Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão terça-feira em leve alta, com o IBOV e o ISE avançando 0,91% e 0,57%, respectivamente.
• Na política, (i) o presidente Lula anunciou, em evento organizado pela delegação brasileira na ONU, em Nova York, que o Brasil será o primeiro país a aportar investimentos no Tropical Forest Forever Facility (TFFF), mecanismo de financiamento climático para preservar florestas em todo o mundo, com um o aporte de US$ 1 bilhão; e (ii) instalada ontem, a comissão mista que vai analisar a medida provisória que cria a Licença Ambiental Especial (LAE) será presidida pela senadora Tereza Cristina (PP-MS) e terá como relator o deputado Zé Vitor (PL-MG), ambos da bancada do agronegócio no Congresso – a MP enviada pelo governo em agosto trata somente de LAE, mas vem sendo usada por parlamentares contrários aos 63 vetos do presidente Lula como tentativa de retomar praticamente todo o texto do projeto de lei do licenciamento ambiental aprovado pelo Congresso em julho.
• No internacional, a União Europeia vai adiar pela segunda vez, por mais um ano, a implementação de sua lei contra o desmatamento, segundo a comissária do Meio Ambiente, Jessika Roswall – a legislação, que proíbe a importação de commodities ligadas à destruição de florestas, tem sofrido oposição de setores industriais e parceiros comerciais como Brasil, Indonésia e Estados Unidos, que alegam que as exigências seriam caras e prejudicariam suas exportações para a Europa.
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Brasil
Empresas
BID lança iniciativa que libera capital para bancos acelerarem crédito verde
“O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou nesta terça-feira (22) uma iniciativa para liberar espaço no balanço dos bancos, para que eles façam novos empréstimos para projetos de mitigação e adaptação climática. Isso seria feito a partir da securitização das carteiras de crédito existentes hoje. O desenho da iniciativa é, de fato, inédito, mas para sair do papel terá que contar com o poder de articulação de diversos atores: bancos, gestoras, seguradoras, reguladores de mercados de capitais e investidores. O BID não vai colocar capital para a compra das carteiras, atuando como facilitador. Batizado de ReInvest+, a proposta é adequar a demanda de capital para os requisitos que os investidores globais pedem. “Até agora, pedimos aos investidores institucionais que mudassem seu apetite por risco para investir em projetos em países em desenvolvimento. Essa abordagem se mostrou cara e difícil de escalar”, afirma Ilan Goldfajn, presidente do Grupo BID. “Com o ReInvest+, estamos mudando a lógica. Os projetos devem ir aonde o dinheiro está.” A ideia é transformar carteiras de empréstimos de bancos comerciais em títulos financeiros com grau de investimento, ou seja, com menor risco de crédito, de câmbio e político. Se tornariam, assim, ativos elegíveis para grandes investidores globais, que buscam títulos de elevada qualidade de crédito e em moeda forte.”
Fonte: Capital Reset; 23/09/2025
Setor privado global entrega recomendações para a COP30
“A iniciativa Sustainable Business COP (SB COP), que reúne representantes de empresas de 60 países, entregou 23 recomendações do setor privado para o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, durante evento em Nova York nesta segunda-feira (22). A iniciativa representa um canal inédito de comunicação entre as empresas e a Convenção do Clima da ONU, da qual fazem parte formalmente só os governos nacionais. Ricardo Mussa, presidente da SB COP, estima que o documento final representa 40 milhões de empresas. Em novembro, em Belém, a entidade estará presente para o “corpo a corpo” com os negociadores, buscando a inclusão do máximo de itens no documento final da conferência. “Esse documento já prova que a COP no Brasil é um sucesso, pois demonstra que o desejo de implementação gera engajamento”, afirmou Corrêa do Lago. Uma da ambições da presidência brasileira é que a conferência de Belém inaugure uma nova fase das COPs, com foco na implementação. Isso significa aproximar-se de todos os atores do “mundo real”: organizações da sociedade civil, universidades, governos subnacionais e também o setor privado.”
Fonte: Capital Reset; 23/09/2025
Motiva cria 5 mil planos para adaptar trilhos, rodovias e aeroportos às mudanças do clima
“Desde 2023, a companhia de mobilidade e infraestrutura urbana Motiva (ex-CCR) vem estudando o impacto das mudanças do clima para suas rodovias, trilhos e aeroportos de concessão. Hoje, a empresa anuncia em primeira mão para a EXAME que mapeou os riscos em todos os seus ativos com riscos significativos, meta estipulada até o final deste ano. Assim, a companhia soma cerca de 5 mil planos de adaptação climática em todas as suas áreas de operação. Para o desenvolvimento dos planos foram utilizados dois cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estipulando entre 3 °C e 7 °C de alta nas temperaturas em um horizonte até 2050, e os possíveis impactos ambientais gerados com essa mudança: ondas de calor, seca, incêndios florestais, deslizamentos, ventos fortes, inundações e tempestades. A próxima etapa era identificar entre os mais de 4 mil quilômetros de rodovias, 120 estações de trens, metrôs e VLT, e dos 17 terminais aeroportuários quais as áreas mais críticas quanto aos riscos do clima.”
Fonte: Exame; 24/09/2025
Política
Lula anuncia aporte de US$ 1 bilhão em fundo global para salvar florestas tropicais
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o Brasil será o primeiro país a aportar investimentos no Tropical Forest Forever Facility (TFFF), mecanismo de financiamento climático para preservar florestas em todo o mundo. Em evento organizado pela delegação brasileira nas Nações Unidas (ONU), em Nova York, ele anunciou o aporte de US$ 1 bilhão. “Brasil será o primeiro a investir no TFFF e aportar US$ 1 bilhão”, anunciou Lula. “Convido todos os parceiros a seguirem o exemplo”, acrescentou ele, afirmando que o fundo para preservação de florestas “não é caridade, mas, sim, investimento” para conter a degradação de florestas em países em desenvolvimento que são fundamentais para o equilíbrio climático do planeta. “O TFFF vai articular conservação, uso sustentável dos recursos e justiça social”, declarou o presidente brasileiro. “Esse fundo terá um impacto transformador no Sul global”. Conforme reafirmou Lula, depois do investimento inicial do Brasil anunciado na ONU, os próximos aportes poderão ser feitos por países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Os dividendos gerados serão repartidos anualmente entre os investidores e os países que mantiverem suas florestas em pé”, destacou.”
Fonte: Valor Econômico; 23/09/2025
Aneel aprova edital do único leilão de transmissão deste ano, que ocorrerá em outubro
“A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (23), o edital do único leilão de transmissão que será realizado neste ano, agendado para 31 de outubro. A sessão irá ofertar sete lotes, com investimentos estimados em R$ 5,53 bilhões e previsão de criação de mais de 13 mil empregos diretos e indiretos. A licitação pública se destina à construção e manutenção de 1.081 quilômetros em linhas de transmissão e seccionamentos e de 2.000 megawatts (MW) em capacidade de transformação, além de sete compensações síncronas. Os empreendimentos se localizam em 12 estados: Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. O prazo para conclusão das obras varia de 42 a 60 meses, dependendo da complexidade da construção. A aprovação ocorre após apreciação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), seguindo o rito costumeiro desse modelo de licitação. Em princípio, estava prevista a oferta de 11 lotes no certame, com previsão de investimentos de R$ 7,6 bilhões, conforme a proposta submetida a uma consulta pública em abril deste ano. Contudo, na última semana, a agência reguladora decidiu retirar os cinco lotes de empreendimentos da MEZ Energia da rodada. A decisão atende a pleito do Ministério de Minas e Energia (MME), que solicitou que os lotes fossem ofertados na rodada prevista para março de 2026.”
Fonte: Valor Econômico; 23/09/2025
Bancada do agronegócio vai comandar comissão da medida provisória do licenciamento ambiental
“Instalada na terça-feira (23), a comissão mista que vai analisar a medida provisória (MP) que cria a Licença Ambiental Especial (LAE) será presidida pela senadora Tereza Cristina (PP-MS) e terá como relator o deputado Zé Vitor (PL-MG), que já havia relatado o projeto de lei do licenciamento ambiental na Câmara dos Deputados. Ambos são da bancada do agronegócio no Congresso. Como mostrou o Valor, a MP enviada pelo governo em 8 de agosto trata somente de LAE, mas vem sendo usada por parlamentares contrários aos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como tentativa de retomar praticamente todo o texto do projeto de lei do licenciamento ambiental aprovado pelo Congresso em julho. Foram encaminhadas 833 emendas em apenas seis dias, a maioria nesse sentido. A comissão ficou quase dois meses para ser instalada e a MP tem até quatro meses para ser votada (o prazo máximo ainda não foi divulgado, mas deverá ser no início de dezembro). Ao mesmo tempo, havia uma expectativa de que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), convocasse uma sessão do Congresso para analisar os vetos de Lula, mas isso ainda não aconteceu e pode ocorrer em breve. Por enquanto existe no Legislativo um movimento da oposição e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista — e da qual fazem parte Tereza e Zé Vito —, para derrubar os vetos.”
Fonte: Valor Econômico; 23/09/2025
Internacional
Empresas
Japonesa Kubota lança trator autônomo movido a hidrogênio
“A Kubota revelou na segunda-feira (22) o que chama de primeiro trator autônomo do mundo movido a hidrogênio, unindo tecnologia que economiza mão de obra com energia limpa no setor agrícola. O trator conceitual está em exposição na Exposição Mundial, que acontece em Osaka, no Japão, até quinta-feira (25). A máquina de médio porte, com 100 cavalos de potência, não possui assento para o motorista e pode operar de forma autônoma ou por controle remoto. Câmeras equipadas com inteligência artificial detectam obstáculos, pessoas próximas e até ervas daninhas. A máquina pode navegar sozinha entre o celeiro do trator e os campos. Ele é movido por um módulo de célula de combustível que gera eletricidade pela reação de hidrogênio e oxigênio, com água como única emissão. A Kubota ainda não definiu uma data de venda para o trator, e os testes continuarão. A fabricante japonesa de máquinas pesadas revelou um protótipo de trator de célula de combustível em 2024. A nova versão possui capacidade de direção autônoma e maior capacidade de armazenamento de hidrogênio. Maior eficiência é alcançada separando o motor de acionamento do motor do implemento.”
Fonte: Valor Econômico; 23/09/2025
Iberdrola investirá 120 bilhões de dólares até 2031 em redes elétricas
“A empresa espanhola Iberdrola (IBE.MC), maior companhia de energia da Europa, planeja investir mais de 100 bilhões de euros (117 bilhões de dólares) até 2031, intensificando sua mudança para o setor mais regulado de redes elétricas em países como Reino Unido e Estados Unidos. A Iberdrola apresentou nesta quarta-feira sua atualização estratégica até 2028 e uma perspectiva até 2031, destacando um grande aumento nos investimentos em redes de energia e uma abordagem mais seletiva para projetos de geração de energia renovável. O plano está alinhado com a promessa anterior da empresa de aumentar os investimentos anuais para cerca de 15 bilhões de euros, ante os atuais 12 bilhões, e dá continuidade à mudança estratégica iniciada em 2022. A Iberdrola investirá 58 bilhões de euros até 2028, sendo dois terços destinados a redes de energia, principalmente no Reino Unido e nos EUA. Espera-se um investimento adicional de cerca de 45 bilhões de euros entre 2029 e 2031. No setor de renováveis, a maior parte dos investimentos será destinada a projetos eólicos offshore e onshore, em sua maioria já em construção.”
Fonte: Reuters; 24/09/2025
Política
UE adia novamente a lei contra o desmatamento
“A União Europeia vai adiar pela segunda vez a implementação de sua lei contra o desmatamento, segundo a comissária do Meio Ambiente, Jessika Roswall. A legislação, que proíbe a importação de commodities como óleo de palma ligadas à destruição de florestas, será postergada por mais um ano. A UE já havia adiado a lei anteriormente, mas isso não acalmou a oposição de setores industriais e parceiros comerciais como Brasil, Indonésia e Estados Unidos, que alegam que as exigências seriam caras e prejudicariam suas exportações para a Europa. Roswall afirmou que o adiamento é necessário para resolver problemas com os sistemas de tecnologia da informação (TI) que darão suporte à lei. Ela negou que a decisão tenha relação com as preocupações dos EUA. “Temos preocupações com o sistema de TI, dado o volume de informações que será inserido… Isso também nos dará tempo para avaliar diferentes riscos”, disse Roswall. A legislação deveria entrar em vigor em 30 de dezembro e exigiria que empresas que vendem produtos como soja, carne bovina e óleo de palma para o mercado europeu comprovassem que esses produtos não causaram desmatamento. A proposta é pioneira no mundo e visa combater os 10% do desmatamento global atribuídos ao consumo europeu de bens importados. No entanto, é uma medida politicamente controversa dentro da agenda verde da Europa.”
Fonte: Reuters; 23/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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