Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE em queda de -1,52% e -2,12%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a Petrobras vai instalar seis novos dispositivos LiDAR (Light Detection and Ranging) de medição de vento em plataformas, que vão avaliar a viabilidade dos novos parques eólicos offshore que a companhia pretende construir no Brasil – segundo a estatal, os dados coletados permitirão a elaboração de uma avaliação detalhada em diferentes áreas com elevado potencial para desenvolvimento de parques eólicos offshore; e (ii) seis meses depois de se tornar executivo-chefe da Shell, Wael Sawan encerrou discretamente o maior plano corporativo do mundo para desenvolver compensações de carbono, por meio de projetos ambientais concebidos para neutralizar os efeitos de aquecimento das emissões de gás carbônico – num evento para investidores em junho, Sawan também não mencionou a promessa da empresa de zerar as suas emissões até 2050.
• Na política, o presidente Lula defendeu ontem que seu governo quer atrair mais “dinheiro verde” para o Brasil e, além disso, tornar a matriz energética brasileira “100% limpa” – Lula falou sobre o assunto em cerimônia, no Piauí, para lançamento do “novo PAC”, versão repaginada do Programa de Aceleração do Crescimento.
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Brasil
Empresas
Petrobras volta a medir vento em plataformas no mar de olho em parques eólicos offshore
“A Petrobras vai instalar seis novos dispositivos de medição de vento em plataformas, que vão avaliar a viabilidade dos novos parques eólicos offshore que a estatal pretende construir no Brasil. Os sistemas de medição LiDAR (Light Detection and Ranging) serão instalados em unidades no Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo, informou a estatal nesta quinta-feira (31). “Os equipamentos integram novas campanhas de medição eólica, que serão realizadas ao longo de três anos. Os dados coletados permitirão a elaboração de uma avaliação detalhada em diferentes áreas do País com elevado potencial para desenvolvimento de parques eólicos offshore”, disse a companhia, informando que os sensores serão alimentados por placas solares ou pelos sistemas das próprias plataformas. O sensor óptico LiDAR utiliza feixes de laser para medir a velocidade e direção do vento, de 30 a 200 metros de altura, gerando dados compatíveis com o ambiente de operação das turbinas eólicas. O primeiro equipamento foi instalado e está operando na plataforma fixa PAG-2 no Rio Grande do Norte, que há 10 anos havia recebido a primeira torre anemométrica no mar do Brasil, o que permitiu a demonstração do potencial de utilização da tecnologia LiDAR para medição do vento em plataformas e a elaboração do primeiro Atlas do Potencial Eólico Offshore na região, que era o objetivo da pesquisa. Os outros cinco sensores serão instalados ao longo dos próximos 12 meses.”
Fonte: Época Negócios, 31/08/2023
O custo do hidrogênio verde no Brasil: o mais competitivo do mundo?
“A Arábia Saudita do hidrogênio verde. É assim que a indústria de energias renováveis apelidou o Brasil, graças às condições quase perfeitas para a produção do combustível. Aliando um potencial eólico e solar gigantesco, especialmente no Nordeste, com a presença de uma matriz energética majoritariamente limpa, o que facilita a produção do excedente energético necessário para certificar o produto, o país reúne os atributos para liderar o setor. É uma oportunidade gigantesca. Um estudo da Deloitte Brasil aponta que o comércio global de hidrogênio pode gerar mais de US$ 280 bilhões em receitas anuais de exportação até 2050. Em relação aos investimentos, mais de US$ 9 trilhões deverão ser injetados na cadeia global de abastecimento de hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050. Desse total, cerca de US$ 3 trilhões serão investidos em economias em desenvolvimento. O que deve pender o ponteiro da competitividade em direção ao Brasil, no entanto, não é a facilidade de produção, mas o custo. Nesse sentido, algumas variáveis podem fazer diferença. A consultoria Clean Energy Latin America (Cela) acaba de publicar um levantamento que traz algumas alavancas que podem impactar o potencial do H2 verde no Brasil, divididas em cinco categorias. A partir desse framework, a Cela criou um índice, cujo valor, atualmente, oscila entre 2,87 a 3,56 dólares por quilo de hidrogênio verde, dependendo do estado onde é produzido (a consultoria não detalhou quais estados foram pesquisados). São valores competitivos, considerando que o custo do hidrogênio cinza, atualmente, se encontra na casa dos 2,93 dólares por quilo.”
Fonte: Exame, 31/08/2023
Pré-sal tem óleo de baixa emissão, dizem especialistas
“As metas estabelecidas no Acordo de Paris, em 2015, levam países e empresas a acelerar a transição energética. O objetivo é atender os marcos estabelecidos para 2030. O uso de combustíveis fósseis tem sido um dos temas de debate frente ao curto horizonte de tempo para corte de emissões. Para especialistas da área energética, um aspecto que tem sido considerado é que a exploração e produção no pré-sal pode ser um caminho para viabilizar os elementos da transição pelo baixo teor de carbono das reservas. “Qualquer produtor no mundo coloca esforços na redução de emissões de gases de efeito estufa. Mas ainda precisamos do petróleo na matriz energética global”, afirma Felipe Perez, analista da S&P Global. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, diz que o petróleo do pré-sal é um dos mais descarbonizados do mundo, o que pode ser um fator positivo no mercado global da commodity. Ele acrescenta que enquanto o Canadá produz petróleo com emissão média de 70 quilos de CO2 equivalente por barril (kgCO2eq/barril), o Brasil extrai do pré-sal um óleo com lançamento médio de 11 kgCO2eq/barril. “À medida que a Petrobras produz um petróleo mais descarbonizado, ela pode deslocar petróleos mais carbonizados no mercado. É uma oportunidade.”
Fonte: Valor Econômico, 1/09/2023
Política
“O governo quer aumentar o escopo de projetos de energia elegíveis a benefícios fiscais importantes, mas os principais ministérios envolvidos no tema agora debatem se devem favorecer uma agenda “verde” ou incluir projetos de petróleo e refinarias, de acordo com uma fonte graduada e um documento visto pela Reuters. O debate evidencia uma tensão central no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu liderar uma transição para fontes de energia renováveis de nova geração, mas ainda está empenhado em desenvolver uma indústria petrolífera liderada pelo Estado. O mais recente ponto de discórdia é uma proposta de decreto que expande a lista de projetos de energia que hoje são beneficiados pelo regime tributário Reidi, que suspende a cobrança dos tributos federais PIS/PASEP e Cofins na implantação de projetos de infraestrutura. No ano passado, mais de 500 projetos energéticos qualificados receberam cerca de 9 bilhões de reais em isenções fiscais. Atualmente, na área de energia do regime são contemplados apenas projetos de geração, co-geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além da produção e processamento de gás natural. O Ministério da Fazenda propôs que uma gama mais ampla — envolvendo desde biocombustíveis e hidrogênio verde até a captura e armazenamento de carbono — deveria qualificar-se às isenções tributárias sob o Reidi.”
Fonte: Época Negócios, 31/08/2023
Lula fala em matriz energética 100% limpa e atrair ‘dinheiro verde’ para o Brasil
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nessa quinta-feira (31) que seu governo quer atrair mais “dinheiro verde” para o Brasil e, além disso, tornar a matriz energética brasileira “100% limpa”. Lula falou sobre o assunto em cerimônia, no Piauí, para lançamento do “novo PAC”, versão repaginada do Programa de Aceleração do Crescimento. “Queremos que venha mais dinheiro verde para cá para investir nas coisas que precisamos. Queremos mudar a matriz energética desse país. Se o mundo acha que pode fazer essa transição enérgica, o nosso país pode fazer muito mais do que qualquer país. Queremos 100% de energia limpa e trazer mais gente para colocar dinheiro nesse país”, defendeu. Apesar do discurso ambiental do presidente, o governo Lula trava uma disputa interna em relação à exploração de petróleo na região conhecida como “Margem Equatorial”, faixa litorânea localizada no Norte do país, entre os Estados do Amapá e Rio Grande do Norte. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem travando um embate com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem blindado o Ibama de pressões pela liberação da licença ambiental. A Petrobras quer perfurar um poço, localizado a 175 quilômetros da costa do Amapá e a cerca de 500 quilômetros da foz do rio Amazonas, para confirmar se realmente existe petróleo que garante retorno econômico. O órgão ambiental negou o pedido de licença em maio deste ano. Além disso, Lula disse novamente que o Brasil vai voltar a crescer. “Estamos de volta para dizer para vocês, empresários, trabalhadores, empreendedores, este país vai voltar a crescer.”
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2023
Brasil perde ‘duas Alemanhas e meia’ em vegetação nativa desde 1985, diz MapBiomas
“O novo levantamento do MapBiomas, divulgado nesta quinta-feira, mostra que o Brasil perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2022. É o equivalente a 2,5 vezes o território da Alemanha. A proporção de vegetação nativa caiu de 75% para 64%. A agropecuária avançou sobre os biomas brasileiros, com exceção da Mata Atlântica, o mais desmatado. Na última década, a perda de vegetação nativa foi mais rápida. Hoje, há dois novos arcos de desmatamento em polos de expansão agrícola: na região conhecida por Matopiba (ocupando partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no oeste da Amazônia, fronteira entre Amazonas, Rondônia e Acre, região conhecida como Amacro. Na Amacro, o uso agropecuário aumentou 10 vezes nos últimos 38 anos, chegando a 5,3 milhões de hectares — ou 21% da área do território. No nordeste do Cerrado, no Matopiba, a agropecuária aumentou 14 milhões de hectares, chegando a 25 milhões de hectares em 2022, equivalentes à 35% do território. Na Amazônia, a área ocupada pela agropecuária saltou de 3% para 16% no período. No Pantanal essa faixa foi de 5% para 15%. No Pampa, de 29% para 44%. Na Caatinga, de 33% para 40%. Atividades agropecuárias ocupam agora metade do Cerrado – em 1985 eram pouco mais de um terço (34%). As pastagens avançaram sobre 61,4 milhões de hectares e a agricultura, sobre 41,9 milhões de hectares. A soja avançou sobre todos os biomas. Eram 4,5 milhões de hectares em 1985 e foram 39,4 milhões de hectares em 2022.”
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2023
Internacional
Empresas
Shell suspende silenciosamente o plano radical para reduzir sua pegada de carbono
“Seis meses depois de se tornar executivo-chefe da Shell Plc, Wael Sawan encerrou discretamente o maior plano corporativo do mundo para desenvolver compensações de carbono, por meio de projetos ambientais concebidos para neutralizar os efeitos de aquecimento das emissões de gás carbônico (CO2). Num evento para investidores que durou o dia todo em junho, Sawan apresentou uma estratégia atualizada para a grande petrolífera europeia que incluía redução de custos e dobrar a aposta em fontes como petróleo e gás. Tão importante quanto o que ele disse foi o que ele omitiu: qualquer menção ao compromisso da empresa de gastar até US$ 100 milhões por ano para construir um pipeline de créditos de carbono, parte da promessa da empresa de zerar as suas emissões até 2050. As metas do programa de compensação foram suspensas, confirmou a empresa, juntamente com o plano de colher impressionantes 120 milhões de créditos de carbono anualmente até o final da década, a partir de projetos que sequestram carbono com árvores, gramíneas ou outros recursos naturais, muitos dos quais a Shell desenvolveria sozinha. Isso representaria cerca de 10% das emissões da empresa. Além disso, a empresa não tornou públicas quaisquer novas metas para o desenvolvimento de compensações nem especificou como planeja agora cumprir os seus futuros compromissos climáticos. A retração reflete tanto o compromisso renovado de Sawan com o negócio de petróleo e do gás, que gera a maior parte dos lucros da Shell, quanto a admissão de que os objetivos anteriores eram simplesmente inatingíveis. Nos últimos dois anos, a Shell quase não fez nada. Gastou US$ 95 milhões, menos de metade do seu orçamento inicial, para construir ou investir numa carteira de projetos de carbono desde a África Ocidental até à Amazónia brasileira e às terras agrícolas australianas.”
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2023
Política
Blair: conciliar crescimento e sustentabilidade
“O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair afirma não ser possível abrir mão do desenvolvimento econômico para alcançar a neutralidade de carbono e resolver a questão climática. Em entrevista ao Valor, o líder trabalhista argumenta ser necessário perseguir os dois objetivos, “com mecanismos financeiros corretos” e investimento em tecnologia. “É loucura estar numa situação em que tentamos impedir países de desenvolver suas reservas de gás natural em circunstâncias em que a alternativa, na África, por exemplo, seria queimar lenha”, disse Blair ao Valor, em entrevista durante a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém. No Brasil a convite do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que promove a conferência, Blair se permitiu até uma dose de autoironia durante sua participação no evento: “Na política, você começa mais popular e menos capaz e, quando você sai, é menos popular e mais capaz”. Até assumir o posto, no qual permaneceu de 1997 a 2007, nunca havia exercido cargo no governo, explicou ele à plateia. Hoje, compartilha sua experiência na estruturação de políticas públicas com líderes de aproximadamente 40 países da África, do Oriente Médio, do Sudeste da Ásia e da Europa Oriental, onde atua o Instituto Tony Blair para a Mudança Global. Na pauta da entidade estão temas como transição energética, descarbonização e novas tecnologias sustentáveis.”
Fonte: Valor Econômico, 1/09/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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Outros relatórios de destaque
IDIVERSA: O índice da B3 composto pelas empresas melhores posicionadas em diversidade no Brasil (link)
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ESG: Um guia de bolso das principais regulações no Brasil(link)
Carteira ESG XP: Uma alteração para o mês de agosto (link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
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Sigma Lithium estreia BDRs na B3 e outros destaques (link)
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