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Setor de serviços anda na contramão e apresenta fundo do poço em maio

Depois da ampla expectativa de que abril tivesse sido o pior mês para a atividade econômica do país, a performance do setor de serviços em maio mostrou que nem todos os setores da economia já deixaram o pior para trás. De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, realizada mensalmente pelo IBGE, o […]

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Depois da ampla expectativa de que abril tivesse sido o pior mês para a atividade econômica do país, a performance do setor de serviços em maio mostrou que nem todos os setores da economia já deixaram o pior para trás.

De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, realizada mensalmente pelo IBGE, o setor apresentou contração de 0,9% na comparação mensal de maio (mai20 / abr20), o equivalente a uma contração de 19,4% na comparação interanual desse mesmo mês (mai20 / mai19). O resultado frustrou bastante tanto as nossas expectativas (+6,9% m/m e -12,1% a/a) quanto as expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg (-14,2% a/a) e mostrou que a recuperação da economia brasileira pode acontecer de forma ainda mais gradual do que os últimos indicadores econômicos vinham mostrando.

O resultado bem abaixo das expectativas reforça a mensagem de que a performance positiva do varejo em maio deve ter sido consequência principalmente do auxílio emergencial e das demais fontes de incentivo promovidas pelo governo durante a pandemia. É importante monitorar qual será o ritmo da recuperação apresentado quando essas fontes de incentivo começarem a ser gradualmente retiradas da economia.

Com base na performance da indústria, do comércio e do setor de serviços, a nossa projeção para o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de maio é de -13,0% a/a e +3,5% m/m. A nossa projeção para o setor de serviços em junho até o momento é de -7,7% a/a e +9,6% m/m.

Por ora, mantemos a nossa projeção do PIB do segundo trimestre desse ano em -13,4% a/a e -11,7% t/t. Para 2020, mantemos a nossa projeção de -6%.

VEJA A SEGUIR OS PRINCIPAIS DESTAQUES DA PESQUISA:

  • Por ser bastante intensivo em mão de obra, o setor de serviços costuma reagir com certa defasagem aos ciclos econômicos. Isso explica o porquê de o setor ter apresentado performance mais negativa em maio do que em abril, contrariando a lógica apresentada pelos demais setores, que mostraram que abril foi o pior mês para a atividade econômica no país. O número, portanto, apesar de negativo, não altera o viés de alta trazido pelos demais indicadores econômicos.
  • Olhando para as aberturas do setor, as únicas categorias que não apresentaram contração na comparação mensal de maio foram serviços prestados às famílias, que acabaram sendo positivamente influenciados pela reabertura gradual de hotéis e restaurantes em algumas regiões do país, e transportes, que também foram positivamente influenciados pela reabertura gradual da economia em maio.
  • Todas as demais categorias, por outro lado, apresentaram contração na passagem de abril para maio e contribuíram para a queda do setor de serviços no mês. As duas maiores surpresas negativas vieram dos serviços de informação e comunicação e serviços profissionais, que juntos respondem por cerca de 53,7% da pesquisa.
  • A drástica queda no nosso Índice de Difusão mostra o tamanho da fragilidade apresentada pelo setor nos últimos 6 meses.
  • Para os próximos meses, esperamos que a melhora gradual do mercado de trabalho e a reabertura da economia influenciem positivamente o setor. Por isso, a nossa projeção para o setor de serviços em junho até o momento é de -7,7% a/a e +9,6% m/m.
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