Destaques do evento da ABRAINC e SecoviSP: Construindo uma São Paulo mais sustentável 

Construindo o futuro: Explorando as diversas oportunidades no desenvolvimento imobiliário sustentável 

Nesta semana, a ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e o SecoviSP ( Sindicato de São Paulo) realizaram um evento para debater o papel do setor imobiliário no planejamento e desenvolvimento sustentável das cidades. As principais mensagens foram: (i) o setor imobiliário e de transportes são fundamentais para a construção de cidades mais resilientes; (ii) as oportunidades na fase de construção envolvem tanto a cadeia de fornecedores, quanto os materiais utilizados; (iii) quando operacionais, o foco reside na melhor eficiência energética dos prédios; (iv) a gestão da cadeia de fornecedores é o principal desafio; e (v) projetos que merecem destaque.

O setor imobiliário e de transportes são fundamentais para a construção de cidades mais resilientes. Considerando que ambos os setores contribuem com 58% das emissões globais de gases de efeito estufa¹, a transição para cidades mais sustentáveis depende de avanços nos dois campos. Discutindo o cenário atual, os palestrantes destacaram que (i) no setor imobiliário, 27% das emissões são provenientes das operações dos edifícios e 11% dos materiais utilizados para construção, principalmente cimento e aço; e (ii) em relação ao transporte, o Prefeito de São Paulo, Sr. Ricardo Nunes, notou que o setor é responsável por 61% das emissões da cidade (das quais 30% são oriundas da frota municipal de ônibus).

As oportunidades na fase de construção envolvem tanto a cadeia de fornecedores, quanto os materiais utilizados. Com o objetivo de reduzir o carbono incorporado¹ nas construções, o Sr. Angel Ibáñez (Tegra) e o Sr. Fabricio Mitre (MitreRealty) destacaram as seguintes estratégias: (i) aquisição de materiais de construção mais sustentáveis como madeira, materiais reciclados, aço verde e cimento de baixo carbono; (ii) incentivar que a cadeia de suprimento use e forneça materiais com menor pegada de carbono, além da adoção de políticas de compras sustentáveis; (iii) fornecer o descarte adequado de resíduos de construção, aumentando a separação e o volume enviado para reaproveitamento; e (iv) adotar materiais reciclados nas obras (como tapumes sustentáveis).

Quando operacionais, o foco reside na melhor eficiência energética dos prédios. Após a construção, a operação da edificação também deve buscar um mínimo impacto no meio ambiente. Dentre as iniciativas de destaque, vale comentar sobre a implementação de tecnologias para gestão eficiente de sistemas de refrigeração, além do consumo consciente de água, conforme mencionado pelo Sr. José Renato Nalini (Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da Prefeitura de SP), enquanto formas de reutilizar energia ou deixar elevadores em modo standby foram comentadas pelo Sr. Fábio Dans (Atlas Schindler).

A gestão da cadeia de fornecedores é o principal desafio. Apesar de oferecer uma série de oportunidades, representantes do setor imobiliário abordaram os desafios para uma indústria mais sustentável. As emissões do escopo 3 foram apontadas como o principal obstáculo, principalmente considerando a cadeia de suprimentos bastante fragmentada do setor. Dessa forma, torna-se fundamental aprimorar políticas de gestão de fornecedores para incentivar melhores práticas, além de pressionar pela produção de materiais mais eficientes, que continua sendo fundamental nas estratégias de mitigação do impacto climático.

Projetos que merecem destaque. O evento também trouxe iniciativas positivas por parte de empresas do setor imobiliário, incluindo: (i) Tegra (empresa não listada) e suas parcerias com a Votorantim para desenvolver concreto de baixo carbono e com ArcelorMittal para aço ‘verde’; (ii) Tenda (TEND3; Neutro; preço alvo de R$11,0/ação) e seu modelo de negócio focado em promover acesso à moradia para a população que recebe até dois salários mínimos em parceria com programas e subsídios públicos²; e (iii) MRV (MRVE3; Compra; preço alvo de R$17,0/ação), que destacou a criação de sua primeira cidade inteligente (“Smart City”), chamada Sete Sóis, uma área habitacional de 1,7 milhão de metros quadrados contendo parques urbanos e espaços públicos para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.

¹setor imobiliário contribui com 37% das emissões globais, enquanto o setor de transporte com 21%; ²como o “Pode Entrar” e o “Casa Paulista”

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

Clique aqui