XP Expert

Economia em Destaque: Guerra em Israel e títulos do Tesouro afetam os mercados globais

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Resumo

No cenário internacional, a eclosão da guerra entre Israel e Hamas trouxe sentimento de aversão ao risco nos mercados. Juros americanos cederam na semana e o preço do barril de petróleo voltou a superar US$ 90.

No Brasil, os resultados do IPCA de setembro confirmaram que a segunda fase de desinflação tem avançado, mas não o suficiente para alterar nossa expectativa de que o ritmo de corte na taxa Selic será de 0,50pp nas próximas reuniões do Copom.

Cenário internacional

Guerra no Oriente Médio aumenta a aversão global ao risco

A deflagração da guerra entre Israel e o grupo Hamas elevou a percepção de risco nos mercados globais. Para o mercado, o principal termômetro a ser monitorado será o preço do petróleo. Após um período de alta nos últimos meses, o preço do barril recuou recentemente,  principalmente devido aos dados de estoque e demanda por gasolina nos EUA, como comentamos aqui. Nesta semana, o barril voltou a ficar mais caro, subindo cerca de 6,5% desde o início do conflito, aproximando-se de US$ 90 por barril do tipo Brent. As cotações vêm reagindo aos desdobramentos da guerra (em particular, ao risco de envolvimento de outros países) e seus possíveis efeitos na oferta e no transporte de petróleo na região.

Mesmo acima das expectativas, desinflação continua avançando nos EUA...

A inflação ao consumidor de setembro (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,4% em relação a agosto, acima das expectativas de mercado (0,3%). Quanto à variação em 12 meses, o índice avançou para 3,70% em setembro frente a 3,67% em agosto. Já o núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia, subiu 0,3% m/m em setembro (consenso: 0,3%), e a sua variação interanual diminuiu de 4,35% para 4,15%. No geral, apesar da surpresa altista, os números mostram que o processo de desinflação continuou a avançar.

Ainda assim, a inflação deve seguir acima da meta de 2% durante algum tempo. Desta forma, os mercados esperam que os juros nos EUA permaneçam elevados por um longo período.

... mas dirigentes do Fed seguem reforçando dependência do Tesouro

Vários dirigentes do Fed reforçaram a necessidade de cautela na condução de política monetária dos Estados Unidos em seus discursos ao longo desta semana. O vice-presidente de supervisão, Michael Barr, por exemplo, destacou o foco não apenas no quanto as taxas de juros deveriam subir, mas por quanto tempo elas deveriam continuar elevadas. Enquanto isso, a Presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, ressaltou que o aumento recente nos juros dos títulos de longo prazo do Tesouro dos Estados Unidos pode reduzir a necessidade de altas na taxa de juros de referência.

Juros dos títulos do Tesouro estão voláteis, afetando os mercados globais

Nas últimas semanas, os juros dos títulos do Tesouro de longo prazo aumentaram em cerca de 0,50pp. Nessa semana, entretanto, houve recuo de 0,16pp nos juros dos títulos de 10 anos, fruto da aversão ao risco causada pela guerra no Oriente Médio. As bolsas americanas ficaram relativamente estáveis, enquanto a brasileira avançou quase 2%. A taxa de câmbio, apreciou de R$/US$ 5,15 para R$/US$ 5,10.

FMI projeta resiliência da atividade econômica global frente a conflitos e crises

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu um cenário de "aterrissagem suave" para a economia global, apesar dos desafios atuais, como conflitos militares e a crise imobiliária da China. O FMI descreveu a economia global como "claudicante", com as expectativas de crescimento de médio prazo em seu nível mais baixo em décadas. O FMI prevê crescimento do PIB global de 3% em 2023 e 2,9% em 2024. Espera-se que a inflação caia de 8,7% em 2022 para 6,9% este ano e 5,8% no próximo ano. Espera-se que a economia dos EUA supere sua tendência pré-pandêmica com uma taxa de crescimento de 2,1%. Por outro lado, a zona do euro deve seguir em desaceleração, com a Alemanha sofrendo contração econômica no próximo ano.

Acesse aqui o relatório completo do FMI (em inglês).

Dados de inflação e balança comercial na China foram divulgados na sexta-feira

Na China, a inflação ao consumidor ficou estável na comparação interanual em setembro, enquanto a inflação ao produtor recuou 2,5%. A balança comercial registrou superávit de US$ 77,7 bilhões, acima das expectativas de US$ 70,6 bilhões, devido sobretudo a exportações mais fortes do que o projetado.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Enquanto isso, no Brasil...

“Segundo estágio” da desinflação em curso

O IPCA de setembro avançou 0,26% na comparação mensal, abaixo da nossa expectativa (0,32%) e do consenso do mercado (0,33%). A média dos núcleos de inflação subiu 0,21% em relação a agosto. A medida de serviços subjacentes, por sua vez, ascendeu 0,33% m/m em setembro. Em geral, o “segundo estágio de desinflação” – conforme o Banco Central denomina a moderação da inflação de serviços – está em andamento. Explicamos melhor sobre os estágios de desinflação aqui.

Destaque também para a variação interanual dos preços de serviços subjacentes, que atingiu o nível mais baixo desde setembro de 2021. Os grupos de bens industriais e alimentos apresentaram deflação, corroborando mais uma leitura positiva de inflação no Brasil, mas não ao ponto de alterar o ritmo de corte de 0,50pp na taxa Selic previsto para as próximas reuniões do Copom. Acreditamos que eventos globais recentes – especialmente a guerra no Oriente Médio e a política monetária nos EUA – serão elementos-chave para as próximas decisões do banco central. Seguimos projetando inflação de 4,8% em 2023 e 3,9% em 2024.

Para maiores detalhes, clique aqui.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional, diversos dirigentes dos bancos centrais das principais economias desenvolvidas discursarão publicamente ao longo da semana, incluindo o Presidente do Fed, Jerome Powell, a Presidente do BCE, Christine Lagarde, e o Presidente do BoE, Andrew Bailey. Na terça feira, haverá a divulgação do índice de sentimento econômico da zona do euro de outubro e dos dados das vendas varejistas e da produção industrial dos EUA em setembro. Na China, vários dados de atividade serão publicados, incluindo produção industrial, vendas no varejo e o PIB do 3º trimestre. Na quarta-feira, destaque para os índices de preços ao consumidor no Reino Unido e zona do euro referentes a setembro. Na quinta-feira, o banco central da China (PBoC) anunciará sua decisão de política monetária.

No Brasil, destaque para a divulgação de indicadores de atividade econômica referentes a agosto. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) deve apresentar crescimento do setor terciário na margem, embora a um ritmo moderado. O consumo de serviços segue resiliente, na esteira do aumento da renda disponível às famílias e alívio na inflação de curto prazo. Enquanto isso, acreditamos que a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registrará queda das vendas varejistas na comparação mensal. Os segmentos do comércio vêm emitindo sinais mistos no período recente. As atividades mais sensíveis ao crédito continuam fracas, ao passo que as atividades mais sensíveis à renda trazem números majoritariamente positivos. Por fim, estimamos contração modesta do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em agosto, devolvendo parte do aumento visto em julho. Segundo os nossos cálculos, a proxy do PIB ficou praticamente estável no 3º trimestre.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.