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Surpresas altistas na inflação de setembro nos EUA

A inflação nos Estados Unidos cedeu para 8,2%, mas o resultado veio acima das expectativas. Acreditamos que o Fed irá manter o ritmo acelerado de aperto monetário na reunião de novembro.

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O BLS (agência de estatísticas dos Estados Unidos) anunciou nesta quinta-feira, 13, que o CPI, índice de preços ao consumidor, avançou 0,4% em setembro, mais uma vez acima das expectativas (consenso: 0,2%; XP: -0,1%). No entanto, a variação acumulada em 12 meses caiu de 8,3% em agosto para 8,2% em setembro, cedendo pelo terceiro mês consecutivo. Como havíamos antecipado, o preço da gasolina caiu 4,9% na variação mensal e no ano diminuiu de 44,0% em julho para 25,6% em agosto e 18,2% em setembro. A queda foi parcialmente compensada pela alta de 1,1% nos preços de serviços energéticos (gás e eletricidade), e a variação anual ficou estável em 19,8%. Ao todo, o índice geral de energia caiu 2,1% no mês, levando a variação de 12 meses de 23,8% para 19,8%. A categoria de alimentos aumentou 0,8% no mês, e a inflação anual diminuiu de 11,4% para 11,2%. Embora as variações mensais estejam diminuindo em relação aos meses anteriores, a inflação de alimentos continua pressionada.

Enquanto isso, a medida do núcleo (exclui alimentos e energia) aumentou 0,6% em setembro, também acima das expectativas (consenso: 0,4%; XP: 0,2%), e a variação anual deste índice saltou de 6,3% para 6,6%. Do lado positivo, o índice “commodities menos alimentos e energia” ficou inalterado no mês, e a inflação anual diminuiu de 7,1% para 6,6%. A inflação de veículos novos caiu de 10,1% para 9,4%, enquanto índice de “carros e caminhões usados” diminuiu de 7,8% para 7,2%. O setor automotivo continua a mostrar sinais de desinflação, embora a um ritmo mais lento do esperado.

Do lado negativo, o índice de serviços básicos aumentou 0,8% no mês, e a variação acumulada em 12 meses passou de 6,1% para 6,7%. Mais uma vez, o aumento foi generalizado, com os itens de abrigo, serviços de transporte e serviços médicos, mostrando pressões inflacionárias contínuas. As duas últimas categorias estão vinculadas à inflação salarial.

Ao longo do último mês, argumentamos que os números de mercado de trabalho e inflação referentes a setembro seriam determinantes para saber se a economia mundial entrará em uma recessão profunda em 2023, um cenário de estagnação, ou apenas uma recessão leve. Isso porque, estes números determinam se Fed (banco central dos EUA) aumentará as taxas em 0,75pp em sua reunião de novembro ou se os membros estariam abertos a uma desaceleração no ritmo de aperto monetário para 0,50pp. Apesar dos indicadores de alta frequência apoiarem a tese de que as pressões no mercado de trabalho e na inflação devem começar a diminuir, esses movimentos ainda não se refletiram nos dados oficiais. Portanto, após as surpresas alistas, e dada a ênfase do Fed de que as decisões vão continuar “dependente dos dados”, o banco central provavelmente será forçado a aumentar as taxas de juros em 0,75pp pela quarta vez consecutiva em sua reunião de novembro.

Reiteramos que esse ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de apertos excessivos (subir os juros para patamares mais altos do necessário para conter a inflação). Há uma defasagem considerável nos efeitos das decisões de política monetária na economia (entre 6 e 12 meses), o que significa que o impacto das altas de juros já feitas ainda não formam refletidas completamente na economia agregada, e principalmente no mercado imobiliário. Portanto, acreditamos que neste ritmo, a economia mundial sofrerá mais, e a maioria dos indicadores de alta frequência sugerem que a economia está desacelerando agressivamente neste momento.

Na ata da reunião de setembro divulgada na última quarta-feira (12/10), os membros votantes sinalizaram que seria importante calibrar o ritmo de aperto da política para mitigar o risco para a economia. No entanto, eles avaliam que o risco de aperto insuficiente é maior do que o risco de aperto excessivo. Neste contexto, a decisão a ser tomada na reunião de dezembro (aqui a duas reuniões) dependerá dos dados de inflação e mercado de trabalho referentes a outubro e novembro.

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