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Até onde vai o dólar?

Entenda o que tem acontecido com o dólar em relação ao real e os possíveis rumos da moeda norte-americana ao longo do ano com a crise do coronavírus

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Texto atualizado às 9h24 de 26/04

Em condições normais, já é extremamente difícil prever a flutuação do câmbio. E, agora, no ambiente de incertezas que o mundo vive, fica ainda mais crítico.

Mas não temos aqui o papel de Nostradamus ou Mãe Dináh do mercado financeiro. O intuito é dar um breve panorama do que tem acontecido com o dólar em relação ao real e os possíveis rumos da moeda norte-americana ao longo do ano com a crise do coronavírus.

Desde o começo do ano, a tendência de alta do dólar parecia uma constante. O ano de 2020, mesmo antes da crise atual, já vivia ares turbulentos, impulsionando a moeda dos Estados Unidos contra os pares emergentes, que acabam sofrendo com as tensões internacionais principalmente por causa da aversão ao risco.

O que aconteceu com o dólar?

Apesar de a busca por um ativo mais seguro ser considerado o grande motivo da alta do dólar em relação às moedas de países emergentes, esse fato isolado não explica, por si só, a depreciação histórica e inédita do real.

Na verdade, de acordo com os especialistas da XP, uma miscelânea de acontecimentos neste começo de ano culminou na alta expressiva do dólar, batendo a marca de R$ 5,00 e, hoje, rondando os R$ 5,60.

De janeiro até a última sexta-feira (24/04), o dólar subiu cerca de 40% em relação ao real. O patamar impressiona, não só pelo valor, mas principalmente em comparação ao câmbio de outros países.

Segundo dados apresentados pelo Banco Central, no começo de abril, o real é uma das piores moedas do mundo em relação ao dólar. O gráfico abaixo, divulgado pelo BC, evidencia que o caso brasileiro é, de fato, mais complexo.

Mas por que, então, o real se depreciou tanto em questão de meses? Alguns fatores podem explicar. Vamos destrinchar de forma mais didática os pontos.

Aversão ao risco

Assim como falamos, a aversão ao risco é elencada pela equipe econômica da XP e outros especialistas da casa como o motivo principal da alta expressiva do dólar nesses primeiros meses de 2020.

Vários choques e acontecimentos ajudaram na chegada deste cenário. Quando ocorre a aversão a risco, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros e com maior liquidez, o que torna o dólar uma opção bastante óbvia.

Lá no começo do ano, o conflito entre Irã e Estados Unidos foi um dos primeiros sinais de aversão a risco. Depois, veio o imbróglio da aprovação do Brexit e, simultaneamente, a esses fatos estava a “novela” comercial entre EUA e China. Mais recentemente, os dois acontecimentos que coroaram a alta do dólar foram a guerra de preços no petróleo e, claro, a pandemia do coronavírus, que é o principal fator de aversão dentre todos os citados.

Nos últimos dias, o dólar deu um salto de aversão ao risco, especificamente no Brasil, com a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, após desavenças com o presidente Jair Bolsonaro.

O dólar chegou em novas máximas históricas, atingindo o patamar de 5,58, subindo 0,8% na última sexta-feira (24), após chegar a 5,72 ao longo do dia.

É possível colocar na balança algumas situações mais adjacentes mas que também impactam, como as crises de Chile e Argentina, que causam aversão à América Latina como um todo e acabam respingando no Brasil.

Queda brusca na Selic e retração econômica no Brasil

Com o sexto corte na taxa Selic, desde julho do ano passado, os juros brasileiros se encontram na sua mínima histórica, hoje em 3,75%. O movimento de queda seria um passo importante para estimular a economia e, assim, ajudar em um crescimento mais acelerado do PIB.

Mas a retomada, que já era mais lenta do que o esperado, estancou com o surgimento totalmente inesperado da crise do coronavírus.

Ou seja, com a Selic nesses patamares, os juros passaram a ficar menos atrativos para os estrangeiros, que costumam buscar títulos públicos em países com taxas de juros mais altas (que justifiquem o risco mais elevado desses países), como era há alguns anos por aqui quando a Selic chegava a dois dígitos.

As estimativas apontavam que para este ano a economia brasileira chegasse a um PIB de mais de 2% de crescimento, o que poderia começar a compensar a Selic em baixa. Mas isso não aconteceu e as previsões oficiais são de retração da economia devido aos impactos do coronavírus.

Nesse cenário, parte do capital estrangeiro sai do Brasil, o que causa uma desvalorização no real.

Fuga de capital estrangeiro da Bolsa brasileira

Outro fator que pressiona o dólar em relação ao real, segundo a equipe de Internacional da XP, é a fuga do capital estrangeiro da Bolsa de Valores e dos demais ativos brasileiros.

Como houve um movimento forte de entrada de investidores, isso impulsionou o Ibovespa e, aos olhos dos estrangeiros, os preços das ações brasileiras em geral ficaram caros, em comparação a outros pares emergentes e até a algumas empresas da Bolsa dos Estados Unidos,mesmo quando ajustado pela diferença cambial.

Até onde vai o dólar?

A volatilidade do dólar, neste ambiente de crise aguda e de total incerteza, é uma constante que devemos nos acostumar em 2020.

De acordo com a equipe econômica da XP, em sua Revisão do Cenário Econômico, “o ambiente de aversão ao risco global tende a prevalecer no primeiro semestre e isso pode fazer com que novos limites de altas sejam testados até o meio do ano. No entanto, com uma recuperação global mais sincronizada no segundo semestre, o real pode se valorizar frente ao dólar com fluxos de capitais buscando maior retorno no mundo”, escreveram os economistas da XP. ​

Ou seja, devido principalmente à aversão ao risco, o dólar pode continuar testando novas máximas no primeiro trimestre, podendo bater históricos R$ 6,00, segundo o economista sênior da XP, Marcos Ross.

Mas, no segundo semestre, o início do processo de recuperação global, passado o período crítico provocado pelo coronavírus, deve trazer novos fluxos de capital para o Brasil, o que deve fazer com que o real se valorize e equilibre um pouco a equação. Por isso, as previsões do time de Economia da XP em relação à cotação do dólar são de R$ 4,70 ao final deste ano.

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