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🌎RADAR GLOBAL: Caso do Facebook

GM elétrica, escassez de chips e documentos do Facebook

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Bolsas internacionais amanhecem negativas (EUA -1,2% e Europa -1,9%) ao passo que a crise energética global aplica pressões inflacionárias nos países e o juro de 10 anos americano, no patamar de 1,5%, volta a causar a venda generalizada de ações de tecnologia (Nasdaq 100 –1,4%). O petróleo (-0,4%) amanhece em baixa, mas o gás natural (+0,9%) segue o seu ciclo de apreciação, devido à sua oferta reduzida no continente Europeu em meio a alta demanda causada pela recuperação econômica e início do período de baixas temperaturas no continente. O Bitcoin (-0,3%) sofre queda após o Senado dos EUA receber uma nova proposta de lei que prevê a investigação do papel das criptomoedas em golpes de ransomware.

Coronavírus: Pesquisadores descobrem que a eficácia da vacina da Pfizer contra a infecção pela variante delta cai de 93% um mês após a 2ª dose para 53% após quatro meses. Ainda assim, a proteção contra hospitalizações persiste, sendo 90% eficaz para todas as variantes da COVID-19 – incluindo a delta – por pelo menos seis meses, de acordo com o estudo da companhia.

EMPRESAS

Caso do Facebook (FBOK34): Haugen, uma ex-funcionária da companhia, veio a público testemunhar contra o comportamento da gigante de tecnologia perante os seus usuários. Segundo Haugen, a empresa estaria colocando lucros à frente de sua preocupação com o bem-estar de seus clientes. Dentre as afirmações da testemunha, estão a de que o Facebook conduziu pesquisas em suas próprias plataformas que confirmaram o impacto negativo de certos conteúdos em seus usuários, principalmente nos mais jovens, mas prefere não agir contra estes problemas para não afetar a sua rentabilidade. Além disso, ela reforçou que a falta de transparência da empresa dificulta uma regulação precisa sobre suas operações e que, sem interferência externa, o Facebook não mudará sozinho.

A empresa respondeu que a pesquisa foi feita em uma amostra de apenas 40 usuários do Instagram que já enfrentavam problemas psicológicos.

Mesmo com o testemunho de Hauge as ações da companhia encerraram o dia em alta de +2%, recuperando parcialmente suas perdas de segunda-feira, após todas as suas plataformas ficarem foram do ar por cerca de 6 horas. Investidores seguirão observando os próximos passos do Facebook, bem como discussões regulatórias por parte das autoridades americanas.

Tempos de escassez: Taiwan anuncia que a ajuda da Malásia é necessária para resolver a escassez global de semicondutores automotivos, conforme o ministro da Economia de Taiwan, Wang Mei-hua. Taiwan, como um grande produtor de chips, tem estado no centro dos esforços para resolver a escassez, que paralisou fábricas de automóveis em todo o mundo. Dada a complexidade da situação, o país solicita ajuda para suprir a cadeia de abastecimento.

Por que Malásia? A Malásia é o lar de fornecedores e fábricas que atendem fabricantes de semicondutores, como STMicroelectronics e Infineon, ambas da Europa, bem como grandes fabricantes de automóveis, incluindo Toyota e Ford. A Malásia responde por 13% do empacotamento e teste de chips globais, e 7% do comércio mundial de semicondutores passa pelo país, com algum valor agregado nas fábricas locais e os chips sendo combinados com outras peças antes do envio final. Nas palavras do presidente da Malaysia Semiconductor Industry Association: “Estamos fazendo o possível para produzir o máximo possível, mas a capacidade atual não pode atender à demanda que é muito grande“. De acordo com a consultoria AlixPartners, em 2021, a crise deve custar à indústria automotiva global um prejuízo de US$ 210 bilhões em receita.

The new GM logo is seen on the facade of the General Motors headquarters in Detroit, Michigan, U.S., March 16, 2021. REUTERS/Rebecca Cook

Reduzindo custos: A General Motors (GMCO34) informou que vai abrir um centro de Pesquisa e Desenvolvimento de células de bateria nos EUA para ajudar a reduzir o custo e aumentar a autonomia de veículos elétricos. O Wallace Battery Cell Innovation Center deve ser inaugurado até a metade de 2022, mas companhia ainda não informou o valor do investimento. O projeto conta com a parceria da sul-coreana LG Energy Solutions, a fim de acelerar o desenvolvimento suas baterias próprias Ultium. As empresas anunciaram duas joint-ventures para as fábricas e a GM disse que pretende abrir mais duas. Segundo o vice-presidente dos EVs da GM: “A chave para tornar esses veículos acessíveis será o custo das células de bateria“.

General Motors elétrica: A companhia pretende investir US$ 35 bilhões até 2025 em EVs e veículos autônomos, e espera delinear metas além desse período no dia do investidor que ocorrerá hoje. Do lado da concorrência, sua rival Ford (FDMO34) pretende investir US$ 185 milhões para abrir, ao final de 2022, um centro de desenvolvimento de baterias para carros elétricos.

ANÁLISE

Fonte: Bespoke

Quais setores comandaram a recente queda no mercado americano? Ações do setor de tecnologia lideram com as maiores quedas no índice S&P 500, segundo gráfico da Bespoke. De acordo com o gráfico acima, as ações que mais caíram desde o pico de 2 de setembro foram as de tecnologia, e os setores com as maiores altas foram o financeiro e o de energia. Contextualizando, estamos em um momento de inclinação da curva de juros, ou seja, investidores esperam ver daqui para frente um aumento de juros nos Estados Unidos. Consequentemente, ações de crescimento, como algumas de tecnologia, acabam sofrendo neste cenário por possuírem grande parte do seu valor baseado em crescimento futuro, logo, um juro mais alto implica em uma taxa de desconto maior. Por outro lado os bancos costumam se beneficiar dessa alta na taxa dos juros, ao passo que conseguem realizar empréstimos com taxas mais altas. Além disso, vemos empresas de petróleo e gás no gráfico acima, registrando forte apreciação, sendo impulsionadas pelo recente rali da commodity.

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