IBOVESPA +0,65% | 103.483 Pontos
CÂMBIO +0,1% | 3,78/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou ontem em leve alta de 103.483 pontos (+0,65%), sem grandes eventos. Possíveis cortes de juros são o foco do mercado na semana, com destaque para as reuniões do Banco Central americano (FED) e do Banco Central do Brasil amanhã.
As expectativas são de um corte de 0,25% na taxa básica de juros nos EUA, enquanto que no Brasil espera-se que o Copom (Comitê de Política Monetária) realize um corte entre 0,25% (estimativa da XP) e 0,50%, tendo em vista um ambiente global propício e a evolução da agenda de reformas.
No Brasil, há poucas novidades na agenda política, com o congresso ainda em recesso. As atenções seguem voltadas à votação do segundo turno da Reforma da Previdência na Câmara, que deve acontecer nos primeiros dias após a volta do recesso em 1° de agosto (quinta-feira), assim como em relação a mais detalhes da agenda após a reforma, com destaque para a Reforma Tributária.
No internacional, mercados europeus operam em queda, enquanto a Ásia opera em leve alta, e futuros dos EUA estão estáveis. A performance negativa das bolsas da Europa é fruto de desapontamentos com a temporada de resultados na região, além de reação negativa à divulgação de dados de PIB na França no 2T19 por conta de queda no consumo doméstico.
Do lado das commodities, o petróleo está em alta de 1,2%, seguindo expectativa de retomada das negociações comercias entre EUA e China, enquanto o minério se mantém no patamar de US$118/t. Os preços de celulose, por sua vez, seguem caindo na China, com recuo de US$8,4/t nessa terça-feira e atingindo US$500,8/t.
Na nossa visão, parecemos estar cada vez mais próximos de um piso para a celulose, mas a visibilidade ainda permanece baixa e o risco de um declínio adicional não é insignificante. Mantemos Compra em Suzano (preço-alvo de R$40/ação) e Neutro na Klabin (preço-alvo de R$19/ação), com visão positiva para a celulose no médio-longo prazo.
Na agenda de resultados, o Itaú reportou ontem o resultado do 2T19 com lucro líquido de R$7 bilhões, em linha com nossas estimativas, e mostrou evoluções operacionais positivas com relação ao 1T19. Entretanto, mantemos Bradesco como nossa preferência ainda por crescimento de lucros em 2019-2020 e múltiplos ainda atrativos no relativo.
Finalmente, a Multiplan reportou ontem à noite os resultados referentes ao 2T19. No geral, foi um trimestre positivo, com melhoria sequencial nos indicadores operacionais, e em linha com nossos números. Além dos resultados, a Multiplan também anunciou o lançamento do Multi, seu superaplicativo para celulares. Esperamos reação positiva das ações.
Tópicos do dia
Brasil
- Estados poderão incluir o ICMS ao IVA federal
Empresas
- Itaú Unibanco (ITUB4): 2T19 conforme o esperado; Neutro
- Multiplan (MULT3): Bons resultados, em linha com as expectativas. SSS +6,7%; SSR +9,6%
- Banco do Brasil (BBAS3): Anúncio de reorganização institucional
- Bebidas: Heineken espera crescimento forte e custo menor no Brasil
- Frigoríficos: China deve ver queda de 50% no rebanho de suínos em 2019 frente à peste suína africana
Fundos de Investimento
- Fundos: Aberturas e fechamentos da semana
COE
- Expedia reporta resultados positivos no 2T19
- Diageo registra forte crescimento no 2T19
- Heineken: Crescimento do volume de cervejas contrabalanceado pelo aumento de custos no 1S19
- Nestlé: Resultados positivos, com crescimento orgânico no primeiro semestre
Veja todos os detalhes
Brasil
Estados poderão incluir o ICMS ao IVA federal
- Os Estados e o Distrito Federal devem se reunir em Brasília para apresentar uma proposta alternativa à PEC 45 desenhada pelo economista Bernard Appy. Entre as mudanças que o grupo quer propor está a garantia de autonomia dos Estados na definição da alíquota e a ausência do governo federal no comitê gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, o IVA nacional;
- De acordo com a mídia local, o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, afirmou que o governo deve permitir que os Estados possam incluir o ICMS ao Imposto sobre Valor Adicionado federal (IVA);
- O valor da alíquota desse novo tributo ainda não está definido, mas as estimativas mais recentes apontam que o IVA federal, que reúne PIS/Confins, IPI e eventualmente algumas modalidades de IOF, tende a ter uma alíquota aproximada de 15%.
Empresas
Itaú Unibanco (ITUB4): 2T19 conforme o esperado; Neutro
- O Itaú divulgou hoje o resultado do 2T19 com lucro líquido recorrente de R$7,0 bilhões (ROE de 23,5%), virtualmente em linha com as estimativas da XP e do consenso, crescendo 2,3% no tri e 10,2% A/A. Conforme antecipado, o banco permanece atrás de seus pares privados em termos de crescimento de carteira e margem com clientes, especialmente a última, que ficou abaixo do intervalo inferior das projeções no 1S19 (6,7% realizado versus 9,0%);
- Os destaques positivos foram: (1) Margem financeira; (2) Qualidade dos ativos/Inadimplência e (3) Dividendos e capital;
- Os destaques negativos foram: (1) Adquirência; (2) Grandes Empresas e (3) LatAm;
- Nossa visão: Apesar do recente desempenho abaixo dos pares e do fato de que esperamos um 2S mais forte para o Itaú, seu desempenho operacional não deverá ser suficiente para justificar uma mudança de preferência dentro de nossa cobertura. Seguimos com o Bradesco como o melhor veículo no setor e mantemos nossa recomendação Neutra para ITUB (Preço-Alvo de R$40,00). Clique aqui para acessar o comentário completo.
Multiplan (MULT3): Bons resultados, em linha com as expectativas. SSS +6,7%; SSR +9,6%
- A Multiplan reportou ontem à noite os resultados referentes ao 2T19. No geral, foi um trimestre positivo, com melhoria seqüencial nos indicadores operacionais mesmo considerando a base de comparação suave, e em linha com nossos números nas principais linhas. Esperamos reação positiva das ações;
- Além dos resultados, a Multiplan também anunciou o lançamento do Multi, seu superaplicativo para celulares. Entre as funcionalidades presentes, o aplicativo permite que os clientes façam compras e recebam os pedidos no endereço de sua preferência dentro da área de entrega. Vemos o anúncio como positivo e alinhado com os hábitos do consumidor em constante mudança, mas esperamos ouvir mais detalhes por parte da Diretoria na teleconferência de resultados;
- Para ler o comentário de resultados na íntegra, com mais detalhes sobre os números e nossa visão, basta acessar esse link.
Banco do Brasil (BBAS3): Anúncio de reorganização institucional
- O BB divulgou ontem um Fato Relevante informando que um conjunto de medidas foi aprovado pelo Conselho para promover uma reorganização no banco. De acordo com o documento, entre as medidas aprovadas está a renovação e o redimensionamento da estrutura organizacional do BB nos níveis: estratégico (direção), tático (Superintendências), operacional e suporte (orgãos regionais) e de negócios (agências);
- A implementação das medidas ocorrerá no 2S19, destacando: (1) Com o objetivo de acelerar a transformação digital, será criada a Unidade de Inteligência Analítica para desenvolver técnicas, ferramentas e inovações utilizando soluções com Inteligência Analítica e Artificial e (2) 42 novas Agências Empresas (PME) serão criadas até outubro, transformando 333 agências em Postos de Atendimento Avançado (PAA) e outros 49 PAAs em agências;
- Os diretores também aprovaram o Programa de Adequação de Quadros (PAQ) que visa otimizar a distribuição da força de trabalho. O impacto financeiro será divulgado até o final de agosto e não mudará as projeções oficiais do banco para 2019. Em resumo, vemos como positiva a iniciativa do Banco do Brasil de reduzir ineficiências e otimizar recursos para se adaptar a um setor financeiro cada vez mais digital.
Bebidas: Heineken espera crescimento forte e custo menor no Brasil
- A Heineken, segunda maior cervejaria do Brasil atrás da Ambev, espera melhora no seu desempenho no mercado brasileiro no segundo semestre, com uma desaceleração em custos e crescimento forte em receita. No primeiro semestre, houve aumento dos custos de produção, principalmente com o aumento nos custos das latas de alumínio no Brasil, acima do esperado e perdas com variação cambial;
- A Heineken investe para ampliar a distribuição de suas marcas no Brasil, enquanto amplia sua capacidade produtiva, quase toda voltada para a marca Heineken que é a marca que mais cresce no país, segundo o presidente da empresa. A companhia anunciou em maio investimento de R$ 550 milhões nas fábricas paulistas de Araraquara, Itu e Jacareí, além de uma micro cervejaria em Campos do Jordão (SP) e um centro de distribuição no interior paulista;
- No primeiro semestre, a categoria premium registrou crescimento de dois dígitos, impulsionada pelas marcas Heineken e Devassa, com destaque também para um “forte crescimento” nas vendas da Amstel. Na categoria de cervejas de preços mais baixos, como Glacial, No Grau e Cintra, a Heineken informou que obteve queda de “um dígito alto” no volume de vendas, compensado por um aumento de 8% nos preços.
Frigoríficos: China deve ver queda de 50% no rebanho de suínos em 2019 frente à peste suína africana
- De acordo com o Rabobank, a peste suína africana na China já custou ao país perda de 40% do seu rebanho de suínos neste ano e estimativas apontam que esse valor pode chegar até 50% no final do ano. Para 2020, espera-se um declínio adicional de 10-15%. Enquanto a doença assola os países vizinhos, o Rabobank também prevê que a produção de carne suína do Vietnã cairá de 15-20% em 2019;
- No que se refere à preços, a estimativa é que os preços de carne suína na China devem atingir um nível recorde até o 4T19, devido ao impacto da peste suína africana sobre a produção doméstica, mesmo que as importações continuem crescendo. Os preços já aumentaram quase 30% A/A em junho, de acordo com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, com a disseminação da peste suína não mostrando nenhum sinal de recuo e levando à queda bruta da produção na China.
Fundos de Investimento
Fundos: Aberturas e fechamentos da semana
- Fechamentos próximos: Fundos da Kapitalo, SPX, Sparta, Adam e fundo de fundos Selection;
- Aberturas próximas: Távola, XP Macro Plus, e fundos de: Kapitalo, Giant Steps, Sul América e Dahlia;
- Clique para conferir o cronograma esperado.
COE
Expedia reporta resultados positivos no 2T19
- A Expedia apresentou expansão de 9% do volume de reservas (US$ 28,3bi) e crescimento de 12% das receitas (US$ 3,15bi) no 2T19, ambos acima das expectativas do mercado, com melhora na geração de caixa e ligeira melhora de margens. A empresa apresentou lucro de US$ 183mi, com destaque para a melhora de rentabilidade após o efeito sazonal no 1T19;
- A Expedia continua a expandir sua rede de hotéis e aumentar o gasto com publicidade, com destaque para o aumento do período médio de estadia das reservas;
- A empresa se mantém bem posicionada frente aos pares, com um portfólio de marcas com significativa escala global e vasta rede de hotéis disponíveis. Para enfrentar a forte competição no segmento, sobretudo oferecida pela Booking Holdings, o grupo segue investindo em publicidade, desenvolvimento tecnológico, e aumento de sua rede de hotéis disponíveis na plataforma, o que continuará a sustentar crescimento mesmo com possível pressão de margens no curto prazo.
Diageo registra forte crescimento no primeiro semestre
- A Diageo reportou resultados sólidos no primeiro semestre e últimos doze meses, com o volume de bebidas vendido e receitas em linha com as expectativas de mercado. O grupo apresentou crescimento orgânico de 6% ao atingir EUR 12,8bi em receitas ao longo dos últimos doze meses, enquanto que o lucro foi de EUR 3,2bi;
- A empresa apresenta potencial para continuar crescendo acima da competição, com ligeira expansão de margens no médio prazo. O potencial concentra-se no (i) sólido e diversificado portfólio de bebidas, (ii) sucesso das marcas Don Julio, Casamigos e Johnnie Walker nos EUA, (iii) aumento do consumo de gin na Europa e mercados emergentes, e (iv) momento regulatório favorável na Índia. Segundo os dirigentes da empresa, a estratégia da Diageo se sustenta na continua melhoria de produtividade e eficiência nas campanhas de publicidade através do uso de tecnologia em suas pesquisas de mercado e projeções;
- A grande expectativa para sustentar o crescimento para os próximos anos está na (i) baixa penetração de mercados emergentes como Índia, (ii) aceleração do consumo de whisky nos EUA e (iii) bebidas destiladas ganhando espaço do mercado cervejeiro, sobretudo nas américas;
- Modelo de negócios: (i) Considerando seu vasto portfólio de marcas e tipos de bebida com foco no consumidor, a Diageo tem capacidade para rapidamente acompanhar tendências e se adequar a dinâmica de mercado e (ii) Sempre que possível, desenvolve produção local, sustentando a melhoria de produtividade.
Heineken: Crescimento do volume de cervejas contrabalanceado pelo aumento de custos no 1S19
- O resultados do primeiro semestre apresentaram 6% (A/A) de crescimento das receitas no 1S19, ao atingir EUR 11,4bi, com destaque para o crescimento de 3,1% do volume de cerveja vendido, impulsionado pela marca Heineken no Brasil, México, Reino Unido, África do Sul, Rússia, Portugal e Alemanha;
- Os altos custos de alumínio, perdas por operações cambiais em e custos mais altos em novos projetos de tecnologia na Europa impactaram negativamente as margens da empresa, com o lucro atingindo EUR 936mi, número abaixo das expectativas de mercado;
- Os dirigentes do grupo mantiveram sua previsão de lucro para o ano completo, com potencial crescimento orgânico de aproximadamente 5%.
Nestlé: Resultados positivos, com crescimento orgânico no primeiro semestre
- O grupo apresentou receitas de 45,5bi de francos suíços no primeiro semestre deste ano, número 3,5% superior no ano contra ano, enquanto que o lucro de 5,0bi caiu 14,6% frente ao ano passado;
- A gigante do mundo de alimentos apresentou crescimento orgânico de 3,6%, com destaque para os resultados nos EUA e Brasil, e ligeiro aumento de preços, mesmo com o atual ambiente deflacionário na Europa. Na contramão, a divisão de alimentos na China indicou desaceleração. Sobretudo no segundo trimestre, a Nestlé apresentou maior crescimento e sortimento nas vendas frente grandes competidores, com notável sucesso da divisão de cafés, produtos para animais de estimação e linha de produtos para nutrição infantil;
- O segmento de cafés foi destaque devido ao crescimento de cerca de 5%, com o aumento da dinâmica da Nespresso e da Nescafé em todas as regiões e a compra da licença da rede Starbucks.
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