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Projetamos IPCA de 4,6%, após leitura benigna da prévia de outubro

Projetamos IPCA de 4,6% em 2025 (antes 4,7%). Preços de bens arrefecem com queda do dólar e serviços mostram composição favorável.

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O IPCA-15, prévia da inflação oficial, subiu 0,18% em outubro, abaixo da projeção da XP (0,22%) e da mediana do mercado (0,21%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 5,32% em setembro para 4,94%, voltando a ficar abaixo de 5%. A leitura trouxe boas notícias: os núcleos de inflação, que medem a tendência dos preços, mostraram desaceleração. Diante disso e do recente corte nos preços da gasolina, a XP revisou sua projeção para o IPCA de 2025 de 4,7% para 4,6%, com viés de baixa.

Ainda assim, a inflação segue acima da meta do Banco Central (de 3,00%), superando o limite superior de 4,50%. O resultado mantém preocupações sobre o ritmo de alta de preços e seus impactos na economia adiante e a manutenção de uma taxa Selic elevada por parte do Banco Central – pelo menos por ora.

O regime de metas de inflação é parte do que chamamos de política monetária – a política responsável pelo controle da quantidade de moeda em determinada economia, que fica sob a responsabilidade do Banco Central. 

Esse regime determina uma meta de inflação explícita e numérica (% ao ano), a ser perseguida pelo Banco Central. No caso brasileiro, a meta de inflação atual é de 3,0%. Isso significa que o Banco Central tem a responsabilidade de controlar a alta de preços de maneira contínua, de modo que se mantenha no ritmo de 3,00%. 

O modelo brasileiro também inclui uma banda de tolerância de 1,50 pontos percentuais para cima e para baixo. Essa “banda” serve para acomodar eventuais choques, como por exemplo uma seca que afete a produção de alimentos e eleve a inflação além do controle do Banco Central, ou uma pandemia que derrube os preços. 

Caso o IPCA se mantenha acima do limite de 4,5% por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central deve enviar uma carta ao Presidente da República indicando: i) os motivos do não atingimento da meta; ii) medidas planejadas para que a inflação retome à meta; e iii) o tempo projetado para que isso se concretize.

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Serviços dão sinais de alívio

Os chamados serviços subjacentes – que excluem itens muito voláteis para mostrar a tendência da inflação – avançaram 0,24%, bem abaixo da expectativa do mercado (0,61%). Com isso, a média anualizada dos últimos três meses caiu de 4,9% para 4,7%, indicando desaceleração. A principal surpresa veio do seguro de automóveis, que caiu 2%, após recuo de 6% em setembro, e dos preços de cinema, que subiram apenas 2%, contra previsão de 5%. Já os serviços intensivos em mão de obra, acompanhados de perto pelo Banco Central, avançaram 0,42%, em linha com as estimativas. Apesar do alívio, a XP avalia que parte dessa melhora é pontual e que os serviços devem voltar a acelerar com a retomada da atividade econômica.

Vale lembrar que o comportamento dos preços de serviços é essencial para análise do cenário de inflação prospectiva no país. Em outras palavras, o que apontam preços como de cabelereiros, médicos e cinemas pode sinalizar mais sobre o comportamento futuro da inflação do que se imagina.

Isso porque a inflação do grupo é menos impactada pelos chamados movimentos de “oferta” (como o clima e a redução ou aumento da oferta de determinada commodity); refletindo mais a dinâmica dos salários e do nível de demanda na economia – em um processo que se retroalimenta.

Afinal, quanto mais aquecida a economia, maior tende a ser o nível de emprego e, consequentemente, a pressão sobre salários. Esse movimento se torna ainda mais relevante em economias nas quais serviços tem maior peso, como a do Brasil, onde o setor responde por cerca de 60% do PIB e a maioria dos empregos do país.

Assim, como destacado, a inflação de serviços deve seguir como um dos principais motivos de cautela adiante.

Bens industrializados recuam

Os preços dos bens industrializados caíram 0,02%, abaixo da projeção (0,12%). A média anualizada em três meses desacelerou de 3,6% para 2,9%, reforçando a tendência de moderação. O destaque foi a queda nos bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos novos, influenciada por estoques elevados e câmbio favorável. À frente, a XP espera que a valorização do real continue ajudando a manter a inflação desses produtos em níveis baixos.

Inflação de alimentos segue em território negativos

Os preços dos alimentos recuaram 0,10%, em linha com a expectativa (-0,11%), com destaque para cereais, alimentos in natura e laticínios. Essa dinâmica deve mudar nas próximas leituras, quando a sazonalidade – variações típicas do período causadas pelo clima, como menor oferta de hortifrutis fora da safra – tende a pressionar os preços para cima, especialmente em proteínas, café e óleo de soja.

O que esperar daqui para frente?

A abertura do IPCA-15 foi melhor do que o esperado, especialmente nos núcleos de serviços. Incorporando essas surpresas e o corte nos preços da gasolina, a XP reduziu sua projeção para o IPCA de 2025 de 4,7% para 4,6% e manteve a estimativa para 2026 em 4,5%, com viés de baixa. Ainda assim, a inflação corrente segue desafiadora, exigindo juros altos por mais tempo. O cenário base considera o início do ciclo de cortes apenas em março, levando a Selic para 12,00% ao final de 2026.

Selic deve seguir alta por um longo período

Diante do cenário descrito acima, projetamos que a inflação encerre o ano em 4,6% – acima da meta de 3,0% do Banco Central, excedendo também o limite superior da banda de tolerância da meta (de 4,5%).

Observando seu objetivo de manter a inflação na meta, o Banco Central deve seguir atuando para reverter o cenário de alta de preços. Isso significa manter nossa taxa básica de juros, a Selic, alta por um período prolongado.

Vale lembrar: gestão da taxa Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a variação de preços na economia – aquecendo ou desaquecendo a atividade econômica, e impactando fatores como a taxa de câmbio (com capital sendo atraído por maiores retornos, valorizando nossa moeda) e as expectativas de inflação para o futuro.

Projetamos que a Selic siga em 15,00% até o início de 2026 – quando pode haver espaço para o início de um novo ciclo de cortes. Porém, como destacamos, riscos seguem no radar tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Para 2026, nossa projeção segue no intervalo da meta, diante de uma economia que deve seguir crescendo acima do nível potencial (ou seja, acima do patamar que, teoricamente, não pressionaria os preços) e de impulsos fiscais e parafiscais adicionais. 

Como se proteger da alta de preços? 

Como vimos, a inflação segue como um dos principais motivos de cautela e atenção para a economia brasileira.  Assim, proteger seu patrimônio contra a alta de preços se torna ainda mais essencial.   

Títulos indexados à inflação (como o título público NTN-B 2030), emissões bancárias de instituições sólidas e com boa classificação de risco, debêntures incentivadas (sem cobrança de Imposto de Renda ao investidor) e fundos de investimento com gestão ativa em renda fixa são ótimas alternativas. Falamos mais das melhores oportunidades de renda fixa aqui.

Outra classe de ativos que pode ajudar o investidor a se proteger da inflação são os fundos imobiliários.  Apesar de estarem sofrendo diante de expectativas de juros mais altos adiante, os  FIIs  podem ser aliados do investidor em um cenário cauteloso de alta de preços, por serem muitas vezes atrelados a índices de inflação. Aqui te indicamos nossa carteira recomendada de Fundos Imobiliários. 

Mas não só de proteção contra a inflação devem viver os investimentos nesse momento. Por isso, confira o detalhe das nossas recomendações de investimento atualizadas de acordo com o seu perfil de investidor no “Onde Investir”.

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