IBOVESPA 0,88% | 100.032 Pontos
CÂMBIO 0,34% | 5,33/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou a semana passada superando a marca dos 100 mil pontos na sexta-feira, apesar de clima global ainda ser de cautela diante do aumento de novos casos de coronavírus nos EUA, especialmente no estado da Flórida.
Nesta manhã, mercados internacionais estão em alta (EUA +0,4% e Europa +0,9%), após fechamento positivo das bolsas asiáticas. Ao longo da semana, conheceremos os primeiros números da temporada de resultados do 2T20 nos EUA.
No palco político internacional, a semana começa com as tensões entre Estados Unidos China em destaque no noticiário internacional, após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que não vê possibilidade da segunda fase do acordo comercial entre os países, agora que a relação está muito “danificada”. Vale destacar que o firme posicionamento do presidente sobre a China é parte relevante de seu discurso eleitoral, portanto, esperamos mais pronunciamentos nesse sentido até novembro. Do lado da China, após as sanções anunciadas pelos EUA, o país também impôs sanções contra os senadores republicanos Marco Rubio e Ted Cruz.
No Brasil, com a saída de Mansueto Almeida do Tesouro Nacional na próxima quarta-feira, o economista Bruno Funchal assume o comando da Instituição com o desafio de “virar a chave” do período de aumento de gastos emergenciais para a fase de retomada econômica, buscando reverter a trajetória explosiva da dívida pública. Funchal é visto por pares como um bom comunicador e articulador da “cartilha fiscalista” defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
A divulgação do Índice de Atividade Econômica referente a maio será o principal destaque da agenda econômica doméstica dessa semana. A nossa expectativa é de que o indicador apresente expansão de 3,5% na comparação mensal de maio, reforçando a mensagem de que abril foi o pior mês para a atividade econômica no país. No cenário externo, serão divulgados os dados de atividade econômica das principais economias, com destaque para o PIB chinês do segundo trimestre, que será divulgado na próxima quarta-feira.
Já no cenário político doméstico, a semana começa com expectativas sobre a decisão de Davi Alcolumbre acerca da convocação de sessão do Congresso para apreciar vetos de Jair Bolsonaro. Na fila para apreciação, há três principais vetos com impacto para as contas públicas: ampliação de acesso ao BPC; suspensão de reajuste aos servidores e de dívidas de estados e municípios; e transferência do fundo de reserva monetária para combate à pandemia. Além deles, há também o mais recente, sobre a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 2021, cuja deliberação o governo trabalha para adiar. Desde a semana passada, deputados e senadores têm explicitado disposição de derrubá-lo.
Na semana, há ainda a definição do presidente Jair Bolsonaro em relação à sanção e aos vetos ao marco regulatório do saneamento básico.
Finalmente, destacamos a semana da Expert XP 2020, o maior evento de investimentos do mundo, esse ano em versão 100% online e gratuita. Inscreva-se aqui.
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Brasil
- Mercado eleva projeção de PIB para 2020
Internacional
- Política internacional: Tensões EUA-China em destaque
- Petróleo: Junta Ministerial da OPEP+ deverá se reunir nessa semana para avaliar os mercados de petróleo e recomendar níveis de cortes
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Locadoras de Veículos (RENT3, MOVI3, LCAM3): Atualização pós 1T20; Reiteramos Compra
- SulAmerica (SULA11): conclusão da venda dos ramos automotivos e elementares para a Allianz
- Itaú (ITUB4): anúncio de impairment de US$ 930 milhões
- Omega (OMGE3): Novo acordo de compra de energia (PPA) para abastecer as unidades da Cargill
Veja todos os detalhes
Brasil
Mercado eleva projeção de PIB para 2020
- A projeção de inflação (IPCA) para 2020 passou de 1,63% para 1,72%. Para 2021, a projeção permaneceu em 3,00%;
- Com as surpresas positivas vindas de alguns indicadores de atividade econômica de curto prazo (especialmente do comércio varejista em maio), a projeção de PIB para 2020 passou de -6,50% para -6,10%. Para 2021, permaneceu em 3,50%;
- A projeção da taxa de câmbio permaneceu em 5,20 para 2020 e passou de 5,05 para 5,00 para 2021. E a projeção de Selic permaneceu em 2,00% ao final de 2020 e 3,00% ao final de 2021. Clique aqui para acessar a análise completa.
Internacional
Política internacional: Tensões EUA-China em destaque
- A semana começa com as tensões entre os Estados Unidos e a Chinaem destaque no noticiário internacional após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que não vê possibilidade de segundo acordo comercial entre os países por a relação estar muito “danificada”. Vale destacar que o firme posicionamento do presidente sobre a China é parte relevante de seu discurso eleitoral, portanto, se esperam mais pronunciamentos nesse sentido até novembro;
- Também, após as sanções anunciadas pelos EUA, a China impôs sanções contra os senadores republicanos Marco Rubio e Ted Cruz;
- Em meio as tensões, partidos de oposição realizaram eleições primárias neste fim de semana em Hong Kong para selecionar os candidatos que devem disputar a eleição legislativa em setembro, apesar de regras de distanciamento social. A aderência à votação foi cerca de três vezes acima do esperado e é interpretado como sinal de força dos partidos pró-democracia.
Petróleo: Junta Ministerial da OPEP+ deverá se reunir nessa semana para avaliar os mercados de petróleo e recomendar níveis de cortes
- Os preços de petróleo operam em leve queda nesta manhã, com o Brent cedendo -1,27%, aos US$42,69/barril e o WTI operando em queda de -1,60%, aos US$39,90/barril. Nesta semana, é importante monitorar a reunião da Junta Ministerial de Monitoramento das mercados de petróleo da OPEP+ (JMMC, na sigla em inglês), esperada para acontecer entre terça e quarta-feira desta semana;
- Com a recuperação parcial da demanda global por petróleo e dos preços da commodity devido à flexibilização das quarentenas em diversas localidades, há expectativa que os cortes de produção acordados pela OPEP+ comecem a ser flexibilizados pelo grupo dos maiores produtores globais. Segundo a Bloomberg, as maiores companhias produtoras de petróleo da Rússia se preparam para elevar seus níveis de produção para o próximo mês caso não haja orientação na direção contrária do Ministério da Energia do país. Por outro lado, a Arábia Saudita recentemente alocou a compradores de petróleo da Ásia um volume menor do que o inicialmente desejado, sinalizando uma postura cautelosa com respeito à oferta da commodity;
- Lembramos que em 6 de junho, a OPEP+ (grupo que reúne os maiores produtores de petróleo do mundo e aliados como a Rússia) conseguiu chegar a um acordo para estender o atual nível de cortes de produção de petróleo de 9,7 milhões de barris ao dia (mbpd) – ou cerca de 10% da produção global da commodity – até o final de julho. A partir de agosto, tal patamar de cortes passará a -7,7 mbpd até dezembro de 2020 e -5,8 mbpd de janeiro de 2021 até abril de 2022;
- Em vista do (1) avanço contínuo da pandemia do COVID-19, que continua a impactar de maneira relevante países como Estados Unidos e Índia, e (2) dos ainda elevados níveis de estoques de petróleo, um possível aumento da produção de petróleo da OPEP+ pode gerar pressões negativas sobre os preços da commodity no curto prazo. Por outro lado, um aumento de produção da OPEP+ pressionará os preços futuros de petróleo, o que diminuí incentivos e pressiona produtores de maior custo marginal, como os produtores de petróleo de Xisto nos EUA. Neste cenário, a recuperação de preços de petróleo no médio e longo prazo será mais rápida e duradoura, pois haverá uma oferta estruturalmente menor da commodity. Mantemos nossa visão construtiva para preços de petróleo no longo prazo conforme seja possível superar os efeitos da pandemia sobre a movimentação de pessoas e atividades produtivas.
Empresas
Locadoras de Veículos (RENT3, MOVI3, LCAM3): Atualização pós 1T20; Reiteramos Compra
- Publicamos ontem um relatório atualizando nossas estimativas para o setor de aluguel de veículos. Incorporamos (i) resultados do 1T20, (ii) novas premissas macroeconômicas e de custo de capital e (iii) estimativas operacionais atualizadas;
- Enquanto reduzimos nossas estimativas operacionais para 2020 e 2021, também reduzimos nossa premissa de custo de capital, refletindo um patamar de juros inferior. Definimos nossos preços-alvo em R$50,0/ação para Localiza, R$ 22,0/ação para Unidas e R$ 19,0/ação para Movida, mantendo recomendação de compra para as três empresas;
- Para mais detalhes, basta acessar nosso relatório completo.
SulAmerica (SULA11): conclusão da venda dos ramos automotivos e elementares para a Allianz
- A SulAmerica informou na última sexta-feira que concluiu a transação com a Allianz;
- Conforme anunciado anteriormente, o valor da transação foi de R$ 3,2 bilhões e os resultados do segmento ainda constarão nos demonstrativos do segundo trimestre, o que também deve ser positivo devido a uma possível baixa na sinistralidade;
- Enxergamos a transação como positiva, uma vez que a SulAmerica pode focar em seus ramos de saúde e odonto, onde pares são negociados a multiplos maiores;
- Investidores questionavam se a negociação seria efetivada após a crise gerada pela pandemia do COVID-19, então o fechamento do acordo pode ser positivo para a ação.
Itaú (ITUB4): anúncio de impairment de US$ 930 milhões
- O Corpbanca, controlada chilena/colombiana do Itaú, anunciou sexta-feira um impairment no valor de US$ 930 milhões. O impairment refere-se ao ágio gerado pela aquisição da Corpbanca pela subsidiária chilena do Itaú, que incorporou a diferença entre seu patrimônio líquido e seu valor de mercado como ágio;
- O evento é puramente contábil e não afeta o caixa e não deve ser recorrente. Como o BIS exclui o ágio dos índices, também não afeta o capital nível I;
- Por fim, a operação brasileira veio amortizando o ágio desde 2016 e o Itaú detém apenas 38% da Corpbanca, então não devemos ter impacto relevante nos resultados do 2T20.
Omega (OMGE3): Novo acordo de compra de energia (PPA) para abastecer as unidades da Cargill
- Segundo o Valor Econômico, a Cargill, uma das maiores indústrias de alimentos do País, anunciou um acordo de compra de energia (PPA) com a Omega Energia. Segundo comunicado da Cargill, o contrato tem prazo de dez anos e envolve um projeto a ser implantado no Nordeste, onde a Omega opera um amplo portfólio de ativos eólicos;
- A parceria entre as empresas fornecerá 100% da energia requerida pelas unidades da Cargill em Ilhéus e Barreiras, na Bahia, e dos terminais portuários de Miritituba e Santarém, no Pará. Pelos cálculos da Cargill, o investimento trará uma economia de US$ 11 milhões e evitará a emissão de 10.547 toneladas métricas de dióxido de carbono por ano;
- Apesar dos termos do contrato de fornecimento de energia não terem sido divulgados, vemos como positivo o fato da Omega continuar a crescer por meio da assinatura de novos contratos no mercado livre (ACL). Isso sinaliza que, mesmo com a deterioração da economia, ainda há oportunidades de crescimento para a companhia baseados na migração de clientes para o ACL. Mantemos nossa recomendação de Compra em Omega, com preço-alvo de R$42,00/ação.
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