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Alibaba sobe mesmo divulgando o menor crescimento já registrado – 🌎Radar Global

Dell supera estimativas, Macy's dispara depois de divulgar resultados fortes e Alibaba não dá muitos detalhes sobre o futuro.

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MACRO

Mercados globais amanhecem positivos (EUA +0,2% e Europa +0,8) enquanto caminham para encerrar a semana com ganhos, após várias semanas consecutivas de perdas. Nos EUA, hoje teremos a divulgação do núcleo do deflator do PCE, que é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Participantes do mercado especulam que um número abaixo do esperado poderá aumentar a probabilidade de uma pausa na alta da taxa de juros americana em setembro. Na Europa, ações de consumo e tecnologia lideram os ganhos após anúncio do Reino Unido, pontuando que aplicará uma taxa única de 25% sobre as empresas de petróleo e gás, visando levantar um pacote de apoio de US$ 18,9 bi para as famílias com dificuldades para pagar às crescentes contas de energia. Na China, o índice de Hang Seng (+2,9%) encerra em alta, impulsionado pelos fortes resultados do Alibaba e Baidu, que contribuíram para uma melhora de sentimento e reduziram parte das preocupações com os lucros corporativos dadas as restrições locais contra a Covid-19.

Coronavírus: Os moradores de Hong Kong estão deixando a cidade em massa em 2022 por conta das restrições para conter a Covid-19, segundo a CNBC. Hong Kong perdeu 93.000 residentes em 2020, 23.000 em 2021 e as estimativas mostram que este ano verá ainda mais pessoas partirem.

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EMPRESAS

Alibaba não dá muitos detalhes sobre o futuro ao apresentar menor crescimento de receita já registrado:  O Alibaba (NYSE: BABA BDR: BABA34), gigante chinês do e-commerce, reportou nessa última quinta-feira uma receita de ¥ 204,1bi vs. ¥ 200,6bi projetados pelo mercado, em linha com as expectativas e um aumento de +9% na receita, o ritmo mais lento já registrado; o LPA foi de ¥ 7,95 vs. ¥ 7,10 esperado pelos analistas, uma surpresa positiva de +11,95%. O segmento de nuvem, no qual a empresa está apostando como uma nova e importante fonte de receita e lucros, registrou um lucro anual de ¥ 1,1bi, marcando a primeira vez que a empresa obteve lucro com o negócio. As vendas do segmento de e-commerce do Alibaba na China totalizaram ¥ 140,3bi no trimestre de março, um aumento de +8% em relação ao ano anterior, e uma contribuição de 69% para a receita trimestral total. O e-commerce internacional cresceu +7%, para ¥ 14,3bi no trimestre, representando +7% da receita total.

Daniel Zhang Yong, presidente e executivo-chefe do Alibaba, atribuiu a desaceleração de receita ao surto de Ômicron na China, que segundo ele, acabou afetando o desempenho da empresa. Zhang acrescentou que a situação está melhorando, embora a recuperação possa não acontecer imediatamente. Olhando para o futuro, a empresa disse em comunicado que acredita que não é prudente fornecer orientações financeiras para o próximo ano, devido aos riscos relacionados ao COVID-19 fora de seu controle e que são difíceis de prever.

Dell supera estimativas com resultado impulsionado pela demanda comercial: A Dell (NYSE: DELL, BDR: D1EL34) reportou seus resultados com uma receita de US$ 26,1 bilhões no primeiro trimestre, vs. US$ 25,1bi projetados pelo mercado, e lucro por ação de US$ 1,84, enquanto os analistas esperavam US$ 1,56, superando as expectativas. O número foi impulsionado pela forte demanda por PCs empresariais e serviços de rede, um sinal de que as empresas estão atualizando seus sistemas à medida que os funcionários retornam ao escritório. A receita do Infrastructure Solutions Group, que inclui a maioria dos serviços de tecnologia da Dell, aumentou 16% para US$ 9,3 bilhões em relação ao ano anterior. As vendas de servidores e redes aumentaram 22%, para US$ 5 bilhões, enquanto a receita de armazenamento aumentou 9%, para US$ 4,2 bilhões. A demanda está mudando amplamente de consumidores e PCs para infraestrutura de dados, disse a companhia durante a divulgação de resultados.

A empresa reportou também estar lidando com questões na cadeia de suprimentos e incertezas sobre a economia global. A escassez de semicondutores e as restrições da Covid na China contribuíram para os pedidos em atraso que provavelmente continuarão pelo menos no trimestre atual. Os custos de componentes mais baratos ajudaram a compensar o impacto das taxas mais altas no primeiro trimestre, mas, para o segundo trimestre, a companhia espera que os custos dos componentes se tornem inflacionários e os valores de logística permaneçam em níveis elevados. Ainda assim, “a demanda de TI está atualmente saudável”, disse a companhia, projetando uma receita acima da expectativa dos analistas para o próximo trimestre.

Macy's dispara depois de divulgar resultados fortes com a volta das pessoas aos shoppings: A Macy’s (NYSE: M, BDR: MACY34), rede de lojas de departamentos americana, que também é dona da Bloomingdale's, divulgou seus resultados superando as estimativas dos analistas, com receita de US$ 5,35bi vs. US$ 5,33 esperada, e lucro por ação (LPA) de US$ 1,08 vs US$ 0,83. A Macy’s se junta à Nordstrom, outra varejista americana que mostrou resiliência nos números sustentada pelo público de alta renda, frente um momento desafiador para o setor. “Operamos em todo o espectro de valor, do preço baixo ao luxo. Isso, juntamente com nossa ampla variedade de categorias, produtos e marcas, nos dá a capacidade de nos adaptar à demanda do consumidor", disse o CEO da Macy's. A volta do consumidor de alto padrão aos shoppings para comprar roupas novas, para ocasiões especiais, malas e artigos de luxo, acontece mesmo em um cenário de inflação alta, pois essa parcela da população é menos impactada pela perda do poder de compra. Esse movimento elevou as vendas de produtos mais caros nos negócios da Macy's Bloomingdale's.

O grupo reafirmou sua perspectiva de vendas para o ano fiscal de 2022, com receita estável em até 1% em comparação com os níveis de 2021, e elevou sua projeção de lucro por ação. Um ponto de atenção são as restrições da cadeia de suprimentos, que, segundo a companhia, diminuíram ao longo do trimestre, resultando em uma porcentagem maior de recebimentos de estoque do que o varejista esperava. No entanto, o CEO reforçou que ainda há incerteza significativa em torno da cadeia de suprimentos em meio a bloqueios pandêmicos na China e negociações trabalhistas no porto de Los Angeles. “Fatores como esses nos levam a continuar adotando uma abordagem prudente e disciplinada com nossos prazos de entrega e previsões”, disse ele.

ANÁLISE

Fonte: Bloomberg

Risco de falência de empresas nos Estados Unidos aumenta diante do cenário macro desafiador: O gráfico acima, da Bloomberg, mostra que perspectivas macroeconômicas nebulosas levou a quantidade de negociação de dívida corporativa em níveis preocupantes para US$ 146,1bi na semana encerrada em 20 de maio, o nível mais alto desde dezembro de 2020, além disso os pedidos de falência dos EUA também atingiram uma alta de um ano no início do mês. Os planos do Federal Reserve (Fed) de conter a inflação com aumentos das taxas acabam aumentando os problemas das empresas em dificuldades, uma vez que juros mais altos dificulta o pagamento de dívidas. Custos crescentes, falta de autopeças e atrasos nas remessas estão provocando uma nova onda de problemas financeiros para empresas já sobrecarregadas de dívidas em meio a uma preocupação mais ampla de que a economia dos EUA esteja à beira de uma desaceleração. Por fim, de acordo com a Bloomberg, especialistas em empresas com problemas dizem que esse cenário não deve ficar positivo para as empresas tão cedo, já que os problemas da cadeia de suprimentos não mostram sinais de melhora, enquanto a demanda do consumidor deve desacelerar.

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