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Temporada de resultados, eleições nos EUA, economia americana, Google e Tesla | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Prévia da temporada de resultados do 3T24 nos EUA: Fácil, extremamente fácil! 2. Eleições Americanas: Onda vermelha 3. Economia Americana: Inflação acelera, corte de novembro em risco 4. Google: Operação do DOJ põe em risco modelo de negócios da empresa 5. Tesla: Lançamentos decepcionam investidores

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1. Prévia da temporada de resultados do 3T24 nos EUA: Fácil, extremamente fácil! - Mercado espera que lucros cresçam 3,7% A/A no trimestre. Esperamos muitas surpresas positivas

2. Eleições Americanas: Onda vermelha - Aumento de probabilidade de vitória de Trump impacta os mercados

3. Economia Americana: Inflação acelera, corte de novembro em risco - Divulgações da semana provocam abertura na curva de juros

4. Google: Operação do DOJ põe em risco modelo de negócios da empresa - Como propostas do Departamento de Justiça dos EUA podem impactar o futuro da companhia

5. Tesla: Lançamentos decepcionam investidores - Evento de lançamento do Cybercab provoca queda no preço da ação

1. Prévia da temporada de resultados do 3T24 nos EUA: Fácil, extremamente fácil!

Com o início da temporada de resultados do 3º trimestre de 2024, publicamos a nossa prévia da temporada na qual buscamos trazer as principais informações, o calendário, os principais dados de consenso de mercado e, também, a nossa visão para o que esperar deste tão aguardado momento para o mundo corporativo. A temporada já começou a ganhar força com o início das divulgações dos balanços de setor financeiro, com empresas como JPMorgan, Wells Fargo e BlackRock

O consenso espera que o lucro por ação do S&P 500 apresente alta de 3,7% A/A. Porém, a economia americana ainda resiliente e as revisões baixistas nas expectativas de lucros, sugerem que teremos uma temporada de fortes surpresas positivas.

Do ponto de vista macroeconômico, as surpresas do lado da atividade são consistentes com um crescimento dos lucros: enquanto os economistas projetam um crescimento de cerca de 2% para o PIB americano no terceiro trimestre de 2024, os dados do nowcast do Fed de Atlanta indicam um crescimento de +3,2% em sua estimativa mais recente, do dia 09 de outubro.

Ao longo dos últimos meses, houve um corte bastante agressivo nas previsões do 3º trimestre: desde o início de julho, a projeção do lucro por ação (LPA) do S&P 500 foi revisada em -3,8%. Número acima das médias de 5, 10 e 15 anos e o maior de 2024.

Nossa visão é que será uma temporada de resultados recheada de números acima das expectativas. Considerandoi) uma economia americana ainda resiliente, com índice de surpresas econômicas se recuperando ao longo do trimestre e ficando positivo em outubro (com dados de setembro, último mês do 3º tri); ii) expectativas de lucros revisadas excessivamente para baixo ao longo dos últimos 3 meses, geraram uma situação bastante propícia para que as empresas reportem surpresas positivas.

No entanto, apesar das surpresas positivas, vemos espaço para revisões negativas de guidances, o que pode gerar reações de mercado negativas, especialmente quando consideramos os altos múltiplos do índice: o S&P 500 negocia a 21,8x Preço/Lucro, –2 desvios-padrão acima da média dos últimos 10 anos.

Confira a prévia completa.

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Confira todos os resultados do 3T24 da temporada internacional

2. Eleições Americanas: Onda vermelha

Por que entrou no Top 5? Trump volta a ser favorito e mercado começa a se posicionar

Ao contrário muitos outros países (Brasil, inclusive) a cor vermelha, nos EUA remete ao partido mais à direita do espectro político, o Republicano. Já o partido Democrata ficou com a outra cor não-branca da bandeira dos EUA, o azul (mais sobre essa história aqui).

Portanto, quando falamos de uma Onda Vermelha, em política americana, não estamos falando de uma Revolução Bolchevique. Muito pelo contrário: a Onda Vermelha refere-se ao evento no qual o Partido Republicano consegue eleger o presidente da república e, ao mesmo tempo, conquistar maioria nas duas casas do legislativo. De forma análoga, caso o Partido Democrata consiga tal feito, chamamos de Onda Azul.

E por que estamos falando de cores, ondas e bolcheviques?

Em primeiro lugar, porque um presidente com maioria em ambas as casas legislativas tem muito mais capacidade de promover suas propostas e aprova-las sem necessidade de negociar com o outro lado (nem com o Centrão).

E, além disso, porque, nessa semana, o cenário de Onda Vermelha se tornou o mais provável, segundo os sites de apostas, com 38,5% de chances de acontecer. Uma vitória de Trump sem maioria legislativa soma outros 15% (total 53,5%). Por outro lado, as chances de uma Onda Azul somam 17,5% e uma vitória de Kamala Harris sem controle do Congresso somam 31% (total 48,5%).

Uma consequência importante dessa melhora recente nas probabilidades de Trump + Onda Vermelha foi percebida claramente na performance superior das ações que tendem a se beneficiar mais de um governo dos Republicanos em relação às ações mais ligadas a um governo dos Democratas: +2,6% x +0,3% na semana.

Para saber mais sobre esses temas e como nós do Research da XP posicionamos as nossas carteiras recomendadas para as eleições nos EUA confiram:

3. Economia Americana: Inflação acelera, corte de novembro em risco

Após dados de emprego consideravelmente mais fortes na semana passada, o mercado começou a ajustar a expectativa de cortes de juros para o restante do ano. Uma série divulgações ao longo dessa semana fizeram com que a curva de juros voltasse a abrir em relação à semana anterior: a taxa de 10 anos disparou 12 bps (de 3,97% para 4,09%), enquanto a taxa de 2 anos subiu 3 bps (de 3,92% para 3,95%). 

A divulgação de dados de inflação ao consumidor (CPI) de setembro veio acima das expectativas (0,2% M/M vs. expectativa de 0,1%), mas uma desaceleração interanual para o menor patamar deste o início de 2021 (2,4% A/A), assim como uma abertura de dados mais benigna, fizeram com que o mercado reagisse aos dados mais suavemente que na semana anterior.

Outras divulgações também ajudaram a atenuar o efeito da alta de juros. O índice de preços ao produtor (PPI) apresentou estabilidade em setembro, após alta de 0,2% em agosto, e os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA atingiram o maior patamar em mais de um ano. A reação do mercado tem sido mais sensível aos dados de emprego do que à inflação.

A divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed (FOMC) trouxe sinalizações mais duras para o mercado em relação aos rumos da política monetária. O documento evidenciou que alguns membros do comitê tinham preferência por iniciar o ciclo com um corte mais modesto que os 50 bps, devido às preocupações com a força da atividade econômica.

A ata do FOMC e os dados econômicos desta semana reforçaram a opinião do time de economia da XP de que o Fed deve moderar seu ritmo de redução de juros adiante, com cortes de 0,25 p.p. nas duas reuniões restantes deste ano (em novembro e dezembro). O mercado também reduziu sua expectativa de cortes em 2024. Agora, são esperados 1,8 cortes de 25 bps na taxa dos Fed Funds até o final do ano.

4. Google: operação do DOJ põe em risco modelo de negócios da empresa

Por que entrou no Top 5? Ações caíram -2,3% após mudanças propostas pelo DOJ

Em agosto desse ano a Alphabet (Ticker: GOOGL), empresa-mãe do Google, sofreu uma derrota judicial após ter sido julgada culpada por violar a Lei Sherman, que protege mercados contra monopólios, por conta do domínio de alguns setores por mais de uma década.

Agora, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), está buscando desenvolver medidas para uma possível reestruturação da companhia para desfazer esses monopólios e impedir que a companhia continue usando sua posição prevalente para exercer controle sobre determinados mercados.

Dentre as principais mudanças consideradas pelo DOJ, temos:

  • Compartilhamento de consultas de pesquisas, cliques e resultados com concorrentes: esse ato, segundo a Alphabet, pode colocar em risco a privacidade e segurança dos usuários, uma vez que os dados poderão cair nas mãos de empresas com padrões de segurança menos rigorosos;
  • Separação de segmentos da empresa: um split de marcas como Chrome e Android impactaria o modelo de negócios da empresa, aumentaria custo de dispositivos e dificultaria competição com a Apple, que conta com produtos como Iphones e App Store;
  • Restrição do uso de ferramentas de IA: segundo o Google, tecnologias de inteligência artificial são críticas para desenvolvimento econômico e liderança dos EUA em inovação. Interferências nessas novas ferramentas tem como potencial desequilibrar investimentos e novos modelos de negócios;
  • Mudanças na dinâmica de anúncios: novas regulações nesse mercado tornariam as propagandas online menos efetivas para os consumidores e para os anunciantes, e teriam um impacto negativo sobre a receita de Alphabet.

Por fim, embora a adoção das práticas listadas acima possa transformar profundamente a empresa, o DOJ ainda não tomou uma decisão. Além disso, é provável que a Alphabet apelará a causa, fazendo com que o processo se estenda, potencialmente, por muitos anos.

5. Tesla: Lançamentos decepcionam investidores

Por que entrou no Top 5? Ações caíram mais de 8% na sexta-feira após evento do robotaxi

Após alguns adiamentos, finalmente a Tesla fez a apresentação do seu novo carro futurista, o Cybercab, modelo de robotaxi amplamente antecipado pelos investidores. Poucos dias antes, alguns executivos anunciaram que iriam sair da companhia, como o diretor de informações Nagesh Saldi. Isso aumentou a pressão sobre o lançamento.

A ideia futurista, de um carro sem volante nem pedais, tem grande potencial de ditar o futuro da montadora e da indústria automotiva. Porém, após as apresentações de Elon Musk, o mercado passou a ponderar tanto o ponto de vista técnico quanto o regulatório extremamente desafiadores. Segundo o CEO os carros dependem apenas de IA e câmeras, não necessitando de outro hardware que os concorrentes usam. As dúvidas dos investidores geraram uma queda de mais de 8% no preço das ações e o anúncio foi considerado um fracasso.

O evento também contou com os surpreendentes lançamentos da Robovan e atualizações no Optimus, o robô humanoide da Tesla. Entretanto, nem isso foi capaz de compensar a falta de detalhes técnicos e de previsões sobre com que rapidez a companhia será capaz de ampliar a produção de robotaxis, eliminar obstáculos regulatórios ou implementar um plano para superar rivais como o Waymo, da Alphabet.

A Tesla planeja fazer o lançamento do Cybercab nos estados do Texas e da Califórnia já no próximo ano, mas antes disso precisará superar uma série de obstáculos regulatórios.

Agenda de resultados da próxima semana

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