XP Expert

PIB surpreende mais uma vez e cresce 1,4% no segundo trimestre de 2024

O PIB do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024. O resultado do trimestre veio acima do esperado pela maior parte dos analistas de mercado, surpreendendo as projeções positivamente.

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

O PIB do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024. O resultado melhor do que o esperado refletiu principalmente a resiliência do consumo das famílias e a retomada dos investimentos privados, de um lado, e a força do setor de serviços e da indústria (especialmente de construção civil), do outro. Entenda o resultado, o que esperar adiante e como o PIB pode impactar seus investimentos.

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisa nacional), o PIB brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024.

Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou pouco menos de 1,5% no período entre abril e junho de 2024, quando comparado ao resultado registrado entre janeiro e março desse ano. Já se compararmos com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3%.

O resultado veio após avanço de 1% no primeiro trimestre do ano, confirmando o dinamismo da economia brasileira na primeira metade de 2024.  

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Por que o PIB cresceu no segundo trimestre de 2024?

O resultado do trimestre veio acima do esperado pela maior parte dos analistas de mercado, surpreendendo as projeções positivamente. Nossa estimativa era de um crescimento de 1,0%, sendo a surpresa explicada principalmente pelo crescimento mais forte do que o esperado na arrecadação de impostos, no setor de serviços de intermediação financeira, além de atividades das indústrias de construção civil e utilidade pública (como, por exemplo, geração de energia elétrica).

De maneira geral, o crescimento econômico no período foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e por investimentos, de um lado; e pelo sólido desempenho do setor de serviços e da produção industrial, de outro.

Vale destacar que a tragédia climática no Rio Grande do Sul trouxe impactos econômicos relativamente menores do que o inicialmente esperado, com a rápida retomada das principais atividades na região compensando boa parte das perdas econômicas (de maneira agregada) derivadas diretamente das enchentes.

Para ilustrar, a queda de 26,3% registrada na produção industrial no estado em maio foi mais do que compensada pelo crescimento de 34,9% observado em junho. 

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Indústria surpreende, enquanto serviços seguem em alta

Olhando para o lado da oferta (ou seja, da produção), o setor de serviços foi mais uma vez protagonista, registrando o 16° crescimento trimestral consecutivo. O setor terciário da economia cresceu 1,0% em comparação com o primeiro trimestre do ano – e robustos 3,5% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A retomada reflete principalmente a forte demanda das famílias, com destaque para o comércio varejista e consumo de serviços como restaurantes, cabelereiros, planos de saúde, e serviços financeiros – sendo a última categoria também associada à forte concessão de crédito no período.

É importante lembrar que o setor de serviços é o principal responsável pela composição do nosso PIB, respondendo por 70% da nossa produção por meio de serviços que vão desde transporte até borracheiros, cinemas, bares, eventos e bancos - sendo também o setor que mais emprega no país. Assim, a performance do setor tem bastante impacto sobre a economia do país como um todo.

Ainda do lado da oferta, o setor industrial também trouxe surpresas positivas, crescendo 1,8% no período. Dentre as categorias industriais, o destaque ficou para a construção civil, que registrou alta de 3,5% no trimestre, além de serviços de utilidade pública, como energia elétrica e saneamento – ambos acelerando o crescimento quando comparados ao observado no trimestre anterior. Por outro lado, a Indústria Extrativa recuou 4,4%, principalmente por conta da menor extração de petróleo.

Na outra ponta, a agropecuária foi o destaque negativo do segundo trimestre – muito por conta da comparação com o forte crescimento no início do ano (de 11,1%). O desempenho das atividades pecuárias – especialmente a bovinocultura – compensou parte da queda do setor, enquanto a produção de grãos seguiu abaixo do resultado da última safra (que registrou patamares recordes).

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Consumo das famílias segue motor da economia

Considerando a análise do lado da demanda - ou seja, aqueles que “puxam” o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos – o grande propulsor da economia seguiu sendo o consumo das famílias, assim como o observado no trimestre anterior.

O componente registrou alta de 1,3% no período (quase 5,0% na comparação anual), refletindo expansão no consumo tanto de bens quanto de serviços. A boa performance é explicada especialmente pelo crescimento da renda das famílias – que, por sua vez, reflete tanto um mercado de trabalho aquecido (com desemprego no menor nível em mais de 10 anos), quanto um nível elevado de transferências de renda.

Para se ter uma ideia, a massa de renda disponível das famílias deve crescer 6,5% acima da inflação em 2024.

Em bom português: famílias viram crescer sua renda no período, e se utilizaram desse impulso para consumir mais bens e serviços.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

O que esperar adiante?

Como vimos, o crescimento econômico no país surpreendeu positivamente na primeira metade desse ano, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e pela retomada dos investimentos – na esteira de maiores benefícios fiscais, do efeito da queda de juros e de um mercado de trabalho aquecido.

Olhando adiante, entretanto, esperamos que a economia perca ímpeto gradualmente, embora deva seguir em terreno positivo. O enfraquecimento esperado é explicado por uma série de fatores, dentre os quais vale destacar:

  • A redução do impulso fiscal: embora não esperemos a redução de benefícios fiscais, a disponibilidade de renda adicional deve ser mais moderada nos próximos meses, além de não haver espaço para antecipações como vistas na primeira metade do ano, como do 13° salário, ou de precatórios (pagos no fim de 2023). Esses elementos tendem a desaquecer o consumo gradativamente.
  • Um provável processo de elevação dos juros: o crescimento robusto da economia marcado principalmente por um mercado de trabalho aquecido e forte demanda por bens e serviços tende a pressionar a inflação, criando um cenário mais desafiador para o controle dos preços por parte do Banco Central.

Assim, aliado as ainda presentes incertezas fiscais domésticas, entendemos que o contexto deve levar o Banco Central a iniciar um processo de elevação da taxa Selic – levando a taxa para um patamar mais contracionista (ou seja, aquele que encarece o crédito para contrair a demanda e controlar os preços).

O provável ciclo de altas de juros, por sua vez, deve contribuir para o desaquecimento da economia principalmente ao longo de 2025.

Dito isso, não vemos uma desaceleração brusca da economia adiante. Além disso, o forte crescimento visto na primeira metade do ano contribuirá para um crescimento anual do PIB próximo de 3,0% - registrando o que será (se concretizado) o terceiro ano consecutivo de alta do PIB nessa magnitude.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?

Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.

Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.

Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.

Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.

Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas.Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. 


Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.