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A inflação deve ultrapassar 7% em 2021. Como fica a renda fixa?

Frente ao cenário de inflação mais alta e incertezas à frente, como se proteger?

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Já não é novidade para os brasileiros que, novamente, a inflação é tema de preocupação. E este é um tema que mesmo quem não tem o hábito de acompanhar notícias sobre economia não consegue fugir. Ela está mais do que presente no nosso dia a dia e pode ser observada no aumento dos preços de diversos produtos.

Em 2020, a expectativa era de que a inflação mais alta que começou a ser observada na segunda metade do ano iria se dissipar nos meses seguintes. No entanto, não tem sido este o cenário observado. De acordo com nosso time de economistas da XP, após meses de IPCA surpreendendo para cima, a inflação corrente segue pressionada por aumento de custos e pela reabertura da economia. Com isso, a projeção de IPCA é de 7,7% este ano, e de 3,7% em 2022.

Além disso, os participantes do mercado financeiro, observando os dados mais recentemente divulgados e os principais fatores que podem pressionar o índice nos próximos meses, vêm ajustando suas expectativas para os juros nominais e reais e, consequentemente, para a inflação, como pode ser visto no gráfico abaixo. Os dados indicam que a expectativa de inflação para o final de 2022 passou de 3,83% na leitura realizada em janeiro para 4,35% no dia 27/08.

Frente a este cenário de inflação mais alta e incertezas à frente, como se proteger?

Depois de cerca de um ano buscando alternativas na renda variável, por exemplo, em meio à queda da taxa básica de juros (Selic), os investidores passaram a voltar seus olhares para a renda fixa em 2021. A Selic, que atingiu seu piso histórico de 2% em dezembro do último ano, já chegou a 5,25% e deve fechar o ano em 7,25%.

Dentre as opções de investimentos em renda fixa, há os ativos indexados à inflação, ou IPCA+. Basicamente, este título pagará ao investidor a inflação do período mais uma taxa anual prefixada, definida no momento da aplicação, desde que permaneça com o ativo até o vencimento.

Por exemplo, uma aplicação de prazo de cinco anos que tenha um rendimento de IPCA + 4% pagará, em agosto de 2026, a inflação acumulada em todos esses próximos anos acrescido de cerca de 22% (equivalente aos juros reais compostos de 4% ao ano, por cinco anos) - sem considerar dedução de impostos.

Para o objetivo de proteção contra a inflação, os ativos em IPCA+ costumam ser mais recomendados do que, por exemplo, os pós-fixados (%CDI) ou prefixados. O motivo é que, apesar de haver previsões realizadas por economistas, não há certeza absoluta em relação a quanto estará a taxa básica de juros (Selic) ou o IPCA no futuro, uma vez que o cenário sempre pode se alterar ao longo do tempo.

Ou seja, é possível que a Selic em um determinado momento esteja abaixo do IPCA acrescido da parcela prefixada e, com isso, aquela parcela dos nossos investimentos pós-fixados terá uma rentabilidade real negativa. Por isso, buscando garantir remuneração real positiva, o ideal seria posicionar uma parcela da carteira em ativos IPCA+.

É interessante observar como tem sido a evolução dos prêmios de títulos públicos atrelados à inflação, o que mostra qual a expectativa de ganhos reais acima do IPCA. Dado o cenário econômico local de incertezas e recentes preocupações com o panorama fiscal, o prêmio desses títulos se elevou de forma relevante em relação ao começo do ano, o que representa uma oportunidade.

Lembramos que os títulos públicos são aqueles que balizam a rentabilidade de todos os outros ativos de renda fixa. Portanto, de modo geral, os títulos bancários e de crédito privado também podem ser encontrados a taxas interessantes.

No entanto, apesar de ser uma aplicação que parece relativamente simples de entender e que parece proteger automaticamente da inflação, é preciso atentar-se a alguns fatores:

  • Alguns ativos têm incidência de imposto de renda (IR), que, a depender de quanto for a inflação do período, podem reduzir a rentabilidade real do ativo, que pode inclusive vir a ser negativa quando a inflação fica muito elevada (ou seja, rentabilidade líquida ficar abaixo da inflação do período). Neste caso, é interessante usar ferramentas de simulação de investimento para estimar quanto será a rentabilidade real líquida ao final do investimento.
    • Para evitar a incidência de IR, busque ativos isentos como CRIs, CRAs, debêntures incentivadas ou LCIs e LCAs.
  • Caso seja necessário resgatar o ativo antes do vencimento, é muito provável que o preço do seu ativo tenha sofrido uma valorização acima da esperada ou até uma desvalorização. Isto acontece devido à marcação a mercado e os efeitos são mais fortes quanto mais longos os ativos.
    • Sempre verifique qual a situação do ativo antes de tomar a decisão e, se possível, procure investir em ativos cujo prazo de vencimento corresponda a seu horizonte de investimento, para evitar esse risco.

Alocação

Confira as nossas recomendações de aplicação por perfil para setembro de 2021 (disponível a partir do dia 01/09)

Quando pensamos em uma carteira de investimentos diversificada, as alocações em ativos e produtos que tenham rendimento indexados à inflação são uma parte importante principalmente para aqueles investidores que tem objetivos de médio/longo prazos, pois garantem que uma parcela dessa carteira ao menos preserve o poder de compra ou até mesmo apresente um rendimento real acima do índice oficial de inflação (IPCA).

Em muitos casos, os investimentos em ativos IPCA+ são encarados de forma estrutural, ou seja, constam de forma permanente nas carteiras de investimentos. Entretanto, há momentos como o atual em que aumentar taticamente a dose dessa parcela dos investimentos pode ser mais benéfico ainda para a carteira e através da renda fixa temos acesso a muitas opções com boa relação de risco e retorno, tais como os Títulos Públicos (ex: Tesouro IPCA+ 2026), títulos bancários (CDBs, LCIs, LCAs) ou títulos de crédito privado (CRIs, CRAs, debêntures, entre outros).

A definição de quanto alocar em inflação através da renda fixa não é tarefa das mais simples, pois muitas são as variáveis que podem influenciar essa decisão. Por isso, o ideal é acompanhar as carteiras recomendadas para cada perfil de investidor e sempre diversificar.

Mas uma coisa é certa: sendo você um investidor brasileiro, lembre-se que no Brasil a inflação sempre dá um jeitinho de surpreender de tempos em tempos e, por isso, o ideal é sempre ter uma parcela da carteira protegida deste efeito.

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Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

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