WEG vence chamada do MOVER; Construção de usinas a carvão na China atinge pico em 10 anos

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. WEG recebe incentivos para mobilidade verde do MOVER; projeto selecionado foca em ímãs de terras raras

Na mídia. Stellantis, WEG e GWM vencem chamada de R$ 166 milhões para mobilidade verde – Eixos, 13 de fevereiro (lin k)

Nossa visão. Nesta semana, a WEG, a Stellantis e a Great Wall Motors (GWM) foram selecionadas pelo programa nacional de Mobilidade e Inovação Verde (MOVER) para promover o desenvolvimento de tecnologias disruptivas de descarbonização para o setor automotivo. Um total de R$ 166,2 milhões será alocado entre as três empresas, com a exigência de concluir seus projetos em três anos. Olhando especificamente para a WEG, os recursos serão destinados para o projeto MAGBRAS, que visa estabelecer um ciclo de produção nacional para ímãs permanentes de terras raras¹, componentes críticos encontrados em motores de veículos elétricos e geradores de energia de turbinas eólicas. O projeto abrangerá todo o ciclo de vida da produção, desde a extração e o processamento do minério até a produção final e a reciclagem no fim da vida útil. De acordo com a IDTechEx, os motores feitos com ímã permanente de terras raras são considerados os mais eficientes para aplicações em veículos elétricos, oferecendo alta potência e torque a custos de fabricação relativamente baixos. No entanto, a cadeia de suprimento global de materiais de terras raras continua altamente concentrada na China, que é responsável pela maior reserva e capacidade de refino do mundo. Nesse contexto, espera-se que os esforços da WEG para localizar a produção aumentem a resiliência da cadeia de suprimentos e reduzam a dependência de fornecedores chineses. Em nossa visão, esse projeto ressalta o compromisso de longo prazo da WEG com a descarbonização e a inovação, particularmente na mobilidade elétrica, conforme mencionado em nossa nota de feedback de nossa reunião com os executivos e a equipe de Relações com Investidores da WEG (acesse aqui).

#2. Construção de energia a carvão na China atinge o maior nível em 10 anos em 2024

Na mídia. Construção de usinas a carvão na China em 2024 atinge o maior nível em 10 anos, segundo pesquisadores – Reuters, 13 de fevereiro (link)

Nossa visão. Apesar do compromisso assumido pelo governo chinês de limitar a construção de novas usinas a carvão entre 2021 e 2025, preocupações com a queda de energia levaram a um aumento de novos projetos em 2024. De acordo com um relatório² publicado no dia 13 de fevereiro, a construção de usinas a carvão na China atingiu 94,5 GW somente no ano passado - o nível mais alto desde 2015 -, levantando dúvidas sobre a capacidade do país de cumprir sua meta de neutralidade de carbono até 2060. Contudo, mesmo com os investimentos contínuos em combustíveis fósseis, é importante destacar que o investimento da China na transição energética continua forte, sendo responsável por um terço dos recursos destinados à energia limpa em todo o mundo. Isso permitiu que o país cumprisse sua meta para 2030 de adicionar 1.200 GW de capacidade renovável seis anos antes do previsto (em 2024). Atualmente, a China é o maior investidor do mundo na transição para a energia limpa e o maior responsável por novas usinas de carvão, respondendo por 62% dos projetos globais somente no ano passado. Como o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, as decisões de política energética do país continuam sendo fundamentais para os esforços globais de descarbonização, e vale a pena monitorá-las adiante.

¹ notadamente ímãs de neodímio (NdFeB) e de samário-cobalto;

² pelo Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (Crea) e pelo Monitor de Energia Global (GEM).

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.