IBOVESPA 0,6% | 96.125 Pontos
CÂMBIO -2,1% | 5,37/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (18) na contramão das bolsas americanas, que terminaram o dia entre perdas e ganhos. Após a reunião do COPOM de quarta-feira, o dólar subiu 2,1% a R$ 5,37. No mercado de juros futuros, os DI’s longos também apresentaram alta.
Os mercados internacionais voltam a registrar ganhos e apontam para a 4ª semana de alta das últimas 5, com poucos indícios de um segundo confinamento e dados mostrando recuperação econômica. EUA +0,9% e Europa +1,2%, após fechamento igualmente positivo na Ásia.
Nos EUA, destaque para notícias de que a China planeja acelerar as compras de produtos agrícolas americanos para cumprir o acordo comercial da primeira fase após negociações no Havaí. Na Europa, a atenção voltou-se para as negociações sobre o programa proposto pela UE de 750 bilhões de euros (840 bilhões de dólares) para ajudar as economias a se recuperarem dos bloqueios.
No Brasil, as atenções seguem voltadas para os desdobramentos e impactos da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, que foi detido na casa de um advogado próximo da família presidencial. A sequência da investigação se soma a outras frentes em que o entorno de Jair Bolsonaro é alvo no Judiciário e tende a provocar mais instabilidade no governo.
Na economia, influenciado negativamente pelas piores performances dos principais setores da economia brasileira em abril (indústria, comércio e serviços), o índice de atividade econômica calculado mensalmente como uma métrica do PIB pelo Banco Central (IBC-Br) apresentou contração de 9,7% na comparação mensal de abril e de 15,1% na comparação anual desse mesmo mês. O resultado veio levemente acima tanto das nossas expectativas quanto das expectativas de mercado, mas reforçou a mensagem de que abril foi o pior mês para a atividade econômica no país.
De acordo com a Folha de São Paulo, a equipe de Paulo Guedes está preparando um plano que será submetido ao ministro nas próximas semanas para definir uma meta para a dívida pública. A ideia dos assessores é que, assim como acontece hoje com as metas para a inflação e para o resultado primário, o governo consiga mostrar ao mercado o compromisso com o ajuste mesmo diante da pandemia.
Pelo lado corporativo, o Presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que o Novo Marco regulatório do Saneamento (Projeto de Lei 4162/19) deverá ser votado na próxima quarta-feira (24/06). O relator do Plenário, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse espera que o relatório seja apresentado até hoje (19) para que seu conteúdo seja conhecido. Esperamos reação positiva das ações de saneamento no pregão de hoje, em particular de Sabesp (Neutro) e Copasa (Venda), candidatas a eventuais projetos de privatização. Em relatório recente, apresentamos mais detalhes sobre o Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico e nossas recomendações dentro do setor.
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Internacional
- Política internacional: Trump diz que ainda pode cortar laços com a China
- Petróleo: Commodity em alta com maior cumprimento de metas de corte de produção por membros
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Saneamento: PL do novo marco do saneamento estará na pauta do Senado na próxima quarta (24)
- Copasa (CSMG3): Conselho decide não pagar dividendo extraordinário de R$ 400 milhões
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Trump diz que ainda pode cortar laços com a China
- Após a reunião entre Mike Pompeo e delegação chinesa nesta semana dar indícios de relaxamento na relação entre os Estados Unidos e a China, o presidente americano Doland Trump voltou a escalar as tensões entre os países ao afirmar que ainda pode cortar todos os laços com a China, uma declaração que contraria o que o representante de comércio americano, Robert Lighthizer, disse na quarta-feira. O presidente também se referiu ao coronavírus como a “plaga chinesa”;
- No Reino Unido, o primeiro ministro Boris Johnson recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, para discutir as negociações sobre as relações comerciais com a UE pós-Brexit. Segundo comunicado do governo Johnson, o primeiro ministro reiterou sua intenção de intensificar as negociações no mês de Junho e afirmou que não considera necessário prolongar as conversar porque devem chegar a um acordo até setembro.
Petróleo: Commodity em alta com maior cumprimento de metas de corte de produção por membros
- Os preços de petróleo operam em alta nesta manhã, com o Brent subindo +2,22%, aos US$42,43/barril e o WTI subindo +2,75%, aos US$39,91/barril. Em um painel da OPEP+ realizado ontem, conhecido como Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (sigla em inglês JMMC), houve pressão para que países como Iraque e Cazaquistão tenham uma maior adesão aos cortes de produção estabelecidos pelo grupo;
- Lembramos que em 6 de junho, a OPEP+ (grupo que reúne os maiores produtores de petróleo do mundo e aliados como a Rússia) conseguiu chegar a um acordo para estender o atual nível de cortes de produção de petróleo de 9,7 milhões de barris ao dia (mbpd) – ou cerca de 10% da produção global da commodity – até o final de julho. A partir de agosto, tal patamar de cortes passará a -7,7 mbpd até dezembro de 2020 e -5,8 mbpd de janeiro de 2021 até abril de 2022. A JMMC voltará a se reunir em 15 de julho, quando deverá reavaliar a situação dos mercados de petróleo novamente e recomendar o próximo nível de cortes de produção. No entanto, notamos que no painel de ontem não foi discutido se haverá uma extensão do atual nível de cortes de produção em agosto;
- Vemos a decisão referente a países da OPEP+ que não cumpriram suas metas de produção de petróleo como positiva, uma vez que um maior cumprimento das metas de produção da OPEP+ como um todo colabora para um equilíbrio maior de oferta e demanda da commodity. Seguimos confiantes em uma recuperação dos preços de petróleo nos patamares anteriores à pandemia do coronavírus no médio e longo prazo conforme houver uma maior normalização das atividades e flexibilização de quarentenas.
Empresas
Saneamento: PL do novo marco do saneamento estará na pauta do Senado na próxima quarta (24)
- Ontem, o Presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que o Novo Marco regulatório do Saneamento (Projeto de Lei 4162/19) deverá ser votado na próxima quarta-feira (24/06). Apesar de algumas lideranças partidárias se posicionarem contrariamente à apreciação do tema por sessão remota e em meio à situação de calamidade pública, o Presidente do Senado disse que “assumiu um compromisso”, e que o tema tem que ser resolvido por voto;
- O relator do Plenário, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse espera que o relatório seja apresentado até hoje (19) para que seu conteúdo seja conhecido. O Senador também buscou minimizar críticas de seus pares, afirmando que o Novo Marco Regulatório é um projeto de universalização, e não de privatização (visão com a qual concordamos). Líderes do governo também buscam construir um acordo para evitar alterações no texto que obrigariam o PL a retornar à Câmara dos Deputados;
- Esperamos reação positiva das ações de saneamento no pregão de hoje, em particular de Sabesp (Neutro) e Copasa (Venda), candidatas a eventuais projetos de privatização. Veja no nosso relatório mais detalhes sobre o Novo Marco Regulatório e nossas recomendações dentro do setor.
Copasa (CSMG3): Conselho decide não pagar dividendo extraordinário de R$ 400 milhões
- Ontem a Copasa divulgou, via fato relevante, que seu conselho de administração decidiu que a companhia não irá pagar dividendos extraordinários neste momento, em função da pandemia da covid-19;
- No fato relevante, a companhia diz que, pela política de dividendos, haveria espaço para a distribuição extraordinária — uma vez que a relação entre dívida líquida e Ebitda ficou abaixo de 2,0x vezes no ano passado. O montante seria na ordem de R$ 400 milhões. No entanto, “em função de incertezas dos impactos da pandemia da covid-19 que, conforme vem sendo noticiado, aparenta ainda não ter atingido seu pico no Estado de Minas Gerais”, o conselho decidiu preservar o caixa para garantir compromissos já assumidos;
- Por fim, a Copasa cita a adesão a uma medida divulgada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que prevê a suspensão de pagamentos de dívidas relacionadas a empréstimos e debêntures por um período de seis meses;
- Mantemos nossa recomendação de Venda nas ações da Copasa, com preço alvo de R$ 46,00/ação.
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