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🌎 Mundo em 60s: Fed e seus próximos passos

Entenda o último comitê do Fed e a nossa perspectiva para a política econômica americana. Veja os destaques da semana.

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Bolsas: A semana se encaminha para um fechamento positivo dos mercados globais, com ativos devolvendo integral ou parcialmente as perdas da semana passada, que foram ocasionadas por um breve sentimento de aversão a risco após o comitê do Federal Reserve sugerir a antecipação do ciclo de subida de juros nos EUA. Os dados de inflação recentes dão suporte à tese de "transitoriedade" repetida pelo Fed, permitindo que ações de crescimento, muito ligadas ao setor de tech voltem a subir. Na China (+2,7% na semana), notícias de injeção de liquidez por parte do Banco Central (PBOC) sustentaram a alta na região, que está no zero a zero em 2021 por conta das ameaças regulatórias do Partido Comunista às Big-Tech chinesas.

Setores: Destaque para o setor financeiro (+4% na semana), devolvendo parte das perdas do período anterior; a notícia positiva envolve a liberação para que grandes bancos voltem a distribuir dividendos e realizar recompras de ações avaliados em ~US$ 130bi. As restrições haviam sido estabelecidas pela autoridade monetária em 2020 para proteger a economia de um possível rombo de US$ 700bi de perdas com empréstimos. Enquanto isso, petrolíferas (+6,2%) continuam se beneficiando das perspectivas positivas de reabertura global, bem como do recém-anunciado acordo bipartidário do pacote trilionário de infraestrutura nos EUA.


Fed e seus próximos passos

1. O Federal Reserve adotou um discurso mais contracionista, surpreendendo os investidores.

Na semana passada, o Federal Reserve surpreendeu os mercados para o lado contracionista em sua reunião do meio do ano. A surpresa veio do gráfico de pontos e não da discussão sobre o processo de tapering. O comentário trouxe mudanças relevantes. Entre as mais importantes, o FOMC alterou o texto anterior: "A pandemia da COVID-19 está causando uma tremenda dificuldade humana e econômica nos EUA e no mundo" para argumentar que: "O progresso da vacinação deve continuar reduzindo os efeitos da crise de saúde pública na economia, mas os riscos para o cenário econômico permanecem". Finalmente, o comentário, que em abril argumentava "com uma inflação que corria persistentemente abaixo da meta de longo-prazo" mudou para uma postura mais contracionista "com a inflação correndo persistentemente abaixo da meta de longo-prazo".

2. O gráfico de pontos passou a sugerir uma alta de juros nos EUA antes do que era esperado.

Na terça-feira da semana passada, nosso Estrategista Global, Alberto Bernal, argumentou em sua prévia:

"Acreditamos, no entanto, que é provável que os diretores do Federal Reserve deverão decidir à favor de mudar as suas expectativas sobre a data precisa em que iniciarão o processo de subida na taxa de juros, ou seja, a média dos "pontos" pode, de fato, prever uma iniciação do ciclo de alta ainda em 2023. Se 3 membros mudarem a sua visão, a mediana dos pontos irá prever um aumento no início de 2023. O crescimento robusto e persistente, e dados de inflação significativamente superiores ao esperado podem incrementar a visão cautelosa de membros mais centristas do comitê. Mantemos nossa aposta de que menos de 3 membros mudarão sua visão nesta reunião, mas estamos cientes de que este é um posicionamento aproximado".

Estávamos errados em nossa previsão. Os "pontos", na verdade, entregaram mudanças materiais. Especificamente, os pontos em março de 2021 mostravam que 4 membros esperavam uma subida nos juros em 2022 enquanto 7 deles esperavam em 2023. Já em junho de 2021, os pontos mostraram que 7 membros agora esperam o início do ciclo de alta em 2022, e 13 membros em 2023. Agora, apenas 5 integrantes prevêem que a taxa de juros do Federal Reserve permanecerá inalterada até o final de 2023; antes, estes eram 11.

O gráfico de pontos: Cada ponto azul representa um oficial do Federal Reserve.

Fonte: Federal Reserve SEP

3. O Fed revisou para cima as expectativas de inflação e do PIB americano.

Também argumentamos, na noite anterior à publicação da decisão, que o Sumário de Projeções Econômicas (SEP) traria, necessariamente, ajustes materiais nas previsões de inflação do Fed: "... com a mediana do PCE Núcleo provavelmente aumentando de 2,2% a.a. para 3% a.a. e com a leitura de 2022 subindo de 2% a.a. para 2,5% a.a.. Nós não esperamos que a mediana do PCE Núcleo de 2023 aumente, pois um incremento desta previsão seria mutualmente excludente em relação às características 'transitórias' do atual pico inflacionário."

Nossa previsão foi próxima disso: O SEP de junho agora prevê que o PCE Núcleo termine 2021 em 3% a.a., e 2022 em 2,1% a.a. Novamente, nós esperávamos a mediana de 2022 subindo para 2,5% em 2022. No entanto, o aspecto-chave - que dá suporte à tese de "natureza transitória" da inflação atual - foi o fato de que a mediana do PCE Núcleo em 2023 permaneceu estável em 2,1% a.a. Não menos importante, o SEP mostrou um aumento da expectativa de crescimento do PIB americano de 6,5% para 7% em 2021.

4. O calendário da redução do processo de compra de ativos deve ser divulgado em agosto.

Sobre o debate do tapering, acreditamos que a mensagem implícita do presidente Jerome Powell sugere que o calendário será entregue em agosto, na reunião de Jackson Hole. Como argumentamos anteriormente, acreditamos que a estratégia de aguardar até o mês de agosto é certeira, pois até lá o Fed terá mais dois meses de dados de inflação e de emprego para avaliar a economia.

Acreditamos que o calendário do processo de tapering trará uma redução mensal de US$ 10 bilhões no programa de compra de ativos até que este chegue a zero. Em termos de datas, mantemos nossa visão de que o Dia D para o início do processo de tapering será durante o 1º trimestre de 2022, no entanto, o risco de um início no 4º trimestre de 2021 (mais provavelmente em dezembro), aumentou significativamente. Também ajustamos as nossas estimativas para o início do ciclo de alta de juros para o 3º trimestre de 2023 (antes 1º trimestre de 2024). Ainda acreditamos que a taxa final ficará em 2% e não nos 2,5% sugeridos pelo atual gráfico de pontos.

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