um relatório conjunto. A maioria das principais economias já está a bordo com esse objetivo. Grupo de 20 nações, entre elas China, Estados Unidos e Índia, concordaram em setembro em prosseguir os esforços para triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030. Sem uma ação rápida para reduzir as emissões de CO2, os cientistas dizem que a Terra cruzará o limite de 1,5 °C na próxima década, desencadeando efeitos muito mais severos das mudanças climáticas nas pessoas, na vida selvagem e nos ecossistemas.”
Fonte: Reuters, 30/10/2023
UE e Reino Unido procuram proibição de subsídios para projetos estrangeiros de combustíveis fósseis
"O Reino Unido e a UE pressionarão os países mais ricos do mundo a acabar com os subsídios às operações estrangeiras de petróleo e gás e à mineração de carvão numa reunião a portas fechadas da OCDE no próximo mês, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A proposta de cortar a maior fonte estrangeira de financiamento público para os combustíveis fósseis deverá desencadear negociações acaloradas na sede da OCDE em Paris. A medida baseia-se no compromisso assumido por alguns países da OCDE de alinhar as instituições financeiras públicas com os objectivos do acordo de Paris para limitar o aquecimento global bem abaixo dos 2ºC e, idealmente, 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Mas o esforço para acabar com os subsídios a projectos estrangeiros chamará a atenção para a prevalência de subsídios internos para as indústrias do petróleo e do gás, mesmo quando um acordo global para acabar com a produção de combustíveis fósseis sem as emissões capturadas na próxima cimeira climática COP28 da ONU parece cada vez mais improvável. Acabar com a concessão de empréstimos e garantias pelas agências de crédito à exportação para projetos de combustíveis fósseis seria “um primeiro passo essencial para manter os nossos objetivos climáticos internacionais ao alcance”, afirmou Nina Pušić, estrategista climática de financiamento de exportações do grupo de campanha ambiental dos EUA, Oil Change International.”
Fonte: Financial Times, 29/10/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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