Diante de um mundo cheio de extravagâncias, luxo e fama é mais fácil encontrar grandes esportistas que não souberam gerir a carreira pós-aposentadoria e que caíram em tentação aos prazeres mundanos e aos gastos desenfreados. Mas além de ser uma exceção a isso, Magic Johnson atingiu pontos ainda mais altos do que os seus 2,06 metros: tornou-se um magnata bilionário exemplar e um ativista pelas causas sociais.
A importância desse outro lado de Magic Johnson é tanta que, durante a sua palestra imperdível na Expert XP 2020, chegou a deixar o basquete de lado quando perguntado qual era o seu real legado na vida: “Eu deixaria o basquete de lado dessa vez para dizer que meu verdadeiro legado foi dar educação, trabalho e levar tecnologia para a periferia e comunidades pobres dos Estados Unidos”.
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A fome e magia de vencer
O ex-astro da NBA, considerado um dos melhores jogadores de basquete da História, soube multiplicar seu capital investindo em aquisições de negócios e acoplando diversas empresas. Johnson falou, na noite desta sexta-feira, de forma exclusiva, ao público inscrito na Expert XP 2020 sobre suas experiências e como levou a mágica pela qual ficou conhecido nas quadras ao universo empresarial.
A liderança já estava na veia de Johnson desde quando ele não era “Magic”. “Eu acho que sempre foquei em vencer, eu sou um cara competitivo e isso remonta à época que eu era um menino ainda. Eu praticava basquete com mais afinco que a maioria dos meninos, ganhava todos os campeonatos, na escola, no ensino médio e depois na faculdade. O meu objetivo era sempre melhorar e ganhar pela minha equipe”, diz Johnson.
Em 1980, aos 20 anos, no seu ano de estreia na NBA pelos Lakers, substituiu o lendário jogador Kareem Abdul Jabbar na decisiva final do campeonato daquele ano contra o Philadelphia 76ers. Magic Johnson conta que, desde aquela época, tinha a “magia” de despertar a energia das pessoas à sua volta, não importando se era um garoto e novato de 20 anos se dirigindo a experientes jogadores.
“No quinto e decisivo jogo, Kareem se lesionou. Todo mundo da equipe estava cabisbaixo, sem esperanças. Eu dizia: ‘Nao importa, a gente ainda vai ganhar’. Eles não acreditaram que eu estava dizendo aquilo. Eu fiquei 5 horas naquele avião e trabalhei a atitude da minha equipe. Chegamos à Filadelfia e, no dia seguinte, ganhamos a NBA sem o maior jogador da época. E aquele novato fez 42 pontos, 17 rebotes e ganhou o prêmio de melhor jogador da final”, contou Magic Johnson durante a Expert.
Até hoje, ele detém o recorde de único estreante da NBA a ser nomeado Most Valuable Player (MVP) da final. Ou seja, com apenas 20 anos ele conseguiu mover montanhas ao mudar o espírito de toda a equipe, chamar a responsabilidade e ser o principal nome da partida, e na década que viria, um dos maiores de todos os tempos.
Magic Johnson atingiu uma carreira de sucesso somente pelos Lakers, com a imortal camisa 32: foi cinco vezes campeão da NBA (1980, 1982, 1985, 1987 e 1988), sendo que na década participou de oito finais com o time, e também foi eleito três vezes MVP da temporada (1987, 1989 e 1990).
A bem-sucedida carreira como empresário
Composto por companhias dos mais diversos setores, a Magic Johnson Entreprises é hoje um conglomerado bilionário. Inclui a Yucaipa Johnson, um fundo de private equity de US$ 500 milhões, a EquiTrust Financial Services, uma empresa de serviços financeiros, a ASPIRE, uma rede de televisão afro-americana, a The Marvel Experience, uma atração virtual em 3D centrada nos personagens da Marvel, o Los Angeles Football Club, um novo time de futebol da Major League, o Dodgers, equipe de basebal, entre vários outros ramos de negócio.
Dividindo o seu tempo nas reuniões empresariais, Magic também é ativista assíduo de algumas causas sociais, como a inclusão de serviços e educação à periferia dos Estados Unidos, combate ao racismo e auxílio aos portadores do vírus HIV, doença a que foi acometido no começo dos anos 1990 e que Magic é tido como uma das personalidades que mais ajudaram a quebrar o preconceito aos soropositivos.
“Eu sempre quis ser um homem de negócios. Eu levei muitos executivos para almoçar comigo quando eu jogava pelos Lakers.E les eram os mentores do meu sucesso. Me rodeei de grandes mentes executivas. Eu leio os livros, aprendo com eles e adoro isso”, admite.
Magic coloca como principal motor de sua carreira de negócios o convencimento do CEO do Starbucks, Howard Schultz, a levar a mundialmente famosa rede de cafeterias para a periferia dos Estados Unidos. “Eu construí junto com o Starbucks mais de 125 unidades e isso foi o que despertou a minha carreira empresarial”, revela Jonhson.
Ele diz que foi construindo o seu império como homem de negócios ao não fechar os olhos e ser eclético a toda empresa que pode ser lucrativa e que se adeque aos seus objetivos. “Eu gosto de investir em negócios. Sou bastante eclético e fico muito feliz nesse mundo. Quando você faz um investimento não é só sobre retornos. Eu olho principalmente se aquele time que está gerindo tem potencial para chegar aonde eu quero chegar. Se não, eu levo o meu próprio time”.
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O lado social de Magic
Para Magic, o longo prazo é muito importante e não só para benefício próprio. Na verdade, o que surpreendeu muito em sua palestra na Expert foi a sua ligação com a periferia, afinal ele cresceu no subúrbio da capital de Michigan e sempre entendeu na pele o que as pessoas mais pobres passavam, sem ter grandes perspectivas e menos oportunidades.
“Quando eu penso o que é o Magic Johnson hoje eu nem ligo mais para o basquetebol, meu foco está nas comunidades pobres, nas crianças que não tem acesso à infraestrutura de qualidade”, afirma o bilionário.
Na pandemia, ele mostrou, assim como muitas empresas ao redor do mundo, a sua solidariedade. Uma de suas empresas, Equity Trust, forneceu 100 milhões de dólares a comunidades pobres nos EUA e a pequenos empreendedores que não conseguiam empréstimos. “Durante a crise nos EUA o que aconteceu é que as minorias não conseguiam empréstimos. Por isso, eu ajudei mais de 5000 negócios para manter funcionando as suas operações”.
A voz mundial pela luta contra o HIV e o preconceito
Em 1991, Magic Johnson anunciou o teste positivo para HIV. A notícia na época chocou o mundo, mas isso mudaria o rumo do então renomado jogador dos Lakers. “Aquilo mudou minha vida. Naquela época as pessoas achavam que HIV era uma sentença de morte. Quando eu penso primeiro na minha família, com a minha esposa, foi uma época muito difícil. Ela foi meu apoio, junto com meus pais e meus amigos. Eu provavelmente não estaria aqui hoje sem isso”, diz Magic.
“Quando eu me vi diante da doença, eu me senti comprometido a parar a discriminação contra soropositivos. Eu decidi apoiar e financiar a causa. Eu já levantei mais de 20 milhões de dólares para cuidar de pessoas com HIV. Eu realmente amo o papel de ser um porta-voz para o HIV e a AIDS no mundo. Venho falando em muitas universidades e escolas, então eu sou um homem muito comprometido com esse assunto porque a doença afeta milhões de pessoas e eu posso mostrar que elas podem ter vida longa assim como eu tive e estou tendo”, complementou o astro da NBA.
Por meio da Fundação Magic Johnson, o empresário que viu o seu sonho de menino se tornar realidade, ao virar o maior jogador de basquete do mundo e conquistar o sucesso nos negócios, encoraja outras pessoas a viverem uma vida digna. Da mesma forma que Magic levantou a moral de seu time, em sua primeira real decisão na vida, hoje o seu papel é indispensável para dar maior qualidade de vida tanto a quem passa por apuros financeiros quanto a quem não enxerga uma luz no fim do túnel ao contrair o mesmo vírus que lhe acometeu no começo dos anos 1990.
“É uma benção ter toda essa experiência e compartilhar isso com todos. Eu quero encorajar todo mundo, eu quero levantar as pessoas, eu motivo, eu dou essa esperança para elas. Eu amo a vida.”
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