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Taxa de desemprego fica em 14,3% em outubro

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O IBGE, divulgou na manhã desta terça-feira os resultados de emprego e renda da PNAD Contínua. Em outubro a taxa de desemprego ficou em 14,3%, levemente abaixo da nossa expectativa (14,6%) e também abaixo do consenso de mercado (14,7%). Na ótica dessazonalizada, a taxa de desemprego teve redução de 0,1 ponto percentual de 14,4% em setembro para os mesmos 14,3% em outubro. O principal motivo para tal performance no mês foi a aceleração mais forte da População Ocupada (1,3%) ante o da Força de Trabalho (1,2%). Com isso, a População Desocupada atingiu 14,1 milhões de pessoas em outubro (2,0 milhões a mais que em fevereiro). Se adicionarmos os subocupados e os desalentados, o IBGE aponta que há no país um contingente subutilizado na ordem de 26,2 milhões de pessoas.

Sobre a renda, a estatística oficial da autarquia, divulgada em médias móveis trimestrais, apontou que houve estagnação do rendimento efetivo de todos os trabalhos, em R$ 2.492 em outubro. Por outro lado, a massa de renda do trabalho efetivo teve alta de 1,3% atingindo os R$ 205,7 bilhões no mês.

Na evolução do nosso indicador de Massa Ampliada de Renda (MAR-XP) - onde agregamos as transferências emergenciais do governo, benefícios previdenciários e sociais e a renda do trabalho - observamos uma virtual estabilidade da renda do brasileiro. Em outubro, o indicador teve alta de 0,4% atingindo os R$ 286,6 bilhões. Vale lembrar que os auxílios emergenciais foram reduzidos para R$ 300 ao mês em setembro e a evolução da renda do trabalho vem ajudando a compensar tal redução.

Na composição do tipo de emprego, com a reabertura gradual da economia, os informais vêm apresentando um desempenho melhor nos últimos dois meses. Na comparação interanual e se valendo da PNAD mensalizada (abordagem distinta da oficialmente divulgada pelo IBGE que é realizada em médias móveis trimestrais), a PO do emprego informal teve uma aceleração de -17,3% em setembro para -12,0% em outubro enquanto a PO do emprego formal desacelerou de -4,3% para -6,8%.

Na comparação com o CAGED, o distanciamento entre os dois indicadores apresentou redução nos últimos dois meses. Com a criação líquida de 410 mil postos de trabalho com carteira no CAGED de novembro, a expectativa é que a PNAD Contínua – Empregos com Carteira também apresente nova aceleração no mês.

Na leitura geral, o mercado de trabalho vem apresentando trajetória benigna. Tanto o CAGED (mercado de trabalho formal) de novembro quanto a PNAD Contínua (mercado de trabalho formal e informal) de outubro reforçam uma boa recuperação dos postos de trabalho destruídos no início da pandemia. A grande fonte de incerteza sobre o desemprego, ainda é sobre a transição do fim dos auxílios para famílias e empresas em 2021 com os desafios da economia brasileira como a agenda de reformas que poderão trazer confiança, principalmente, ao setor de serviços em voltar a contratar.

Esperamos que o desemprego, com ajuste sazonal, atinja a sua maior taxa entre os meses de março e abril de 2021 para algo próximo de 16,0%. Entretanto, as leituras dos meses de setembro e outubro, apontam que esse pico tenha certo grau de viés de redução. A evolução do retorno da Força de Trabalho a partir de janeiro (fim dos auxílios emergenciais) e do Plano de Nacional de Vacinação que consiga impor um ritmo maior de contratação ao setor de serviços serão fundamentais para essa trajetória do mercado de trabalho continue ao longo de 2021.

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