Kamala Harris mantém vantagem nas pesquisas

• Em semana de relativa estabilidade nas pesquisas, Kamala Harris mantém vantagem nas pesquisas nacionais​;
• ​Nos estados chave, o cenário se torna cada vez mais acirrado. Kamala Harris tem mantém vantagem apertada em quatro estados, enquanto Donald Trump tem vantagem em três;
• ​Harris e Trump discursam em Pennsylvania e Carolina do Norte, respectivamente, sobre seus planos econômicos. Ambos candidatos prometeram incentivos para a indústria nacional.

A corrida eleitoral entrou em fase de relativa estabilidade e intenso acirramento. Em mais uma semana, os sinais são levemente positivos para Kamala Harris nas pesquisas, mas o acirramento nos swing states indica um cenário ainda altamente incerto no colégio eleitoral. Vale notar que Harris lidera por margem de 2%-2.9% nos principais agregadores, e Pennsylvania, Michigan, Wisconsin e Nevada, mas por margens apertadas. Por sua vez, Donald Trump tem pequena margem de vantagem em Georgia, Arizona e Carolina do Norte. ​

A estabilidade dos dados das pesquisas aparece como notícia relativamente positiva para a campanha de Kamala Harris, que pode reverter o que parecia ser uma tendência negativa nos swing states antes do debate presidencial. No entanto, o cenário no colégio eleitoral ainda é incerto, principalmente diante do fato que a vantagem de Harris é dentro da margem de erro da maioria das pesquisas, tanto nacionais quanto estaduais. ​

Conforme mencionamos em relatórios anteriores, em nossa avaliação, Donald Trump ainda tem uma probabilidade ligeiramente maior de vencer a disputa no colégio eleitoral. No entanto, o cenário se torna cada vez mais incerto. Os dados e tendencias das próximas semanas nos swing states serão chave para leitura mais clara do cenário. ​

Vale mencionar que a suposta segunda tentativa de assassinato do candidato republicano, que teve menor repercussão na imprensa e redes, não teve impactos relevantes nas pesquisas.​

No entanto, vale notar que o mercado de apostas viu leve acirramento. Desde a última edição deste relatório, a vantagem de Harris no agregador Real Clear Politcs, caiu de 7,5% para 3,3%, em sinal positivo para Trump. ​

Planos econômicos em destaque​

Em eventos separados na quarta-feira (25), tanto Trump quanto Harris discursaram​ sobre seus planos para a economia, tema chave na eleição. A pressão era mais alta para a candidata democrata, que é associada a um governo que é avaliado de forma negativa por sua condução da economia em pesquisas. Nos discursos, notamos semelhanças – apesar de terem abordagens distintas, os dois candidatos apresentaram incentivos para indústria nacional e procuraram conquistar o eleitor de classe média. ​

Kamala Harris falou em Pittsburgh, Pennsylvania, considerado um dos estados mais relevantes em disputa. Na fala, descreveu sua abordagem como “pragmática“, prometeu trazer crescimento ao país e principalmente, ajudar à classe média. Notamos também que a candidata disse que se considerava capitalista e acreditava em “mercados livres e justos.“ A fala é vista como tentativa de refutar argumentos de líderes republicanos, que buscam rotulá-la como socialista. ​

Ainda, Harris apresentou planos para um conjunto de incentivos fiscais que buscariam estimular indústrias de próxima geração cruciais para a economia e a segurança nacional. Apesar de não descrever a política em detalhe, a democrata disse que os novos créditos fiscais para investimentos em manufatura e produção abrangeriam áreas diversas, entre essas a biomanufatura, inteligência artificial e computação quântica. ​

Segundo a imprensa local, o time da candidata detalhou que esses custariam USD 100 bilhões em 10 anos e seriam financiados via aumento de impostos sobre os lucros estrangeiros de empresas dos EUA se o Congresso implementar o acordo global de imposto mínimo corporativo. ​

Enquanto isso, o republicano Donald Trump discursou em visita a um fabricante de móveis em Mint Hill, Carolina do Norte e deu ênfase ao plano de nacionalizar a indústria: “Com meu plano, os trabalhadores americanos não se preocuparão mais em perder seus empregos para nações estrangeiras. Em vez disso, as nações estrangeiras se preocuparão em perder seus empregos para a América”, disse. ​

Ainda, reiterou sua intenção de reduzir o imposto corporativo federal de 21% para 15% se o produto de uma empresa for feito nos EUA e anunciou ainda que taxaria concorrentes estrangeiros de empresas americanas e ofereceria aos fabricantes dos EUA uma redução de 100% nos custos de máquinas e equipamentos pesados.​

O próximo debate​

Diante da possibilidade de que não haja um novo debate presidencial, os holofotes devem se voltar para o debate dos candidatos a vice-presidente, JD Vance e Tim Walz, marcado para terça-feira (1). Ainda que a expectativa seja que o evento tenha audiência significativamente menor que o debate presidencial, diante das apertadas margens nas pesquisas, qualquer possível movimentação é considerado alta relevância. Sendo assim, o evento deve ser acompanhado de perto pela imprensa local. ​

As pesquisas

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