Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 1,32% e 1,67%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a ExxonMobil intensificou sua campanha contra as políticas climáticas da Europa, afirmando que elas provocaram a disparada dos preços da energia e minaram o apoio público às tecnologias de baixo carbono necessárias para atingir as metas de redução de emissões do continente – o relatório Global Outlook, divulgado ontem, critica a abordagem de “alta regulamentação e alto custo” da UE para reduzir as emissões; e (ii) o grupo CPFL anunciou ontem que sua matriz de geração de energia elétrica passou a ser 100% renovável, com o encerramento das operações da usina termelétrica Epasa, na Paraíba, que representava 4% da geração da empresa – tal medida também antecipa os compromissos do grupo em seu Plano ESG 2030.
• Na política, o Brasil e o México avançaram em parcerias para biocombustíveis e energias renováveis durante o primeiro dia da missão oficial liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – um dos memorandos assinados estabelece cooperação para ampliar a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, desenvolver combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e transporte marítimo, além de estimular captura e armazenamento de carbono a partir da bioenergia (BECCS), informou a pasta.
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Brasil
Empresas
IFC e BTG Pactual investirão até US$ 1 bilhão em sustentabilidade na América Latina
“O banco brasileiro BTG Pactual (BPAC3.SA) e o braço privado do Banco Mundial, a Corporação Financeira Internacional, anunciaram na quinta-feira até US$ 1 bilhão em investimentos conjuntos em iniciativas de sustentabilidade e desenvolvimento. O engajamento do setor privado em sustentabilidade ganhou força globalmente, com instituições privadas promovendo financiamento climático e investimentos focados no desenvolvimento. O Brasil abriga grande parte da Floresta Amazônica e é uma região crítica para a biodiversidade e soluções climáticas. O BTG Pactual é o maior banco de investimentos da América Latina. A parceria deve mobilizar até US$ 1 bilhão até o final de 2028, por meio de cofinanciamento, investimentos de capital e fundos de private equity. “O setor privado pode e deve ser um ator fundamental no avanço da agenda climática e na condução de iniciativas transformadoras que melhorem vidas e promovam o crescimento econômico”, disse Alfonso Garcia Mora, vice-presidente regional da IFC para Europa, América Latina e Caribe. O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, afirmou que “a alocação desses recursos será feita com cautela, respeitando critérios técnicos e financeiros”. Os investimentos visam impulsionar iniciativas de combate às mudanças climáticas e promover o crescimento econômico sustentável no Brasil e na América Latina, afirmaram a IFC e o BTG Pactual, com foco no desenvolvimento socioambiental, conservação, infraestrutura e bioeconomia.”
Fonte: Reuters; 28/08/2025
CPFL Energia anuncia que alcançou 100% em matriz renovável
“O grupo CPFL anunciou nesta quinta-feira (28) que sua matriz de geração de energia elétrica passou a ser 100% renovável, com o encerramento das operações da usina termelétrica Epasa, na Paraíba, que representava 4% da geração da empresa. A decisão, segundo comunicado do grupo, marca a saída definitiva da empresa de ativos a combustíveis fósseis. A medida da empresa também antecipa os compromissos assumidos em seu Plano ESG 2030. O anúncio ocorreu em evento no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. “Ao antecipar em cinco anos a meta de alcançar 100% da geração renovável, reafirmamos a seriedade dos compromissos assumidos em nosso Plano ESG 2030 e demonstramos a capacidade de avançarmos além do previsto na jornada de sustentabilidade”, disse Gustavo Estrella, presidente da CPFL Energia. Dessa forma, o grupo passa a ter um portfólio de geração integralmente composto por hidrelétricas, eólicas, termelétricas a biomassa e solares fotovoltaicas. Atualmente, a empresa possui 4.044 megawatts (MW) de capacidade instalada, distribuídos em 60% de hidrelétricas, 35% de eólicas e 5% de biomassa e solar. O grupo ainda sinalizou que mantém em desenvolvimento um “pipeline” superior a 4,4 gigawatts (GW) de projetos 100% renováveis, visando a uma expansão sustentável no futuro. Em janeiro, a CPFL inaugurou a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Cherobim, no Paraná.”
Fonte: Valor Econômico; 28/08/2025
Política
Brasil e México firmam cooperação em biocombustíveis com foco em etanol e SAF
“O Brasil e o México avançaram em parcerias para biocombustíveis e energias renováveis durante o primeiro dia da missão oficial liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira (27/8). Um dos memorandos assinados estabelece cooperação para ampliar a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, desenvolver combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e transporte marítimo, além de estimular captura e armazenamento de carbono a partir da bioenergia (BECCS), informou, informou a pasta. O memorando sobre biocombustíveis prevê intercâmbio de experiências e transferência de tecnologias, equipamentos e metodologias entre os dois países, com objetivo de acelerar o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis e das matérias-primas necessárias, favorecendo crescimento sustentável e ordenado do setor. O vice-presidente destacou a abrangência do acordo: “Quero destacar a importância do que acabamos de assinar. A importância social, que significa emprego, renda, novas oportunidades, vida digna para a população; a importância econômica, investimentos, crescimento do setor produtivo; importância científica e tecnológica, novas formas tecnológicas para a descarbonização; a importância ambiental”.”
Fonte: Eixos; 28/08/2025
Regras do novo leilão de potência inviabilizam participação de Candiota, diz Âmbar
“A participação de Candiota III no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2026 é “economicamente inviável”, pelos parâmetros de flexibilidade exigidos pelo Ministério de Minas e Energia (MME), informou a Âmbar Energia. A empresa do grupo J&F opera a usina desde 2024, após comprá-la da Eletrobras. A companhia respondeu às críticas de entidades ligadas aos consumidores de energia, que questionaram a inclusão das usinas a carvão no LRCAP e a adoção de critérios técnicos de flexibilidade menos restritivos para a fonte. Candiota foi, na esteira dessas críticas, apontada como beneficiada direta pelas novas diretrizes do leilão. Uma das principais usinas a carvão do país, Candiota está descontratada desde o fim de 2024 e não passa nos requisitos de flexibilidade exigidos no leilão. A Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS) pretende pedir, na consulta pública sobre as diretrizes do LRCAP 2026, ajustes nas regras propostas. “Foi positivo pensar no carvão como solução, mas os parâmetros precisam ser ajustados”, afirmou o presidente da ABCS, Fernando Luiz Zancan, à agência eixos. Além de Candiota, outras usinas a carvão devem ficar descontratadas nos próximos anos, como Energia Pecém, recém-adquirida pela Diamante Energia; e Itaqui e Pecém II, ambas da Eneva. Na sexta-feira (22/8), o MME colocou em consulta pública, por 20 dias, as duas portarias para os leilões de potência previstos para março de 2026, após cancelar a concorrência deste ano, em meio à judicialização do certame. A flexibilidade – os tempos para entrada e saída – das térmicas foi incluída pela pasta tanto como critério de habilitação das usinas, como um bônus nos lances que serão feitos pelos geradores na concorrência. Isto é, além do preço, as ofertas terão um prêmio pela flexibilidade.”
Fonte: Eixos; 28/08/2025
Governo e setor privado disputam créditos de carbono na Amazônia
“A proliferação de novos projetos privados na Amazônia para gerar créditos de carbono a partir da redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, o arranjo conhecido como REDD+, tem preocupado cientistas e gestores de governo, que defendem projetos públicos mais abrangentes. Com histórico de pouco sucesso, as iniciativas pontuais dessa categoria têm voltando a interessar alguns grupos, sobretudo povos indígenas, que veem nesses projetos uma alternativa para levantar dinheiro com o objetivo de preservar a floresta, em meio à demora no repasse de recursos oficiais. O mercado de crédito de carbono é um dos temas que estarão em debate na COP30, em Belém, em novembro. Os créditos de carbono são um valor em dinheiro associado à quantidade de biomassa (as árvores) preservada, evitando a emissão de CO2. Esses créditos – 1 crédito equivale a 1 tonelada de carbono -podem ser vendidos no chamado mercado voluntário a empresas que querem abater suas pegadas ecológicas. Desde que a ideia começou a vingar, nas últimas duas décadas, o setor estima que mais de 50 milhões de créditos de carbono tenham sido emitidos, a preços que variaram de US$ 3 a US$ 30 a tonelada. Os projetos pontuais de REDD+, associados a áreas específicas (terras indígenas e reservas extrativistas, propriedades privadas e outras), contrastam com os grandes projetos chamados jurisdicionais de REDD+ que abarcam grandes extensões de terra, como países ou estados inteiros. No Brasil, o maior projeto desse tipo é o Fundo Amazônia, que remunera o governo federal pela queda do desmate em toda a Amazônia Legal. A União informa já ter captado mais de 325 milhões de créditos com isso. Há projetos de jurisdição estadual também no Acre e em Mato Grosso.”
Fonte: Valor Econômico; 29/08/2025
Internacional
Empresas
Exxon intensifica ataques às políticas climáticas de ‘alta regulamentação’ da UE
“A ExxonMobil intensificou sua campanha contra as políticas climáticas da Europa, afirmando que elas provocaram a disparada dos preços da energia e minaram o apoio público às tecnologias de baixo carbono necessárias para atingir as metas de redução de emissões do continente. O relatório Global Outlook da supermajor americana, divulgado na quinta-feira, incluiu uma seção intitulada “Lições da Europa”, que critica duramente a abordagem de “alta regulamentação e alto custo” da UE para reduzir as emissões, que, segundo a empresa, “prejudicou” a economia do bloco. “Sob a abordagem de descarbonização da Europa: a produção industrial, um setor crítico na economia europeia, está em declínio. Os preços da energia na indústria pesada e no transporte comercial estão subindo. Como resultado, o apoio público às tecnologias de menor emissão necessárias para atingir as metas climáticas da UE está vacilante”, afirmou a Exxon. As ambiciosas leis climáticas da UE, que visam reduzir as emissões a zero líquido até 2050, têm sido alvo de duras críticas, principalmente das indústrias de petróleo, gás e petroquímica. A Exxon tem feito lobby consistentemente contra as regulamentações europeias na área de clima e sustentabilidade, argumentando que elas ameaçam minar a competitividade do continente e envolver as empresas americanas em uma burocracia que corrói sua competitividade global.”
Fonte: Financial Times; 28/08/2025
Fabricante chinesa de scooters elétricos Yadea entra na Tailândia para brigar com Honda
“Maior fabricante chinesa de veículos de duas rodas, a Yadea Technology Group, está entrando no mercado da Tailândia, acirrando a concorrência com outras empresas chinesas e japonesas. Na nova fábrica da Yadea, localizada em um parque industrial na província de Samut Prakan, no centro da Tailândia, dezenas de trabalhadores locais foram vistos instalando peças em veículos elétricos de duas rodas na linha de montagem em julho. A unidade iniciou suas operações em maio, de acordo com um executivo da empresa. Embora a fábrica utilize principalmente peças do exterior atualmente, os planos preveem elevar a porcentagem de peças adquiridas localmente para 70%. A fábrica deve produzir 600 mil veículos em três anos e também terá capacidade de pesquisa e desenvolvimento. As autoridades tailandesas devem conceder oficialmente à Yadea permissão para vender os veículos já em setembro. O primeiro lançamento será a scooter RS20, com preço de 41.900 bahts (US$ 1.300), quase 30% menor que a scooter a gasolina da Honda. Embora a velocidade máxima de 51 quilômetros por hora seja menor que a das scooters elétricas concorrentes, a autonomia é comparável, de 74 km por carga. A Yadea também está avançando na construção de uma rede de vendas. Atualmente, está em negociações com uma empresa local para concretizar seu plano de abrir dezenas de lojas em Bangcoc e outras grandes cidades até o fim do ano.”
Fonte: Valor Econômico; 29/08/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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