TSMC (TSMC34) reporta receita recorde no 1º trimestre de 2022 – 🌎Radar Global

MACRO

Mercados globais amanhecem negativos (EUA -0,3% e Europa -0,4%), enquanto investidores aguardam novos dados da inflação americana e o início da temporada de resultados do primeiro trimestre de 2022. Ainda nos EUA, diversos membros do Federal Reserve deverão se pronunciar nesta segunda-feira, o que poderá contribuir para mais volatilidade nos mercados. Na China, ambos o índice CSI 300 (-3,1%) e Hang Seng (-3,0%) encerraram em baixa após surpresa nos dados de inflação. Tanto a inflação ao produtor, 8,3% no comparativo anual, quanto a inflação ao consumidor, 1,5% no comparativo anual, vieram acima das projeções do consenso. Além disso, as dificuldades do país em controlar a nova onda de Covid-19 preocupam os investidores. Nesta segunda-feira a cidade de Guanzhou anunciou novas restrições, ampliando o seu lockdown parcial.

Coronavírus: Xangai reportou mais de 25 mil novos casos neste domingo. Moradores da cidade já começam a sofrer com os problemas logísticos que afetam a oferta de alimentos e outros produtos em virtude do lockdown prolongado.

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EMPRESAS

Cortes de produção atingem montadora chinesa: A Nio, montadora de veículos elétricos, anunciou durante o final de semana que aumentará o preço dos seus veículos e suspenderá a produção em virtude da nova onda da Covid-19 na China. O aumento no número de casos no país tem criado um ambiente ainda mais desafiador para as companhias locais, criando novos gargalos na cadeia de abastecimento local. Este problema somado ao aumento no preço das matérias-primas tornaram o cenário complicado para a montadora e, como resultado, o CEO William Li afirmou: “nós não temos outra alternativa a não ser aumentar os preços”. Para entender o que tem impactado o setor, leia o relatório completo.

A montadora aumentará em 10 mil yuans (US$ 1.572) o preço dos seus 3 SUVs, o ES8, ES6 e EC6. Com o anúncio, a Nio se junta ao grupo de outras montadoras elétricas que já realizaram aumentos como a Tesla e Xpeng. Vale ressaltar que até o momento as montadoras elétricas chinesas vinham mostrando resiliência frente aos cortes de produção. A Nio, Xpeng e Li Auto bateram recordes de entregas em fevereiro, mas a situação parece encontrar um ponto de inflexão.

Shell (RDSA34) alerta para uma conta de US$ 5 bilhões com a saída da Rússia: A Shell disse que espera contabilizar encargos de até US$ 5 bilhões no resultado do 1º trimestre relacionados à decisão de retirar as operações da Rússia. No dia 28 de fevereiro, a gigante do petróleo anunciou que encerraria seu envolvimento no financiamento do projeto Nord Stream 2, o gasoduto que vai da Rússia até a Alemanha. A Shell também disse que deixaria sua participação de 27,5% em projeto de gás offshore no Extremo Oriente da Rússia, que é 50% de propriedade da Gazprom e fornece cerca de 4% do mercado mundial de gás natural liquefeito. Segundo a companhia, na época, o valor de seus ativos não circulantes vinculados aos empreendimentos russos era de cerca de US$ 3 bilhões. O valor estimado de US$ 5 bilhões inclui também os custos de interromper todas as compras à vista de petróleo russo e eliminar gradualmente suas negociações vinculadas ao país, como anunciado no dia 8 de março.

O anúncio foi feito antes da divulgação de resultados da companhia, programada para 5 de maio, e dá aos investidores pistas sobre o potencial impacto que pode aparecer nos números das empresas ocidentais com o movimento de se afastar da Rússia. A retirada da Shell do país ocorreu um dia depois que a rival, BP PLC, disse que deixaria sua participação de quase 20% na produtora russa de petróleo Rosneft. A BP alertou que a medida pode resultar em perdas potenciais, incluindo baixas contábeis e cobranças, totalizando até US$ 25 bilhões. As grandes petrolíferas atuaram na vanguarda do que se tornou uma onda de grandes empresas ocidentais cortando laços com a Rússia. Outra empresa do setor que caminhou na mesma direção foi a Exxon Mobil, dizendo no dia 1º de março que interromperia a produção de um enorme projeto de petróleo e gás que administra no Extremo Oriente da Rússia.

TSMC (TSMC34) reporta receita recorde no 1º trimestre de 2022: A fabricante de semicondutores afirmou nesta sexta feira que sua receita atingiu NT$ 491,1 bilhões vs. NT$ 469,4 bilhões estimados pelos analistas. O forte resultado da companhia ocorreu por consequência da forte demanda por chips para smartphones, computadores e carros. A TSMC afirmou ainda que a escassez global prolongada de semicondutores tem contribuído para um aumento nos seus preços, o que poderá ser positivo para suas margens. A companhia reportará seus resultados do primeiro trimestre no dia 14/04/2022.

Demanda sem fim? Segundo a empresa, a procura por dispositivos eletrônicos segue aquecida em todas as frentes, como celulares, televisores, e outros, mesmo com os países removendo as restrições da pandemia e a população retornando ao trabalho presencial/híbrido. Por outro lado, o tempo de espera pelos semicondutores voltou a subir em março por conta dos lockdowns na China e terremoto no Japão, que estão prejudicando as linhas de produção, segundo pesquisa da Susquehanna. Mesmo com os contratempos, a TSMC não planeja revisar suas metas de faturamento para 2022, afirmando que irá rearranjar suas prioridades de produção para atender toda essa procura.

ANÁLISE

Alta correlação entre o preço dos alimentos e fertilizantes: O gráfico acima, do Macrobond, mostra que a variação dos preços dos fertilizantes é similar aos movimentos do FAO (índice que segue as commodities de alimentos mais negociadas do mundo). Desde 2020, vemos uma forte alta nos 2 índices, impulsionada pelos gargalos nas cadeias de abastecimento global à medida que as economias passaram pelo período de reabertura. Em 2022, o movimento seguiu ainda mais acentuado devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Os países detém grande parte da produção das commodities agrícolas e no caso da Rússia, em específico, ela é uma das maiores exportadoras de componentes que fazem parte dos fertilizantes. A combinação destes fatores está contribuindo para a alta inflação global e para o aumento do preço dos alimentos. Como resultado, segundo o FAO, o preço dos alimentos subiu 13% em março vs. o mês anterior, registrando uma nova máxima histórica.

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