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CEO da Light se pronuncia após resultado do 4T22

Após desempenho abaixo das expectativas do mercado, o CEO da Light, Octavio Pereira Lopes, apresentou suas visões acerca da companhia para os próximos períodos.

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No dia 28 de março, a Light divulgou seus resultados operacionais e financeiros referentes ao quarto trimestre e ao ano consolidado de 2022. Após um desempenho abaixo das expectativas do mercado, o CEO da Light, Octavio Pereira Lopes, apresentou sua visão em relação aos resultados e o futuro da companhia.

Visão geral sobre o resultado

Na divulgação do último resultado, a Light adotou postura mais conservadora a fim de evitar surpresas nas negociações com os credores. Assim, houve aumento de provisões relacionadas a processos judiciais e à inadimplência, contribuindo para resultado negativo.

No ano de 2022, a Light reconheceu R$ -2,9 bilhões em eventos não recorrentes em seu resultado operacional, sendo majoritariamente R$ -1,1 bilhão relacionada à devolução do Pis/Cofins aos consumidores, R$ -1,1 bilhão de provisões de inadimplência e outro R$ -0,8 bilhão relativo a perdas com fraudes, tendo apurado EBITDA contábil negativo em R$ -1,1 bilhão no ano. Somando o aumento da despesa financeira, que incluiu parte da atualização monetária das provisões de R$ -2,6 bilhões, houve prejuízo líquido de R$ -5,6 bilhões em 2022.

A Companhia divulgou os resultados excluindo tais efeitos, apurando EBITDA ajustado de R$ 1,6 bilhão e prejuízo líquido ajustado de R$ -0,5 bilhão, em comparação com R$ 1,3 bilhão e R$ 0,4 bilhão em 2021, respectivamente.

A dívida líquida encerrou 2022 em R$ 9 bilhões, majoritariamente na distribuidora (Light SESA). A alavancagem (dívida líquida/EBITDA), por sua vez, subiu de 3,0x para 3,3x, patamar mais próximo ao covenant de 3,5x.

O CEO mencionou: “É um prejuízo grande, mas não recorrente e parte sem efeito caixa. Os ajustes permitem que agora a gente efetivamente inicie conversas mais objetivas e concretas com credores da companhia. […] Queremos uma solução de longo prazo, que passa pela readequação da estrutura de capital, para fazer frente à saída de caixa que temos até a renovação da concessão e sustentar os próximos 30 anos”.

A companhia vem sofrendo não só com questões estruturais de sua concessão, como um índice de furtos de energia persistentemente elevado, mas também com uma saída de caixa bilionária pela devolução de créditos fiscais aos consumidores de energia. A companhia adiantou que espera devolução de R$ 1 bilhão em 2023 e R$ 800 milhões em 2024.

Desafios da Light

Em janeiro deste ano, a Light contratou a assessoria financeira LaPlace e o escritório de advocacia BMA. A companhia disse estar ainda no começo das conversas com credores sobre renegociação de sua dívida. Segundo Lopes, há diferentes soluções para o cenário atual da companhia, como reperfilamento de custo e prazo, uma eventual capitalização, ou uma solução em duas fases, até a renovação da concessão e a partir dela. Para os credores, a renegociação da dívida se torna mais difícil se não houver renovação da concessão.

Próximos passos

A diretoria da Light deixou claro em sua conferência para o mercado sobre os resultados do 4T22 que sua prioridade é manter a continuidade e a qualidade do serviço prestado aos consumidores do Rio de Janeiro. Portanto, buscam solução sustentável no longo prazo para a estrutura de capital.

A companhia já iniciou conversas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com o Ministério de Minas e Energia (MME) sobre uma eventual antecipação da renovação de concessão de distribuição, que expira originalmente em maio de 2026. De acordo com a Light, um “bom cenário” envolveria negociação com credores com acerto em 90 dias e um desfecho com o poder cedente em até 12 meses.

Vale mencionar também que a companhia destacou nunca ter ocorrido devolução de concessão de distribuidora de energia e que, na visão da Light, a melhor solução tanto para a empresa quanto para os clientes seria a renovação do contrato em bases sustentáveis (ou seja, precisaria considerar o desequilíbrio estrutural da operação no Rio de Janeiro). Para o CEO, a devolução da concessão é um cenário improvável, inclusive considerando declarações públicas recentes do alto escalão de Aneel e MME, o que está alinhado à nossa visão dos últimos meses.

Por fim, no dia 29 de março, a empresa divulgou que fará o resgate antecipado das 3ª e 8ª emissões de debêntures, detidas pelo FI-FGTS, ambas com vencimento final em 2026, nos volumes atuais (4T22) de R$ 10 milhões e R$ 158 milhões, respectivamente. O caixa ao final do 4T22 era de aproximadamente R$ 2 bilhões, sendo suficiente para estas amortizações. Entretanto, a Light possui vencimentos importantes em 2023 e 2024, que devem necessitar de refinanciamentos.

Segundo publicação, a decisão foi tomada após um acordo com os credores, que decidiram conceder o chamado “waiver” -perdão pelo não cumprimento de cláusulas do contrato, evitando assim o vencimento antecipado dos papéis.

As negociações entre a Light e o fundo se iniciaram após as agências de classificação de crédito rebaixarem o rating da elétrica em fevereiro, uma vez que havia cláusula de vencimento antecipado em algumas de suas debêntures em caso de rebaixamentos a partir de um determinado nível.

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