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Materiais Básicos | O que esperar do 1T23?

O que esperar da temporada de resultados das empresas de Materiais Básicos? Veja nossas expectativas.

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De maneira geral, o segmento de Materiais Básicos deve apresentar mais um trimestre com números mistos: mais forte para Siderúrgicas, porém mais fraco para Papel e Celulose, Mineradoras e Alumínio sob nossa cobertura. Esperamos que as discussões do 1T23 girem em torno de: (i) a normalização da inflação de OPEX e CAPEX; (ii) a demanda por commodities na China, EUA e Europa; e (iii) volatilidade dos preços das commodities. Por fim, os principais destaques do 1T23E são: (i) o bom momento dos preços do minério de ferro; (ii) preços mais baixos de celulose e papel; e (iii) maiores margens para empresas de siderurgia e mineração. Damos mais detalhes sobre os resultados das empresas ao longo do relatório.

Minério de Ferro & Aço: O 1T23 deve apresentar resultados mais fortes para Siderurgia e resultados mais fracos para Mineração quando comparado ao último trimestre. Para a Vale, esperamos que as discussões sobre a demanda de aço na China, EUA e Europa continuem em destaque; já para a Gerdau, as discussões sobre a normalização das margens na unidade da América do Norte devem chamar a atenção dos investidores a partir dos resultados do 1T23. Para as mineradoras de minério de ferro, esperamos um EBITDA menor para a Vale, com melhor desempenho relativo para a CMIN. Para as Siderúrgicas, projetamos aumento do EBITDA trimestralmente.

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Alumínio e Ouro: Apesar dos altos preços de energia e baixos estoques de alumínio, os preços do alumínio continuaram caindo ao longo do trimestre, com algum alívio no final do 1T23. Para a CBA, esperamos resultados mais fracos devido aos preços ainda fracos do alumínio, com custos caixa impactados pelo aumento dos custos dos insumos (soda e coque). Para a Aura, prevemos preços mais altos, embora volumes menores possam impactar negativamente os resultados da empresa (já divulgados no relatório de produção).

Papel e Celulose: O setor de papel e celulose deve registrar resultados mistos no 1T23. Para a celulose, esperamos preços realizados e volumes de vendas menores, com custo caixa por tonelada estável. Para papéis e embalagens, esperamos um melhor desempenho de preços relativos e volumes/custos caixa estáveis. Ainda esperamos bom EBITDA para Klabin e Irani, enquanto a Suzano deve ser a empresa mais impactada pela queda nos preços da celulose.

No geral, acreditamos que as discussões para as mineradoras e siderúrgicas serão sobre a normalização da inflação de custos e das expectativas sobre a demanda por commodities. Para as empresas de papel e celulose, vimos as preocupações dos investidores com a queda nos preços da celulose como o principal tema discutido, que acreditamos que: (i) o reabastecimento dos estoques; e (ii) os preços atuais próximos ao custo marginal podem dar algum suporte aos preços da celulose no curto prazo.

Minério de Ferro & Aço

Vale (VALE3) | Compra – R$97,10

Esperamos um EBITDA de US$ 4,8 bilhões (-4% T/T), principalmente devido a menores volumes e maiores custos. Para a divisão de ferrosos, projetamos: (i) menores volumes de vendas devido à menor sazonalidade; (ii) maiores preços realizados, apesar dos maiores descontos nos mecanismos de precificação; (iii) maiores custos caixa impactados pela menor diluição do custo fixo; e (iv) menor prêmio de pelotas. Para Metais Básicos, esperamos: (i) menores volumes de níquel, (ii) volumes ligeiramente maiores de cobre e (iii) custos mais altos.

Gerdau (GGBR4) | Compra – R$33,80

Esperamos EBITDA consolidado de R$ 3,8 bilhões (+4% T/T), principalmente devido à melhora nas divisões Brasil e EUA, com margens consolidadas aumentando de 20% para 21% no 1T23. Para a América do Norte, estimamos: (i) volumes ligeiramente superiores; (ii) preços e custos mais baixos. Para o Brasil, projetamos: (i) volumes consolidados de vendas ligeiramente maiores; (ii) preços mais baixos; e (iii) custos fixos estáveis.

CSN Mineração (CMIN3) | Compra – R$7,80

Prevemos um resultado um pouco mais fraco para CMIN, com EBITDA ajustado atingindo R$ 1,7 bilhão (-3% T/T) no 1T23, principalmente devido a: (i) maiores preços realizados (+20% T/T); (ii) vendas de 8,5 mi t (-13% T/T); e (iii) maiores custos caixa, impactados principalmente pela menor diluição dos custos fixos e maiores compras de terceiros. No geral, projetamos margens ligeiramente superiores (de 45% no 4T22 para 47% no 1T23).

Usiminas (USIM5) | Neutro – R$15,50

Esperamos que a Usiminas apresente um trimestre melhor, com EBITDA consolidado de R$712 milhões (+23% T/T). Para a divisão de aço, esperamos: (i) volumes ligeiramente superiores; (ii) preços mais baixos; e (iii) CPV caixa por tonelada ligeiramente menor, devido aos preços mais baixos das placas. Para a divisão de mineração, prevemos um EBITDA maior, principalmente devido aos preços realizados mais altos e CPV estável por tonelada. Para Processamento de Aço, projetamos um trimestre um pouco melhor em relação ao 4T22.

CBA (CBAV3) | Compra – R$18,0

Esperamos que a CBA reporte resultados fracos no 1T23, com EBITDA consolidado de R$92 milhões (-10% T/T, -84% A/A). Para a divisão de alumínio, esperamos um EBITDA de R$164 milhões (-4% T/T), como uma combinação de: (i) volumes de vendas ligeiramente menores principalmente em uma sazonalidade mais fraca; (ii) preços realizados mais baixos, com preços LME mais altos compensados por prêmios mais baixos; e (iii) maior CPV caixa por tonelada, impactado pelos preços ainda elevados do refrigerante e do coque. Para Energia, projetamos EBITDA negativo de R$42mn; além da divisão de níquel devendo registrar mais um trimestre de EBITDA negativo (-R$ 30 milhões).

Aura Minerals (AURA33) | Compra – R$50.0

Prevemos que a Aura apresente EBITDA de US$ 30 milhões (-18% T/T, -39% A/A), refletindo uma combinação de: (i) menor produção (-21% T/T, –13% A/A), principalmente de EPP (queda – 53% T/T e +4% A/A); (ii) afetado positivamente pelos preços ainda elevados do cobre e níquel; e (iii) custos de caixa na faixa superior do guidance para EPP e Aranzazu.

Papel & Celulose

Suzano (SUZB3) | Compra – R$72,90

Esperamos que a Suzano apresente EBITDA de R$ 6,1 bilhões (-34% T/T, +19% A/A). Para a divisão de celulose, destacamos: (i) menores volumes de vendas principalmente pela sazonalidade; (ii) preços realizados mais baixos devido aos preços spot mais baixos; e (iii) CPV caixa por tonelada nos mesmos níveis do 4T22, com a queda nos preços dos insumos compensada negativamente pela menor diluição dos custos fixos. Para papel, projetamos um EBITDA menor quando comparado ao 4T, principalmente devido a: (i) menores volumes; (ii) maiores custos; enquanto parcialmente compensado por (iii) preços mais resilientes. Por fim, esperamos uma margem EBITDA de 53% (vs. 57% no 4T22).

Klabin (KLBN11) | Compra – R$ 26,8

Projetamos o EBITDA da Klabin em R$ 1,8 bilhão no 1T23 (-4% T/T, +6% A/A). Para Celulose, esperamos: (i) menores preços realizados; (ii) volumes em linha com o último trimestre; e (iii) custos ainda elevados, principalmente com madeira (que não esperamos amenizar no curto prazo). Para Papel & Conversão, estimamos: (i) menores volumes de kraftliner e papelão; (ii) volumes de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais em linha com o 4T22; e (iii) preços mais baixos.

Irani (RANI3) | Neutro – R$9,4

Esperamos que a Irani reporte resultados estáveis, com EBITDA consolidado de R$120 milhões (-1% T/T). Tanto para papel quanto para embalagens, esperamos volumes de vendas e preços estáveis. Para a resina, esperamos volumes maiores, mas preços menores. Por fim, a margem EBITDA consolidada deve cair de 30% no 4T22 para 29% no 1T23.

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