Pela primeira vez na história, 48 equipes participarão da Copa do Mundo da FIFA de 2026, no que será a maior competição de futebol da história, à medida que o torneio se aproxima da marca de 100 anos. A ser realizada nos países da América do Norte, a fase de grupo compreenderá jogos nos Estados Unidos, México e Canadá, enquanto a fase do mata-mata ocorrerá exclusivamente nos EUA.
Além do tamanho, a Copa de 2026 promete ser um grande impulsionador do consumo nos Estados Unidos, justamente no verão do hemisfério norte. Com a chegada de milhões de turistas e a atenção global voltada para o evento, setores como hotelaria, alimentação, transporte e entretenimento devem experimentar um aumento significativo na demanda. Esse cenário favorável cria oportunidades de investimento em ações de empresas que estão diretamente expostas a esses setores. Além de empresas diretamente impactadas pelo fluxo de torcedores, o consumo “temático”, como camisas de times e televisões também tendem a observar um crescimento substancial em seus lucros durante o período do evento.
Em relatório da elaborado conjuntamente pela FIFA e OMC, estima-se que os gastos associados à Copa de 2026 terão impacto de US$ 17,2 bi sobre o PIB americano e US$ 40,9 para o PIB Global, e que a copa será responsável pela geração de 185 mil empregos (equivalente de empregos em tempo integral) nos EUA e 824 mil globalmente.

Abaixo, elencamos companhias expostas à Copa do Mundo da FIFA de 2026.

Patrocinadoras oficiais e marcas envolvidas no evento:
1. Coca-Cola (KO)
A Coca-Cola é uma parceira global da FIFA de longa data e será a patrocinadora oficial de bebidas não alcoólicas na Copa do Mundo de 2026. A empresa está ativando campanhas de marketing ligadas ao Mundial com bastante antecedência em relação ao torneio. Com grande exposição da marca nos estádios e mídias, espera-se que a Coca-Cola se beneficie do aumento de vendas durante o evento, especialmente no mercado norte-americano, dado o engajamento dos torcedores locais e turistas.
2. Visa (V)
A Visa é a patrocinadora oficial de tecnologia de pagamento das competições da FIFA desde 2007 e continua nessa função em 2026. Como global partner da FIFA, a Visa terá exclusividade em pagamentos nos estádios e eventos oficiais, ganhando grande visibilidade de marca. Além disso, o aumento do turismo e dos gastos relacionados à Copa (ingressos, hospedagem, consumo) pode elevar o volume de transações processadas pela Visa durante o período do torneio
3. Nike (NKE)
Embora não seja patrocinadora oficial do evento, a Nike é patrocinadora de muitas das principais seleções e atletas. Em 2018, por exemplo, a Nike forneceu uniformes para 10 das 32 seleções participantes (incluindo Brasil, França e Inglaterra) e cerca de 60% dos jogadores da Copa atuaram usando chuteiras Nike. Com a Copa de 2026 em solo norte-americano, a Nike deve intensificar campanhas temáticas e se beneficiar do aumento nas vendas de camisas, calçados e itens esportivos relacionados ao futebol.
4. Adidas (ADDYY)
A Adidas é parceira oficial da FIFA e fornecedor da bola oficial do Mundial (patrocina a Copa do Mundo desde 1970, contrato atualmente estendido até 2030). Além disso, a Adidas patrocina e fornece uniformes para várias seleções importantes. Grandes eventos esportivos costumam elevar as vendas de produtos de futebol da Adidas (na Copa de 2014 a empresa vendeu cerca de 8 milhões de camisas de times e 14 milhões de bolas oficiais, impulsionando sua receita do segmento futebol). Para 2026, com mais seleções (48 times) e maior público, espera-se um novo pico de vendas de chuteiras, camisas e outros itens da marca.
5. McDonald’s (MCD)
A rede de fast-food é patrocinadora oficial da Copa do Mundo desde 1994 e seguirá como patrocinadora na edição de 2026. O McDonald’s costuma lançar campanhas globais durante o Mundial (promoções, itens de menu temáticos) e deve se beneficiar do aumento no fluxo de consumidores em suas lojas durante o evento.
6. Bank of America (BAC)
O Bank of America é um dos novos patrocinadores oficiais confirmados para a Copa de 2026. Como o segundo maior banco dos EUA, sua participação visa exposição de marca e engajamento do público local.
Hospedagem e turismo:
7. Airbnb (ABNB)
A plataforma de aluguel de acomodações alternativas fechou uma parceria oficial com a FIFA para a Copa 2026, atuando como “Plataforma de Hospedagem e Experiências” oficial do torneio. A expectativa é que mais de 380 mil hóspedes usem o Airbnb durante a Copa, gerando um impacto econômico estimado em US$ 3,6 bilhões nas cidades-sede. A empresa também planeja experiências temáticas para os turistas (como sessões de treino com ex-jogadores), agregando valor e atraindo mais usuários.
8. Booking Holding (BKNG)
Controladora de sites como Booking.com, Priceline e Agoda, a companhia deve surfar a onda de viagens internacionais causadas pelo Mundial. Com recorde de visitantes esperados nos EUA (a FIFA projeta quase 5,5 milhões de espectadores no total) e um impacto econômico de até US$ 30 bilhões no turismo norte-americano, a demanda por reservas de hotéis e pacotes de viagem tende a crescer.
Transporte (Linhas aéreas e Mobilidade)
9. American Airlines (AAL)
A American Airlines fechou acordo com a FIFA para ser fornecedora oficial de transporte aéreo na Copa do Mundo de 2026, com direitos de categoria na América do Norte. Isso significa que, apesar da Qatar Airways ser parceira global da FIFA, a American terá um papel destacado nos voos domésticos e regionais ligados ao evento. A empresa deve se beneficiar com o fluxo de seleções, delegações e fãs viajando entre as várias sedes nos EUA.
10. Delta Airlines (DAL)
Como a maiores cia aérea dos EUA, a Delta deve registrar aumento de passageiros internacionais e domésticos durante a Copa. Muitas partidas ocorrerão em hubs da Delta (Atlanta, por exemplo) e o torneio espalhado em 11 cidades norte-americanas implicará deslocamentos aéreos significativos. Estimativas apontam um total de 5,5 milhões de fãs viajando entre as sedes, o que sugere alta lotação em voos e potencial para tarifas mais elevadas no período de pico.
11. Uber (UBER)
Fãs viajando sem carro próprio dependerão de alternativas para ir aos estádios e fan fests. Nas Olimpíadas Rio-2016, por exemplo, a Uber teve picos de demanda significativos. Com a dispersão das sedes em 2026, Uber e concorrentes como Lyft (ticker: LYFT) poderão se beneficiar de corridas de/para aeroportos, hotéis e eventos.
Bebidas
12. AB Inbev (BUD)
A AB InBev, através da marca Budweiser, renovou seu contrato de patrocínio e continua sendo a cerveja oficial das Copas do Mundo até 2026. Mesmo após o incidente no Qatar (proibição de venda de cerveja nos estádios de última hora), a AB InBev manteve a parceria devido à enorme visibilidade global que o evento proporciona. Nos EUA em 2026, espera-se um ambiente regulatório bem mais favorável ao consumo de cerveja nos jogos e fan fests. A companhia deve capitalizar com campanhas massivas da Budweiser e outras cervejas do portfólio (a Michelob Ultra, por exemplo, já é a n° 1 em vendas nos EUA).
13. Diageo (DEO)
A Diageo, multinacional de bebidas alcoólicas (dona de Johnnie Walker, Smirnoff, Guinness, etc.), entrou como “Supporter” oficial de destilados da Copa 2026 nas Américas. É a primeira vez que a FIFA tem um patrocinador focado em destilados, e a companhia irá realizar uma série de ativações de marcas do seu portfólio durante o torneio – por exemplo, campanhas do uísque Buchanan’s voltadas ao público latino nos EUA, e da tequila Don Julio e vodka Smirnoff nas fan zones.
Mídia e telecomunicações
14. Fox Corporation (FOXA)
A Fox Sports detém os direitos de transmissão em língua inglesa nos EUA para a Copa de 2026. A empresa espera audiência recorde, superando de longe os ~26,7 milhões de espectadores americanos que assistiram à final de 2022 (Argentina x França) combinando Fox e Telemundo. Com a seleção dos EUA jogando em casa e partidas em horário nobre local, a Fox antecipa um boom tanto de audiência quanto de faturamento publicitário. Executivos da companhia já declararam que o Mundial deve alavancar os resultados do 4º trimestre de 2025 (quando ocorre a fase final do torneio) em termos de venda de anúncios.
15. Comcast (CMCSA)
A Comcast, via NBCUniversal, controlará a transmissão em língua espanhola nos EUA através da Telemundo (TV aberta) e do Peacock (streaming). A audiência latina nos EUA é extremamente apaixonada por futebol – em 2022, Telemundo atingiu picos de ~9 milhões de telespectadores hispano-americanos em jogos do México e na final. Para 2026, espera-se números ainda mais expressivos, já que os jogos ocorrerão em horário acessível e a comunidade latina nos EUA deve acompanhar em peso.
16. Best Buy (BBY)
A Copa do Mundo costuma incentivar muitos consumidores a comprarem TVs novas e upgrades de eletrônicos para assistir aos jogos. Já é quase “tradição” em alguns países trocar de televisor antes de grandes eventos de futebol; no Brasil, por exemplo, as vendas de TVs dispararam antes da Copa de 2014 quando o país sediou o torneio. A Best Buy, maior varejista especializada em eletrônicos nos EUA, deve capitalizar esse movimento com promoções “World Cup”. Além de TVs, podem aumentar as vendas de projetores, soundbars, antenas de TV e aparelhos de streaming.
17. Sony Group (SONY)
A Sony, apesar de não ser patrocinadora atualmente, historicamente já foi parceira da FIFA e permanece relevante no contexto de eletrônicos. A marca produz televisores de alta definição, sistemas de áudio e câmeras – todos produtos que podem ter aumento de demanda antes/durante a Copa, conforme consumidores buscam a melhor experiência de transmissão.
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