Raízen (RAIZ4): Feedback ESG do Raízen Day 2023

Pilar (E) impulsiona a agenda, com os holofotes no potencial das oportunidades de baixo carbono

Hoje participamos do Raízen Day 2023, contando com a presença de Ricardo Mussa (CEO) e executivos da alta liderança, com a temática ESG se fazendo presente nas mais variadas frentes de negócio. O evento reforçou o principal tema da Raízen de repensar o futuro da energia, buscando reduzir a exposição aos riscos climáticos por meio de um sólido plano de investimentos envolvendo (i) etanol de segunda geração (E2G); (ii) expansão do portfólio de energias renováveis; e (iii) soluções por meio de estações de recarga elétrica. De forma geral, encerramos o dia com uma visão positiva do progresso da Raízen na agenda ESG, principalmente no pilar (E), ao mesmo tempo em que sentimos falta de uma maior abordagem das frentes (S) e (G). Temos recomendação de Compra para RAIZ4 (preço-alvo de R$7,10/ação).

Foco em oportunidades de baixo carbono. Conforme mencionado em nosso relatório “Radar ESG | Raízen (RAIZ4): No caminho de um futuro mais verde” (acesso aqui), a companhia vem apresentando resultados mais sólidos vs. seus concorrentes no caminho rumo a um futuro mais sustentável, especialmente na busca por soluções para descarbonizar setores de difícil redução de emissões, aliadas a um portfólio crescente de energia renovável.

Todos os holofotes voltados para o etanol de segunda geração (E2G)… Lideranças da Raízen enfatizaram as vantagens competitivas de utilizar os resíduos da cana-de-açúcar como matéria-prima para produzir E2G, cuja pegada de carbono é cerca de 35% menor vs. a do etanol de primeira geração, além de permitir que a RAIZ4 expanda sua produção sem aumentar a área de plantação. A Raízen espera inaugurar sua segunda usina no início do segundo semestre de 2023, com o objetivo de construir outras 20 até 2030, tirando proveito de que mais países e empresas estão estabelecendo, cada vez mais, compromissos e metas de descarbonização. Conforme destacado durante o evento, o E2G é especialmente importante para setores de difícil redução de emissões, incluindo a aviação, respaldado por seu papel fundamental na produção de combustível de aviação sustentável (SAF), sendo a Raízen a única empresa no mundo com tecnologia E2G proprietária.

…para expandir gradualmente seu portfólio de energias renováveis… Apresentando sua solução estratégica recém-lançada de “one stop shop” da Raízen Energia, como uma solução que visa apresentar um ecossistema integrado e digital, a empresa busca aumentar sua participação no mercado de energia renovável, contando atualmente com uma base de clientes de cerca de 1.200 pessoas, e buscando expandir suas operações na geração distribuída de energia solar.

…aproveitando o crescente interesse em soluções de eletrificação. A Raízen está expandindo a rede de postos de recarga ‘Shell Recharge‘ em seus países de operação na América Latina, com o objetivo de implantar 35 estações de carregamento rápido para veículos elétricos no Brasil até o final do ano, o que representa uma comparação com cerca de 120K estações atualmente operadas pela Shell em todo o mundo. A ambição de longo prazo da Raízen é acelerar o desenvolvimento da eletro mobilidade no Brasil e garantir uma participação de mercado de 25%.

E quanto aos pilares (S) e (G)? Embora o evento tenha focado mais em inciativas (E), no pilar (S), progresso na diversidade de gênero foi apresentado, com 24% das mulheres ocupando cargos de liderança atualmente, vs. 19% em 2021, e com o objetivo de chegar em 30% até 2025. Na frente (G), a companhia emitiu aproximadamente R$3B em debêntures verdes atreladas a indicadores de desempenho ESG e reforçou o compromisso com a alocação de capital eficiente, mas sentimos falta de um maior detalhamento nesse ponto que é extremamente relevante para os negócios e investidores.