Radar ESG | Aura Minerals (AURA33): Extraindo valor ESG em um setor desafiador

Explorando as estratégias da Aura em busca de um crescimento sustentável, embora ainda existam riscos

O setor de mineração e siderurgia enfrenta desafios significativos na agenda ESG, especialmente no pilar (E). No que tange à Aura, como empresa de mineração de ouro e cobre, os principais riscos enfrentados nessa frente estão na descarbonização e na gestão de barragens de rejeitos, embora vemos com bons olhos os esforços da companhia em mitigar o impacto de suas operações. No pilar (S), que envolve operações in loco e exige uma ampla força de trabalho, a empresa está aprimorando a segurança no ambiente de trabalho, com destaque para o atingimento de zero acidentes desde 2019. Por fim, no (G), a Aura possui um acionista majoritário (Sr. Paulo Brito), e conta com uma equipe de gestão experiente e capacitada, embora seja de válida menção que o Conselho de Administração e a alta liderança carecem de diversidade de gênero.

(E) À frente de seus pares em termos de emissões, embora riscos relacionados a barragens de rejeitos persistam. Para o setor de Mineração e Siderurgia, consideramos o pilar (E) como o mais material, principalmente em termos de: (i) emissões de carbono, com essa indústria sendo responsável por cerca de 4% a 7% das emissões globais de gases de efeito estufa; (ii) gestão de recursos hídricos, devido ao uso intensivo do recurso nas atividades; (iii) gestão de barragens, com as empresas altamente expostas aos riscos regulatórios associados à estabilidade das barragens de rejeitos e à disposição de resíduos de mineração; e (iv) biodiversidade e uso do solo, frente ao amplo uso e manuseio do solo. No que tange à Aura, embora vemos a empresa demonstrando esforços para reduzir os impactos relacionados ao meio ambiente - com destaque para o fato da Aura emitir uma média de CO2 para cada ounce de ouro produzido menor que seus pares (0,3 ton/oz vs. 1,08 ton/oz, respectivamente) -, existem alguns riscos que precisam ser monitorados, como o uso de barragens e o ainda longo caminho do setor rumo à descarbonização.

(S) Melhoria contínua das medidas de segurança para os trabalhadores. Com processos de mão de obra intensiva e operações in loco, o setor de Mineração e Siderurgia está exposto a risco ocupacional e acidentes. Buscando mitigar esses desafios, a Aura implementou uma política robusta de saúde e segurança para funcionários diretos e terceirizados, que já está apresentando resultados, com destaque para: (i) zero acidentes em todas as operações em 2023; e (ii) zero fatalidades desde 2019. No que diz respeito especificamente à mina de Minosa (Honduras), a escassez de mão de obra e a exposição ao cianeto são sinais de alerta, e devem ser monitorados.

(G) Uma empresa com controle definido e uma diretoria experiente. Listada na Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá, a Aura também negocia BDRs¹ no nível III da B3. O principal acionista da empresa é a Northwestern Enterprises (55,4%), controlada pelo Sr. Paulo Brito, ao mesmo tempo em que vale destaque para a equipe de gestão e operações bastante experiente da empresa, com membros que possuem competências pertinentes ao setor. Por outro lado, sentimos falta da diversidade de gênero entre os cargos de liderança (tanto no Conselho quanto na Diretoria Executiva).

Veja o relatório completo abaixo (PDF em inglês):

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