🌎RADAR GLOBAL: Chips do Google

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem levemente positivas e sem grandes eventos (EUA +0,2% e Europa +0,2%) enquanto investidores aguardam dados de auxílio-desemprego a serem divulgados nos EUA. Na China (0%), o mercado encerra de lado, mas com nova movimentação dos reguladores, que por sua vez alegaram que empresas de carona estariam recrutando motoristas e veículos não aprovados no país e investigam empresas como a Didi, T3 e Meituan. O Bitcoin (+3,5%) volta a ser negociado no patamar de US$ 49,9 mil.

Coronavírus: Além das vacinas, empresas farmacêuticas procuram novos tratamentos. Em agosto, a AstraZeneca publicou os resultados de um ensaio de uma terapia com anticorpos que reduziu o risco de desenvolver Covid-19 sintomático em 77%. Não houve mortes ou casos de doença grave entre os 25 participantes que contraíram Covid sintomática durante o teste. A gigante farmacêutica produzirá de 1 a 2 milhões de doses do tratamento até o final deste ano e o seu uso já foi aprovado no Reino Unido.

EMPRESAS

Google Hardware: A gigante de tecnologia (GOGL34) anunciou neste mês que pretende lançar seus próprios chips (CPUs) para instalação em seus laptops Chromebook com previsão de serem implantados já em 2023. Atualmente, o Google usa os semicondutores fornecidos por empresas como Intel e AMD, que são responsáveis pelo processamento de dados dos aparelhos. Os novos chips do Google são baseados em projetos da Arm, empresa britânica controlada pelo SoftBank, cujas arquiteturas abastecem 90% dos smartphones do mundo.

Guerra dos chips: O foco crescente do Google no desenvolvimento de seus próprios chips surge no momento em que rivais globais buscam uma estratégia semelhante para diferenciar seus produtos: Amazon, Facebook, Microsoft, Tesla, Baidu e Alibaba, estão competindo para construir seus próprios semicondutores para utilizar em seus serviços em nuvem e aparelhos eletrônicos. Conforme a Bain & Company, o custo de projetar um chip de 5 nm de última geração custa cerca de US$ 500 milhões, em comparação com cerca de US$ 50 milhões para desenvolver um chip usando tecnologias de produção mais antigas, como tecnologia de 28 nm.

iPhone anywhere: Rumores sugerem que o novo smartphone da Apple (AAPL34) poderá estabelecer conexão direta com satélites na órbita do planeta. Embora a empresa ainda não tenha confirmado a informação ou mesmo definido uma data para o lançamento dessa funcionalidade, fontes do Bloomberg afirmam que, mesmo que o novo celular possua o hardware necessário para tal função, ela não deverá ser implementada ainda em 2021. Contextualizando, a conexão via satélite pode servir como mais uma opção de conectividade para o iPhone, que atualmente conta com o 5G e iMessage, e potencialmente permitirá conectividade em lugares remotos (similar ao Starlink do Elon Musk). O intuito inicial da nova ferramenta é fornecer aos usuários uma opção de comunicação em lugares remotos e durante emergências, como em um navio no meio do oceano.

Ainda sobre Apple: A companhia parece enfrentar dificuldades com o lançamento de seu novo Apple Watch, visto que o novo produto possui um design complexo, com a presença de sensores de pressão sanguínea e resistência a água. A combinação desses fatores parece contribuir para um atraso na produção do novo smartwatch. Estima-se que apenas este segmento de produto foi responsável por US$ 30,62bi de faturamento, uma fatia de 11% da receita total, para a Apple em 2020, sendo assim, seu atraso poderá causar impacto relevante nos resultados da companhia.

Zoom desaponta: A empresa reportou resultados na última segunda-feira e relatou um crescimento de +54% ano contra ano, totalizando US$ 1 bilhão de receitas no 2T21. Apesar da expansão relevante, a empresa desacelerou muito, visto que havia apresentado um crescimento de vendas de +191% no 1T21 e +369% no 4T20. Os fortes números são resultados do confinamento, porém, o Zoom pode continuar a desacelerar à medida que os escritórios reabrem e o isolamento social diminue. Olhando pra frente, para sustentar o crescimento, o Zoom deve implementar novas funcionalidades em seu software para atrair novos clientes, desde o planejamento em grupo até a edição de documentos.

De olho nas oportunidades: Após a queda das ações da Zoom, a investidora Cathie Wood, gestora da ARK Investment Management comprou quase 200.000 ações da empresa de videoconferência em pelo menos dois fundos negociados em bolsa. As ações da Zoom subiram +2,8% na quarta-feira, após uma queda de cerca de 17% no dia anterior, sua queda mais acentuada desde o mês de novembro. Após a divulgação de seus resultados, investidores mostram preocupações sobre a redução do crescimento pós-pandêmico.

ANÁLISES

Investimentos aéreos decolam: Segundo a McKinsey, investimentos no setor aéreo registraram um aumento expressivo, com um crescimento anual de 83% nos últimos 5 anos, somando mais de US$ 10,3bi. Além disso, apenas nos 5 primeiros meses de 2021, cerca de US$ 4,6bi foram captados por projetos na indústria. 80% de todos esses investimentos é destinado a soluções de mobilidade aérea avançada, como táxis aéreos elétricos com decolagem e pouso vertical. O intuito dessa modalidade de aviação é solucionar problemas como congestionamentos de veículos em grandes cidades e ampliar a eficiência da mobilidade em rotas de aproximadamente 50 milhas de distância. Os restantes US$ 2,4bi deste montante são destinados a soluções de aviação sustentável, super e hipersônica além de infraestrutura aérea e drones. Essa movimentação parece atrair olhares de diferentes investidores para um setor que, historicamente, não possui grande atratividade devido a baixa diferenciação de serviços e margens reduzidas.

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