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Republicanos largam na frente com mais vantagem no Senado do que na Câmara​ | Resumo semanal das eleições americanas (12/07/2024)

Veja nosso resumo semanal das eleições americanas de 2024

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Destaques da semana

Apesar de tentativas da campanha de Joe Biden de amenizar o impacto do debate presidencial, seguem as discussões sobre a possível saída do presidente americano da disputa eleitoral.

Democratas começam a manifestar inquietações publicamente, desgastando ainda mais a candidatura de Joe Biden.

Discussões sobre a possível saída de Joe Biden da disputa permaneceram em destaque nesta semana. O presidente enfrenta uma crise de confiança na sua candidatura, que tem levado até mesmo aliados a se manifestarem contra sua permanência na disputa pela presidência.

Até o momento, são 18 parlamentares que pedem abertamente a saída de Biden da disputa, mas o número de vozes se manifestando nesse sentido aumenta. Por exemplo, o senador Peter Welch escreveu editorial para o Washington Post defendendou que “Biden deveria se retirar.”  Os deputados Pat Ryan e Angie Craig também defenderam a saída de Biden em declarações feitas nos últimos dias.

Em paralelo, a imprensa relata fortes preocupações da cúpula democrata, ainda que essas sejam manifestadas apenas nos bastidores. Em declarações públicas, os líderes demonstram maior cautela, mas já se mostram abertos à possibilidade de Biden desistir. Por exemplo a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, se recusou a declarar claramente apoio a Biden e disse que cabe a ele decidir se vai concorrer à Casa Branca, mas pediu decisão célere porque “o tempo está se esgotando.”

Vale notar que assessores próximos a Biden se reuniram nessa semana com senadores democratas em tentativa de reduzir preocupações, mas o impacto foi limitado e a pressão pela saída do presidente continua.

Essa pressão não vem apenas do Congresso, mas também de outros apoiadores do partido que se manifestam abertamente contra a candidatura. Por exemplo, o ator George Clooney, que há poucas semanas encabeçou evento de arrecadação para a campanha democrata em Los Angeles, escreveu um artigo para o New York Times pedindo que Biden se afaste da corrida.

A tendência observada na política e relatada na imprensa, é também refletida nos dados de apostas. Como mencionado na semana passada, a vice-presidente Kamala Harris já ultrapassou Biden nas apostas nacionais, e registra 17,7%, contra 12,2%  de Biden. Já Trump tem vantagem clara com 57,2%.

Nas pesquisas Trump também começa a ver descolamento e registra 2,7% de vantagem segundo o RCP, e 2,2%  segundo o Five Thirty Eight. Nas pesquisas estaduais,  Trump mantém vantagem em todos os swing states, demarcando um caminho muito complexo para que Biden conquiste os 270 votos necessários no colégio eleitoral.

Vale lembrar que segundo a lei eleitoral americana, Harris, como companheira de chama de Biden, seria a única candidata que poderia herdar sua estrutura de campanha e os fundos arrecadados – o que impulsiona seu nome como a provável candidata se Biden desse um passo ao lado.

No entanto, como Biden ainda não foi formalizado como candidato democrata, a possibilidade da entrada na disputa de outro candidato, fora a vice-presidente, continua em discussão. Em especial, Gavin Newsom (governador da California), Gretchen Whitmer (governadora de Michigan) e Michelle Obama (ex-primeira-dama dos Estados Unidos) são considerados possíveis presidenciáveis, ainda que as dificuldades burocráticas reduzam essa probabilidade. Se não desistir, Biden será formalizado na Convenção Democrata, que está agendada para os dias 19 a 22 de agosto. Se desistisse após a Convenção, apenas Harris poderia substitui-lo

Além de eleger um novo presidente, os americanos devem votar para renovar 34 dos 100 assentos do Senado e os 435 da Câmara dos Representantes. Em nossa análise, o cenário ainda está aberto e pode ser influenciado de forma significativa pelo desenrolar da disputa presidencial. Em especial, o enfraquecimento de Joe Biden preocupa os parlamentares democratas, que tem ser debilitados.

O Senado dos EUA

Atualmente, o Partido Democrata e independentes formam uma estreita maioria do Senado, com 51 dos 100 assentos. No entanto, o partido enfrenta um complexo panorama porque tem mais assentos em jogo que o partido Republicano, e muitos desses em estados swing ou estados republicanos. Vale notar que dos 34 assentos em disputa, 23 são democratas ou

independentes (alinhados com democratas). Dessas 23 disputas, 11 são consideradas de médio a alto risco para os democratas. Por sua vez, o Partido Republicano tem apenas 11 cadeiras em jogo e dessas apenas duas mostram tendência mais acirrada, mas não são consideradas de alto risco.

Nesse contexto, os republicanos são favoritos para alcançar a maioria e podem conquistar entre 50-54 assentos na Casa.

Em especial, vale monitorar as disputadas nos estados de West Virginia, Ohio, Montana, Arizona, Nevada, Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Esses assentos são atualmente democratas, mas as disputas são acirradas e são consideradas de médio a alto risco para os democratas.

Por exemplo, West Virginia, é um estado tradicionalmente conservador onde o independente Joe Manchin não deve buscar a reeleição. Os republicanos são considerados favoritos a  ficar com a vaga

Ohio e Montana, onde os senadores democratas Sherrod Brown e Jon Tester buscam se reeleger, respectivamente, ambos são estados com clara tendência republicana, o que implica alto risco para os incumbentes democratas. A corrida nos dois estados é considerada “toss-up,” já que ambos os partidos têm chance de vencer.

Para dificultar ainda mais a vida dos democratas, o crescimento de Trump nos swing states cria condições mais favoráveis para os candidatos republicanos, o que gera preocupações para os candidatos do partido de Biden em Nevada, Arizona, Wisconsin, Michigan e Pennsylvania, mesmo que ainda sejam favoritos nesses estados.

Há ainda poucas possibilidades ofensivas aos democratas para virar assentos, mas eles buscam Texas e Flórida. Apesar de ambos serem estados majoritariamente republicanos, os democratas apostam por fortes candidatos para o Senado e desgaste dos atuais senadores. Por exemplo, no Texas, democratas postularam Collin Allred, um ex-jogador de futebol americano com alta taxa de aprovação. No entanto, o cenário continua sendo mais favorável aos candidatos republicanos.

Nesse contexto, é considerado pouco provável que os democratas consigam reter os 51 votos na Casa.

Vale lembrar ainda que, em caso de empate no Senado, o vice-presidente tem voto de minerva. Portanto, o resultado da eleição presidencial pode ter impacto também na dinâmica do Senado, como ocorreu em 2020.  Como Trump atualmente lidera as pesquisas, a tendência também favorece os republicanos.

A Câmara dos Representantes

Diante de uma escassez de pesquisas para os 435 assentos na Câmara, é mais complexo o acompanhamento da disputa. De todo modo, as pesquisas de intenção de voto geral mostram um cenário acirrado com leve vantagem para os republicanos. Em nossa avaliação, a corrida deve ser definida mais perto da votação.

Vale notar que, segundo agregador Real Clear Politics, 45% da população tem intenção de votar no Partido Republicano para a Câmara, enquanto 44,7% prefere o Partido Democrata. Já o mercado de apostas mostra um cenário distinto; segundo o Polymarket, democratas tem leve vantagem (51%), contra os republicanos. A expectativa coletiva do Good Judgement Open atribuiu 58% de chance dos democratas obterem maioria ante 42% dos republicanos.

Vale destacar que são 40 assentos em disputa acirrada. Destes, 25 cadeiras são especialmente apertadas, sendo 13 ocupados por democratas e 12 por republicanos.

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