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Possibilidade da saída de Biden da corrida presidencial aumentam​ | Resumo semanal das eleições americanas (19/07/2024)

Veja nosso resumo semanal das eleições americanas de 2024

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Destaques da semana

– Tentativa de assassinato contra Donald Trump leva a intensificação da unificação do Partido Republicano e crescimento do candidato no mercado de apostas;
– Apesar do adiamento provocado pela tentativa de assassinato do ex-presidente Trump, os apelos para que Biden deixe a corrida presidencial voltaram a ganhar força e a imprensa relata que um anúncio pode ser feito neste fim de semana;
– Mercado de apostas registra forte aumento de  Trump e queda de Joe Biden.

Atentado e Convenção Republicana

Nesta semana, os holofotes estiveram voltados para a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump em evento de campanha na Pensilvânia.  Apesar da percepção de um risco ampliado de violência política neste ciclo eleitoral, em meio à forte polarização no país, o ataque chocou os Estados Unidos, especialmente porque o candidato foi atingido e ferido. O evento provocou uma mudança no tom das eleições e promoveu a unificação do partido democrata em torno da figura de Trump. ​

O movimento ficou claro na Convenção Nacional Republicana (RNC), que aconteceu de segunda (15) a quinta-feira (18), com figuras das diferentes alas do partido fazendo declarações sobre o ex-presidente e manifestando apoio a sua candidatura. Por exemplo, Nikki Haley, a pré-candidata que disputou a primária republicana contra Trump, fez discurso anunciando endosso ao candidato. ​

Ainda, vale notar que Trump anunciou que seu candidato à vice-presidência será JD Vance, um senador e autor que foi fortemente crítico ao seu governo. A adesão de Vance à campanha de Trump reflete movimento de fortalecimento do ex-presidente no Partido, tendência que se intensifica após o atentado. ​

As movimentações dão novo ímpeto a Trump, que já era o favorito das pesquisas e apostas, até mesmo antes do atentado. Por ora, são poucos os dados de pesquisa disponibilizados após a tentativa de assassinato, mas o mercado de apostas já nota um crescimento significativo nas chances do ex-presidente. Por exemplo, segundo o agregador de apostas do Real Clear Politics, a chance atribuída à vitória de Trump aumentou de 56,3% antes do atentado para 66,5% na segunda-feira seguinte. A tendência perdeu um pouco de força no final dessa semana, com Trump registrando 60%, mas ele segue como claro favorito. ​

Nas pesquisas, as movimentações são menores, já que poucos dados foram disponibilizados após o evento, mas ressaltamos a liderança de Trump tanto nas pesquisas nacionais quanto nas estaduais.  Trump registra 47,3% de vantagem segundo o Real Clear Politics e 43,4% segundo o Five Thirty Eight. Nas pesquisa dos swing states, Trump permanece na liderança em todos os estados.​

Vale notar ainda que o republicano formalmente aceitou a indicação na noite de quinta-feira (18). No início do discurso, relatou sua perspectiva sobre a tentativa de assassinato e procurou passar mensagem unificadora, o que foi visto como tentativa de engajar o eleitor moderado e indeciso. No entanto, também ressaltou mensagem enfática contra a imigração ilegal e criticou a suposta persecução que sofre no Judiciário nas mãos de democratas, o que foi aplaudido pela ala mais radical de sua base de apoio.

Do lado democrata, o principal tema em discussão segue sendo a possível saída de Joe Biden da disputa, tema que ganhou ímpeto após o primeiro debate presidencial. Vale notar que, apesar de o tema perder destaque no início da semana, voltou a ganhar espaço e os apelos dentro do partido democrata se intensificaram.

Na imprensa, uma série de notícias indicam maior probabilidade de saída da disputa. Por exemplo,  na quinta-feira (18), o Washington Post relatou que o ex-presidente Obama disse a aliados que Biden deveria reconsiderar sua posição na corrida eleitoral. Nesta sexta (19), a NBC afirmou que a família Biden discute seu plano de saída. E, segundo Axios, Biden poderia anunciar a saída já neste fim de semana. No entanto, o presidente disse hoje que deve voltar à campanha na semana que vem, após afastamento por Covid-19.

Conforme mencionado em edições anteriores do semanal, Kamala Harris é considerada a favorita a substituir Biden na hipótese de sua saída da corrida, especialmente porque seria a única candidata que poderia herdar infraestrutura e recursos da campanha, segundo a lei eleitoral dos EUA. No entanto, seu desempenho fraco nas pesquisas — segundo a YouPoll (16/07), Harris registra 39% das intenções de voto ao enfrentar o ex-presidente, que chega a 44%, enquanto Biden teria 41% dos votos, contra 43% de Trump –, preocupa democratas e provoca discussões sobre a possível entrada de outro candidato na disputa, como o governador da Califórnia, Gavin Newsom.

No entanto, destacamos que os empecilhos democráticos para entrada de Newsom na disputa reduzem as possibilidades de que tal cenário se concretize.

Ainda, vale notar que, como vencedor das primárias democratas, Joe Biden teria papel chave na indicação do candidato que o substituiria. Os delegados do colégio eleitoral democrata, que devem formalizar a escolha do candidato à presidência do partido na Convenção Nacional Democrata, nos dias 19 a 22 de agosto, não ficam legalmente amarrados a votar pelo candidato de Biden, mas sua indicação certamente carregaria peso entre esses. ​

Quem é J.D Vance?

Eleito em 2022 com 53% dos votos, sem experência previa na política​
Veterano da Marinha americana, advogado, venture capitalist e autor de uma autobiografia que se tornou best-seller e filme nos Estados Unidos​
Crítico de Trump em 2016, mas hoje apoia grande parte da agenda do ex-presidente, incluindo políticas de imigração mais rigorosas, aumento de tarifas sobre importações (especialmente aquelas vindas da China) e a redução do apoio americano à Ucrânia.​
Vance diverge do posicionamento de muitos republicanos e é conhecido pela defesa do aumento do salário mínimo e de políticas antitruste. É crítico das empresas de Big Tech.​
Vance conta com o amplo apoio da ala mais conservadora do Partido Republicano, conhecida como MAGA​
Sua base de apoio é principalmente o republican de classe média​

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