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Fundos de Crédito Privado High Grade: panorama da indústria

Visão de CA Indosuez e Quasar sobre o atual momento

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Conversamos hoje com André Fadul, gestor dos fundos de crédito da CA Indosuez e Carlos Maggioli, CEO da Quasar Asset Management, gestora focada no mercado de crédito privado. Com a turbulência no mercado secundário de títulos de crédito privado desde o mês passado, convidamos dois especialistas no assunto para saber sobre suas perspectivas para o mercado.

Problema de liquidez e não de deterioração do crédito

Na visão de André Fadul, o cenário para os fundos de crédito high grade, aqueles com papéis de empresas de alta qualidade de crédito, ainda é de baixíssimo risco. O perfil das empresas investidas já é de uma maior resiliência durante crises e, com o apoio do Banco Central e do BNDES, melhoram ainda mais a sua solvência.

Para o gestor do CA Indosuez, o que assustou os investidores foi a oscilação forte dos preços. Só que, como explicou Fadul, para quem fica até o vencimento a remuneração é definida e essa queda nos preços trouxeram uma oportunidade única de retorno, dado o baixo risco das empresas.

Para se ter uma ideia do quão distorcidos estão os preços estão distorcidos, Fadul deu alguns exemplos. No setor bancário, Bradesco e Itaú estão bem posicionados e tem todos os artifícios para atravessarem o atual momento. O Bradesco tem uma Letra Financeira (LF) que negociava a 104% do CDI antes da crise. Agora é possível comprar o mesmo papel no mercado secundário com um retorno de 200% do CDI. No caso de Itaú, a LF perpétua do banco foi emitida a 114% do CDI um ano e meio atrás e hoje está 170% do CDI. Para André Fadul não houve nenhuma deterioração nessas magnitudes.

Atuação do BC pode ajudar a normalizar o mercado

André Fadul comentou que a preocupação do Banco Central ao atuar no mercado secundário de crédito está em trazer de volta a referência de preços que está muito distorcida, pois essas taxas servem como referência para as empresas captarem novas dívidas. E um custo alto de rolagem das dívidas das grandes empresas tornam inviáveis os custos de captação das menores. Com a atuação do BC, que não fazia isso há mais de 15 anos, a expectativa é de melhora no mercado secundário nas próximas semanas.

Para Carlos Maggioli, o exemplo do Banco Central Americano (Fed), mostra que essa atuação pode funcionar. Ele contou que a média dos spreads, que é diferença das taxas dos papéis para o título do tesouro americano, abriu de 1,3%, no início da crise, para 3,5%. Desde o início da atuação do Fed, esse spread já voltou para 2,0%.

Retorno ruim em março devido ao ótimo risco de crédito das carteiras

Segundo os gestores, as carteiras tanto da Quasar quanto da CA Indosuez, possuem 90% de empresas com risco AA ou AAA. Fadul explicou que os papéis com melhor qualidade de crédito são os mais negociados, ou seja, a velocidade da marcação dos ativos é maior para os ativos mais líquidos. Segundo Maggioli, numa crise todo mundo levanta dinheiro vendendo ações e papéis high grade. Investidores não resgatam de fundos com prazo de 180 dias pois a crise já pode ter acabado até lá.

Os dois gestores estão bastante confortáveis com risco de crédito de suas carteiras. Além disso, com queda dos preços dos títulos, as taxas que eles pagarão até o vencimento (carrego) estão muito atrativas.

No caso da Quasar, o fundo Quasar Advantage FIRF CP LP está com um carrego de CDI+2,0%. Já o carrego do Quasar Advantage Plus FIRF CP LP está em CDI+2,3%. O fundo de previdência Quasar Advantage Prev XP Seg Advisory FIRF CP está com carrego de CDI + 1,0% e o de debêntures incentivadas, o Quasar FI-Infra RF, tem carrego de CDI+2,0%.

Já nos fundos do CA Indosuez, os carregos dos fundos vão de CDI+1,0% para o fundo CA Indosuez DI Master FI Renda Fixa Referenciado DI LP até CDI+2,5% para o fundo CA Indosuez Grand Vitesse FIRF CP. Os fundos de previdência, CA Indosuez Icatu Prev FIRF Ref DI CP e Zurich CA Indosuez FIRF CP, estão com carrego de cerca de CDI+2,0%. Já o fundo de debêntures incentivadas, o CA Indosuez Debêntures Incentivadas CP FIC FIM, está com carrego de IPCA+3,8%.

Lições da crise

Para Carlos Maggioli, a lição que fica é a de que os fundos mais líquidos (D+1 por exemplo) terão que carregar mais caixa, algo entre 30 e 40%. Por isso, a meta de retorno desses fundos terá que ser menor.

André Fadul, concorda com Maggioli e acha que os fundos com prazo de resgate de 1 a 5 dias deverão ter exposição a crédito privado menor. Além disso, o gestor imaginava que as Letras Financeiras teriam “liquidez infinita”, o que não se mostrou verdade.

Boas perspectivas para quando a poeira baixar

Na visão de Maggioli, ao fim da crise teremos uma grande liquidez nos mercados devido à expansão monetária que está ocorrendo, além de juro real próximo a zero em quase todo o mundo. Por isso ele acredita que teremos a volta dos investidores a ativos de risco. As fundações por exemplo, possuem metas atuariais e, com os juros nas mínimas, terão que ir para ativos de risco. Além disso, as empresas terão que continuar a se financiar.

Para o CEO da Quasar, é importante lembrar que títulos de crédito também são ativos de risco, ou seja, também flutuam. Anos atrás não havia marcação à mercado eficiente pois eram só os grandes bancos que operavam nesse mercado. Maggioli lembrou que lá fora, a precificação no crédito em resposta a notícias é tão rápida quanto na ação.

Para André Fadul, o momento é de paciência em relação a tomada de decisão de investimentos. Ele acredita em uma normalização no mercado nas próximas semanas e não vê risco de insolvência nas empresas investidas. Além disso, é necessário ter racionalidade e entender que volatilidade é a nova normal no mercado de crédito privado.

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